Francisco de Castro, inquisidor-geral

inquisidor-geral

Francisco de Castro (15741653) foi um clérigo português que ascendeu a Bispo da Guarda, reitor da Universidade de Coimbra e a inquisidor-geral do Santo Ofício.

Francisco de Castro, inquisidor-geral
Francisco de Castro, inquisidor-geral
Nascimento 1574
Morte 1653 (78–79 anos)
Cidadania Reino de Portugal
Ocupação inquisitor, bispo católico
Religião Igreja Católica
Assinatura de D. Francisco de Castro, num documento de 1637

Biografia editar

D. Francisco de Castro iniciou seus estudos em casa, posteriormente continuados no Colégio de São Pedro em Coimbra. Nesta instituição, D. Francisco foi porcionista, colegial e reitor.

Em 1604 licenciou-se em Teologia pela Universidade de Coimbra, nesta mesma cidade foi deão da sé e em 1605 reitor da universidade onde se formara. Como reitor tinha o direito de fazer parte do Conselho de Estado, direito esse que fez valer.

Sob a égide da dinastia filipina, em 1611 foi alçado ao importante cargo de Presidente da Mesa de Consciência e Ordens. Neste posto, superentendia nas ordens militares de de Cristo, São Tiago e São Bento de Avis, no regime eclesiástico e temporal dos priorados e nas comendas.

Em 1617, tornou-se bispo, nomeado pelo Papa Paulo V, sendo nomeado em seguida Bispo da Guarda.

O Papa Urbano VIII, através do breve Cum officium, nomeou-o em 1629, Inquisidor-geral dos tribunais inquisitoriais lusitanos.

Em 1639, ele iniciou a compilação do maior código legal já concretizado pelo Tribunal do Santo Ofício em Portugal, onde regulava com uma minúcia os mais diversos aspectos da actuação inquisitorial.

Após o golpe de 1º de Dezembro de 1640, que permitiu a Restauração da Independência de Portugal face a Espanha, D. Francisco participa do evento da subida ao poder e de juramento de fidelidade a D. João IV. Nessa altura é recolocado no conselho de Estado, mas seis meses depois é preso em 28 de Maio de 1641, sobe a acusado de conspiração contra o mesmo rei. Coube ao Bispo eleito do Porto, D. Pedro de Meneses, efectuar a a sua prisão do Inquisidor-geral. A suposta conspiração, que tinha como mentor o Marquês de Vila Real, D. Miguel Luís de Meneses, era forjar um incêndio na residência real, chamando a atenção dos guardas e vigilantes do local e desta maneira, deixar o rei desguarnecido de protecção e assassiná-lo.

Foi mantido preso na Torre de Belém durante cerca de dois anos, até ser solto no dia 5 de Fevereiro de 1643. Após isso ele e sua família tiveram seus bens e status social devolvido e assumiu os mesmos cargos anteriores que exercia anteriormente ao encarceramento e manteve relações concordatas com o rei até ao fim.

Faleceu no início do ano de 1653 e existem muitos relatos acerca do seu enterro e foram escritos inúmeros poemas, panegíricos e sermões em sua homenagem. O cortejo foi acompanhado por vasta multidão. O seu túmulo está na Capela dos Castros, panteão que ele mandou construir para a família no Convento de São Domingos de Benfica.

Dados genealógicos editar

Filho de D. Álvaro de Castro, senhor de Penedono, comendador da Redinha na Ordem de Cristo, vedor da Fazenda d'el-rei D. Sebastião, Embaixador em Roma, etc. e de sua mulher D. Ana de Ataíde, filha de D. Luís de Castro, senhor de Ançã e da casa de Monsanto. Por seu pai, era neto do grande D. João de Castro, 4.º Vice-Rei da índia, e de sua mulher D. Leonor Coutinho.[1]

Muito jovem ficou órfão dos pais e foi criado pela irmã mais velha, D. Violante de Castro.

Referências

Ligações externas editar