Amarilladesma mactroides

espécie de molusco

Amarilladesma mactroides (durante o século XX, e até o início do século XXI, cientificamente denominada Mesodesma mactroides[5][6][7]; nomeada, em inglês, marisco wedge clam; na tradução para o português, uma frase: "amêijoa - clam - comestível - marisco - em forma de cunha - wedge"[8]; com Eliezer de Carvalho Rios lhe chamando simplesmente marisco[5][9], mas também conhecida por marisco-branco[3]; em castelhano, no Uruguai e na Argentina, almeja amarilla – cuja definição é "amêijoa amarela"[10][11] – ; em português, no Brasil, baquiqui[1][2], cernambi[12] – Segundo o Dicionário Aurélio a denominação "cernambi" é dada especialmente para Anomalocardia flexuosa[13]; ainda citando Erodona mactroides[14] sob tal nome[15] – , ou sernambi[1] – O Dicionário Houaiss colocando Anomalocardia flexuosa[13], Tivela mactroides[16], Phacoides pectinatus[17], Eucallista purpurata[18] e Donax hanleyanus[19], também sob tal denominação[20] – , e o Dicionário Aurélio citando os seguintes sinônimos para Amarilladesma mactroides: maçambique, moçambique, samanguaiá, simanguaiá, simongoiá e sapinhanguá; dando, o Dicionário Houaiss, tais nomes para Tivela mactroides[16], em confusão de sinonímia)[15] é uma espécie de molusco Bivalvia, marinha e litorânea, da família Mesodesmatidae e do gênero monotípico Amarilladesma, criado em 2010[6]; classificada por Lovell Augustus Reeve, em 1854, na sua obra Monograph of the genus Mesodesma. In: Conchologia Iconica, or, illustrations of the shells of molluscous animals, vol. 8. L. Reeve & Co., London. Pls 1-4.[7] Habita as costas do sudoeste do Atlântico, na região sudeste do Brasil, baía da Ilha Grande, Rio de Janeiro, até o litoral do Uruguai e da Argentina, até Río Negro[5]; enterrando-se no substrato arenoso da zona entremarés das praias, geralmente a cerca de 50 centímetros de profundidade[10], podendo ser caracterizada como uma espécie moderadamente eurialina para as regiões estuarinas.[21] É usada para a alimentação humana, na sua área de distribuição geográfica[1][5][10], sendo explorada comercialmente[10]; podendo ser encontrada em sambaquis, do Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul.[9] Embora seja uma espécie comum[8], em 2018 a Amarilladesma mactroides foi colocada no Livro Vermelho do ICMBio; considerada uma espécie deficiente de dados (DD), com a conclusão desta avaliação em 2012.[22]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaBaquiqui[1][2]
Marisco-branco[3][4]
Amarilladesma mactroides
Um indivíduo de A. mactroides mostra seus dois sifões. Espécime fotografado em La Lucila del Mar, Buenos Aires, Argentina.
Um indivíduo de A. mactroides mostra seus dois sifões. Espécime fotografado em La Lucila del Mar, Buenos Aires, Argentina.
Segundo Eliezer de Carvalho Rios, a espécie A. mactroides está distribuída da região sudeste do Brasil, na baía da Ilha Grande, até o litoral da Argentina, em Río Negro[5]; sendo a única pertencente ao gênero Amarilladesma.[6] Espécime coletado em Ubatuba, São Paulo, região sudeste do Brasil, em agosto de 1993.
Segundo Eliezer de Carvalho Rios, a espécie A. mactroides está distribuída da região sudeste do Brasil, na baía da Ilha Grande, até o litoral da Argentina, em Río Negro[5]; sendo a única pertencente ao gênero Amarilladesma.[6] Espécime coletado em Ubatuba, São Paulo, região sudeste do Brasil, em agosto de 1993.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Bivalvia
Subclasse: Autobranchia
Ordem: Venerida
Superfamília: Mactroidea
Família: Mesodesmatidae[7]
Género: Amarilladesma
M. Huber, 2010[6][7]
Espécie: A. mactroides
Nome binomial
Amarilladesma mactroides
(Reeve, 1854)[7]
Dois indivíduos de A. mactroides. O da esquerda ejeta o seu escavador, enquanto o da direita mostra os seus dois sifões.
Esta é a ilustração de A. mactroides que está contida na descrição original do holótipo da espécie por Lovell Augustus Reeve, publicada na obra Conchologia Iconica, em 1854.
Distribuição geográfica
Limites norte (esquerda) e sul (direita) da distribuição geográfica de A. mactroides (RIOS, 1994).[5]
Limites norte (esquerda) e sul (direita) da distribuição geográfica de A. mactroides (RIOS, 1994).[5]
Sinónimos
Donacilla solenoides d'Orbigny, 1845 táxon inválido
Mesodesma mactroides Reeve, 1854
Mesodesma arechavalettoi Pilsbry, 1897
(WoRMS)[7]

Descrição da concha editar

Amarilladesma mactroides possui concha donaciforme (na forma de um Donax; como Donax hanleyanus[19], que, por vezes, habita as mesmas regiões), também descrita como oval-retangular ou subcuneiforme; com valvas similares e superfície lisa, polida, e fino perióstraco castanho ou castanho-amarelado recobrindo suas valvas finas e brancas a creme-amareladas, dotadas de linhas de crescimento irregulares; atingindo os 8 centímetros de comprimento, quando bem desenvolvida. Interior porcelanoso e branco.[1][3][4][5][9][11][23]

