Vitélia
Vitélia[nota 1] foi uma patrícia romana que era filha do imperador Vitélio, e esposa do senador Décimo Valério Asiático. Uma personagem baseada na figura histórica de Vitélia aparece na ópera de Mozart, intitulada La clemenza di Tito.
Vitélia | |
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Representação de Vitélia, seu pai, Vitélio, e Aulo Vitélio Germânico, seu irmão, num denário de 69. | |
Nascimento | 58 |
Roma | |
Morte | Roma |
Nome completo | |
em latim: Vitellia Galeria Fundania | |
Cônjuge | Décimo Valério Asiático Libão Rupílio Frúgio (possivelmente) |
Descendência | Marco Lólio Paulino Décimo Valério Asiático Saturnino Rupília Faustina |
Casa | Gens Vitellii |
Pai | Vitélio |
Mãe | Galéria Fundana |
Família
editarVitélia era filha do imperador Vitélio, filho de Lúcio Vitélio, cônsul por três vezes, e de Sextília. A sua mãe era a segunda esposa de Vitélio, Galéria Fundana. Segundo Suetônio, ela era filha de um ex-pretor.[3] Gwyn Morgan supõe que Galéria Fundana era parente de Públio Galério Trácalo, o suposto escritor de discursos de Otão.[4]
Ela tinha um irmão, Aulo Vitélio Germânico, e um meio-irmão, Aulo Vitélio Petrônio, filho da primeira esposa de Vitélio, Petrônia.[4]
Biografia
editarEm 69, Vitélio começou a lutar pelo poder, e nessa época, Vitélia estava em Roma com a mãe. Enquanto o pai estava longe na guerra, ela e o restante da família ficaram sob a proteção do imperador Otão.[5][6] Após a Primeira Batalha de Bedríaco (hoje na comuna italiana de Calvatone, onde Vitélio derroutou Otão, Galéria Fundana e os filhos se juntaram à ele em Lugduno (hoje na comuna francesa de Lyon).[5][6]
Segundo Tácito, o imperador escolheu o legado da província da Bélgica romana, Décimo Valério Asiático, para ser marido da filha,[5] trazendo-o, assim, para o lado do sogro.[7] O pai de Vitélia reinou apenas por oito meses, e foi assassinado no ano de 69. Com a morte do marido, em 70, Vitélia ficou viúva com um filho, Marco Lólio Paulino Décimo Valério Asiático Saturnino,[8] que foi nomeado cônsul duas vezes, primeiro em 94, e depois em 125.
Mais tarde, ainda no ano de 70, o novo imperador, Vespasiano tomou Vitélia sob sua proteção, lhe deu um dote, uma casa, e um marido cujo nome não foi registrado para a posteriodade.[9] No entanto, alguns historiadores como Christian Settipani e Strachan sugeriram que ele era Libão Rupílio Frúgio, e que ela era a mãe de Rupília Faustina, dessa forma, explicando o uso do nome Galéria dentre as mulheres da Dinastia nerva-antonina.[1][2]
Na cultura popular
editar- Vitélia é uma personagem central em na ópera La clemenza di Tito de Mozart, onde ela tenta assassinar o imperador Tito, após ele declarar o seu amor pela princesa judia Berenice, também chamada de Beatriz (ou Beatrice).[10] A ópera é ambientada no ano de 79.[11]
Notas
editarReferências
- ↑ a b «Rupilius». strachan stemma
- ↑ a b Settipani, Christian (2000). Continuité gentilice et continuité familiale dans les familles sénatoriales romaines à l'époque impériale: mythe et réalité. [S.l.]: The Unit for Prosopographical Research, Linacre College, University of Oxford. p. 278. ISBN 9781900934022
- ↑ Tranquilo, Caio Suetônio (121). «Vitélio». Vidas dos Doze Césares. [S.l.: s.n.]
- ↑ a b Morgan, Gwyn (2005). 69 AD: The Year of Four Emperors. [S.l.]: Oxford: University Press. p. 77; 149
- ↑ a b c Tácito, Públio Cornélio. «75; 59». Histórias. [S.l.: s.n.]
- ↑ a b Plutarco, Lúcio Méstrio. «5, 16». Vidas Paralelas. [S.l.: s.n.]
- ↑ «Aulus Vitellius (2)». livius.org. p. Coup
- ↑ Bowman, Alan. The Cambridge Ancient History, Volume 10. [S.l.: s.n.] p. 217
- ↑ Tranquilo, Caio Suetônio (121). «Vespasiano». Vidas dos Doze Césares. [S.l.: s.n.] p. 14
- ↑ Boyden;Kimberly, Matthew; Nick (2002). The Rough Guide to Opera. [S.l.]: Rough Guides. p. 109. 735 páginas. ISBN 978-1-85828-749-2
- ↑ Zissos, Andrew (2016). A Companion to the Flavian Age of Imperial Rome. Chichester: UK: John Wiley & Sons. p. 501. ISBN 978-1-118-87817-0
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Vitellia (daughter of emperor Vitellius)».