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Como ler uma infocaixa de taxonomiaCaxinguelê

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Rodentia
Família: Sciuridae
Subfamília: Sciurinae
Tribo: Sciurini
Género: Sciurus
Espécie: S. aestuans
Nome binomial
Sciurus aestuans
Linnaeus, 1766

O caxinguelê ( nomenclatura binominal:sciurus aestuans), também chamado de serelepe é conhecido nos idiomas inglês e espanhol respectivamente como "Brazilian squirrel" e "ardilla de Brasil" que numa tradução livre para o português seria respectivamente esquilo brasileiro e esquilo do Brasil,é uma espécie de esquilo florestal que mede cerca de vinte centímetros de comprimento.É um esquilo endêmico da América do Sul,podendo ser encontrado no Brasil,Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela e nordeste da Argentina [1].É o único esquilo dos Pampas. Esses pequenos animais vivem sozinhos ou em pares e podem viver até quinze anos, atingindo a maturidade sexual com um ano de idade. A fêmea fica prenha uma vez por ano e tem de dois á 10 filhotes. Além das copas altas, o caxinguelê escolhe locais onde exista vegetação de idade avançada, para que haja ocos nas árvores, onde habitam, se reproduzem, guardam os filhotes e estocam comida.

Caxinguelê descendo de palmeira

Etimologia editar

"Caxinguelê" é oriundo do termo quimbundo kaxinjiang'elê, que significa "rato de palmeira"[2].E " serelepe" como também é conhecido, significa esperto, ágil.

Alimentação editar

O caxinguelê se alimenta principalmente de frutas e sementes, que variam de acordo com a população e habitat que ele se encontra, o que pode influenciar na competição por recursos. Sementes e frutas ruins são estritamente evitados por esses animais. Eventualmente, podem se alimentar de larvas e brotos de pequenas árvores. Em habitats onde há mata atlântica, eles têm uma preferência por frutos do Jerivá, a qual é uma palmeira muito abundante e que possui fruitos doces e carnudos. Por serem animais roedores e seus dentes estarem sempre crescendo, existe uma necessidade de uma ingestão de sementes mais duras e firmes para que aja o "desgaste " desses seus dentes.[3]

Características editar

O Caxinguelê possui uma pelagem marrom com alguns pelos esbranquiçados, o que dá o aspecto de que sua pelagem é cinza. Possui os pelos do peitoral mais claros que o resto do seu corpo e um longo rabo peludo que se estende até pouco acima da sua cabeça. Dispõe de pequenas patas com garras afiadas para que possibilite o salto de uma árvore para outra e as seus membros posteriores permitem que ele também consiga se manter na posição bípede, para comer e pegar sementes.Ele apresenta um focinho redondo e rosado, olhos negros e grandes, que é circulado por uma pequena camada de pelagem da mesma cor que os pelos do peitoral e orelhas pontudas que auxiliam para que tenham uma audição aguçada que permite ouvir até mesmo o som de pequenos insetos dentro de árvores, sempre atentas para qualquer sinal de predador.A forma alongada do corpo auxilia nos movimentos rápidos por entre as árvores em busca de alimentos e fuga de predadores.[4]

Habitat editar

O Serelepe é um roedor que vive em florestas típicas do Brasil, tem preferência por árvores altas e áreas com muitas plantas frutíferas do seu gosto, que serão base fundamental para a sua alimentação e da manutenção de seus ninhos no período de reprodução, como a o próprio Jerivá, além de palmeiras e castanheiras. Ele é muito importante para a manutenção das florestas em que vive, já que, ao transportar essas sementes para o seu ninho, ele acaba deixando algumas caírem ou esquecendo-as no meio do caminho, dessa forma, novas árvores vão crescendo por conta desse " esquecimento ".[5]

