Língua occitana

língua românica
Occitano

occitan

Falado(a) em: França, Espanha, Itália, Mónaco
Região: Europa
Total de falantes: 100 000–800 000[1][2]
Posição: 22
Família: Indo-Europeu
 Itálico
  Românico
   Ítalo-ocidental
    Galo-ibérico
     Galo-românico
      Occitano-românico
       Occitano
Estatuto oficial
Língua oficial de: Vale de Arão e Catalunha
Regulado por: Conselh de la Lenga Occitana;[3]
Congrès Permanent de la Lenga Occitana;[4]
Institut d'Estudis Aranesi[5]
Códigos de língua
ISO 639-1: oc (desde 1500) / pro (antes de 1500)
ISO 639-2: ---
ISO 639-3: oci
Dialetos do Occitano

A língua occitana[6], também denominada occitânica[7][8] é uma língua românica falada no sul da França (ao sul do rio Loire), Vales Occitanos, Mónaco, e no Vale de Arão, regiões referidas como Occitânia ou País d'Oc. Também é falado na Guarda Piemontesa. A estimativa do número atual de falantes variam consideravelmente segundo as fontes, no entanto parece haver consenso na sua designação como a língua regional mais falada na França.[9]

O occitano surge desde cedo (Baixa Idade Média) como uma língua administrativa e jurídica concorrente ao latim.[10] É conhecida pela sua prolífica literatura a partir do século XII, época na qual os trovadores começaram a contribuir para o seu destaque por todas as cortes europeias. Desde o século XIII é utilizada como língua científica[11] (tratados em medicina, cirurgia, aritmética[12]), e serviu também de língua franca, usada em trocas comerciais internacionais.[13][14] Neste sentido, também influenciou a língua portuguesa, tendo a chancelaria de D. Afonso IV ou de D. Dinis vulgarizado os dígrafos provençais nh e lh,[15] para além das marcas que terá deixado na toponímia e regionalismos do Alto Tejo e Beira Baixa.[16]

Numa vertente sociolinguística, existem diferentes interpretações no que diz respeito ao glossónimo occitano: por um lado, a existência de línguas de oc estruturalmente próximas; por outro, uma unidade linguística formada pelo conjunto dos dialetos da língua occitana.[17][18] Independentemente do ponto de vista, todos coincidem em dizer que os diferentes locutores da língua partilham numerosos traços em comum que permitem uma inteligibilidade mútua. As designações das antigas províncias francesas serviram para a atribuição dos diversos nomes das variantes occitanas, se bem que estas não correspondem exatamente com os limites geográficos.[19] Estes e as suas características podem variar entre diferentes autores, mas geralmente incluem o auvernês, vivaro-alpino, gascão, linguadociano, limusino e provençal. A inclusão do catalão e exclusão do gascão também são contestadas.

Etimologia editar

O nome da língua surge de lenga d'òc (língua de òc, a palavra occitana para sim), em contraste com oïl, (o ancestral do francês moderno oui), em langue d'oïl. Apesar do termo ter estado em uso oralmente algum tempo após o declínio do latim, tanto quanto é revelado por documentos históricos o poeta italiano Dante foi o primeiro a registar o termo lingua d'oc na sua escrita.[20] Em De vulgari eloquentia, escreve em latim

"nam alii oc, alii si, alii vero dicunt oil"

que na sua tradução para português indica que "alguns dizem òc, outros , outros dizem oïl", desta forma salientando as três principais línguas romances mais conhecidas em Itália, baseado na palavra de cada língua para "sim", a língua de òc (occitano), a língua de oïl (francês) e a língua de sì (siciliano e italiano). Por sua vez, òc deriva do latim vulgar hoc ("isto"), enquanto que as línguas de oïl têm a sua origem na voz latina hoc illud ("é isto"). O catalão antigo, juntamente com o atual dialeto da Catalunha do Norte também usam hoc (òc). Outras línguas romances viram os seus vocábulos para "sim" derivar da palavra latina sic, "assim" ou "portanto", como o castelhano , o lombardo ocidental , o siciliano e italiano sì, e o português sim. No catalão moderno, tal como no castelhano moderno, é usado normalmente como resposta, apesar de ambas as línguas manterem a palavra oi, semelhante a òc, para responder a questões sim-não, bem como uma resposta positiva em registos mais elevados.[21] O francês usa para responder "sim" a questões colocadas na negativa, como no caso que se segue:

—Vous n'avez pas de frères ?
—Si, j'en ai sept.
Original {{{{{língua}}}}}: Não tens irmãos?
—Sim, tenho sete.
 
Vista geral das línguas europeias (1859).[22]

O termo "occitano" é por vezes considerado um neologismo,[23] porém em cerca de 1300 foi registado sob a forma "occitanus", uma mistura entre oc e aquitanus.[24] O termo langue d'oc e o seu equivalente em latim lingua occitana estão registados desde o final do século XIII.[25] Deste termo latino surge a palavra occitain (registada em 1628,[26] 1644[27] et 1655[28] como uma forma de oïl, o sufixo -anum dava frequentemente lugar a -ain (p. ex. foranus > forain), enquanto que em língua de oc, ou occitano (como ficou conhecida a partir da segunda metade do século XX), esta dava-se em -an.

"Langue d'oc", "occitano" e "provençal" (este último adaptado nos dias de hoje para fazer apenas referência ao dialeto falado na Provença) foram usados como sinónimos no contexto da linguística românica. A totalidade do movimento cultural após o século XIX fala de "occitan" e de "langue d'oc", e estes dois termos são empregues indiscriminadamente em textos administrativos franceses recentes.[29] As administrações espanholas e italianas fazem apenas uso do termo occitano.

Outros nomes editar

Durante séculos, os dialetos occitanos (juntamente com os catalães)[30] eram referidos como lemosi ou provensals, os nomes de duas regiões inseridas na região da Occitânia. Após o Movimento Felibrtige de Fréderic Mistral no século XIX, o provençal alcançou um grande reconhecimento literário e acabou por se popularizar como termo para fazer referência ao conjunto da língua.

De acordo com Joseph Anglade, um filólogo e especialista em literatura medieval que ajudou a impor o termo então arcaico Occitan como a única denominação correta,[31] a palavra Lemosin foi usada inicialmente para designar a língua occitana no início do século XII pelo trovador catalão Raimon Vidal de Besalú em Razós de trobar:

A fala francesa é mais digna e mais adequada para romances e pasturelhas; mas a do Limusino é mais digna para fazer versos e canções e serventias; e por todas as terras da nossa língua são de maior autoridade os cantares em língua limusina que os de qualquer outra fala, porquanto usarei este nome primeiramente[32]
Original {{{{{língua}}}}}: La parladura Francesca val mais et [es] plus avinenz a far romanz e pasturellas; mas cella de Lemozin val mais per far vers et cansons et serventés; et per totas las terras de nostre lengage son de major autoritat li cantar de la lenga Lemosina que de negun'autra parladura, per qu'ieu vos en parlarai primeramen.[32]

Quanto à palavra Provençal, não deve ser tida como a língua exclusiva da Provença, mas sim de toda a Occitânia, já que "nos séculos onze, doze, e por vezes treze, seria possível entender por Provença todo o território da antiga Provincia Romana e até mesmo da Aquitânia".[33] O termo popularizou-se a partir da Itália.[34]

História editar

 
Mapa cronológico mostrando o desenvolvimento das línguas do sudoeste da Europa entre as quais o occitano.

