Armênia Inferior
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Armênia Inferior (em armênio/arménio: Փոքր Հայք - Pokr Hayk), conhecida também como Armênia Menor, é uma das regiões da antiga Armênia, localizada a oeste e noroeste do território Reino da Armênia (chamado de "Armênia Maior"). A região foi depois reorganizada como Tema Armeníaco durante o Império Bizantino.
Entre os séculos XI e XIV, o termo "Armênia Inferior" (e, as às vezes, "Pequena Armênia") foi utilizado para designar principalmente o Reino Armênio da Cilícia.
Geografia
editarA Armênia Inferior abrangia a porção da antiga Armênia e do planalto armênio a oeste e noroeste do rio Eufrates. Ela recebeu este nome para distingui-la da porção oriental, muito maior, chamada de Armênia Maior.
História
editarPré-história
editarAntes do século IV a.C., o território da Armênia Inferior era parte do antigo Reino da Armênia, governado pela dinastia real dos Orôntidas (Yervanduni, em armênio/arménio: Երուանդունի) que, a partir daí, passou a ser súdita do Império Aquemênida.
Depois das companhas de Alexandre, o Grande, na década de 300 a.C., conforme ruía o Império Persa, Mitrídates, um general armênio no exército persa declarou-se rei da Armênia Menor, geralmente conhecida como Reino do Ponto. Assim, dois reinos independentes emergiram do antigo território do Reino da Armênia - o Reino do Ponto e a Armênia Maior. No século III a.C., o Ponto atingiu sua máxima extensão e abrangia também territórios na costa sudeste do Mar Negro, incluindo as províncias da cidade de Trapezos, Rize e Hamshen (de onde se originam os armênios étnicos hamshenis).
Guerras romano-persas
editarA Armênia foi disputada entre a Roma Antiga e a Pártia durante as Guerras romano-partas de 66 a.C. até o século II d.C. A influência romano foi estabelecida primeira pela campanha de Pompeu entre 66 e 65 a.C. e, novamente, em 59 d.C., na campanha romano-parta de Cneu Domício Córbulo, que resultou na deposição de Tirídates I.
Armênia Inferior durante os Impérios Romano e Bizantino
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Província do(a) Império Bizantino | |||||||
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As províncias da Armênia I, Armênia II, as Satrapias (futura Armênia IV) e a região da "Armênia Maior", que tornar-se ia a província da Armênia I Magna em 536, neste mapa da fronteira persa no século V. | |||||||
Capital | Sebasteia (I) Melitene (II) ??? (III) Teodosiópolis | ||||||
Líder | consular (Armênia I?) presidente (demais) Procônsul (Armênia Magna) | ||||||
Período | Antiguidade Tardia | ||||||
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Toda a Armênia tornou-se uma província romana por um breve período em 114 durante o reinado de Trajano, mas, logo depois que ele morreu, Adriano abandonou a região, que se tornou um reino cliente de Roma. A região foi perdida novamente ao xainxá Vologases IV em 161 e, dois anos depois, o contra-ataque romano de Estácio Prisco conseguiu novamente colocar um candidato pró-Roma no trono armênio. A influência romana na região perdurou até a derrota na Batalha de Barbalisso em 253. Poucos anos depois, porém, no final do século III, Roma estava novamente no controle da região e passou a promover a cristianização da Armênia.
A Armênia Inferior foi anexada ao reino da Armênia Maior durante o reinado do rei arsácida Tirídates III em 287 e lá permaneceu até a conquista de Sapor II em 337. Na sequência, ela foi organizada como uma província plena sob Diocleciano (r. 284–305) e, no século IV, ela foi novamente dividida em duas províncias: Armênia I (Armênia Prima), com capital em Sebasteia, e Armênia II (Armênia Secunda), com capital em Melitene. Elas foram todas subordinadas à Diocese do Ponto, na Prefeitura pretoriana do Oriente.
Em 536, novas reformas aboliram a autonomia das satrapias romanas além do Eufrates e toda a região da Armênia foi reorganizada em quatro novas províncias plenas. A região oriental da Armênia Inferior ("Armênia Interior") foi fundida com partes do Ponto Polemoníaco e da Armênia I para formar a Armênia I Magna ou Primeira Armênia (que, confusamente, também é chamada de "Armênia Maior", que não deve ser confundido com a Armênia Maior), governada por um procônsul; as antigas províncias da Armênia I e Armênia II foram redivididas em Armênia II e a nova Armênia III; as antigas satrapias romanas (Satrapiae) além do Eufrates formaram a nova Armênia IV[1].
As bordas da Armênia bizantina foram expandidas em 591 e passaram a incluir a Armênia, mas a região foi o foco de décadas de guerra entre bizantinos e persas (as guerras bizantino-sassânidas) até a conquista árabe da Armênia em 639.
Depois disso, a porção da Armênia Inferior que ainda estava sob controle bizantino passou a fazer parte do Tema Armeníaco. A população permaneceu majoritariamente armênia durante todo o período, mas já romanizada.
Sés episcopais
editarAs sés episcopais da província que aparecem no Annuario Pontificio como sés titulares são[2]:
- Armênia I
- Armênia III
Influência mongol e otomana
editarDepois da queda da Armênia Bagrátida em 1045 e a subsequente perda do oriente bizantino depois da Batalha de Manziquerta em 1071, a Armênia Inferior passou para o comando dos turcos seljúcidas, depois - partes dela - para o Império Mongol por 92 anos e finalmente para o Império Otomano.
Anos finais
editarA Armênia Inferior é tradicionalmente considerada como parte da Armênia Ocidental, especialmente depois que a Armênia Oriental foi adquirida pelo Império Russo depois da Guerra russo-turca de 1828-1829.
A população cristã da Armênia Menor continuou a existir na região até o Genocídio Armênio de 1915-1923. Alguns armênios ainda vivem na região, mas já convertidos ao islamismo por influência otomana, principalmente no século XVII[3].
Referências
- ↑ Hovannisian (2004), pp. 105–106
- ↑ Annuario Pontificio 2013 (Libreria Editrice Vaticana 2013 ISBN 978-88-209-9070-1), "Sedi titolari", pp. 819-1013
- ↑ Armenian History and Presence in Hemşin
Bibliografia
editar- Bert Vaux, Hemshinli: The Forgotten Black Sea Armenians, Harvard University, 2001.
- Mack Chahin, The Kingdom of Armenia: A History, Routledge, London, 2001. (ISBN 0-7007-1452-9)
- Robert H. Hewsen, Armenia: A Historical Atlas, University Of Chicago Press, 2000. (ISBN 0-226-33228-4)