Fuchsia boliviana Carrière, 1876 é uma espécie de arbustos perene da família das onagráceas, em geral com 2-4 m de altura, raramente 6 m, com distribuição natural nas zonas subtropicais isentas de geadas da região andina do sul do Peru, Bolívia e norte da Argentina,[1] mas actualmente naturalizado em muitas regiões de clima subtropical. A espécie é cultivada como planta ornamental devido aos seus grandes racemos pendentes de vistosas flores escarlates de longo tubo.[3]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaFuchsia boliviana
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Flores de Fuchsia boliviana.
Flores de Fuchsia boliviana.
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Myrtales
Família: Onagraceae
Género: Fuchsia
Espécie: F. boliviana
Nome binomial
Fuchsia boliviana
Carrière, 1876[1]
Sinónimos
  • Fuchsia boliviana var. luxurians I.M.Johnst.
  • Fuchsia boliviana f. puberulenta Munz
  • Fuchsia corymbiflora var. alba Harrison
  • Fuchsia cuspidata Fawc. & Rendle
  • Fuchsia lenneana Warcz.[2]

Descrição editar

F. boliviana é um arbusto ou árvore de pequeno porte, bissexual, densamente piloso, sensível às geadas, que cresce melhor com protecção da luz solar directa. Atinge em geral os 3,5 m de altura, mas pode crescer, em situações excepcionais, até aos 6 m de altura. É uma planta perenifólia, com ramos abertos e com tendência para alastramento horizontal em habitats abertos.

As folhas apresentam 5-20 cm de comprimento e 3-15 cm de largura, pilosas, de coloração verde-claro, opostas, elíptico-ovadas, ternadas, ocasionalmente alternadas nas zonas terminais dos ramos, com base aguda a arredondada, o ápice agudo a acuminado e o pecíolo avermelhado com 1-7 cm de comprimento.[4]

As flores são bissexuais, formando inflorescências racemosas ou panículas terminais pêndulas, com ráquis com 5-30 cm de comprimento (até 60 cm no fruto), brácteas lanceoladas, reflexas, pedicelos com 5-15 mm de comprimento, tubo floral com 30-70 mm de comprimento, estreitamente tubular-infundibuliforme, sépalas com 10-20 mm de comprimento e 4-5 mm de largura na base, lanceoladas, tornando-se completamente reflexas na antese. O tubo floral e as sépalas são escarlates a vermelho intenso, com as pétalas mais ou menos crespadas, longitudinalmente acanaladas, caindo antes do tubo floral, vermelhas. Os filamentos apresentam-se em dois ciclos, um com 8-15 mm e outro de 5-10 mm de comprimento, vermelhos. A estigma é subglobosa.[4]

O fruto é uma baga cilíndrica com 10-26×8-14 mm, de coloração purpúrea escura, comestível. Apresenta um número de cromossomas de 2n = 22.[4] A propagação na natureza é por sementes.

F. boliviana é nativa das regiões andinas do sul do Peru, Bolívia e norte da Argentina, crescendo em regiões de clima subtropical isento de geadas. A planta requer protecção contra a luz directa do Sol.

A espécie foi inicialmente descrita como Fuchsia arborescens por Élie-Abel Carrière e publicado na Revue Horticole 48(8): 150–151, t. s.n. 1876.[4]

A construção do binome da espécie tem como etimologia para o nome genérico Fuchsia, nome criado por Charles Plumier em finais do século XVII, o nome do botânico alemão Leonhart Fuchs (1501-1566), e para o epíteto específico boliviana a origem geográfica na Bolívia do espécime tipo.

Existe um cultivar com floração branca, denominado 'Alba', com tubo floral branco e pétalas escarlate.[5] As variedades cultivadas da planta são muito utilizadas em jardinagem e paisagismo quando se pretende um crescimento em sombra ou meia-sombra em climas subtropicais mais frescos, em especial em regiões com neblinas frequentes. As plantas requerem protecção contra a exposição directa ao sol durante muitas horas e contra temperaturas que excedam os 40 °C. As plantas resistem até -4 °C por períodos curtos. A propagação em jardinagem é por sementes ou por estaca.[6]

Os frutos são adocicados, comestíveis, de coloração vermelho-violáceo, com 10–26 mm de comprimento,[6][7] considerados muito saborosos, lembrando o kiwi. Os frutos são vendidos nas feiras bolivianas e muito apreciados pelo povo local. As flores em forma de trombeta abrem continuamente durante meses, mantendo a planta florida durante grande parte do ano.