O occitano surge a partir do latim vulgar, e está entre os primeiros idiomas a substituirem o latim em textos oficiais.[35] A adoção por parte das populações indígenas de um latim vernacularizado foi um processo complexo e que se desenvolveu por vários séculos, sobrepondo-se e assimilando as línguas autóctonas. O fim do Império Romano, no século V, ao qual se juntam as posteriores invasões bárbaras, são também importantes no surgimento das novas línguas romances. A formação da língua de oc foi facilitada e condicionada por circunstâncias que explicam a sua originalidade:

  • a orografia da região, que se caracteriza pelo seu enquadramento numa área rodeada de barreiras naturais como são o mar Mediterrâneo, o Oceano Atlântico bem como a presença de diversas cordilheiras: o Maciço Central, os Pirenéus e os Alpes;[36]
  • presença de zonas de separação entre as populações: zonas ultra secas,[36] florestas densas que separam o norte e o sul da França exceto nas áreas próximas aos grandes corpos de água; pantanais ou terras pouco adequadas a usos agrícolas; e grupos hostis a tentativas de colonização exterior (regiões entre o Loire e Garona, planalto desértico aragonês).
  • a presença constante dos povos pré-históricos e protohistóricos, que contribuíram para um substrato homogéneo;[36]
  • a sua celtização reduzida;[37]
  • um longo e profundo processo de romanização;[37]
  • um léxico original, com presença de palavras herdadas do latim que não se encontram nas línguas de oïl nem no franco-provençal;[38]
  • uma fraca germanização (em oposição ao galo-românico);[37]

Os primeiros registos que atestam uma divergência do latim surgem no século VIII com litanias carolíngias, escritas e cantadas em latim, nas quais a audiência respondia em occitano antigo (Ora pro nos; Tu lo juva). É nessa altura denominada lingua romana,[39] um termo utilizado para descrever o conjunto de línguas vulgares da Europa meridional. Dela existem outros registos escritos:

De ista hora in antea non DECEBRÀ Ermengaus filius Eldiarda Froterio episcopo filio Girberga NE Raimundo filio Bernardo vicecomite de castello de Cornone... NO·L LI TOLRÀ NO·L LI DEVEDARÀ NI NO L'EN DECEBRÀ... nec societatem non AURÀ, si per castellum recuperare NON O FA, et si recuperare potuerit in potestate Froterio et Raimundo LO TORNARÀ, per ipsas horas quæ Froterius et Raimundus L'EN COMONRÀ.

Os juramentos de Guilherme IV de Montpelhièr, prestados em 1059 e os da abadia de Lerins, pouco posteriores, voltam a testificar a presença do vulgar occitano, mas o documento mais antigo escrito por inteiro em occitano é de 1102 e pertence ao território de Rodez. Começa assim:

Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Carta, de todas estas coisas que eu fiz a honra de Odo Adfemaro...Todas estas posses que está escrito que Ademar Odt possui e todas as outras que não está escrito que Ademar possui, os direitos feudais e acidentais e os direitos de domínio que possui ou que lhe devem chegar, assim como estas possessões estão todas escritas e um clérigo as pode ler, assim Ademar Odt as dá a sua filha chamada Guilhermina e a Arnaldo, filho de Chidenilde, e aos filhos que Arnaldo de Guilhermina terá, exceto dois bastardos que tem com empregada de Ramun Passarode...
Original {{{{{língua}}}}}: In nomine Domini nostri iesui Christi. Carta que fecit facere Adfemaro Odo de tota su honore... Tota questa honor qu'aissi es scripja qu'Ademars Odt á et tota l'altra que scripja no es qu'Ademars á, los feusals et las aventuras e las domengaduras c'a ni avenir li devo, assi con aquesta honres scripja es tota ni clerches legir la i pot, assi la dona Ademars Odt a Willemma se filla vocaida, ed at Arnal, fil de Chidenelz, et al(z) efanz c'Arnalz de Guillema aura, essez doas versanas que gadanet de Ramun Passarode...

Os primeiros documentos escritos integralmente em língua occitana são mais tardios, datando do século XI. Aquele que é considerado um dos primeiros textos de importância, é a Cançon de Santa Fe d'Agen, datada de 1030-1070 e de caráter hagiográfico. No entanto, existem reservas quanto à sua origem e consequente classificação dentro da língua occitana ou catalã.[40][41] A esta obra junta-se o Poema de Boecis (Lo Poema de Boecis), escrito cerca do ano 1000 no dialeto limusino e do qual apenas se conservam 257 versos. No século XIX, os Juramentos de Estrasburgo haviam sido considerados por Raynouard como o mais antigo documento escrito em occitano, se bem que posteriores investigações concluem que o documento se trata de um texto em língua romana rústica, associado ao nascimento das línguas de oïl.[42][43] Outros textos incluem Passió i Vida de Sent Léger em Clarmont d'Auvèrnhe; o Evangèli de Sent Joan em Limoges; o Cicle de Roland, do qual não existem registos escritos, La nobla leyczon (de 1100),[44] o Roman de Flamenca (século XII), a Canso de la Crosada (1213–1219?), Daurel e Betó (século XII ou XIII), Las, qu'i non sun sparvir, astur (século XII) e Tomida femina (século IX ou X, o primeiro poema conhecido em occitano).

A literatura occitana era essencialmente poética. Aos escritos em prosa se dava pouca importância; mais tarde, nos séculos XIV e XV, escreveu-se mais em prosa, incluindo trabalhos científicos, jurídicos, filológicos e de outros temas. Não era comum o teatro; as únicas produções, que puderam ser consideradas teatrais, são obras dramáticas de temas piedosos, tais como o Mistério da Paixão e o Casamento da Virgem.

A poesia dos trovadores occitanos apareceu no princípio do século XII, com Guilherme IX da Aquitânia, e alcançou sua plenitude expressiva com três poetas que escreveram no final deste século: Bertran de Born, Arnaud Daniel e Guiraut de Bornelh. Em poucas gerações esta poesia deu lugar a uma refinada e elaborada forma artística de técnicas perfeitas, o que levou, no século XIII, a se considerar o occitano como a língua mais apropriada para a poesia lírica.

Nesta poesia, a dama, normalmente aristocrática e casada, e seu amante (o poeta) estão separados por motivos sociais, geográficos ou psíquicos: o poeta, ao cantar seu amor, tenta alcançar um sentimento tranquilizador, ao qual chama de joie (“gozo, felicidade”). A poesia occitana expressa a ética do amor cortês, um amor sensual bastante oposto ao conceito tradicional cristão.

No século XIX, houve um movimento de avivamento e normalização do occitano, encabeçado pelo célebre poeta Frédéric Mistral, que criou um dicionário em dois volumes e uma coleção de poemas épicos que lhe deram o Prêmio Nobel de Literatura em 1904. Apesar de seus esforços, o movimento não teve o êxito esperado.

No século XX, houve um outro movimento de avivamento e normalização do occitano, encabeçado pelo Institut d'Estudis Occitans, criado em 1945.

