Lista de pessoas executadas por acusação de bruxaria

artigo de lista da Wikimedia

Esta é uma lista de pessoas executadas por acusação de bruxaria, com muitos dos casos ocorrendo durante o período denominado de Caça às bruxas, entre os séculos XV e XVIII. Grande parte das pessoas processadas e condenadas por bruxaria na Europa foi executada entre 1560 e 1630.[2] Por volta de 1420, os processos de bruxaria no continente europeu eram centrados em torno do malefício, sendo o conceito de usar poderes sobrenaturais especificamente para prejudicar os outros. Casos de denúncias de bruxaria surgiram a partir da prática de rituais de magia para causar danos a possíveis rivais,[2] sendo que, até o início do século XV, houve pouca associação da bruxaria com Satanás.[3] A partir desse momento organizado, a caça às bruxas aumentou, assim como acusações individuais de feitiçaria. A natureza das acusações era alterada conforme os casos, e poucas vezes dizia-se estar ligados ao satanismo.[3] Ao longo dos séculos, uma série de tratados foram publicados que ajudaram a estabelecer um estereótipo de "bruxa", particularmente uma conexão satânica. Durante o século XVI, os processos de bruxaria se estabilizaram e até diminuíram em algumas áreas. A caça às bruxas voltou a aumentar no século XVII.[3]

Acusação e execução de pessoas supostamente envolvidas em casos de bruxaria e feitiçaria
Lista de pessoas executadas por acusação de bruxaria
Representação artística da execução por queima de três supostas bruxas, em Baden, na Suíça em 1585.
Outros nomes Caça às bruxas
Localização Em todo o mundo. Mais notadamente na Europa Ocidental, África Subsaariana e partes dos Estados Unidos e América Latina.
Resultado Cerca de 50.000 execuções até o século XVIII, mas casos continuam a ocorrer em partes do mundo.[1]

Os julgamentos de bruxas na Idade Moderna europeia incluem os julgamentos de bruxas no País Basco, na Espanha, os julgamentos das bruxas de Fulda, na Alemanha, os julgamentos das bruxas de North Berwick, na Escócia, e os julgamentos das bruxas de Torsåker, na Suécia.[3] A caça às bruxas também teve espaço durante o século XVII, nas colônias norte-americanas. Era particularmente comum nas colônias de Massachusetts e Connecticut. O mito da bruxa tinha uma forte presença cultural no século XVII na Nova Inglaterra e, como na Europa, a bruxaria foi fortemente associada como adoração ao Diabo. Cerca de oitenta pessoas foram acusadas de práticas de bruxaria em uma caça às bruxas que durou de 1648 a 1663 na Nova Inglaterra, com treze mulheres e dois homens sendo executados. O julgamento das Bruxas de Salém, em 1692 - o caso do tipo mais conhecido nos Estados Unidos - resultou na execução de 19 pessoas.[4]

Dezenas de milhares de pessoas foram executadas por bruxaria na Europa e nas colônias americanas. Embora não seja possível determinar o número exato, os estudiosos modernos estimam em torno de 40.000 a 50.000 execuções. Os métodos comuns de execução de bruxas condenadas eram o enforcamento, afogamento e a queima na fogueira. A queima foi usada especialmente na Europa, uma vez que foi considerada uma forma mais dolorosa de morrer.[1] Os promotores nas colônias americanas geralmente preferiam o enforcamento em casos de feitiçaria.[1]

Casos de pessoas acusadas e executadas por bruxaria continuam a ocorrer pelo mundo, principalmente em países da África - como Gana, Nigéria, Quênia, Tanzânia e Uganda - e países da Ásia, especialmente a Índia e Nepal, assim como a Papua-Nova Guiné, na Oceania.[5] Oficialmente, no mundo contemporâneo, o único país do mundo onde casos de bruxaria são considerados crimes, previstos no Código Penal, é a Arábia Saudita. Na República Democrática do Congo, cerca de 50.000 crianças foram acusadas de bruxaria no últimos anos.[6] Em alguns países, há demasiadas organizações tratando do tema, como o Programa Fahamu de Refugiados.[7] Em 2013, a Organização das Nações Unidas (ONU) se pronunciou sobre casos de execução de pessoas sob acusação de bruxaria na Papua-Nova Guiné, exigindo do governo do país a derrogação da chamada Lei de Bruxaria, promulgada ainda em 1971.[8] De acordo com dados da Anistia Internacional (AI), são registradas em média, 150 execuções por acusações de bruxaria no mundo a cada ano.[8] Abaixo segue-se alguns casos notáveis relacionados ao tema:

