Carl Peter von Dietrich

médico, pesquisador e professor universitário brasileiro

Carl Peter von Dietrich (São Paulo, 23 de novembro de 1936 – São Paulo, 1 de fevereiro de 2005) foi um bioquímico, pesquisador e professor universitário brasileiro.

Carl Peter Von Dietrich
Nascimento 23 de novembro de 1936
São Paulo, SP, Brasil
Morte 1 de fevereiro de 2005 (68 anos)
São Paulo, SP, Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade brasileiro
Cônjuge
Alma mater
Prêmios
  • Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico (1998)
  • Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (2004)
Instituições Universidade Federal de São Paulo
Campo(s) Medicina
Tese Structure and Biological Activities of Heparin (1970)

Comendador e Grande Oficial Ordem Nacional do Mérito Científico,[1] membro titular da Academia Brasileira de Ciências, Carl Peter era professor titular do Departamento de Bioquímica da Escola Paulista de Medicina (EPM/UNIFESP).[2]

Considerado um dos grandes cientistas brasileiros, Dietrich foi responsável pela implantação do programa de pós-graduação em Biologia Molecular da Unifesp.[3] Sua pesquisa era voltada principalmente para o estudo de proteoglicanos e glicosaminoglicanos.[4]

Biografia editar

Dietrich nasceu na capital paulista em 1936, filho de imigrantes alemães. Em 1958, ingressou no curso de medicina da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Desde seu primeiro ano de graduação Dietrich começou sua formação científica na Fiocruz, em Manguinhos, trabalhando com Walter Oswaldo Cruz até 1962. Em seu último ano de curso, teve a oportunidade de fazer especialização em bioquímica e de trabalhar com Horacio Pontis e Luis Federico Leloir, futuro ganhador do Nobel de Medicina, no Instituto de Investigaciones Bioquímicas Fundación Campomar.[5]

De volta ao Brasil, Dietrich se vinculou ao grupo de pesquisa de Jack Leonard Strominger, na Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos. Em 1966, ingressou no doutorado em ciências pela Universidade de Saskatchewan, no Canadá, defendendo em 1970. Em 1973, propôs a estrutura básica da heparina, tema que seria sua principal linha de pesquisa acadêmica.[6]

De 1970 a 1986, foi professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo. Em 1987, tornou-se professor titular do Departamento de Bioquímica da mesma instituição. Foi eleito membro titular da Academia Brasileira de Ciências em 1975.[2] Durante sua vida científica isolou e caracterizou mais de 20 enzimas.[7]

Ao longo da carreira, Dietrick teve a oportunidade de desenvolver novos métodos de separação, análise e de identificação e caracterização de glicosaminoglicanos, de desvendar os mecanismos envolvendo proteoglicanos e glicosaminoglicanos, além de propor seus papéis biológicos e farmacológicos.[8]

Dietrick foi professor convidado de diversas universidades como a Loyola University Chicago, Universidade Nacional Maior de São Marcos e o Istituto Scientifico di Chimica e Biochimica "G. Ronzoni", em Milão. Publicou 140 trabalhos e escreveu 27 capítulos em livros. Tem 2750 citações de seus trabalhos publicados, além de cerca de 200 comunicações em congressos nacionais e internacionais publicadas.[2]

Morte editar

Dietrick morreu em sua casa, em São Paulo, em 1 de fevereiro de 2005, aos 68 anos, devido a um infarto.[7] Ele foi velado no saguão da Escola Paulista de Medicina, hoje Unifesp.[8]

Homenagens editar

Em 1991, recebeu o Prêmio Rheinboldt Hauptmann, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo, por seu trabalho Biologia dos Glicosaminoglicanos.[9]

A enzima do veneno da aranha Loxosceles intermedia, conhecida como hialuronidase de Dietrich, foi nomeada em sua homenagem.[4]

O laboratório de Ressonância Magnética Nuclear Prof. Dr. Carl Peter Von Dietrich, da Unifesp, também foi nomeado em sua homenagem.[3]

Referências

  1. «Ordem Nacional do Mérito Científico». Canal Ciência. Consultado em 9 de abril de 2022 
  2. a b c «Carl Peter von Dietrich». Academia Brasileira de Ciências. Consultado em 9 de abril de 2022 
  3. a b José Luiz Guerra, ed. (21 de dezembro de 2018). «Unifesp inaugura laboratório de ressonância magnética e biotério». Universidade Federal de São Paulo. Consultado em 9 de dezembro de 2014 
  4. a b Ferrer, Valéria Pereira; et al. (2 de maio de 2013). «A Novel Hyaluronidase from Brown Spider (Loxosceles intermedia) Venom (Dietrich's Hyaluronidase): From Cloning to Functional Characterization». PLOS Neglected Tropical Diseases. 7 (5). doi:10.1371/journal.pntd.0002206. Consultado em 9 de abril de 2022 
  5. «Carl Peter von Dietrich». Fundação Oswaldo Cruz. Consultado em 9 de abril de 2022 
  6. Dietrich, C.P.; Silva, M.E.; Michelacci, Y.M. (1973). «Sequential degradation of heparin in Flavobacterium heparinum. Purification and properties of five enzymes involved in heparin degradation». Journal of Biological Chemistry. 248: 6408-6846. Consultado em 9 de abril de 2022 
  7. a b «Morre o bioquímico Carl Von Dietrich». Agência FAPESP. 3 de fevereiro de 2005. Consultado em 9 de abril de 2022 
  8. a b «Um dos mais importantes pesquisadores da medicina brasileira recebe homenagem». CAPES. Consultado em 9 de abril de 2022 
  9. «Laureador do Prêmio Rheinboldt Hauptmann». Instituto de Química USP. Consultado em 9 de abril de 2022