Classificação editar

O conjunto linguístico occitano constitui, juntamente com o catalão, o diassistema occitano-romance das línguas românicas ocidentais e serve de transição entre o galo-românico e o ibero-românico.[45] O padrão occitano e o catalão são, de um ponto de vista linguístico, próximos e possuem inteligibilidade mútua.[46] Certos linguistas como A. Sanfeld incluem estas duas línguas na mesma denominação linguística do occitano.[47][48] Pompeu Fabra, importante contribuidor para a normalização do catalão moderno, visualizou a possibilidade de uma unificação ortográfica das duas línguas caso se desse um processo de normalização no domínio de oc.[49] O termo língua limusina foi utilizado pelos catalães para designar a sua língua, a dos trovadores, o occitano ou até o conjunto linguístico occitano-romance.

Relação entre occitano, gascão e catalão editar

O gascão possui características diferenciadas que o distinguem mais claramente do que o catalão no âmbito do conjunto occitano-românico, principalmente devido à forte influência do substrato aquitano e do substrato vascão. Certos linguistas consideram-no uma língua à parte.[50][51][52] Porém, é geralmente considerado como sendo um dialeto da língua occitana.[53][54][55][56][57] O linguista Domergue Sumien defende a inclusão do gascão no occitano e a exclusão do catalão devido à existência de dois espaços sociolinguísticos com dinâmicas diferentes.[58][59] O catalão, mais próximo do linguadociano, é por vezes considerado como uma variedade ausbau do occitano.[60] Na obra do filólogo do século XIX Friedrich Christian Diez, o catalão é considerado como parte integral do occitano (denominado "provençal"), mas assinala as suas diferenças. Em Gramàtica del català contemporani (2002),[61] o catalão é classificado dentro das línguas românicas ocidentais como uma transição entre os diassistemas galo-romances e ibero-romances, à semelhança do grupo occitano-romance.

Certas posições, particularmente aquelas no centro da escola linguística occitana, tendem a incluir o catalão como dialeto do occitano, baseando-se na sua semelhança e tradição literária comuns. Certos pares da romanística, como Wilhelm Meyer-Lübke ou Friedrich Christian Diez tendem a incluir o catalão também como elemento do conjunto occitano.[62][63][64]

Evolução editar

Numa fase inicial, o catalão e a língua de oc não podiam ser distinguidas entre si. O catalão surge no âmbito do conjunto occitano.[65] O facto de toda a literatura ser escrita quase exclusivamente em latim durante a Alta Idade Média torna delicada uma categorização formal. Em todo o caso, os primeiros textos em latim vulgar, apesar de bastante semelhantes mostram já algumas diferenças que se acentuam a partir de meados do século XII.[66] O maiorquino Ramon Llull (1232–1315), o primeiro filósofo a escrever numa língua neolatina, é considerado igualmente como o primeiro autor de relevância em catalão. A partir de 1274 escreve também poemas em occitano, nos quais inclui um grande número de rasgos e neologismos que distinguem as duas línguas.[carece de fontes?]

Os poetas catalães escrevem em occitano até ao século XIV, época na qual o valenciano Ausiàs March marca o início do século de ouro da língua catalã.[67] O catalão sofre desde o século XV uma forte influência ibero-romance acrescida por razões políticas (união das coroas de Castela e Aragão).[carece de fontes?]

Em 1934, intelectuais catalães proclamam solenemente que o catalão contemporâneo é uma língua diferente ao occitano[68] através do manifesto Desviacions en els conceptes de llengua i de pàtria,[69] rejeitando assim a ideia de uma nação panoccitana que incluísse os Países Catalães.

O aspecto político, cultural e religioso também teve a sua importância. A Catalunha, ao contrário da Occitânia, beneficiou-se de uma reduzida dependência estatal alidada a um forte desenvolvimento económico. Para mais, a esfera occitana definia-se pela sua pertença à França, enquanto que a catalã se definia pela pertença à Espanha.[carece de fontes?] Ainda em tempos recentes o seu desenvolvimento é separado: o catalão e o seu conjunto dialectal seguem uma tendência de hispanização com o contacto com o castelhano enquanto que o occitano se define pela sua galicização graças ao contacto com o francês. Os pólos importantes das línguas castelhana e francesa no mundo pesam igualmente nas relações de domínio linguístico no seio de França e Espanha.[carece de fontes?]

Caracterização estrutural editar

Jules Ronjat procurou caracterizar o occitano[70] baseando-se em 19 critérios principais e entre os mais disseminados. Onze deles são fonéticos, cinco são morfológicos, um sintático e dois são lexicais. É possível notar a menor frequência das vogais semifechadas. É uma característica dos falantes occitanos através da qual se pode reconhecer, mesmo quando falam francês, um sotaque "meridional". Dá-se também a ausência da utilização do pronome pessoal sujeito, em oposição ao francês (como em canti/cante/chante/chanto vs. je chante ; cantas/chantas vs. tu chantes). Dentre os critérios, existem sete diferenças com o castelhano, oito com o italiano, doze com o franco-provençal e dezasseis com o francês.

Fonologia editar

O acento tónico pode ocorrer somente nos seguintes casos:

  • na última sílaba (palavras oxítonas ou agudas);
  • na penúltima sílaba (palavras paroxítonas ou graves);
  • em niçardo, e esporadicamente em cisalpino (vivaroalpino dos Vales Occitanos), o acento tónico pode ocorrer na antepenúltima sílaba (palavras proparoxítonas ou esdrúxulas).
Vogais anteriores quase anteriores centrais quase velares velares
não arredondada arredondada não arredondada arredondada não arredondada não definida arredondada não arredondada arredondada não arredondada arredondada
fechadas /i/ /y/ /u/
quase fechadas (ɪ) (ʏ)
semifechadas /e/
médias (ə)
semiabertas /ɛ/ (œ) /ɔ/
quase abertas
abertas /a/ (ä) (ɒ)

Os principais fonemas são: /i/, /y/, /u/, /e/, /ɛ/, /ɔ/ e /a/. A nível regional, existem também os fonemas /œ/, /ə/, /ä/, /ɒ/, /ɪ/ e /ʏ/

De assinalar o fonema de alternância vocálica. Em posição átona, certas oposições vocálicas são neutralizadas:

  • A vogal tónica /ɛ/ transforma-se em /e/.
  • A vogal tónica /ɔ/ transforma-se em /u/.
Consoantes labiais dentais e alveolares palatais velares
não vozeada vozeada não vozeada vozeada não vozeada vozeada não vozeada vozeada
oclusivas /p/ /b/ /t/ /d/ /k/ /g/
fricativas /f/ (/v/) /s/ /z/ (/ʃ/)
africadas /ts/ (/dz/) /tʃ/ /dʒ/
nasais /m/ /n/ /ɲ/
laterais /l/ /ʎ/
vibrantes múltiplas /rr/
vibrantes simples /r/
aproximantes /w/, /ɥ/ /j/

A nível regional, existem também os fonemas /ʀ/, /h/ e /ʒ/.

A distinção entre /v/ e /b/ está disseminada no provençal, vivaroalpino, auvernês e limusino. Pelo contrário, em linguadociano e gascão, os fonemas /b/ e /v/ são neutralizados em /b/.

