Conde de Marialva
O título de Conde de Marialva foi um título nobiliárquico de Portugal. Foi atribuído em 1440 por D. Afonso V de Portugal a Vasco Fernandes Coutinho, que se destacara nas campanhas militares no Norte de África.

O primeiro conde era filho de Gonçalo Vasques Coutinho, Alcaide do Castelo de Trancoso e vencedor da Batalha de Trancoso em 1385, durante a Crise de 1383—1385 em Portugal. Gonçalo Vasques Coutinho casara com a filha de Gonçalo Vasques de Azevedo, 1.º Marechal de Portugal, de quem veio a herdar o cargo, que se manteve na família até o domínio Filipino.
O primeiro conde era ainda irmão de Álvaro Gonçalves Coutinho, o lendário Magriço, um dos Doze de Inglaterra.
Anselmo Braamcamp Freire na sua obra Brasões da Sala de Sintra dedica aos Coutinho o capítulo II, no Vol. I.[1]
O condado ficou extinto na linha varonil em 1534. Mais tarde, por mercê de D. Afonso VI, foi atribuído o título de Marquês de Marialva a um descendente do primeiro conde, com a varonia de Meneses, em 1675.
Condes de Marialva (1440)Editar
TitularesEditar
- Vasco Fernandes Coutinho, 1.º Conde de Marialva e 3.º Marechal de Portugal
- Gonçalo Coutinho, 2.º Conde de Marialva, filho do anterior
- João Coutinho, 3.º Conde de Marialva, filho do anterior
- Francisco Coutinho, 4.º Conde de Marialva, irmão do anterior. Casou com Beatriz de Meneses, 2.ª Condessa de Loulé
- Guiomar Coutinho, 5.º Condessa de Marialva e 3.ª Condessa de Loulé, filha do anterior. Casou com o Infante D. Fernando, Duque da Guarda
ArmasEditar
As armas dos Coutinhos condes de Marialva eram: de ouro, com cinco estrelas de vermelho de sete pontas (ou: de cinco pontas). Quanto ao timbre, vê-se mais normalmente um leopardo de vermelho, armado de ouro, carregado por vezes de uma estrela sobre a espádua e segurando na garra dextra uma capela de flores de vermelho e ouro; mas existem variantes.[2]
Estas armas encontram-se no Livro do Armeiro-Mor (fl 48v) (sete pontas), no Livro da Nobreza e Perfeiçam das Armas (fl 9v) (sete pontas), Thesouro de Nobreza (fl 23r e 25r) (cinco pontas), etc. Também podem ser vistas na Sala de Sintra (cinco pontas).
Ver tambémEditar
Condados do século XVEditar
- Conde de Vila Real (1424)
- Conde de Odemira (1442)
- Conde de Atouguia (1448)
- Conde de Monsanto (1460)
- Conde de Valença (1464)
- Conde de Abrantes (1476)
- Conde de Caminha (1476)
- Conde de Olivença (1476)
- Conde de Cantanhede (1479)
- Conde da Feira (1481)
- Conde de Alcoutim (1496)
- Conde de Portalegre (1498)
NotasEditar
BibliografiaEditar
- Livro do Armeiro-Mor (1509). 2.ª edição. Prefácio de Joaquim Veríssimo Serrão; Apresentação de Vasco Graça Moura; Introdução, Breve História, Descrição e Análise de José Calvão Borges. Academia Portuguesa da História/Edições Inapa, 2007
- Livro da Nobreza e Perfeiçam das Armas (António Godinho, Séc. XVI). Fac-simile do MS. 164 da Casa Forte do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Introdução e Notas de Martim Albuquerque e João Paulo de Abreu e Lima. Edições Inapa, 1987
- Nobreza de Portugal e Brasil. Vol II, p. 721. Zairol, 1989
- FREIRE, Anselmo Braamcamp: Brasões da Sala de Sintra. 3 Vols. 3ª Edição, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1996