Catonephele numilia
Catonephele numilia (Cramer, [1775])[3][4] é uma borboleta neotropical da família Nymphalidae, encontrada do México até a Argentina[5] (no Brasil, ocupando os estados de Minas Gerais,[1] Espírito Santo,[6] Rio de Janeiro e São Paulo, na região sudeste do Brasil, Paraná e Santa Catarina, na região sul do Brasil).[1] Apresentam dimorfismo sexual bem aparente. Machos são de uma coloração negra uniforme, vistos por cima, com duas manchas fortemente amarelas ou alaranjadas em cada asa anterior e uma mancha de igual coloração em cada asa posterior; nunca atingindo a borda das asas. Também apresentam pequenas pontuações em azul, ou até mesmo quase formando uma faixa, na borda das asas posteriores. Fêmeas são de coloração também negra, tendo como característica principal uma faixa branca cruzando quase toda a metade das asas anteriores e duas fileiras de pontuações lineares, de coloração branco azulada, próximas à borda das asas posteriores; também apresentando tons de vermelho no canto inferior da borda superior das asas anteriores; mas também podendo apresentar tal coloração em grandes áreas das asas posteriores. Vistos por baixo, ambos os sexos apresentam padronagem de folha seca. Machos e fêmeas atingem um pouco menos de 7,5 centímetros de envergadura.[1][2][7][8][9]
Catonephele numilia | |||||||||||||||||||||
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Fêmea de C. numilia, vista de cima, se alimentando de banana. Fotografia tirada em Alajuela, Costa Rica. Subespécies de C. numilia podem apresentar as asas posteriores quase totalmente avermelhadas, em sua área central.[1][2]
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Classificação científica | |||||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||||
Catonephele numilia (Cramer, [1775])[3][4] | |||||||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||||||
Papilio numilia Cramer, [1775] Papilio micalia Cramer, 1777 Epicalia penthia Hewitson, 1852 Epicalia esite R. Felder, 1869[4] |
Hábitos
editarBorboletas da espécie Catonephele numilia são vistas se alimentando sobre frutos em fermentação, também pousando sobre esterco. Machos, por vezes, absorvem umidade do solo em superfícies lamacentas, ricas em minerais, ao longo de trilhas florestais. São solitários e, se alarmados, voam por alguns momentos, circulando com cautela e logo retornando próximos a sua posição original. Empoleiram-se em troncos de árvores e paredes rochosas, muitas vezes em uma postura de cabeça para baixo. Também se aquecem sob o sol, em folhas ou galhos, pousando com asas abertas em áreas expostas ou com asas fechadas em áreas sombreadas, geralmente a menos de um metro do solo. Fêmeas são menos abundantes, podendo ser vistas, ocasionalmente, em trilhas ensolaradas.[8][10][11]
Ciclo de vida
editarOs ovos são encontrados em plantas do gênero Alchornea (Euphorbiaceae), como A. costaricensis ou A. latifolia,[4] Nectandra (Lauraceae) ou Citharexylum (Verbenaceae);[11] sendo de coloração branca, em forma de barril e depositados individualmente. Lagartas de C. numilia são de coloração predominantemente verde; contendo dois prolongamentos negros, como chifres, acima da cabeça e numerosos prolongamentos espinescentes em seu dorso. Vista frontalmente, a cabeça da lagarta é avermelhada, com duas faixas laterais negras.[8][12]
Subespécies
editarCatonephele numilia possui cinco subespécies:
- Catonephele numilia numilia - Descrita por Cramer em 1775,[3] de exemplar citado como proveniente das Antilhas ("West Indies"); porém com sua real localidade-tipo no Suriname.
- Catonephele numilia penthia - Descrita por Hewitson em 1852, de exemplar proveniente do Brasil (Rio de Janeiro).
- Catonephele numilia esite - Descrita por R. Felder em 1869, de exemplares provenientes do México e Colômbia.
- Catonephele numilia neogermanica - Descrita por Stichel em 1899, de exemplar proveniente do Paraguai.
- Catonephele numilia immaculata - Descrita por Jenkins em 1985, de exemplar proveniente do México.[3][4]
Referências
- ↑ a b c d PALO JR., Haroldo (2017). Butterflies of Brazil / Borboletas do Brasil, volume 2. Nymphalidae 1ª ed. São Carlos, Brasil: Vento Verde. p. 1056-1059. 1.728 páginas. ISBN 978-85-64060-10-4
- ↑ a b Ian Lawson (28 de janeiro de 2018). «Catonephele numilia - Blue-spotted Firewing.» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 19 de junho de 2024
- ↑ a b c d e f g «Family NYMPHALIDAE Rafinesque, 1815 – BRUSHFOOTS» (em inglês). Butterflies of America. 1 páginas. Consultado em 19 de junho de 2024
- ↑ a b c d e f g Markku Savela. «Catonephele» (em inglês). Lepidoptera and some other life forms. 1 páginas. Consultado em 25 de janeiro de 2015
- ↑ Andrew V. Z. Brower. «Catonephele numilia (Cramer, 1775)» (em inglês). Tree of life web project. 1 páginas. Consultado em 25 de janeiro de 2015
- ↑ Keith S. Brown Jr.; André V. L. Freitas (junho de 2000). «Diversidade de Lepidoptera em Santa Teresa, Espírito Santo» (PDF). Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão 11/12. p. 106. Consultado em 27 de janeiro de 2024
- ↑ «Catonephele numilia penthia (Hewitson, 1852)» (em inglês). Lepidoptera brasiliensis. 1 páginas. Consultado em 25 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 26 de junho de 2015
- ↑ a b c Adrian Hoskins. «Blue-spotted Firewing - Catonephele numilia (Cramer, 1775)» (em inglês). Learn about butterflies. 1 páginas. Consultado em 25 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 25 de outubro de 2017
- ↑ John Bokma. «Female Blue-frosted Banner (Catonephele numilia esite, R. Felder, 1869)» (em inglês). Johnbokma.com. 1 páginas. Consultado em 25 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 7 de dezembro de 2015
- ↑ Jessie Pereira dos Santos; Cristiano Agra Iserhard; Melissa Oliveira Teixeira; Helena Piccoli Romanowski (2011). «Fruit-feeding butterflies guide of subtropical Atlantic Forest and Araucaria Moist Forest in State of Rio Grande do Sul, Brazil» (em inglês). Biota Neotropica, vol. 11, no. 3. 14 páginas. Consultado em 25 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 17 de fevereiro de 2015
- ↑ a b Paul Smith (2006). «Catonephele numilia neogermanica (Stichel 1899)» (em inglês). Fauna of Paraguay. 1 páginas. Consultado em 19 de junho de 2024
- ↑ «Catonephele numilia esite (R. Felder, 1869) - immatures, page 2» (em inglês). Butterflies of America. 1 páginas. Consultado em 25 de janeiro de 2015