Etimologia de mactroides editar

A etimologia do epíteto específico mactroides está relacionada com o gênero Mactra de bivalves e significaria "na forma de Mactra", "parecido com Mactra"; neste caso a similitude estando relacionada à sua forma e não à coloração, como em Tivela mactroides.[24]

Ligações externas editar

Referências

  1. a b c d e BOFFI, Alexandre Valente (1979). Moluscos Brasileiros de Interesse Médico e Econômico. São Paulo: FAPESP - Hucitec. p. 64-65. 182 páginas 
  2. a b Sobre a palavra baquiqui, vale mencionar o que Eurico Santos e Rodolpho von Ihering comentam a esse respeito. No seu livro Moluscos do Brasil (editora Itatiaia. 1982. p. 37.), Santos coloca a espécie Erodona mactroides sob tal denominação, citando que Rodolpho von Ihering "deu esta espécie como sinônimo de Mesodesma mactroides, mas Hugo de Souza Lopes nota que deve ser engano, pois tal espécie ocorre no Brasil, de Santos até o Rio Grande do Sul"; com Rodolpho von Ihering, em seu Dicionario dos Animais do Brasil (editora Editora Universidade de Brasília. 1968. pp. 634-635.), sinonimizando a expressão com sernambi e afirmando que "ocorre no Brasil, além da forma típica, que é propriamente da Argentina e Rio Grande do Sul, mais uma subespécie, Corbicula mactroides prisca, que se estende de Santa Catarina até o Rio de Janeiro", sendo citada por ele como comestível. Ainda citando, na expressão sernambitinga, um molusco da Bahia (sic), e que "o curioso é que tal sernambi nem sempre se caracteriza pela cor branca, como o nome faria supor. Talvez seja a mesma espécie citada sob o nome 'ameijoa branca'". O fato é que Boffi (1979) dá a Amarilladesma mactroides (ex Mesodesma mactroides) a denominação baquiqui; não estando citado na bibliografia da obra de Santos (p. 139.).
  3. a b c ABSHER, Theresinha Monteiro; FERREIRA JUNIOR, Augusto Luiz; CHRISTO, Susete Wambier (2015). Conchas de Moluscos Marinhos do Paraná (PDF). Curitiba - PR: Museu de Ciências Naturais - MCN - SCB - UFPR. p. 8. 20 páginas. ISBN 978-85-66631-18-0. Consultado em 1 de abril de 2021 
  4. a b «Mesodesma mactroides». Museu Nacional - UFRJ. 1 páginas. Consultado em 7 de abril de 2021. Nome popular: "marisco-branco" Suspensívoros. Vivem em fundos arenosos de praias na região entre marés. 
  5. a b c d e f g RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 267. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  6. a b c d «Amarilladesma M. Huber, 2010» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 1 de abril de 2021 
  7. a b c d e f «Amarilladesma mactroides (Reeve, 1854)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 1 de abril de 2021 
  8. a b ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 337. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  9. a b c SOUZA, Rosa Cristina Corrêa Luz de; LIMA, Tania Andrade; SILVA, Edson Pereira da (2011). Conchas Marinhas de Sambaquis do Brasil 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 108. 252 páginas. ISBN 978-85-61368-20-3 
  10. a b c d «Almeja amarilla: un tesoro de mar que viste los platos de la costa de Rocha» (em espanhol). Portal Oficial de Turismo en Rocha. 1 páginas. Consultado em 1 de abril de 2021 
  11. a b Rubio, Lucas (2 de janeiro de 2017). «Almeja Amarilla (Amarilladesma mactroides (em espanhol). EcoRegistros - Registros Ecológicos de la Comunidad. 1 páginas. Consultado em 1 de abril de 2021. Buenos Aires, Nueva Atlantis. 
  12. Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001; página 679); cernambi; s.m. - substantivo masculino - MALAC - malacologia - B - regionalismo - f. a evitar - forma a evitar -, por SERNAMBI.
  13. a b «Anomalocardia flexuosa (Linnaeus, 1767) (imagem)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 1 de abril de 2021 
  14. «Erodona mactroides Bosc, 1801 (imagem)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 1 de abril de 2021 
  15. a b FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 384. 1838 páginas 
  16. a b «Tivela mactroides (Born, 1778)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 1 de abril de 2021 
  17. «Phacoides pectinatus (Gmelin, 1791)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 1 de abril de 2021 
  18. «Eucallista purpurata (Lamarck, 1818)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 1 de abril de 2021 
  19. a b «Donax hanleyanus Philippi, 1847» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 1 de abril de 2021 
  20. HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva. p. 423. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X 
  21. Carvalho, YBM.; Romano, LA.; Poersch, LHS. (2015). «Effect of low salinity on the yellow clam Mesodesma mactroides» (em inglês). Brazilian Journal of Biology. vol.75 no.1. (SciELO). 1 páginas. Consultado em 1 de abril de 2021. In conclusion, M. mactroides can be characterised as a moderately euryhaline species, tolerating salinities from 35 to 15 g/L. 
  22. ICMBio (2018). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume I (PDF). Brasília, DF: ICMBio/MMA. p. 464. 492 páginas. ISBN 978-85-61842-79-6. Consultado em 1 de abril de 2021 
  23. «Amarilladesma mactroides (Reeve, 1854)». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 1 de abril de 2021 
  24. Cadê o Berbigão? (17 de abril de 2018). «Mactroides» (em inglês). Facebook. 1 páginas. Consultado em 1 de abril de 2021. Mactra é um outro gênero de bivalve; mactroides seria algo "na forma de Mactra", "parecido com Mactra".