Reprodução editar

Esses animais costumam viver sozinhos ou em pares, atingem a maturidade sexual pouco depois de um ano de vida. os hábitos reprodutivos se dividem em quatro partes: pré-perseguição, perseguição para cópula, cópula e pós-copula. Os machos localizam as fêmeas durante o período de estro através do rastro de urina que as mesmas deixam na floresta, quando a alcança, ele cheira a sua genitária. Esse comportamento serve para que o macho identifique e avalie o estado de recepção da fêmea. Durante esse processo pode ocorrer também confronto entre os machos que brigam para decidir quem será o macho alfa na trilha reprodutiva, e entre a fêmea em estro.[3] Quando os machos encontram uma parceira sexual para a reprodução, e conseguem uma gestação, eles procuram árvores ocas e copas de idade avançada para a produção do seu ninho e estoque de comida, eles se reproduzem uma vez por ano e a ninhada é de 3 á 10 filhotes. Os filhotes nascem cegos e sem uma pelagem, por isso são extremamente dependentes dos pais para se aquecerem durante a noite. Pouco tempo depois, esses filhotes já abrem os olhos, os pelos crescem, e estão prontos para passear pelas árvores com os seus pais.[6]

Comportamento editar

Em períodos quentes, os serelepes passam maior parte do tempo deitados em seu ninho, por conta do calor eles são obrigados a repousar. Em períodos frios, eles costumam manter o mesmo hábito de manter longos períodos de repouso, geralmente na posição "sentado" com a sua cauda sobre o dorso. Esses longos periodos de repouso serve para a regulação térmica. Eles também usam essa posição " sentado " em momentos de perigo, onde tendem a ficar mais alertas. Outra particularidade desses animais, é ficarem totalmente estáticos quando se sentem ameaçados, com o intuito de que sua presença não seja notada pelos seus principais predadores como por exemplo: jaguatirica, onça-pintada e o gato-do-mato.[3]

 
Caxinguelê

Citação na cultura brasileira editar

Na música "Capim Guiné", de letra e música de Wilson Aragão, mas mais conhecida na interpretação de Raul Seixas, o caxinguelê é citado no verso: "Com cara de veado que viu caxinguelê"[7]. Ele também é citado na música caxinguelê de Jongo da Serrinha " Eu panhei o côco, caxinguelê tá me olhando, eu levei o côco, caxinguelê tá me olhando"[8]

Referências

  1. Yonenaga-Yassuda, Yatiyo; Scheibler, Daniel R.; Amaro-Ghilard, Renata Cecília; Christoff, Alexandre Uarth; Fagundes, Valéria (1 de janeiro de 2003). «Multiple interstitial ribosomal sites (NORs) in the Brazilian squirrel Sciurus aestuans ingrami (Rodentia, Sciuridae) with 2n = 40: an overview of Sciurus cytogenetics». Genetics and Molecular Biology (em inglês). 26 (3): 253–257. ISSN 1415-4757. doi:10.1590/S1415-47572003000300007 
  2. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.376
  3. a b c Bordignon, Marcelo (16 de janeiro de 1997). «COMPORTAMENTOS E ATIVIDADE DIÁRIA DE SCIURUS INGRAMI (THOMAS) EM CATIVEIRO (RODENTIA, SCIURIDAE)» (PDF). Scielo. Consultado em 19 de agosto de 2019 
  4. «Caxinguelê | Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente | Prefeitura da Cidade de São Paulo». www.prefeitura.sp.gov.br. Consultado em 23 de agosto de 2019 
  5. silvestres, Fauna News-Analisando os fatos, lutando pelos. «Olha o Bicho! - Caxinguelê - Fauna News - Analisando os fatos, lutando pelos silvestres». www.faunanews.com.br. Consultado em 21 de agosto de 2019 
  6. «Caxinguelê: conheça o esquilo do Brasil e seus hábitos». qcanimais.com.br (em inglês). 7 de dezembro de 2018. Consultado em 21 de agosto de 2019 
  7. http://letras.terra.com.br/raul-seixas/90581/
  8. «Caxinguelê - Dominguinhos». Letras.mus.br. Consultado em 23 de agosto de 2019 
 
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