Hipátia era uma filósofa na antiga Alexandria. O seu conhecimento de astronomia e matemática levou à suspeita de feitiçaria e ela foi atacada e torturada por uma multidão cristã. Ela é considerada por estudiosos como a primeira mulher famosa a ser perseguida por bruxaria pelos cristãos.[9]
Agnes Bernauer, executada em 1435
Agnes Waterhouse foi executada em Chelmsford, Inglaterra em 1566
Retrato de Sidonia von Borcke em sua juventude e velhice (artista desconhecido)
Urbain Grandier, padre acusado de ter feito pacto com Lúcifer
Execução de Ann Hibbins em Boston (Merril, 1886)
Catherine Deshayes, conhecida pelo Caso dos Venenos, entre 1676 e 1680
Bridget Bishop, uma das figuras centrais no caso das Bruxas de Salém
O julgamento de George Jacobs, que foi executado em 1692. Pintura por Thomkins Matteson (1855)
Anna Göldi
Helen Duncan, a pessoa mais notável a ser acusada e executada por bruxaria no século XX
Nome Período de vida Local de execução Acusação e morte
Hipátia 370-415[10]
(60 anos)
Alexandria, Egito[10] Atacada e torturada até a morte por uma multidão cristã.[11]
Zhang Liang m.646[12] Henan, China[12] Acusado de usar feitiçaria - um grande tabu na China imperial - e decapitado. O motivo da prática de feitiçaria foi supostamente para prejudicar o Imperador.[12]
Angèle de la Barthe 1230-1275[13]
(45 anos)
Toulouse, França[13] Acusada de ter mantido relações sexuais com o Diabo e assim ter dado à luz a um bebê monstro. Foi queimada viva.[13]
Petronilla de Meath c.1300-1324[14]
(23 anos)
Condado de Meath, Irlanda[14] Foi acusada de ser cúmplice de Alice Kyteler, de quem era serva, quando o marido da patroa faleceu. Por se tratar do quarto casamento de Alice, o Bispo de Ossory, Richard de Ledrede, acusou-a de recorrer à métodos de bruxaria para enriquecer e assassinar seus maridos. Para incriminar Alice Kyteler, Petronilla foi torturada até confessar que ela e Alice praticavam bruxaria e feitiçaria. Foi queimada viva na fogueira, junto a outros servos. Com a ajuda de parentes, Alice Kyteler fugiu.[14][15]
Kolgrim m.1407[16] Garðar, Groelândia[16] Foi alvo da paixão de Steinunn Ravnsdotter, recém-chegada da Noruega, que era esposa de Torgrim Sölvesson. Torgrim acusou Kolgrim de feitiçaria, alegando que ele havia seduzido Steinunn através de cânticos mágicos, roubando-lhe não só o corpo, mas também a alma de sua esposa. Kolgrim foi julgado e considerado culpado de bruxaria, sendo condenado à morte na fogueira.[16]
Matteuccia de Francesco m.1428[17] Deruta, Itália[17] Conhecida como “Bruxa de Ripabianca”, confessou ter voado nas asas de um demônio. Foi acusada de ser prostituta, ter cometido profanação com outras mulheres, vender poções do amor e pomada medicinal feita com sangue de recém-nascidos. Foi queimada até a morte. Seu julgamento foi um dos primeiros a serem documentados na Úmbria.[17]
Joana d'Arc c.1412-1431[18] Rouen, França[18] Heroína nacional da França, foi presa e condenada à morte na fogueira, por acusação de assassinato e heresia.[18]
Agnes Bernauer 1410 - 12 de outubro de 1435[19]
(25 anos)
Munique, Alemanha[19] Filha de um barbeiro, envolveu-se amorosamente com o Duque Albert III, com quem se casou em segredo. O matrimônio não foi aprovado pelo rei Ernesto, que aproveitou-se da ausência de seu filho na corte, em 1435, e mandou prendê-la, acusando-a de bruxaria e feitiçaria. Ela foi jogada no Rio Danúbio e morreu afogada.[19]
Gracia la Valle m.1498[12] Saragoça, Espanha[12] A primeira execução por acusação de bruxaria na Espanha.[12]
Mark Antony Bragadini m.1500[12] Perúgia, Itália[12] Acusada de feitiçaria e bruxaria. Foi decapitada.[12]
Lasses Birgitta m.1550[20] Öland, Suécia[20] A primeira mulher executada por acusação de bruxaria na Suécia. Foi decapitada.[20]
Sipinpoika Rasmus m.1554[12] Loimaa, Finlândia[12] Acusada de feitiçaria e bruxaria. Foi decapitada.[12]
Blanca Severo Luna Barrientos m. 1572[12] Granada, Espanha[12] Blanca foi acusada de ter visões, falar com os mortos e fazer previsões, assim como suas três filhas que conseguiram fugir. Segundo seus vizinhos era constantemente visitada por demônios e fazia poções para finalidades de sedução, cura e morte. Confessou sob tortura que duas das filhas eram de um demônio, foi condenada ser queimada viva.