Evolução fonética editar

Entre os caracteres diacrónicos do occitano enquanto língua românica:

  • Ausência ou raridade das vogais arredondadas [ɒ, o, ø]. Estas podem surgir mas, regra geral, não possuem nenhum papel fonológico. O francês meridional abre espontaneamente estas vogais, o que a torna numa das mais definidoras de tal sotaque.
  • Presença da vogal /y/. A palatização do u latino [u] que se transforma em [y] (regionalmente [œ]) e a mudança numa série de vogais anteriores: u > y, o > u, ɔ > o.. É um traço geral do conjunto galo-românico, dos dialetos do norte da Itália e de alguns idiomas reto-romances bem como do catalão capcinês. Ex.: LUNA > Luna (lua).
  • Vogais nasais que conservam o timbre da vogal oral correspondente. A nasalidade da vogal é apenas parcial e sempre seguida de uma ressonância consoantal. É um traço partilhado com o resto das línguas romances exceto o francês, franco-provençal e português.
  • Ditongação das vogais latinas e, o apenas condicionadas pelo seguimento de [j] ou [w]: é torna-se iè (ie); ò torna-se uò (uè, ue):
    • VETULU > vielh (velho)
    • NOCTE > nueit/nuech/nuòch (noite)
    • DEU > dieu (deus)
  • Em todos os outros casos, as vogais do latim vulgar são conservadas: e > é, o > o:
    • DECEM > dètz (dez)
    • CELU (clássico CAELUM) > cèl (céu)
    • CULTELLU > cotèl (faca)
    • MEL > mèl
    • OPERA > obra
    • PORTA > porta

Do ponto de vista vocálico, o occitano é uma língua conservadora em contraste com o francês, cuja influência germânica evou à ditongação e alargamento considerável das suas vogais em posição livre.

  • Ausência de ditongação das vogais do latim vulgar [e,o] fechadas (latim clássico e,i;o,u), juntamente com a característica referida no ponto anterior. Por exemplo:
    • TRES > três
    • DEBERE > dever
    • FIDE > fe
    • FLORE > flor > [flur]
  • Fecho para [u] do latim vulgar [o]:
    • DOLORE > vx. dolor > mod. [dulur]
    • FLORE > vx. flor > [flur]
  • O gascão trocou o F inicial latino pelo [h] aspirado (lat. filiu > gasc. oc. hilh), como ocorreu com o espanhol medieval (o gascão e o espanhol estiveram sob influência basca).
  • Outros fenómenos lenitivos e de palatalização são compartilhados com outras línguas românicas ocidentais, especialmente com o catalão, seu parente mais próximo (parte das línguas occitano-românicas).

Léxico editar

Comparação lexical entre línguas romances
Latim Francês Italiano Piemontês Occitano Catalão Aragonês Castelhano Asturiano/

Leonês

Português Romeno Sardo Corso Franco-provençal Véneto
Gascão Linguadociano Provençal
CLAVIS
acusativo CLAVEM
clef chiave ciav clau clau clau llave
clave
chave chave cheie crae chjave
chjavi
clâ ciàve
NOX
acusativo NOCTEM
nuit notte neuit nueit nuèch,
nuèit
nuech nit nuei

nueit

noche nueche

nueite

ñueite

noite noapte notte notte
notti
nuet nòte
CANTARE chanter cantare canté cantar cantar cantar cantar cantar

cantare

cantar cânta cantare cantà chantar cantàr
cantàre
CAPRA chèvre capra crava craba cabra cabra cabra

craba

cabra cabra cabra capră cabra capra cabra
chiévra
cavara
LINGUA langue lingua lenga lenga llengua luenga lengua llingua língua limbă limba lingua lenga léngoa
PLATEA place piazza piassa plaça plaça plaza plaza plaza

praza

praça piaţă pratza,
pratha
piazza place piàsa
piassa
PONS
acusativo PONTEM
pont ponte pont pont pònt pont puen

puent

puente ponte ponte pod,
punte
ponte ponte
ponti
pont pont
ponte
ECCLESIA église chiesa gesia
(cesa)
glèisa glèisa,
glèia
església ilesia iglesia ilesia igreja biserică
(basilica)
creia,
cresia
ghjesgia églésé ciéxa
HOSPITALIS hôpital ospedale ospidal espitau espital,
ospitau
espitau hospital espital

hespital

hospital hospital hospital spital ispidale spedale
uspidali
hèpetâl ospeda£e
ospedal
CASEUS
baixo latim FORMATICUM
fromage formaggio formagg hromatge formatge fromatge formatge queso

formache

queso quesu

queisu

queijo caş casu casgiu tôma
fromâjo
fromaio

Verbos editar

Tem quatro tempos no Indicatiu (Indicativo): Imperfach (Pretérito imperfeito), Preterit (Pretérito perfeito), Futur (Futuro do presente) e Present (Presente); dois no Subjonctiu (Subjuntivo): Imperfach (Pretérito imperfeito) e Futur (Futuro do presente); somente o Present (Presente) dentre o Condicional (Condicional) e três pessoas em só um tempo no Imperatiu (Imperativo): 2º do singular e 1º e 2º do plural.

Todos tempos, fora o imperativo, se encontram com as seis pessoas normais, totalizando 45 conjugações em 8 tempos em 4 modos.

Codificação editar

Normas editar

Na época dos trovadores (séculos XI–XIII) surge uma norma literária unificada (koiné). Desde então, todas as grafias occitanas (clássica, mistraliana, bonaudiana e da Escòla dau Pò) foram criadas de raiz tendo em conta os diferentes dialetos, sem fixar um padrão para a língua. Existem duas normas principais:

  • A norma clássica é baseada no padrão medieval occitano e possui a vantagem de manter ligações com fases anteriores da língua e de poder ser adaptada ao conjunto de dialetos da língua, o que facilita a inteligibilidade e comunicação mútuas.[carece de fontes?]
  • A norma mistraliana é baseada na ortografia francesa e permite aos falantes do occitano — que já são (como geralmente é o caso) alfabetizados em francês[carece de fontes?] — evitar a aprendizagem de um sistema completamente diferente. Usada principalmente nos dialetos provençal e niçardo.[carece de fontes?]

A partir da norma mistraliana surgem, no final do século XIX, três normas literárias regionais — o provençal geral, o niçardo e o gascão bearnês. A norma clássica, a partir do século XX, perseguiu o desenvolvimento destas três formas literárias mas preferiu igualmente formas regionais complementares em limusino e linguadociano. Após a oficialização do occitano no Vale de Arão em 1990, e em toda a Catalunha em 2006, a norma clássica origina novamente uma variação codificada do gascão aranês.[71]

A norma da Escòla dau Pò baseia-se na norma mistraliana, simplificando-a, e é usada sobretudo nos Vales Occitanos juntamente com a norma clássica.[carece de fontes?] A norma bonaudiana (ou escrita auvernesa unificada, "EAU") foi criada por Pierre Bonnaud e é usada apenas no dialeto auvernês, em conjunto com a norma clássica.[carece de fontes?]

Grafias principais editar

Norma clássica

(transcrição)

Norma mistraliana

(texto original)

Cante una chata de Provença.

Dins leis amors de sa jovença,

A travèrs de la Crau, vèrs la mar, dins lei blats,

Umble [Umil] escolan dau grand Omèra [Omèr],

Ieu la vòle seguir. Coma èra

Ren qu'una chata de la tèrra,

Ieu la vòle seguir. Coma èra

Ren qu'una chata de la tèrra,

En fòra de la Crau se n'es gaire parlat.

