Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil
A Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil (FOB),[1][2][3] anteriormente Fórum de Oposições pela Base,[4][5][6] é uma organização sindicalista revolucionária brasileira[1][2] fundada em 2013.[7][8][9] Participou da fundação da Confederação Internacional do Trabalho (CIT/ICL), que é uma reconstrução da Associação Internacional dos Trabalhadores histórica, junto a outras organizações sindicalistas revolucionárias e anarcosindicalistas de outros países.[10] Participam da FOB organizações populares, sindicatos autônomos e organizações estudantis.
Lema | "Só o Povo Salva o Povo!" |
Tipo | Sindicalismo revolucionário |
Fundação | 2013 (11 anos) |
Filiação | Confederação Internacional do Trabalho - CIT/ICL |
Sítio oficial | lutafob |
Histórico e prática
editarA FOB tem sua origem atuando principalmente no movimento sindical, enquanto tendência interna na Conlutas, e no movimento estudantil, enquanto Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC),[3] em oposição à UNE e ANEL. Tem seu encontro de fundação em 2013, na ocasião do 1º ENOPES (Encontro Nacional de Oposições Populares, Estudantis e Sindicais).[7][8][11]
No 2º ENOPES[12], em 2017, aprova uma transição organizativa no sentido de construir federações de sindicatos autônomos de base, organizações populares e estudantis.[13] Tem como estratégia de ação o sindicalismo revolucionário e a greve geral. Dentre os princípios pregados, estão o classismo, a combatividade, o socialismo,[14] a autonomia frente ao poder político e econômico, a ação direta como método de luta, a democracia direta federalista, o mutualismo, o internacionalismo,[15] o antipatriarcalismo[16] e o antirracismo.[1][3][17][18][19]
Seus participantes são de variadas categorias de trabalhadores:
"Os membros da FOB trabalham amplamente no setor educacional. A agenda política da FOB inclui lutas mais amplas, como racismo, patriarcado, colonialismo e questões antifascistas em geral, incluindo empregadas domésticas, informais, vendedores ambulantes, pequenos agricultores, indígenas e assim por diante. Além disso, práticas anarquistas históricas também fazem parte dos repertórios políticos da FOB, como autogestão e ajuda mútua." (FALLEIROS; GALHERA; NICOLAU)[1]
Em 2013, participou da Insurreição de 2013 no Brasil (também conhecida como Jornadas de Junho) e construiu junto a outros movimentos sociais, no Rio de Janeiro, a Frente Independente Popular (FIP), que foi um dos poucos grupos organizados capazes de realizar de forma mais efetiva uma campanha e organização de Protestos no Brasil contra a Copa do Mundo FIFA de 2014. A FIP sofreu uma grande criminalização midiática e violenta repressão.[20][21][22][23][24][25]
Desde 2018, participa da construção da Confederação Internacional do Trabalho (CIT/ICL), que é uma reconstrução da Associação Internacional dos Trabalhadores histórica. Fizeram parte desta construção, já tendo sido aprovada em suas próprias bases, organizações como a Confederación Nacional del Trabajo (CNT) da Espanha, USI da Itália, FAU da Alemanha, Industrial Workers of the World (IWW) dos EUA e Canadá, ESE da Grécia, Federación Obrera Regional Argentina (FORA) da Argentina, IP da Polônia.[10][26][27] Desde então, atua conjuntamente com organizações de outros países, como a campanha internacional, que foi bem sucedida em suas pautas, contra as demissões em massa de trabalhadores de uma fábrica de roupas na Índia durante a pandemia de COVID-19.[15][28][29][30]
Durante a Pandemia de COVID-19 no Brasil, em 2020/2021, construiu uma campanha contra o bolsonarismo[4][18][31][32] e atuou no apoio a ocupações de moradia, como a Ocupação Menino Benjamin Filho, no Rio de Janeiro, e a Ocupação Carlos Marighella, no Ceará.[33][34][35] Atuou também junto aos povos índigenas, construído ações de solidariedade.[36][37]
Referências
- ↑ a b c d FALLEIROS, Guilherme; GALHERA, Katiuscia, NICOLAU, Guilherme (2020). A Impossível Bagagem Fordista do Sindicalismo Revolucionário e Anarquista na América Latina. Revista Terra Sem Amos. Dossiê: Crise e Insurgência na América Latina. ISSN: 2675-3642 (Impressa) | 2675-3650 (Online)
- ↑ a b Santos, Carlos André dos (2020). A reinvenção do anarquismo como tradição da classe trabalhadora no brasil: o anarquismo especifista (PDF) (Tese de doutorado). Florianópolis: UFSC. pp. 248,483
- ↑ a b c SUCUPIRA, Tânia Gorayeb (2021). Movimentos estudantis na UFC e ecos de resistência de 1968 e 2016. Tese apresentada à coordenação do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará.
- ↑ a b DIÓGENES, Alice (2021). Riscar a cidade em gestos e rastros, caminhadas e imagens: escritas urbanas como um agir urbano de potência micropolítica. Revista Desenvolvimento Social, 26(1), 84–113. Universidade Estadual de Montes Claros.
- ↑ ZUGLIANI, Luiz Fernando (2016). A ORGANIZAÇÃO SOCIAL E O ACESSO À CULTURA: O CASO DAS BIBLIOTECAS PARQUE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Bens Culturais e Projetos Sociais do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil para obtenção do grau de Mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais. FGV, Rio de Janeiro.
- ↑ MARTINS, Iara Saraiva (2015). Pronatec: a estratégia do Partido dos Trabalhadores para a inserção no trabalho precário e atendimento das demandas do capitalismo contemporâneo no Brasil. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de mestre em Educação.
- ↑ a b Silva, Rafael V. da; Corrêa, Felipe; Willian, Kauan (2020). Mudança Social e Participação Política: os conflitos, as transformações, as utopias. São Paulo: Edições do Programa Pós-graduação em Mudança Social e Participação Política (EACH-USP). p. 192
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- ↑ (2021). Como construir um Sindicato Autônomo Site oficial.
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- ↑ 2º ENOPES (2017) Site oficial.
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- ↑ (2017). (Re)Construir o Sindicalismo Revolucionário no Brasil. Site oficial.
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