Agnes Waterhouse c.1503-1566[21] Chelmsford, Inglaterra[21] Primeira pessoa executada por bruxarina na Inglaterra, foi acusada de bruxaria junto com outras duas mulheres, Elizabeth Francis e Joan Waterhouse. A acusação consistia num possível encantamento de William Fynne, que resultou em sua morte. Agnes foi enforcada.[21]
Elisabeth Plainacher 1513 - 1583[22]
(69 anos)
Viena, Áustria[22] Anna, uma de suas netas, sofria de epilepsia, o que era visto como um sinal do Diabo. Elisabeth foi apontada como responsável pela doença de Anna. Ela foi levada à Viena e interrogada por um jesuíta. Sob tortura, confessou ser uma bruxa e foi condenada à morte na fogueira.[22]
Dora Golub m.1585[12] Zagreb, Croácia[12] Acusada de feitiçaria e bruxaria. Foi condenada à morte na fogueira.[12]
Anna Koldings m.1590[23] Copenhague, Dinamarca[23] A Dinamarca sofria com inúmeras tempestades naquele ano, o que levou a uma grande Caça às Bruxas no reino, por acreditar-se que os fenômenos eram associados à bruxaria. Anna Koldings foi uma das principais pessoas apontadas como bruxas. Ela confessou, sob tortura, que enviou pequenos demônios para o Mar na tentativa de afundar o navio do rei James VI. Passou a ser vista como uma bruxa muito perigosa e apelidada como "Mãe do Diabo". Foi executada na fogueira.[23]
Marigje Arriens c.1520 - 18 de dezembro de 1591[24]
(71 anos)
Schoonhoven, Países Baixos[24] Uma das mais conhecidas vítimas da Caça às bruxas na Holanda, foi condenada e queimada viva após ser acusada de bruxaria por um idoso.[24]
Bruxos de Warboys m.1593[25] Warboys, Inglaterra[25] Acusados por Jane Throckmorton, todos da família foram enforcados.[25][26]
Família Pappenheimer m. 1600 Baviera, Alemanha Torturados e queimados.[27]
Merga Bien 1560-1603[26]
(43 anos)
Fulda, Alemanha[26] Vítima mais conhecida do Julgamento das bruxas de Fulda, foi queimada viva.[26]
Nyzette Cheveron m.1605[28] Ardenas, Bélgica[28] Foi presa por acusação de bruxaria e interrogada violentamente. Em sua confissão, afirmou ter um "diabo de estimação" chamado Verdulet. Em 21 de março de 1605, foi estrangulada e queimada.[28]
Bruxas de Belvoir m.1618[29] Vale de Belvoir, Inglaterra[29] Joan Flor e suas duas filhas, Margaret e Philippa, foram acusadas de bruxaria pelo Conde e a Condessa de Rutland, após os dois filhos homens do casal falecerem. Joan morreu na prisão, enquanto Margaret e Philippa foram enforcadas.[29]
Wolde Albrechts m.1619[30] Strzmiele, Pomerânia[30] Possivelmente de origem cigana, confessou práticas de bruxaria sob tortura, onde acusou Sidonia von Borcke, membro da nobreza pomerana. Foi condenada por Teufelsbuhlschaft (relações sexuais com o Diabo) e queimada na fogueira em outubro.[30]
Sidonia von Borcke 1548-1620[31]
(72 anos)
Strzmiele, Pomerânia[31] De família nobre na Pomerânia, foi acusada de 72 crimes, entre eles bruxaria, práticas de magia, adivinhação do futuro e Teufelsbuhlschaft (relações sexuais com o Diabo). Confessou os crimes sob tortura, mas desmentiu-os e foi torturada novamente, resultando numa confissão definitiva. Foi decapitada e queimada. [32][33][31][34]
Anne de Chantraine 1605-1622[35]
(17 anos)
França[35] Acusada de bruxaria e queimada viva em Waret-la-Chaussée.[35]
Urbain Grandier 1590-1634[36]
(44 anos)
Loudun, França[36] Padre, foi acusado pelas freiras do convento de ter invocado o demônio Asmodeus, além de ter feito pacto com Lúcifer, em troca do "amor de mulheres, a flor das virgens, o respeito dos monarcas, honras, desejos e poder”. Foi queimado vivo.[36]
