Eduardo Gageiro
Eduardo Antunes Gageiro ComIH (Sacavém, 16 de Fevereiro de 1935) é um premiado fotógrafo e fotojornalista português.[1][2]
Eduardo Gageiro | |
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Nome completo | Eduardo Antunes Gageiro |
Nascimento | 16 de fevereiro de 1935 (90 anos) Sacavém, Portugal |
Nacionalidade | português |
Ocupação | Fotógrafo |
Prémios | Grande Prémio da Associação Soviética de Amizade e Relações Culturais entre os Povos (1978) |
Website | eduardogageiro.com |
Biografia
editarOriginário de Sacavém, e um de três irmãos, os seus pais eram proprietários de uma modesta casa de pasto, onde também se vendia bacalhau e se aquecia as marmitas dos trabalhadores da Fábrica de Louça de Sacavém, que ficava defronte. [3] Cedo começou a aviar copos de vinho aos trabalhadores da fábrica, onde também ingressou, por volta dos 11 anos, como paquete, por ordem do pai, e depois como empregado de escritório. [3][4]
Com apenas 12 anos tomou de empréstimo uma máquina de plástico do irmão (Kodak Baby) e começou a receber aulas de arte e composição do escultor Armando Mesquita, trabalhador na fábrica de Louça de Sacavém. Fotografava os trabalhadores à saída da fábrica[5] e viu uma fotografia sua publicada na 1.ª página do Diário de Notícias em 1947. [6]
Começou a sua actividade de repórter fotográfico em 1957 no Diário Ilustrado (1956-), e a partir daí dedicou toda a sua vida ao foto-jornalismo[1], colaborando com O Século, o Almanaque, o Match Magazine bem como a Eva, a Associated Press (Portugal) e a Companhia Nacional de Bailado. [3] Foi também editor da revista Sábado até ao seu término em 1993.[8]
Esteve dois meses retido pela PIDE em Caxias, sendo libertado após pressão dos correspondentes da Associated Press junto do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Patrício. [9]
Foi colaborador das principais publicações portuguesas e estrangeiras e da Presidência da República. [3] Tem trabalhos reproduzidos um pouco por todo o mundo, com os quais ganhou mais de 300 prémios internacionais. [9]
Foi o único fotógrafo do mundo a fotografar os terroristas que sequestraram os atletas israelitas da aldeia olímpica nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972. [3][10]
Prémios e reconhecimento
editarAo longo da sua carreira Eduardo Gageiro foi distinguido com mais de 300 prémios, entre eles: [9]
- 1974 - 2.º prémio do World Press Photo, em 1974, na categoria Portraits, com uma fotografia do General António Spinola. [11]
- 2005 - Em 5 de Novembro, ganhou o Prémio Especial do Júri, a Medalha de Ouro para a melhor fotografia e a Medalha de Ouro para a melhor fotografia a preto e branco, da 11.ª Exposição Internacional de Fotografia Artística da China, o maior concurso de fotografia do mundo, onde participaram mais de 3500 fotógrafos de 68 países e mais de 35 000 fotografias. [6]
Foi também condecorado com:
- Agraciado, em 2004, pelo então Presidente da República Jorge Sampaio, com a Ordem do Infante D. Henrique. [12]
- É Cavaleiro da Ordem de Leopoldo II, da Bélgica. [9]
Livros
editarEntre os seus livros encontram-se: [13]
- Gente (1971), com texto de José Cardoso Pires;
- Mulher (1978), com texto de Maria Velho da Costa
- O Sol, o Muro, o Mar (1984), com texto de Sophia de Mello Breyner Andresen
- China, a Contra-revolução Tranquila (1985), de Cáceres Monteiro
- Mulher (1988), com texto de Maria Judite de Carvalho
- Estas Crianças Aqui (1988), com texto de Maria Rosa Colaço
- Alentejo (1988), com texto de Miguel Torga
- Lisboa Operária (1994), com texto de David Mourão-Ferreira
- Revelações (1996), com textos de Mário Soares e Nuno Brederode Santos
- Évora, Património da Humanidade (1997), com texto de José Saramago
- Fotos de Abril (1999), com textos de 25 escritores
- Olhares (1999), com texto de António Lobo Antunes
- Timor: No Amanhecer da Esperança (2000), com textos de seis autores
- A Fábrica e Sacavém (2003), com textos de Roby Amorim, José Cardoso Pires e Ana Paula Assunção
- Lisboa no Cais da Memória (2003), com textos de Jorge Sampaio e António Valdemar
- Fé - Olhares Sobre o Sagrado (2004), com texto de José Mattoso
- Silêncios (2008), com texto de Lídia Jorge
- Lisboa Amarga e Doce (2012), com textos de António Costa e Baptista-Bastos
- Lisboa, Tejo e Tudo (2012)
- Liberdade (2013)
- Tudo Isto É Fado (2014)
Referências
- ↑ a b «Biografia de Eduardo Gageiro». Infopédia. Consultado em 21 de julho de 2013
- ↑ Biografia de Eduardo Gageiro
- ↑ a b c d e «Pessoas e Lugares: Eduardo Gageiro». Câmara Municipal de Loures. 28 de agosto de 2010. Consultado em 2 de maio de 2025
- ↑ Expresso. Acesso em 12-11-2017
- ↑ Jornal Expresso, suplemento E,22 de Agosto de 2017.
- ↑ a b Portugal, Rádio e Televisão de (5 de novembro de 2005). «Fotógrafo português Eduardo Gageiro vence concurso de fotografia». Fotógrafo português Eduardo Gageiro vence concurso de fotografia. Consultado em 2 de maio de 2025
- ↑ «Galerias Municipais de Lisboa | Factum». Galerias Municipais de Lisboa. 9 de janeiro de 2024. Consultado em 2 de maio de 2025
- ↑ Folhete da exposição Factumna Cordoaria Nacional em fevereiro de 2024.
- ↑ a b c d «Biografia de Eduardo Gageiro». arquivomunicipal3.cm-lisboa.pt. Consultado em 2 de maio de 2025
- ↑ «Eduardo Gageiro: "Só não vou com a máquina para o caixão». Expresso. 29 de julho de 2017. Consultado em 2 de maio de 2025
- ↑ «1975 Eduardo Gageiro PO2 | World Press Photo». www.worldpressphoto.org. Consultado em 2 de maio de 2025
- ↑ «ENTIDADES NACIONAIS AGRACIADAS COM ORDENS PORTUGUESAS - Página Oficial das Ordens Honoríficas Portuguesas». www.ordens.presidencia.pt. Consultado em 2 de maio de 2025
- ↑ «Obras de Eduardo Gageiro presentes no catalogo da Biblioteca Nacional de Portugal». catalogo.bnportugal.gov.pt. Consultado em 2 de maio de 2025