Cante uno chato de Prouvènço.

Dins lis amour de sa jouvènço,

A travès de la Crau, vers la mar, dins li blad,

Umble escoulan dóu grand Oumèro,

Iéu la vole segui. Coume èro

Rèn qu'uno chato de la terro,

En foro de la Crau se n'es gaire parla.

Rèn qu'uno chato de la terro,

En foro de la Crau se n'es gaire parla.

Frédéric Mistral, Mirèlha, Cant I —Frédéric Mistral, Mirèio, Cant I
Comparação entre as principais normas occitanas Excerto da Declaração Universal dos Direitos do Homem
Norma clássica Norma mistraliana

(e normas derivadas)

Normas diversas
Auvernês Baixo-Auvernês Totas las personas naisson liuras e egalas en dignitat e en dreit. Son dotadas de rason e de consciéncia e lor chau (/fau) agir entre elas amb un esperit de frairesa. Toutos las persounos naissou lieuros e egalos en dinhitat e en drèit. Sou doutados de razou e de counsciéncio, mas lour chau agi entre guessos dinc un eime de frairesso. Norma bonaudiana:

Ta la proussouna neisson lieura moé parira pà dïnessà mai dret. Son charjada de razou moé de cousiensà mai lhu fau arjî entremeî lha bei n'eime de freiressà.

Alto-Auvernês Touta la persouna naisson lieura e egala en dïnetàt e en dreit. Soun doutada de razou e de cousiensà e lour chau ajî entre ela am en esprî de freiressà.
Gascão clássico Totas las (/eras) personas que vaden libras e egaus en dignitat e en dret. Que son dotadas d'arrason e de consciéncia e que las cau hèr l'ua dab l'auta dab esperit de fraternitat. Norma fébusiana:

Toutes las (/eras) persounes que nachen libres e egaus en dinnitat e en dret. Que soun doutades de rasoû e de counscienci e qu'ous cau ayi entre eres dap û esperit de fraternitat.

setentrional Totas las personas vasen libras e egalas en dignitat e en dre(i)t. Son dotadas de rason e de consciéncia/consciença e las i fau agir entre eras damb un esprit de fraternitat.
Linguadociano Totas las personas naisson liuras e egalas en dignitat e en drech. Son dotadas de rason e de consciéncia e lor cal agir entre elas amb un esperit de frairesa.
Limusino Totas las personas naisson liuras e egalas en dignitat e en drech. Son dotadas de rason e de consciéncia e lor chau (/fau) agir entre elas emb un esperit de frairesa.
Provençal geral Totei lei personas naisson liuras e egalas en dignitat e en drech. Son dotadas de rason e de consciéncia e li cau (/fau) agir entre elei amb un esperit de frairesa. Tóuti li persouno naisson liéuro e egalo en dignita e en dre. Soun doutado de rasoun e de counsciènci e li fau agi entre éli em' un esperit de freiresso.
Provençal niçardo Toti li personas naisson lib(e)ri e egali en dignitat e en drech. Son dotadi de rason e de consciéncia e li cau agir entre eli emb un esprit de fratelança. Touti li persouna naisson lib(e)ri e egali en dignità e en drech. Soun doutadi de rasoun e de counsciença e li cau agì entre eli em'un esprit de fratelança. Norma de Rancher (italianisante):

Touti li persouna naisson lib(e)ri e egali en dignità e en dreç. Soun doutadi de rasoun e de counsiensa e li cau agì entre eli em'un esprit de fratelansa.

Vivaro-alpino Totas las personas naisson liuras e egalas en dignitat e en drech. Son dotaas de rason e de consciéncia e lor chal agir entre elas amb un esperit de fraternitat. Norma da Escòla dau Pò:

Toutes les persounes naisoun liures e egales en dignità e en drech. Soun douta de razoun e de counsiensio e lour chal agir entre eles amb (/bou) un esperit de freireso.

Comparação entre as quatro normas occitanas: grafemas típicos
Norma clássica Norma mistraliana Norma bonaudiana Norma da Escòla dau Pò
-a final -o (-a, -e) -o (-a)
ò o o o
o, ó ou ou ou
uè, ue ue, iue eu (ue) ue (ö)
lh i/h (lh) lh lh
nh gn nh nh
s, ss

c(e), c(i), ç

s, ss

c(e), c(i), ç

s, ss s
z

s entre duas vogais

z

s entre duas vogais

z z
à è ò

á é í ó ú

à è ò ì ù

é óu

à è eù où

é â ê î û

à è ò ì ù où

é

Todas as consoantes finais não vozeadas são registadas Certas consoantes finais não vozeadas são registadas Certas consoantes finais não vozeadas são registadas Não são registadas consoantes finais não vozeadas

Questões quanto à classificação linguística e ortografia editar

A maioria dos académicos consideram que o Occitano constitui uma única língua.[72] Uma minoria,[72] composta por alguns autores,[72] rejeitam esta opinião e também a designação "occitano", e argumenta que existe um conjunto de línguas de oc em vez de dialetos de uma mesma língua. Alguns autores provençais partilham da opinião de que o provençal é uma língua distinta do occitano.[73] No entanto, a grande maioria de autores e associações provençais opinam que o provençal integra a língua occitana.[74]

Vários linguistas e escritores occitanos,[75] em particular aqueles envolvidos no movimento pan-occitano organizado em volta do Institut d'Estudis Occitans, discordam desta visão. Apesar das diferenças entre dialetos, existe um alto nível de inteligibilidade mútua entre eles.[76]

A questão ao redor do gascão é semelhante. Este apresenta várias diferenças significativas do resto da língua, mas apesar delas, tanto o gascão como os outros dialetos partilham importantes características lexicais e gramaticais, pelo que autores como Pierre Bec argumentam que não é possível classificá-los separadamente como acontece, por exemplo, com o castelhano e o italiano.[77] Para mais, a inclusão deste no occitano pode ser justificado pelo processo de elaboração comum (ausbau) entre o gascão e as restantes variantes occitanas.[72] A grande maioria do movimento cultural gascão considera-se parte do movimento cultural occitano.[78][79] O estatuto oficial no Vale de Arão refere que o aranês faz parte do gascão e do occitano. Uma gramática do aranês publicada por Aitor Carrera em 2007 partilha esta visão.