Johann Albrecht Adelgrief m.1636[37] Königsberg, Alemanha[37] Protestante, ele afirmou que sete anjos desceram do céu e lhe deram a missão de banir o mal do mundo, açoitando os monarcas com barras de ferro. Foi acusado de bruxaria, preso e executuado. Todos seus escritos foram suprimidos.[37]
Elizabeth Clarke 1565-1645
(80 anos)[38]
Essex, Inglaterra[38] A primeira mulher perseguida pelo General Matthew Hopkins. Tinha 80 anos, apenas uma perna e verrugas espalhadas pelo corpo, identificadas pelo general como "a marca do Diabo". Confessou ser bruxa depois de ter sido privada de sono por várias noites, sendo enforcada posteriormente.[38]
Alse Young 1600-1647[39]
(46 anos)
Windsor Treze Colônias[39] De acordo com os registros, a primeira pessoa a ser executada por bruxaria nas Américas.[39]
Michée Chauderon m.1652[40] Genebra, Suíça[40] Confessou sob tortura invocar demônios e foi a última pessoa executada por bruxaria em Genebra.[40]
Ann Hibbins m.1654[41] Boston, Nova Inglaterra[41] Ann Hibbins ganhou uma ação judicial que havia movido contra um grupo de carpinteiros. A ação foi mal vista pela igreja local, e ela foi excomungada. Pouco depois, seu marido morreu e ela foi acusada de bruxaria pela igreja, sendo condenada e enforcada.[41]
Jón Jónsssr m.1656[12] Ísafjörður, Islândia[12] Acusado de bruxaria pela Igreja. Foi condenado à morte na fogueira.[12]
Brita Zippel e Anna Zippel m.1676[42] Estocolmo, Suécia[42] Um dos julgamentos mais famosos naquele século na Suécia, Brita e Anna Zipel eram irmãs. Brita já havia enfrentado dois julgamentos anteriores sob a mesma acusação, de bruxaria, o que a fez perder sua riqueza e isolar-se da elite da cidade. Anna permaneceu vivendo na elite de Oslo. As acusações de bruxaria que cercavam Brita estenderam-se à toda a família, e Anna foi levada a julgamento no mesmo dia em que Brita enfrentou seu terceiro julgamento pela mesma acusação. As duas irmãs foram condenadas e decapitadas.[42]
Marie Bosse m.1679[43] Paris, França[43] Condenada à morte na fogueira por estar associada ao Caso dos Venenos.[43]
Catherine Deshayes 1640-1680[43]
(40 anos)
Paris, França[43] Principal ré do Caso dos Venenos, que ficou muito conhecido por envolver aristocratas da França, uma das quais era Madame de Montespan, amante do rei. Foi condenada à morte na fogueira.[43]
Bridget Bishop c.1632-1692[44]
(60 anos)
Salem, Massachusetts[44] A primeira pessoa a ser julgada e executada no caso das Bruxas de Salém.[44]
George Burroughs 1650-1692[44]
(42 anos)
Salem, Massachusetts[44] Pastor, foi executado no caso das Bruxas de Salém.[44]
Giles Corey 1611-1692[44]
(42 anos)
Salem, Massachusetts[44] Envolveu-se no caso das Bruxas de Salém. Foi esmagado até a morte por pesos de pedra.[44]
Anna Eriksdotter 1624-1704[45]
(79 anos)
Eskilstuna, Suécia[45] Acusada por Nils Jonsson de ter lhe causado cegueira, mudez e surdez pelo uso de magia. Foi condenada e decapitada.[45]
Margareta Korenika m.1733[12] Turopolje, Croácia[12] Integrou um grupo de dezenas de mulheres croatas condenadas à morte na fogueira, entre 1733 e 1734, acusadas de bruxaria. Foi uma das principais integrantes deste grupo.[12]
Helena Curtens 1722-1738[46]
(16 anos)
Gerresheim, Alemanha[46] Foi presa depois de contar aos vizinhos que recebia a visita do espírito de uma menina de 14 anos, que havia falecido. Foi exposta a tortura, onde confessou também ter tido relações sexuais com um demônio. Foi levada à fogueira.[46]
Anna Göldi 1734-1782[47]
(48 anos)
