Beatriz Brandão

poeta e educadora brasileira

Beatriz Francisca de Assis Brandão (Ouro Preto, 1779Rio de Janeiro, 1868) foi uma poetisa, tradutora, musicista e educadora brasileira. Destacada pela fuga dos padrões femininos da época, durante o Segundo Reinado, constitui grande importância para a compreensão da sociedade do período árcade.[1]

Beatriz Francisca de Assis Brandão
Nascimento 1779
Vila Rica, Capitania de Minas Gerais, Estado do Brasil, Reino de Portugal
Morte 1868
Rio de Janeiro, MN
Império do Brasil
Nacionalidade Brasileira
Progenitores Mãe: Izabel Feliciana Narcisa de Seixas
Pai: Francisco Sanches Brandão
Ocupação Educadora, tradutora, musicista, poetisa

Vida editar

Filha de Francisco Sanches Brandão e Izabel Feliciana Narcisa de Seixas, nasceu em Vila Rica, atual Ouro Preto, no ano de 1779, tendo sido batizada posteriormente na Basílcia Menor de Nossa Senhora do Pilar.[2] Desempenhando os ofícios de tradutora, musicista, poeta e educadora, decidiu-se aos estudos de italiano e francês, o que a levou à posição de destaque como tradutora. Participando de forma intensa na construção da literatura brasileira por meio de seus poemas, dirigiu, em Vila Rica, um educandário para meninas.[3]

Sua família, oriunda da Normandia que, mais tarde, migrou para Portugal, possuía ramificações em Pernambuco e em Minas Gerais, e desenvolveu relações próximas com a Família Imperial. Provavelmente, aos trinta e três anos, casou-se com Alferes Vicente Batista Rodrigues Alvaranga, à época seis anos mais novo.[3]

Carreira literária editar

A obra de Beatriz constitui grande importância para o entendimento da formação societária da época, tendo colaborado para os jornais Marmota Fluminense e O Guanabara.[1] Em virtude disso, publicou os primeiros versos no jornal Parnaso Brasileiro, do cônego Januário da Cunha Barbosa, editado no Rio de Janeiro. Subsequentemente, reuniu-os num único volume e publicou-os com o título Cantos da Mocidade, no ano de 1856. Em 28 de abril de 1868, teve um artigo biográfico publicado no jornal Correio Mercantil, intitulado "Prima de Marília".[4]

A segunda obra publicada foi Carta de Leandro a Hero, presentes no segundo volume do jornal Parnaso Brasileiro, de 1832. Em 1859, a obra é republicada com o título Cartas de Leandro a Hero.[5] Membro por indicação da Academia Mineira de Letras desde 1910, faleceu sem publicar muitos de seus poemas e, ainda hoje, continua obscura face à importância e ao papel que desempenhou ao longo do século XIX.[6]

Lista de obras editar

  • Parnaso brasileiro (1831)
  • Canto da mocidade (1856)
  • Carta de Leandro a Hero (1856)
  • Carta de Hero a Leandro (1859)

Referências

  1. a b «As Mensageiras — Primeiras Escritoras do Brasil». Câmara dos Deputados. 3 de setembro de 2018. Consultado em 29 de março de 2019 
  2. Pereira, Cláudia Gomes (2010). «A poesia esquecida de Beatriz Brandão (1779-1868)». Universidade de Araraquara. Consultado em 29 de março de 2019 
  3. a b Cláudia Gomes Dias Costa Ferreira (2009). «Contestado fruto: a poesia esquecida de Beatriz Brandão (1779-1868)» (PDF). Universidade Federal de Minas Gerais. Consultado em 31 de março de 2019 
  4. Ana Cristina Magalhães Jardim (2009). «De "Marília de Dirceu" ao "Romanceiro da Inconfidência" a construção de um mito na sociedade brasileira a partir do século XVIII» (PDF). Fundação Biblioteca Nacional. Consultado em 31 de março de 2019 
  5. Cândido Oliveira Martins (2011). «Recepção do mito de Leandro e Hero: da sensibilidade pré-romântica ao pré-romantismo». Universidade Católica Portuguesa. Consultado em 31 de março de 2019 
  6. Fernanda Pires Priamo; Leandro Pereira Gonçalves; Nicea Helena de Almeida Nogueira (2011). «Literatura Imperial: a escrita poética feminina de Beatriz Brandão» (PDF). Revista Contemporâneos. Consultado em 31 de março de 2019