José Falcão (toureiro)

toureiro português

José Falcão, também conhecido por José Falcón, (Vila Franca de Xira, 30 de agosto de 1942Barcelona, 11 de agosto de 1974) foi um matador de toiros português morto por um touro na Monumental de Barcelona. Recebeu o Prémio da Imprensa (1968) na categoria de Tauromaquia.

José Falcão
Nome completo José Carlos Frita Falcão
Outros nomes José Falcón
Nascimento 30 de agosto de 1942
Vila Franca de Xira, Portugal
Morte 11 de agosto de 1974 (31 anos)
Barcelona, Espanha
Nacionalidade português
Ocupação Matador de Toiros
Prémios Prémio Bordalo (1968) Tauromaquia

Biografia editar

José Carlos Frita Falcão nasceu em 30 de agosto de 1942 em Povos, antiga freguesia de Vila Franca de Xira (distrito de Lisboa).[1]

José Falcão foi atraído para o toureio por influência familiar — o seu avô havia sido bandarilheiro profissional e o tio antigo novilheiro, contemporâneo de José Júlio e de Armando Soares.[2] Não terá sido alheio o ambiente vilafranquense, onde existiam diversas ganadarias bravas. José Falcão e o seu irmão, Osvaldo, eram pretendentes frequentes nas tentas da ganadaria Palha.[2]

Com apenas 15 anos de idade toureou na praça da sua terra natal antes de ir frequentar, entre 1960 a 1966, a Escola de Toureio de Coruche.[3][4]

José Falcão debuta vestido de luzes a 20 de maio de 1962, na Monumental Amadeu Augusto dos Santos, no Montijo, com uma novilhada da Sociedade Agrícola de Rio Frio, ascendendo à categoria de novilheiro em 11 de junho de 1963, na Praça de Touros da Chamusca.[1] Por esta altura inicia uma conhecida parelha com outro colega da Escola de Coruche, Óscar Rosmano.[carece de fontes?]

Depois de se apresentar como novilheiro pela primeira vez na Monumental de Las Ventas, em Madrid, em março de 1966, tomou a alternativa na Praça de Badajoz, por ocasião da Feira de San Juan, a 23 de junho de 1968, apadrinhado por Paco Camino e testemunhada por Francisco Rivera “Paquirri”.[1][3][4] Passado um ano regressava à praça madrilena para a confirmação, 27 de julho de 1969, apadrinhada por Vicente Punzón, sendo testemunha Aurélio Garcia Higares.[1][4] Ainda em 1969, a 13 de dezembro, confirma a alternativa no México, na Praça de touros México.[1]

José Falcão recebeu o Prémio da Imprensa (1968), ou Prémio Bordalo, como "Matador de Touros" da categoria "Tauromaquia". O primeiro, entregue pela Casa da Imprensa em 1969, também distinguiu, nesta categoria, o cavaleiro Manuel Conde e o Grupo de Forcados de Alcochete. No ano seguinte a júri voltaria a considerá-lo como o melhor «espada» da temporada, mas o regulamento impedia a entrega da distinção em anos consecutivos.[5]

Toureiro completo nos três tercios, José Falcão levou a cabo uma profícua carreira, atuando nas principais praças de Portugal, Espanha, França, América Latina e em Moçambique.[3]

Em junho de 1974 protagonizou um momento raro na arena do Campo Pequeno, em Lisboa, ao estoquear um toiro, numa corrida onde alternara com o mítico Curro Romero.[carece de fontes?]

José Falcão morreu com apenas 31 anos a 11 de agosto de 1974, em Barcelona, poucas horas depois de sofrer uma cornada na femoral ao lidar o toiro Cuchareto, da ganadaria Hoyo de La Gitana, na enfermaria da Monumental de Barcelona.[1][4][6]

Muitas vezes referenciado no mundo taurino como "José Falcón", o matador português continua a ser lembrado como último toureiro a morrer na capital catalã, onde a sua viúva, Rosita Gil, pertencente a uma conhecida família da área da restauração, concebeu um restaurante em sua homenagem.[7][8] José Falcão tinha-se casado uns meses antes com a catalã e não chegou a conhecer a sua filha que nasceu após a sua morte.[6][9]

Bibliografia passiva editar

  • José Falcão. Justiça para um Valente - Solilóquio (1974, Anuário Comercial de Portugal) OCLC 252819437

Referências

  1. a b c d e f Fátima Faria Roque (coord.) (2014). «Jornal da exposição "José Falcão. 1942-1974"» (PDF). Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. p. 11. Consultado em 26 de novembro de 2018 
  2. a b RTP 1 (9 de setembro de 1970). «Um dia com... José Falcão». Arquivos RTP. Consultado em 17 de junho de 2013 
  3. a b c «Exposição "José Falcão. 1942-1974"». Indica erradamente "junho de 1968" como mês da confirmação. Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. 2014. Consultado em 12 de março de 2015 
  4. a b c d Núcleo Tauromáquico de Coruche. «Figuras: José Falcão». Presumido que por "escola" se refere à "Escola de Toureio de Coruche". Indica erradamente "1970" para data de confirmação no México. Museu de Coruche. Consultado em 21 de novembro de 2016. Arquivado do original em 21 de novembro de 2016 
  5. «Prémios Bordalo». Em 1968 denominado "Prémio da Imprensa". Gralha em "1964" como ano de morte. Sindicato dos Jornalistas. 22 de janeiro de 2002. Consultado em 17 de outubro de 2017 
  6. a b «Muere de una cornada el diestro portugues Jose Falcon». ABC (em espanhol). Indica correctamente "treinta y un años de edad". 13 de agosto de 1974. Consultado em 27 de novembro de 2018 
  7. José María Marti Font (4 de julho de 2003). «Crónica:La Crónica : Las plazas». El País (em espanhol). Consultado em 26 de novembro de 2018 
  8. Arturo San Agustin (11 de outubro de 2016). «Rajoles i rèmol». La Vanguardia (em catalão). Consultado em 26 de novembro de 2018 
  9. Ángel González Abad (12 de agosto de 2014). «José Falcón, han pasado cuarenta años». ABC (em espanhol). Consultado em 26 de novembro de 2018 

Quadro de José Falcão. editar

Por Francisco Gaia

Artista de renome ao seu expoente.

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