Glarona, Suíça[47] Foi acusada por Jakob Tschudi, de quem era serva, de colocar agulhas no pão e leite de uma de suas filhas, em um ato de feitiçaria. Confessou sob tortura ter realizado pacto com Satanás, que apareceu a ela na forma de um cachorro preto, mas retirou a confissão após o fim das torturas. Ainda assim foi condenada e decapitada.[47]
Giovanna Bonanno c.1713-1789[48] Palermo, Itália[48] Era viúva e mendiga. Recebeu acusação de vender poções e venenos à mulheres que queriam matar seus maridos. Ela foi executada por enforcamento em 30 de julho.[48]
Mary Bateman 1768-1809[49]
(41 anos)
Iorque, Inglaterra[49] Acusada de fraude e assassinato, confessou ser uma cartomante. Foi condenada à forca, mas evitou sua execução alegando estar grávida. Passou por exames físicos, que comprovaram sua não-gravidez, sendo enforcada em seguida.[49]
Barbara Zdunk 1769-1811[50]
(42 anos)
Rößel, Polônia[50] Um incêndio de grande proporção assolou a cidade de Rößel, em 1806. Barbara Zdunk foi responsabilizada pelo incêndio, devido a seu gosto por magia. Foi presa em 1807 e executada quatro anos depois, na fogueira.[50]
Helen Duncan 1897-1956[51]
(59 anos)
Edimburgo, Escócia[51] Espírita, alegou ter recebido a visita do espírito de um marinheiro inglês em 1941, anunciando que ele havia morrido durante a Segunda Guerra Mundial, após o naufrágio do couraçado britânico HMS Barham. O navio, que estava desaparecido, foi oficialmente declarado perdido vários meses depois. Por esta razão, foi presa em 1944 sob a acusação de bruxaria. Seu julgamento foi muito divulgado pela mídia e amplamente coberto pelos jornais. Ela foi condenada a nove meses de prisão pelas acusações sobre a Lei de Bruxaria. Em novembro de 1956, foi novamente presa por acusações de bruxaria e morta em 6 de dezembro do mesmo ano.[51][52]
Mara`i al-Naqshabandi c.1956-1996[12]
(40 anos)
Riade, Arábia Saudita[12] Uma das poucas pessoas na Arábia Saudita onde a lei da bruxaria foi aplicada no século XX.[12]
Zamabhengu Khawuta
Aphiwe Ntleki
Lihle Ntleki
Madinda Ntleki
Zamabhala Ntleki
Zisanda Ntleki
m.1999[12] Pondoland, África do Sul[12] Uma mãe e cinco filhos queimados vivos na fogueira por acusação de bruxaria. Três dos acusados eram crianças.[12]
Shenfo Alenchena m.1999[12]
Adis Abeba, Etiópia[12] Assassinado por ser considerado uma pessoa com associação com maus espíritos.[12]
Tikambai Sahu m. 27 de junho de 2000[12] Nagpur, Índia[12] Acusado de feitiçaria, foi linchado e morto por uma multidão.[12]
Uppala Pochaiah c.1930-2000[12]
(70 anos)
Kothapalli, Índia[12] Espancada até a morte em Kothapalli.[12]
Jongolo Sola m.2001[12] Mbeya, Tanzânia[12] Espancado até a morte por moradores da vila onde morava.[12]
Mohamed Affandi Abdul, Mona Fandey e Juraimi Hussin m.2001[12] Sapulut, Malásia[12] Acusados de bruxaria e executados.[12]
Domingo Shil m.13 de abril de 2003[12] San Cristóbal, México[12] Espancado e apedrejado até a morte no vilarejo de San Juan Chamula.[12]
Kristy Bamu 1995-2010[53]
(15 anos)
Londres, Inglaterra[53] Acusado de bruxaria e morto por familiares.[53]
Amina Abdul Halim Salem Nasser c.1951-2011[54]
(60 anos)
Al Jawf, Arábia Saudita[54] Foi presa em 2009 sob acusação de feitiçaria e bruxaria, prática vista como uma ameaça ao Islã. A Anistia Internacional (AI) fez campanha para que ela e outros sauditas com acusações de bruxaria fossem inocentados. Amina foi decapitada dois anos após ter sido presa.[54]
Maili Tamang e Kanchhi Tamang c.1973-2013
c.1986-2013[55]
(40 e 27 anos)
Sindhupalchok, Nepal[55] Acusadas de praticar magia negra contra outros moradores. Foram arrastadas para um monastério budista, espancadas, torturadas e obrigadas a ingerir fezes humanas até a morte.[56]
Dhegani Mahato c.1972-2012[57]
(40 anos)