No entanto, dois estudos recentes suportam a tese de que o gascão seja uma língua à parte. Uma abordagem quantificável e à base de estatística foi aplicada por Stephan Koppelberg na sua tentativa de esclarecer a questão.[80] Com base nos resultados obtidos, concluiu que o catalão, o occitano e o gascão deveriam ser considerados como línguas distintas. Mais recentemente, Y. Greub and J.P. Chambon (Universidade de Sorbonne, Paris) demonstraram que a formação do proto-gascão estava concluída pelo século VII, sem que o proto-occitano estivesse ainda formado.[81] Ambos os estudos suportam a visão de Kurt Baldinger, um especialista em gascão e occitano medieval, que recomendou a sua classificação como dois idiomas separados.[82]

Utilização editar

 
Situação jurídica da língua occitana na Europa:
  Língua oficial
  Reconhecimento limitado ou não existente

França editar

A UNESCO classifica o occitano como uma língua em "sério perigo" de extinção, à exceção do gascão e vivaro-alpino, classificadas apenas como estando "em perigo".[83] Um relatório da Generalidade da Catalunha refere que 70% dos habitantes das zonas de domínio linguístico occitano vê de forma favorável a preservação e ensino da língua e nota a atitude contrária da administração francesa a tais questões.[84] O occitano é ensinado em regime de imersão linguística nas Calandretas, uma rede de escolas associativas semelhantes às Diwan ou Ikastolas numa tentativa de revitalização da língua. A primeira escola foi aberta em 1979 em Pau, e o modelo foi desde então adaptado também ao sistema público de educação. Cuers,[85] Maillane[86] e Orangers são atualmente as únicas escolas públicas bilingues na região Provença-Alpes-Costa Azul. A 5 de novembro de 2014, foi declarada como língua cooficial na Eurorregião Pirenéus-Mediterrâneo.[87]

Espanha editar

A língua, na sua variante aranesa, é cooficial em toda a Catalunha, e de uso preferente no Vale de Arão.

Itália editar

A língua é falada nos Vales Occitanos do Piemonte e Ligúria. Também existe um enclave na Guarda Piemontesa desde o século XIV. Uma lei promulgada em 1999 pelo parlamento garante a proteção da minorias linguísticas, no entanto, o italiano é a única língua oficial no país.[88]

Outros locais editar

Algumas colónias occitano-falantes estabeleceram-se no século XIV em Vurtemberga (Alemanha), e também no século XX, ao sul da província de Buenos Aires (Argentina).[carece de fontes?]

Citações em occitano editar

Uma das mais notáveis passagens do occitano na literatura ocidental ocorre no 26º canto do Purgatório de Dante, no qual o trovador Arnaut Daniel responde ao narrador:

«Tant m'abelís vòstre cortés demand, / qu'ieu no me puesc ni vòlh a vos cobrir. / Ieu sui Arnaut, que plor e vau cantant; / consirós vei la passada folor, / e vei jausent lo jòi qu'esper, denant. / Ara vos prec, per aquela valor / que vos guida al sòm de l'escalina, / sovenha vos a temps de ma dolor»
Original {{{{{língua}}}}}: Assim me agrada teu pedido cortês / Não posso e não irei me esconder de ti. / Sou Arnaut, que chora e vai cantando / Constrito vejo a loucura passada, / e vejo contente o dia que espero, adiante. / Agora vos peço, por aquele valor / que vos guia ao topo da escada, / que estejais cientes de minha dor!

Notas editar

Texto inicialmente baseado na tradução dos artigos «Occitan» na Wikipédia em francês (acessado nesta versão), «Idioma occitano» na Wikipédia em castelhano (acessado nesta versão) e «Occitan language» na Wikipédia em inglês (acessado nesta versão).