Notas

  1. a b Germplasm Resources Information Network Fuchsia boliviana Arquivado em 7 de setembro de 2014, no Wayback Machine.
  2. {{subst:PAGENAME}} em PlantList
  3. Bryant, K., Rodd, T. The Ultimate Plant Book., CSIRO Publishing, Collingwood, Victoria, Australia ISBN 0643 093745
  4. a b c d «{{subst:PAGENAME}}». Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 17 de Abril de 2013 
  5. «Fuchsia boliviana» 
  6. a b Huxley, A., ed. (1992). New RHS Dictionary of Gardening 2: 352. Macmillan ISBN 0-333-47494-5.
  7. Bryant, K., Rodd, T. (2005). The Ultimate Plant Book. CSIRO Publishing, Collingwood, Victoria, Australia ISBN 0-643-09374-5

Bibliografia editar

  • CONABIO. 2009. Catálogo taxonómico de especies de México. 1. In Capital Nat. México. CONABIO, Mexico City.
  • Davidse, G., M. Sousa Sánchez, S. Knapp & F. Chiang Cabrera. 2009. Cucurbitaceae a Polemoniaceae. 4(1): 1–855. In G. Davidse, M. Sousa Sánchez, S. Knapp & F. Chiang Cabrera (eds.) Fl. Mesoamer.. Universidad Nacional Autónoma de México, México.
  • Foster, R. C. 1958. A catalogue of the ferns and flowering plants of Bolivia. Contr. Gray Herb. 184: 1–223.
  • Hokche, O., P. E. Berry & O. Huber. (eds.) 2008. Nuevo Cat. Fl. Vasc. Venezuela 1–860. Fundación Instituto Botánico de Venezuela, Caracas.
  • Idárraga-Piedrahita, A., R. D. C. Ortiz, R. Callejas Posada & M. Merello. (eds.) 2011. Fl. Antioquia: Cat. 2: 9–939. Universidad de Antioquia, Medellín.
  • Jørgensen, P. M. & C. Ulloa Ulloa. 1994. Seed plants of the high Andes of Ecuador---A checklist. AAU Rep. 34: 1–443.
  • Jørgensen, P. M. & S. León-Yánez. (eds.) 1999. Cat. Vasc. Pl. Ecuador Monogr. Syst. Bot. Miss. Bot. Gard. 75: i–viii, 1–1181. Missouri Botanical Garden, St. Louis.
  • Schulenberg, T. S. & K. Awbrey. 1997. A rapid assessment of the humid forests of South Central Chuquisaca, Bolivia. RAP Working Papers 8: 1–84.
  • Serrano, M. & J. Terán. 1998 [2000]. Identific. Esp. Veg. Chuquisaca 1–129. PLAFOR, Intercooperación, Fundación Ceibo, Sucre.
  • Standley, P. C. & L. O. Williams. 1963. Flora of Guatemala: Melastomaceae to Haloragaceae. Fieldiana, Bot. 24(7/4): 407–570.
  • Standley, P. C. & L. O. Williams. 1963. Onagraceae. In Standley, P. C. & L. O. Williams (eds.), Flora of Guatemala - Part VII. Fieldiana, Bot. 24(7/4): 525–564.
  • Zuloaga, F. O., O. N. Morrone, M. J. Belgrano, C. Marticorena & E. Marchesi. (eds.) 2008. Catálogo de las Plantas Vasculares del Cono Sur (Argentina, Sur de Brasil, Chile, Paraguay y Uruguay). Monogr. Syst. Bot. Missouri Bot. Gard. 107(1): i–xcvi, 1–983; 107(2): i–xx, 985–2286; 107(3): i–xxi, 2287–3348.

Ver também editar

Galeria editar

Ligações externas editar

 
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