Chitwan, Nepal[57] Queimada viva após ser acusada por um xamã de ser uma bruxa e de ter enfeitiçado um parente que tinha ficado doente.[57]
Muree bin Ali bin Issa al-Asiri m.2012 Najrã, Arábia Saudita Executado após confessar atos de bruxaria e adultério.[58]
María Verenice Martínez c.1965-2012[59]
(47 anos)
Santa Bárbara, Colômbia[59] Acusada de realizar supostas bruxarias contra mulheres de sua comunidade. Recebeu um golpe na cabeça, foi despida e depois queimada.[59]
Kepari Leniata c.1992-2013[60]
(20 anos)
Mount Hagen, Papua-Nova Guiné[60] Acusada de bruxaria por populares, foi atacada por uma multidão, despida, encharcada de petróleo e queimada viva em uma fogueira feita por pneus.[60]
Magdalena Francisco c.1970-2013<[61]
(43 anos)
Huehuetenango, Guatemala[61] Acusada de praticar bruxaria por vizinhos. Morta a pedradas e espancamento.[61]
Fabiane Maria de Jesus 1980-2014[62]
(33 anos)
Guarujá, Brasil[62] Um site publicou uma falsa notícia, utilizando um retrato falado de um caso criminal ocorrido no Rio de Janeiro, acusando a mulher retratada como sendo sequestradora de crianças para a prática da bruxaria e rituais de magia negra no litoral de São Paulo. Uma página da rede social Facebook divulgou essa imagem, que foi associado por populares à Fabiane Maria de Jesus. Ela foi cercada por uma multidão, espancada e torturada. Morreu horas depois. Sua inocência foi provada posteriormente.[63][62][64][65]
Adolfina Ocampos c.1969-2014[66]
(45 anos)
Aldeia Tahehyi, Paraguai[66] Indígena da etnia Guarani, foi acusada de realizar magia contra sua irmã, que adoeceu. Foi afogada em um córrego pelos líderes indígenas, e queimada em seguida.[66]

Referências

  1. a b c «Fogueira com elas». Revista Super Interessante. Consultado em 21 de janeiro de 2015 
  2. a b Levack, pg. 203
  3. a b c d Levack, pg 205
  4. Fraden, Judith Bloom, Dennis Brindell Fraden. Os Salem Witch Trials. Marshall Cavendish. 2008. Pg. 15
  5. «More cases of torturing women accused of practicing witchcraft in Nepal: police (em português: Mais casos de tortura de mulheres acusadas de praticar bruxaria no Nepal: polícia)». Global Times. 5 de maio de 2013. Consultado em 13 de janeiro de 2015 
  6. «DR Congo's Witchcraft Epidemic: 50,000 Children Accused of Sorcery (em português: Epidemia da Bruxaria na República Democrática do Congo: 50.000 crianças acusadas de bruxaria)». International Business Times (IB Times). 20 de maio de 2013. Consultado em 13 de janeiro de 2015 
  7. «Programa de exilados». Refuge Elegalaid. Consultado em 13 de janeiro de 2015 
  8. a b «ONU exige derrogação da Lei da Bruxaria em Papua-Nova Guiné». Portal Terra. 12 de abril de 2013. Consultado em 13 de janeiro de 2015 
  9. K.M. Sheard (2011), "Hypatia", Livro Completo do Llewellyn de Nomes para Pagãos, wiccanos, bruxas, druidas, os pagãos, os magos, xamãs e pensadores independentes de todos os tipos que estão curiosos sobre os nomes de cada lugar e de cada vez , pp. 285- 86, ISBN 9780738723686
  10. a b Citação:
  11. Sócrates, o Escolástico, História Eclesiástica 7.15
  12. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am an ao ap aq ar as at au «No tempo das fogueiras». Sigaud. Consultado em 13 de janeiro de 2015 
  13. a b c «Elizabeth A. Sackler Center for Feminist Art: The Dinner Party: Heritage Floor: Angéle de la Barthe». Brooklyn Museum. 1939. Consultado em 12 de janeiro de 2015 
  14. a b c Wright, Thomas, ed. Um narrativo contemporâneo do processo contra Alice Kyteler, processada em 1324 por Richard de Ledrede, Bispo de Ossory. Londres: The Camden Society, 1843.