Ver também editar

Referências

  1. Fabrice BERNISSAN (2012). "Combien l'occitan compte de locuteurs en 2012 ?", Revue de Linguistique Romane, 76 (12/2011-07/2012), pp. 467-512
  2. « De fait, le nombre des locuteurs de l’occitan a pu être estimé par l’INED dans un premier temps à 526 000 personnes, puis à 789 000, » ("In fact, the number of occitan speakers was estimated by the French Demographics Institute at 526,000 people, then 789,000") Philippe Martel, "Qui parle occitan ?" in Langues et cité n°10, December 2007.
  3. «CLO's statements in Lingüistica Occitana (online review of Occitan linguistics).» (PDF). Consultado em 6 de março de 2017. Arquivado do original (PDF) em 30 de julho de 2018 
  4. Congrès permanent de la langue occitane / Congrès permanent de la lenga occitana - Un nouvel organisme de régulation de l’occitan au service des usagers et des locuteurs
  5. [1]
  6. occitano [utsiˈta], [u(t)siˈtaⁿ], [u(t)siˈtɔ] ou [ukʃiˈtɔ]
  7. Ribeiro Miranda, José Carlos (2004). «Garcia Mendes d'Eixo e as duas faces de Janus» (PDF). Porto. Literatura e História – Actas do Colóquio Internacional. II. 43 páginas 
  8. «Pergunta escrita - Utilização da língua occitânica nos Jogos Olímpicos de Inverno — Turim 2006 - E-3259/2001». www.europarl.europa.eu. Consultado em 18 de março de 2017 
  9. «Rapport présenté le 15 juillet 2013 à la ministre de la Culture et de la communication par le Comité consultatif pour la promotion des langues régionales et de la pluralité linguistique interne (France)» (PDF) 
  10. «Quel est le plus ancien document écrit en occitan ?». Consultado em 5 de março de 2017. Arquivado do original em 1 de fevereiro de 2017 
  11. Codification des langues de France : actes du Colloque Les Langues de France et leur codification, écrits divers – écrits ouverts (Paris – Inalco, 29-31 mai 2000) Auteurs Dominique Caubet, Salem Chaker, Jean Sibille, Rédacteurs Dominique Caubet, Salem Chaker, Jean Sibille éditeur, éditions L'Harmattan, 2002 ISBN 2-7475-3124-4, 978-2-7475-3124-5 p. 18
  12. Jean Sibille, L’occitan: qu’es aquò ? , en ligne, Langues et cité, décembre 2007, numéro 10
  13. «Idées reçues / Tinteinas» 
  14. A importante influência do occitano na lingua franca (língua veicular composta falada da Idade Média até ao século XIX na bacia do Mediterrâneo, principalmente por marinheiros e mercadores) foi largamente subestimada A Glossary of Lingua Franca - Université de Wisconsin-Milwaukee Arquivado em 16 de fevereiro de 2017, no Wayback Machine..
  15. «Sobre a influência do occitano - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa». ciberduvidas.iscte-iul.pt. Consultado em 19 de março de 2019 
  16. Pinto, Paulo Feytor (2012). «Occitejano: sobre a origem accitana do subdialecto do Alto Tejo Português». Açafa On Line. Nº 5: 324–342. ISSN 2182-1984 
  17. «Programme Sorosoro, pour que vivent les langues du monde !». Sorosoro. Consultado em 18 de março de 2017. Le glossonyme « occitan » peut avoir différentes interprétations qui reposent sur la conscience linguistique des locuteurs ou même simplement des habitants des régions « occitanophones ». […] Deux points de vue différents sont donc à comprendre. D’un côté, on envisage l’existence d’une unité linguistique autour d’une langue, « l’occitan », dont les dialectes seraient le languedocien, le limousin, le provençal, etc. D’un autre côté, on considère que la fragmentation est telle qu’on ne peut plus parler de dialectes, mais bien de « langues d’oc ». Certaines zones (Gascogne, Provence) soulignent avec force leurs singularismes pour se démarquer de ce qu’ils considèrent comme une uniformisation artificielle. 
  18. Vargas, C. (Ed.). (2010). Langues et sociétés : approches sociolinguistiques et didactiques. Éditions L'Harmattan.page 165
  19. Hervé Abalain. Le Français et les langues historiques de la France. Jean-Paul Gisserot, 2007, ISBN 2-87747-881-5, 978-2-87747-881-6 p. 179
  20. «IEO Institut d'Estudis Occitans». www.ieo-oc.org (em francês). Consultado em 19 de abril de 2017 
  21. Badia i Margarit, Antoni M. (1995). Gramàtica de la llengua catalana: Descriptiva, normativa, diatòpica, diastràtica. Barcelona: Proa , 253.1 Predefinição:Ca icon
  22. Argenson, M. de (1859). Des nationalités européennes. Avec deux cartes indiquant la division des peuples suivant les langues parlées et les religions. Paris: [s.n.] 
  23. Antoine Fabre d'Olivet: Le troubadour, poésies occitaniques du XIIIe siècle, 1803, p. I: Occitanique est un mot nouveau, adopté pour exprimer à-la-fois le Provençal et le Languedocien, et généralement tous les dialectes dérivés de l'ancienne langue d'Oc ("Occitan is a new word that is used to designate both Provençal and Languedocien, and in general all the dialects derived from the old langue d'Oc").
  24. Smith and Bergin, Old Provençal Primer, p. 2
  25. Testament de Lancelot d'Orgemont, 1286, voir à l'article Occitanie
  26. « Et l'an 569, soubs nostre Roy Charibert, peu apres le temps de nostre S. Aspais; & au mesme païs Occitain : vne Abbesse Aspasia, à qui se trouue vne epistre addressée par l'Euesque de Cahors, nommé Desidere : & qui est parmy les Epistres miscellanes de nos premiers Roys de France, & Praelats illustres soubs iceux: imprimée n'y ha pas long temps, au païs d'Allemagne. » Histoire de Melun... Plus la Vie de Bourchard, comte de Melun... trad. du latin d'un autheur du temps (Eudes, abbé de Saint-Maur-des-Fossés). Ensemble la Vie de Messire Iacques Amyot... Le tout recueilly... par M. Sebastian Roulliard..., chez Guillaume Loyson, Paris, 1628, p. 171
  27. «Jean-Pierre Camus, Les récits historiques ou histoires divertissantes entremeslées de plusieurs agréables rencontres & belles réparties, Edicions Talvera, 2010» (PDF)  ISBN 979-1-09-069605-1
  28. «Pierre Dupuy, Traité de la maiprité de nos rois et des régences du royaume, À Paris, chez la veuue Mathurin du Puis, ruë S. Iacques, à la Couronne d'or. Et Edme Martin, ruë S. Iacques, au Soleil d'or. M. DC. LV. Avec Priuilege du Roy.» 
  29. «Rapport de Monsieur Bernard Poignant au premier ministre sur les langues et cultures régionales» (PDF). L’occitan. Cette appellation a été retenue dans la nomenclature établie par la loi Deixonne. Les académies concernées par l’enseignement de l’occitan sont les suivantes : Nice, Grenoble, Aix-Marseille, Clermont-Ferrand, Montpellier, Toulouse, Limoges, Bordeaux et, pour une faible partie, Poitiers. Cette langue est également parlée et enseignée en Espagne (au Val d’Aran où elle bénéficie d’un statut officiel) et dans un certain nombre de vallées italiennes des Alpes. Parmi les langues régionales, l’occitan se caractérise par son extension géographique, de loin la plus importante ramenée au territoire français, et par une production culturelle – en particulier littéraire – au prestige certain, à la fois très ancienne et vivace. [ligação inativa]
  30. «Lapobladelduc.org». Consultado em 6 de março de 2017. Arquivado do original em 6 de agosto de 2007  "El nom de la llengua". The name of the language, in Catalan
  31. Anglade 1921, p. 10: Sur Occitania ont été formés les adjectifs latins occitanus, occitanicus et les adjectifs français occitanique, occitanien, occitan (ce dernier terme plus récent), qui seraient excellents et qui ne prêteraient pas à la même confusion que provençal.
  32. a b Anglade 1921, p. 7.
  33. Camille Chabaneau et al, Histoire générale de Languedoc, 1872, p. 170: Au onzième, douzième et encore parfois au XIIIe siècle, on comprenait sous le nom de Provence tout le territoire de l'ancienne Provincia Romana et même de l'Aquitaine.
  34. Anglade 1921, p. 7: Ce terme fut surtout employé en Italie.
  35. «History». ieo-lemosin.org. Consultado em 19 de abril de 2017 
  36. a b c Walther von Wartburg, La Fragmentation linguistique de la Romania, 1967
  37. a b c Bec 1963.
  38. Pierre Bec, Manuel pratique de philologie romane, t. 2 ; on trouve donc de grandes similitudes avec le français ou le castillan
  39. Raynouard, François Juste Marie (1816). F. Didot, ed. Choix des poésies originales des troubadours (Volume 1) (em French). Paris: [s.n.] p. vij 
  40. Uma breve análise da Cançon e dos argumentos para a sua data e língua de origem a colocarem no contexto da literatura catalã podem ser encontradas em Martin de Riquer (1964), Història de la Literatura Catalana, vol. 1 (Barcelona: Edicions Ariel), p. 197–200.
  41. Para uma visão geral do conteúdo da obra e uma análise temática, ver Elisabeth P. Work (1983), "The Eleventh-Century Song of Saint Fides: An Experiment in Vernacular Eloquence", Romance Philology, 36:3, pp. 366–385.
