Jerusa Pires Ferreira
Jerusa de Carvalho Pires Ferreira (Feira de Santana, 1 de fevereiro de 1938 — Salvador, 21 de abril de 2019[1]) foi uma ensaísta e professora de literatura e comunicação social brasileira. [2][3][4] Seus trabalhos giram em torno do eixo da cultura popular, abrangendo temas tão diversos quanto literatura de cordel, literatura medieval, semiótica russa e memória.[5]
Jerusa Pires Ferreira | |
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Nascimento | 1 de fevereiro de 1938 (86 anos) Feira de Santana |
Morte | 21 de abril de 2019 Salvador |
Residência | Brasil |
Cidadania | Brasil |
Cônjuge | Boris Schnaiderman |
Alma mater | |
Ocupação | filóloga, professora universitária |
Prêmios |
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Empregador(a) | Universidade de São Paulo, Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo |
Causa da morte | câncer |
Biografia
editarJerusa Pires Ferreira começou sua carreira na Bahia, onde se graduou em Letras e se tornou mestre em História Social pela UFBA. Já em São Paulo (cidade) na década de 1980, doutora-se em Sociologia pela USP, onde viria a ser professora e livre-docente em Comunicação Social. Como ensaísta e tradutora foi colaboradora da Folha de S.Paulo e da Revista da USP e contribuiu regularmente para coletâneas de livros e revistas nacionais e internacionais. As suas pesquisas abrangem importantes campos de investigação como oralidade, memória, cultura midiática, conto popular, literatura de cordel, novela de cavalaria entre outros temas que concernem à literatura, artes e comunicação. Em seu currículo constam 20 livros e mais de 180 artigos publicados. Entre suas obras mais conhecidas estão Armadilhas da Memória, Cavalaria em Cordel, O livro de São Cipriano e Matrizes Impressas do Oral.[6]
À parte sua obra pessoal, Jerusa Pires Ferreira foi uma das principais divulgadoras no Brasil e no Canadá, principalmente, da obra do medievalista suíço-canadense Paul Zumthor, dirigindo um projeto tradutório no Brasil que já conta com os livros “'A Letra e a Voz'”, “'Escritura e Nomadismo'”, “'Performance, Recepção e Leitura'”, além de uma coletânea em sua homenagem intitulada Oralidade em Tempo e Espaço, resultado de um colóquio que organizou na PUC-SP. Coordena a coleção Editando o Editor, da Editora da USP (EDUSP), que aborda o trabalho de editores como Jorge Zahar, Jacob Guinsburg, Ênio Silveira, entre outros. Conferencista eminente, ela foi professora convidada de inúmeras universidades estrangeiras como a Universidade de Moscou, de Calgary e de Ottawa, da Universidade Autônoma de Barcelona e Universidade Brown. Jerusa ainda foi uma grande estudiosa e difusora da obra do músico Elomar.[7][8]
Seu último trabalho foi ensinando na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP e no Programa de Pós-graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP. Desde 1999 ministrava cursos regularmente na Universidade de Limoges, na França. Por doze anos coordenou o Centro de Estudos da Oralidade na PUC-SP, onde organizou mais de dez colóquios e seminários internacionais.[9]
Faleceu no domingo de Páscoa de 21 de abril de 2019, depois de perder a batalha para o câncer.[1] Foi casada com o tradutor e professor Boris Schnaiderman, falecido em 2016.
Obra Selecionada
editar- 2019 - Leituras Imediatas (obra póstuma).[10]
- 2014 - Matrizes Impressas do Oral: conto russo no sertão.[11][12]
- 2010 - Cultura das Bordas: edição, comunicação e leitura.[11]
- 2004 - Armadilhas da Memória e Outros Ensaios.[13]
- 1995 - Fausto no Horizonte.[11]
- 1992 - O livro de São Cipriano, ganhador do prêmio Jabuti de 1993.[11]
- 1979 - Cavalaria em Cordel: o passo das águas mortas.[1]
Prêmios
editar- 1993 - 35º Prêmio Jabuti de Literatura, categoria Estudos Literários (ensaios) - O Livro de São Cipriano.[14]
Referências
- ↑ a b c «Morre a professora e ensaísta Jerusa Pires Ferreira aos 81 anos». Estadão. Redação, O Estado de S. Paulo. 21 de maio de 2019. Consultado em 22 de abril de 2019
- ↑ «Jerusa de Carvalho Pires Ferreira | Escavador». Escavador. Consultado em 16 de novembro de 2017
- ↑ Lucila Meirelles e Norma Freire. «Jerusa Pires Ferreira» (PDF). www.intermidias.com. Consultado em 15 de julho de 2018. Arquivado do original (PDF) em 16 de julho de 2018
- ↑ Cultural, Instituto Itaú. «Jerusa de Carvalho Pires Ferreira | Enciclopédia Itaú Cultural». Enciclopédia Itaú Cultural
- ↑ "Pântanos de relações e colchões de cumplicidade": academia e conjugalidade na perspectiva de quatro mulheres intelectuais, Moraes, Fernanda Azeredo de, p.68
- ↑ Jerusa Pires Ferreira traça o caminho do conto russo ao cordel, por Alvaro Machado. Carta Capital, 10 de setembro de 2014.
- ↑ FERREIRA, Jerusa Pires, Encontrando as Cartas Catingueiras. In: MATTOS, Claudia et alli. (orgs.). Encontro da Palavra Cantada. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2001
- ↑ FERREIRA, J. C. P. . Elomar - um inovador de linguagens: Sertano e Sertanílias. 2008.
- ↑ «Jerusa Pires Ferreira (SP)». Flipelô. Consultado em 16 de novembro de 2017. Arquivado do original em 16 de novembro de 2017
- ↑ «Livros/Leituras Imediatas». Ateliê Editorial: a arte do livro. Consultado em 7 de junho de 2021
- ↑ a b c d Verunschk, Micheliny (22 de maio de 2019). «As aventuras de Jerusa do quente Sertão das Memórias às tundras geladas da Rússia». Itaú Cultural. Consultado em 7 de junho de 2021
- ↑ «Livros/Matrizes Impressas do Oral: Conto Russo no Sertão». Ateliê Editorial: a arte do livro. Consultado em 7 de junho de 2021
- ↑ Bezerra Filho, Feliciano José. «A memória viva gerada por Jerusa». Légua & meia: Revista de LiteRatuRa e diveRsidade CuLtuRaL: 228
- ↑ «PREMIADOS 1993 - ESTUDOS LITERÁRIOS (ENSAIOS)». www.premiojabuti.com.br. Consultado em 7 de junho de 2021
Ligações externas
editar- «Dossiê Jerusa Pires Ferreira - Revista Intermídias»
- «Currículo Lattes Jerusa Pires Ferreira»
- «Centro de Estudos da Oralidade - Núcleo de Poéticas da Oralidade»
- «Programa de Pós-graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP»
- «Escola de Comunicações e Artes da USP»