  15. Davidson, Sharon, and John O. Ward, trans. The Sorcery Trial of Alice Kyteler: A Contemporary Account (1324). Asheville, NC: Pegasus Press, 2004.
  16. a b c Karsten Alnaes: Historien om Europa. Uppvaknande, 1300–1600 (A História da Europa. Awakening, 1300–1600)
  17. a b c «Os 7 Assassinatos Mais Famosos Cometidos pelos Papas». Sociedade Gnóstica Internacional. Consultado em 12 de janeiro de 2015 
  18. a b c Servílio Conti, I.M.C. O Santo do dia. p.289-290. Ed. Vozes. ISBN 85.326.0442-0
  19. a b c «1435: Agnes Bernauer». Executed Today. 12 de outubro de 2013. Consultado em 12 de janeiro de 2015 
  20. a b c Levack, p. 204
  21. a b c Kors, editado por Alan Charles; Peters, Edward Peters; revisto por Edward (2001). Bruxaria na Europa, 400-1700: a história documental (2nd ed.). Philadelphia: University of Pennsylvania Press. pp. Capítulo 46. ISBN 0812217519.
  22. a b c Anita Lackenberger, Ein teuflisches Werk. Die Torturen der Hexe von Wien, Folterprotokoll (1583)
  23. a b c Anne of Denmark, Ethel Carleton Williams. Longman, 1970.
  24. a b c «Ariaensdr., Marichgen (ca.1520-1591)». Executed Today. Consultado em 12 de janeiro de 2015 
  25. a b c Matin, Luke. «The Witch Trials - Witches of Warboys Witch Trials». Luke Matin 
  26. a b c d DeWindt, Anne. "Witchcraft and Conflicting Visions of the Ideal Village Community." Jornal de Estudos Britânicos 34 (1995): 427-63. JSTOR. Acessado em 5 de novembro de 2014.
  27. «1600: The Pappenheimer Family». ExecutedToday.com (em inglês). 29 de Julho de 2009 
  28. a b c «Nyzette Cheveron» (em alemão). Linien. Consultado em 13 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 13 de janeiro de 2015 
  29. a b c «Bruxas de Belvoir». Finslab. Consultado em 13 de janeiro de 2015 
  30. a b c Riedl (2004), p. 146.
  31. a b c Riedl (2004), p.149
  32. Inachim (2008), p. 65.
  33. Riedl (2004), p. 138.
  34. Riedl (2004), p. 150.
  35. a b c Susan Petit, Françoise Mallet-Joris (Rodopi, 2001), 40-41.
  36. a b c «O Pacto Demoníaco de Urbain Grandier». O Arquivo. Consultado em 15 de janeiro de 2015 
  37. a b c Ripley & Dana 1863, p. 122.
  38. a b c «Imps, warts and sex with the Devil: 400-year-old diary of Witchfinder General trials is opened to public for first time». Daily Mail. 29 de outubro de 2010. Consultado em 13 de janeiro de 2015 
  39. a b c John Winthrop, Journal: 1630-49, ed. James K. Hosmer (New York, 1908), II, 323.
