Esther Ferrer

artista espanhola

Esther Ferrer Ruiz (São Sebastião, 19 de dezembro de 1937) é uma artista interdisciplinar espanhola com ênfases em arte performática. Em 2008 recebeu o Prêmio Nacional de Artes Plásticas de Espanha e em 2014 o Prêmio Velázques de Artes Plásticas condido pelo Ministério da Cultura.[1][2]

Esther Ferrer durante uma apresentação com Bartolomé Ferrando.

Trajetória editar

No começo da década de 60, Ferrer e o pintor José Antonio Sistiaga criaram juntos o primeiro Ateliê de Livre Expressão (Taller de Libre Expresión), fomentando outras atividades paralelas como  a Escola Experimental em Elorrio. Em 1996, fundou com os espanhóis Juan Hidalgo, Ramón Barce y  Walter Marchetti o grupo ZAJ, que trabalhava com obras conceituais e radicais, muitas destas inspiradas na obra do artista John Cage, reafirmando a ideia da repetição e do azar no criação artística. As obras foram realizadas em teatros e salas de espetáculos durante a ditadura espanhola sobre o regime de Francisco Franco. Em 1996, com a saída de Walter Marchetti, o grupo chegou ao seu fim. Desde 1973 vive em Paris, onde segue produzindo.[3]

Atuando em diversas frentes Ferrer produziu objetos, fotografias e uma séria baseada em números primos. É reconhecida como uma das pioneiras da arte performática, trazendo importantes contribuições para o debate feminista da época, jogando com as dimensões de tempo/espaço, o movimento e o movimento de transformação humana. Sobre seu trabalho Sylvie Ferré comenta: "O trabalho de Esther Ferrer se caracteriza por um minimalismo muito particular que integra rigor, humor, diversão e absurdo".

Em 2012 a exposição "En cuarto movimento" no museu Artium de Vitoria, foi  uma retrospectiva da obra da artista tendo como curadora Rosa Olivares.[4]

Em 2017, o Museu Reina Sofía apresentou a exposição "Esther Ferrer", que além de uma retrospectiva de sua obra e seus principais expoentes, foi concluída com o show do antigo grupo ZAJ composto por 60 vozes.[5]

Em 2018, sua instalação Memoria (1991) foi selecionada para a exposição "O poder da arte"[6] (Museu Reina Sofia) em comemoração dos 40 anos da Constituição espanhola, a obra foi exposta no Câmara de Deputados e Senado,[7] fazendo do fato histórico porque até então nunca havia passado.

Em 2019 formou parte da exposição "Poéticas da emoção" organizada pela CaixaForum junto aos artistas contemporâneos Bill Viola, Manuel Miralles, Shirin Neshat, Colita e Pipilotti Rist, com a vídeoarte Estranheza, Desprezo, Dor e etc.[8][9]

Prêmios editar

  • 1999: Representante espanhola na Bienal de Veneza.
  • 2008: Prêmio Nacional de Artes Plásticas de Espanha.
  • 2009: Membro honorífico da Academia de Ciências Jakiunde, na Escola de Artes e Letras do País Vasco.
  • 2012: Prêmio Gure Artea como reconhecimento de sua trajetória.[10][11]
  • 2014: Prêmio MAV (Mulheres nas Artes Visuais).
  • 2014: Prêmio Marie Claire de l’Art Contemporain.[11]
  • 2014: Prêmio Velázquez de Artes Plásticas.[12]
  • 2017: Prêmio Coleção dos Bragales Estampa, organizada por Feira Estampa.

Referências

  1. Burguera López, Mónica (5 de dezembro de 2020). «BURDIEL, Isabel: Emilia Pardo Bazán. Madrid, Taurus 2019, 744 pgs.». Arenal. Revista de historia de las mujeres (2). ISSN 1134-6396. doi:10.30827/arenal.v27i2.11514. Consultado em 18 de janeiro de 2021 
  2. «INTRODUCCIÓN». Vervuert Verlagsgesellschaft. 31 de dezembro de 2014: 11–16. ISBN 978-3-95487-795-9. Consultado em 18 de janeiro de 2021 
  3. Lopes, Rafael De Almeida (21 de setembro de 2015). «"La única cosa que tienes que hacer es fijarte en tu trabajo": Miradas sobre los obreros en Tiempos Difíciles de Charles Dickens». Epígrafe (2). 65 páginas. ISSN 2318-8855. doi:10.11606/issn.2318-8855.v2i2p65-90. Consultado em 18 de janeiro de 2021 
  4. Aquino Vega, Milagros Elizabeth. «Museo de arte contemporáneo en el centro histórico de Lima». Consultado em 18 de janeiro de 2021 
  5. LIGIA BARBOSA DE CARVALHO E SILVA, ANA; GABRIELA SILVA PILEGGI, MARIA (13 de junho de 2018). «O EXAME CELPE-BRAS COMO INSTRUMENTO DIRECIONADOR DE TAREFAS PARA O ENSINO DE PORTUGUÊS PARA FALANTES DE ESPANHOL». PESQUISAS EM DISCURSO PEDAGÓGICO (1). ISSN 1980-9697. doi:10.17771/pucrio.pdpe.34098. Consultado em 18 de janeiro de 2021 
  6. «The Papers of Joaquín Torres-García and Rafael Barradas in the Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía and the Residencia de Estudiantes». De Gruyter. 24 de abril de 2017: 346–358. ISBN 978-3-11-052783-4. Consultado em 18 de janeiro de 2021 
  7. Villalba Salvador, María (2 de janeiro de 2015). «El Museo del Prado en la narrativa española contemporánea en la transición del siglo XX al XXI. Entre la realidad y la ficción». De Arte. Revista de Historia del Arte (8). 115 páginas. ISSN 1696-0319. doi:10.18002/da.v0i8.1478. Consultado em 18 de janeiro de 2021 
  8. Nesbeitt, Sarah L. (fevereiro de 2002). «The Internet Archive Wayback Machine200259The Internet Archive Wayback Machine. San Francisco, CA: The Internet Archive 2001. Gratis Last visited November 2001». Reference Reviews (2): 5–5. ISSN 0950-4125. doi:10.1108/rr.2002.16.2.5.59. Consultado em 18 de janeiro de 2021 
  9. Graciani García, Amparo; Ponce Ortiz de Insagurbe, Mercedes (2019). «Devenir y actualidad del legado de la Exposición Iberoamericana». doi:10.12795/9788447221295. Consultado em 18 de janeiro de 2021 
  10. San Martín, Marta; Saracho, Ana I. (27 de março de 2014). «Optimal Two-part Tariff Licensing Mechanisms». The Manchester School (3): 288–306. ISSN 1463-6786. doi:10.1111/manc.12059. Consultado em 18 de janeiro de 2021 
  11. a b Bandin, María Victoria. «La comunicación pública de la ciencia en el CONICET: vocaciones científicas». Consultado em 18 de janeiro de 2021 
  12. «[DE CÓMO ME PARTÍ PARA LA CIUDAD DE LA PLATA, QUE POR OTRO NOMBRE SE LLAMA CHUQUISACA, Y DE LO QUE AHÍ ME SUCEDIÓ]». Vervuert Verlagsgesellschaft. 31 de dezembro de 2010: 309–312. ISBN 978-3-96456-036-0. Consultado em 18 de janeiro de 2021