Gabinete Pimenta Bueno

O Gabinete Pimenta Bueno foi o ministério formado pelo Partido Conservador em 29 de setembro de 1870 e dissolvido em 7 de março de 1871. Foi chefiado por José Antônio Pimenta Bueno, Visconde de São Vicente, sendo o 20º gabinete do Império do Brasil, durando 159 dias. Foi antecedido pelo Gabinete Itaboraí (1868) e sucedido pelo Gabinete Rio Branco.

José Antônio Pimenta Bueno, presidente do Conselho de Ministros (1870-71).

Contexto editar

Segundo Sérgio Buarque de Holanda (2004)[1]:

Ao estabelecimento da aliança entre os liberais e a dissidência conservadora, no terreno da reforma servil, segue-se logo a substituição do Gabinete Itaboraí. [...] O novo Gabinete Conservador presidido por Pimenta Bueno (Visconde de São Vicente), autor dos projetos iniciais, e do qual faz parte também Teixeira Júnior, líder da dissidência parlamentar, é substituído a 7 de março de 1871, após curtíssima gestão.

Composição editar

O gabinete foi composto da seguinte forma:

Programa de governo editar

O gabinete apresentou o seguinte programa de governo:

  • Desenvolver as forças industriais.
  • Reformar a questão do elemento servil.
  • Melhorar a administração da Justiça.

Legislação aprovada editar

O gabinete aprovou a seguinte legislação:

  • Lei nº 1.904 de 17 de outubro de 1870: Estabelece para S. A. Imperial a Sra. D. Isabel e seu augusto esposo (nos termos do respectivo contrato matrimonial) um patrimônio em terras nas províncias de Santa Catarina e Sergipe.
  • Lei nº 1.905 de 17 de outubro de 1870: Estabelece para S. A. a Sra. D. Leopoldina e seu augusto esposo (nos termos do respectivo contrato matrimonial) um patrimônio em terras nas províncias do Paraná e Espírito Santo.
  • Decreto nº 4.615 de 19 de outubro de 1870: Aprova o contrato celebrado com a Companhia Rio de Janeiro Street Railway para construção dos ramais do Caju, Cancela e Rio Comprido e continuação da via dupla na linha do Andaraí.
  • Decreto nº 4.644 de 24 de dezembro de 1870: Amplia as atribuições dos presidentes de províncias e inspetores das tesourarias de fazenda na solução dos negócios do Ministério da Fazenda.
  • Decreto nº 4.653 de 28 de dezembro de 1870: Aprova o novo regulamento da repartição dos telégrafos.
  • Decreto nº 4.666 de 4 de janeiro de 1871: Cria nesta Corte um novo conservatório dramático, marcando suas atribuições, e dando outras providências.
  • Decreto nº 4.668 de 5 de janeiro de 1871: Altera algumas disposições do Decreto nº 817 de 30 de agosto de 1851, relativo ao modo como se há de proceder, nos casos de vaga, para o provimento definitivo dos ofícios de justiça (vid. igualmente o Decreto nº 468 de 27 de janeiro de 1871).
  • Decreto nº 4.675 de 14 de janeiro de 1871: Estabelece o processo que se deve seguir nos exames dos estudantes da faculdade de Direito e de Medicina (vid. o Decreto nº 4.806 de 22 de outubro de 1871).
  • Decreto nº 4.676 de 14 de janeiro de 1871: Cria na Corte uma diretoria geral de estatística (em virtude da autorização do Art. 2° da Lei nº 1.829 de 9 de setembro de 1870) e manda executar o respectivo regulamento.
  • Decreto Nº 4.678 de 15 de Janeiro de 1871: Manda observar o regulamento para evitar abalroações dos navios brasileiros de guerra ou mercante entre si, e em concorrência com os estrangeiros.
  • Decreto nº 4.679 de 17 de Janeiro De 1871: Estabelece no arsenal de Marinha da Corte um externato para o ensino das matérias preparatórias do curso da Escola de Marinha.
  • Decreto nº 4.696 de 16 de fevereiro de 1871: Aprova o novo regulamento do corpo dos engenheiros civis.

Bibliografia editar

Referências editar

  1. HOLANDA, Sérgio Buarque de (2004). História Geral da Civilização Brasileira - Volume 5 (8ª edição). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. p. 247.