  40. a b c «Michée Chauderon: la dernière sorcière de Genève» (em francês). "L'Histoire. Maio de 2010. Consultado em 13 de janeiro de 2015 
  41. a b c Demos, John. O inimigo interno: 2.000 anos de caça às bruxas no mundo ocidental Penguin Group. 2008, pp. 107-108
  42. a b c «1676: Anna Zippel, Brita Zippel and the body of Anna Mansdotter» (em inglês). Exectude Today. 29 de abril de 2009. Consultado em 13 de janeiro de 2015 
  43. a b c d e f «HOJE NA HISTÓRIA: 1680 – ACUSADA DE FEITIÇARIA, "LA VOISIN" É QUEIMADA VIVA NA FRANÇA». Opera Mundi - UOL. Consultado em 14 de janeiro de 2015 
  44. a b c d e f g h i Anderson, Robert Charles. "Bridget (Playfer) (Wasselbe) (Oliver) Bishop", The American Genealogist (Outubro de 1989), 64: 207
  45. a b c «18th-century executions by Sweden» (em inglês). Snip View. Consultado em 16 de janeiro de 2015 
  46. a b c «1738: Helena Curtens and Agnes Olmans, inviolable dignity» (em inglês). Executed Today. Consultado em 16 de janeiro de 2015 
  47. a b c «Anna Goeldi's story and exoneration». Online edition of the BBC News (em inglês). 20 de setembro de 2007. Consultado em 16 de janeiro de 2015. Cópia arquivada em 15 de outubro de 2007 
  48. a b c Fiume, Giovanna (2001). "The Old Lady Vinagre". Em Levack, Brian P. Novas Perspectivas sobre bruxaria, magia, e Demonologia: Bruxaria no Mundo Moderno. Taylor & Francis. pp. 261-283. ISBN 0-8153-3670-5.
  49. a b c Davies, Owen (2004), "Bateman, Mary (1768-1809)", Oxford Dictionary of National Biography (Oxford University Press).
  50. a b c Haelschner, Hugo: System des Preußischen Strafrechts. Adolph Marcus, Bonn 1868
  51. a b c «Scotland's Last Witch» (em inglês). BBC News. Consultado em 16 de janeiro de 2015 
  52. Simeon Edmunds. (1966). Spiritualism: A Critical Survey. Aquarian Press.
  53. a b c «Jovem congolês foi 'torturado e morto' por irmã e namorado que o acusavam de bruxaria». BBC Brasil. 6 de janeiro de 2012. Consultado em 16 de janeiro de 2015 
  54. a b c «Mulher saudita é executada, acusada por praticar bruxaria». BBC Brasil. 13 de dezembro de 2011. Consultado em 16 de janeiro de 2015 
  55. a b Duas mulheres nepalesas acusada de bruxaria e torturado em um monastério budista
  56. Parajuli, Kalpit (24 de julho de 2013). «Two Nepalese women accused of witchcraft and tortured in a Buddhist monastery» (em inglês). Asia News. Consultado em 16 de janeiro de 2015 
  57. a b c «Mulher é queimada viva no Nepal após ser acusada de bruxaria». Revista Exame. 18 de fevereiro de 2012. Consultado em 16 de janeiro de 2015 
  58. «Saudi Man Executed For 'Witchcraft And Sorcery'». HuffPost (em inglês). 19 de junho de 2012 
  59. a b c «Mulher é assassinada e incinerada na Colômbia por suposta bruxaria». Notícias R7. 4 de setembro de 2012. Consultado em 16 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 16 de janeiro de 2015 
  60. a b c «Mulher acusada de bruxaria é queimada viva». Wscom. 7 de fevereiro de 2013. Consultado em 16 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 18 de março de 2013 
  61. a b c «Mulher acusada de bruxaria é linchada na Guatemala». Notícias R7. 7 de agosto de 2013. Consultado em 16 de janeiro de 2015 
  62. a b c «Morre mulher que foi espancada por moradores no Guarujá». Folha de S. Paulo. 5 de maio de 2014. Consultado em 16 de janeiro de 2015 
  63. «Morre mulher espancada por moradores do Guarujá, litoral de SP». O Globo. 5 de maio de 2014. Consultado em 16 de janeiro de 2015 
  64. «Magia negra: Mulher acusada de sequestrar criança é linchada no Guarujá». Diário de Pernambuco. 5 de maio de 2014. Consultado em 16 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 13 de janeiro de 2015 
  65. Rossi, Mariane (5 de maio de 2014). «Mulher espancada após boatos em rede social morre em Guarujá, SP». G1. Consultado em 16 de janeiro de 2015 
  66. a b c «Índia acusada de bruxaria é torturada e morta no Paraguai». Portal Terra. 6 de novembro de 2014. Consultado em 13 de janeiro de 2015