  42. Boyer, Henri; Gardi, Philippe (2001). Dix siècles d'usages et d'images de l'occitan: des troubadours à l'Internet. [S.l.: s.n.] 
  43. Cerquiglini, Bernard (1991). La naissance du Français. [S.l.: s.n.] 
  44. Raynouard, François Juste Marie (1817). Choix des poésies originales des troubadours (Volume 2) (em francês). Paris: F. Didot. p. cxxxvij : "Ben ha mil e cent (1100) ancs complí entierament / Que fo scripta l'ora car sen al derier temps."
  45. BEC, P. Manuel pratique de philologie romane, Paris, Picard, 1970
  46. Voir par exemple Marc TROTTIER, Une étude historique comparative des langues poétiques de l'occitan et du catalan des origines au Arquivado em 1 de outubro de 2008, no Wayback Machine.Predefinição:S-.
  47. Lluís Fornés Pérez, El pensament panoccitanista (1904-2004), thèse de doctorat
  48. «Welcome to the Frontpage - OC Valéncia» 
  49. Pompeu Fabra, « el català vindrà a èsser llavors una variant més de la gran llengua occitana retrobada », cité dans Xavier LAMUELA, Josep MURGADES, Teoria de la llengua literària segons Fabra, Barcelone, Quaderns Crema, 1984
  50. Article 'Gascon' rédigé par Peter V. Davies, Encyclopedia of the Languages of Europe, éd. Glanville Price, Oxford, 1998, p. 190-191
  51. «the original ISO code [gsc»  for Gascon has been retired on false grounds
  52. Linguasphere classe le Gascou+Biarnés sous le code 51-AAA-f, différent de l’occitan « général » sous 51-AAA-g Linguasphere g-g
  53. Jean-Marie Klinkenberg, Des langues romanes. Introduction aux études de linguistique romane, De Boeck, Predefinição:2e édition, 1999,
  54. Max Wheeler, « Occitan », in Martin Harris, Nigel Vincent, The Romance Languages, Routledge, 1997 Aperçu en ligne
  55. « Gascon, a Romance dialect of southwestern France, is usually classified as a dialect of Occitan », The New Encyclopædia Britannica, volume 8 - Page 860
  56. La langue se divise en trois grandes aires dialectales : le nord-occitan (limousin, auvergnat, vivaro-alpin), l'occitan moyen, qui est le plus proche de la langue médiévale (languedocien et provençal au sens restreint), et le gascon (à l'ouest de la Garonne). in Encyclopédie Larousse
  57. Cópia arquivada, consultado em 7 de março de 2017, arquivado do original em 3 de outubro de 2009, On distingue plusieurs aires dialectales au sein même de l'occitan. À l'ouest, au sud de la Garonne, le dialecte gascon se démarque très nettement dans le traitement phonétique (par exemple, évolution du f latin en h : filia > hilia), comme dans la grammaire (imparfait de l'indicatif original, particule que en renforcement du sujet.) 
  58. «Lo gascon es occitan: demostracion»  Jornalet, 9.2.2015 (em occitano)
  59. «Perqué occitan e catalan an de trajectòrias distintas?»  Jornalet, 3.2.2014 (em occitano)
  60. «Composition linguistique des nations du monde»  Titre Composition linguistique des nations du monde Volume 1 de Travaux du Centre international de recherche sur le bilinguisme, International Center for Research on Bilingualism Composition linguistique des nations du monde, Heinz Kloss Volume 1 de Linguistic Composition of the Nations of the World: Composition Linguistique Des Nations Du Monde, Heinz Kloss Volume 1 de Linguistic Composition of the Nations of the World, Grant D. McConnell Publication (Université Laval. Centre international de recherches sur le bilinguisme) Auteurs Université Laval. Centre international de recherches sur le bilinguisme, Heinz Kloss, Grant D. McConnell Rédacteurs Heinz Kloss, Grant D. McConnell Éditeur Presses de l'Université Laval, 1974 Original provenant de l'Université du Michigan Numérisé 18 juin 2010 Longueur 405 pages ISBN 0-7746-6710-9, 978-0-7746-6710-4 p. 36
  61. Gramàtica del català contemporani, Joan Solà, Maria-Rosa Lloret, Joan Mascaró, Manuel Pérez de Saldanya (dir.), Editorial Empúries, 2002.
  62. (em catalão) Xavier Lamuela, Estandardització i establiment de les llengües, Barcelone, Edicions 62, 1994.
  63. «Normalization and Encoding of Occitan» (em inglês). Consultado em 7 de março de 2017. Arquivado do original em 15 de janeiro de 2013  Multext-Cataloc, sur le site de l'université de Provence Aix-Marseille I.
  64. (em catalão) Lluís Fornés, L'occitanòfila valenciana - Euphemia Llorente Arquivado em 10 de agosto de 2014, no Wayback Machine..
  65. Ferrando Francés & Amorós 2011, p. 43
  66. (em catalão) Els primers textos en català - Textos anteriors a les Homilies d'Organyà
  67. Ferrando Francés & Amorós 2011, p. 159
  68. «La langue catalane et son histoire». www.tlfq.ulaval.ca. Consultado em 7 de março de 2017 
  69. «Manifest, maig del 1934» (PDF) 
  70. Bec 1973, p. 10
  71. «Normes ortografiques der aranés» (PDF) 
  72. a b c d Kremnitz 2002, pp. 109–111.
  73. Philippe Blanchet, Louis Bayle
  74. The most emblematic and productive ones, Frédéric Mistral, Robert Lafont, and their followers (Théodore Aubanel, René Merle Arquivado em 27 de junho de 2007, no Wayback Machine., Claude Barsotti, Philippe Gardy, Florian Vernet, Bernard Giély, Pierre Pessemesse...), and also the most important and historic Provençal cultural associations as CREO Provença[ligação inativa], Felibrige Arquivado em 15 de outubro de 2007, no Wayback Machine. and Parlaren (Assiso de la Lengo Nostro en Prouvènço, 2003) Arquivado em 28 de fevereiro de 2004, no Wayback Machine.
  75. Kremnitz, Georg (2003) "Un regard sociolinguistique sur les changements de la situation de l’occitan depuis 1968" in: Castano R., Guida, S., & Latella, F. (2003) (dir.) Scènes, évolutions, sort de la langue et de la littérature d’oc. Actes du VIIe congrès de l’Association Internationale d’Études Occitanes, Reggio di Calabria/Messina, 7-13 juillet 2002, Rome: Viella
  76. For traditional Romance philology see:
    • Ronjat, Jules (1913), Essai de syntaxe des parlers provençaux modernes (em francês), Macon: Protat, p. 12 : Mais les différences de phonétique, de morphologie, de syntaxe et de vocabulaire ne sont pas telles qu'une personne connaissant pratiquement à fond un de nos dialectes ne puisse converser dans ce dialecte avec une autre personne parlant un autre dialecte qu'elle possède pratiquement à fond. (But phonetic, morphological, syntactical and lexical differences are not such that a person quite perfectly fluent in one of our dialects would not be able to have a conversation with another person speaking another dialect with an equally perfect fluency).
    • Ronjat, Jules (1930), Grammaire historique des parlers provençaux modernes (em francês), Montpellier: Société des langues romanes (Volume 1), pp. 1–32 .
    For a discussion of the unity of the Occitan diasystem in structural linguistics see Bec 1973, pp. 24–25.
  77. Bec 1963, p. 46: The close ties between Gascon and others Occitan dialects have been demonstrated through a common diasystem.
  78. «Per Noste edicions». www.pernoste.com. Consultado em 7 de março de 2017 
  79. «Perso.orange.fr»  Aranaram Au Patac
  80. Stephan Koppelberg, El lèxic hereditari caracteristic de l'occità i del gascó i la seva relació amb el del català (conclusions d'un analisi estadística), Actes del vuitè Col·loqui Internacional de Llengua i Literatura Catalana, Volume 1 (1988). Antoni M. Badia Margarit & Michel Camprubi ed. (in Catalan)
  81. Groeb Y. and Chambon J.P. Age du Proto-Gascon, Revue de Linguistique Romane 66 (2002) 473-495 (in French)
  82. K. Baldinger, Revue de Linguistique Romane, December 1962, 331-362
  83. L’Atlas des langues en danger de l’Unesco classe les six dialectes de l’occitan en danger (gascon, vivaro-alpin) ou sérieusement en danger (auvergnat, languedocien, limousin, provençal) («Atlas UNESCO des langues en danger dans le monde». UNESCO. 2010. Consultado em 12 de abril de 2015 ).
  84. «Occitània i l'occità» (PDF). Generalitat de Catalunya (em catalão). 32 páginas. Jaume Figueras, especialista em literatura occitana: El 70 % de la població occitana desitja que sigui preservada i promoguda la identitat pròpia, per bé que un notable percentatge d’aquesta població sigui d’origen forà i malgrat que la política oficial, en qüestions culturals i lingüístiques, sigui contrària al seu reconeixement. 
  85. «Une école bilingue Français-Provençal à Cuers». www.varmatin.com (em francês). Consultado em 9 de março de 2017 
  86. «Document sans nom». www.tice1d.13.ac-aix-marseille.fr. Consultado em 9 de março de 2017 
  87. associats, Partal, Maresma i. «L'occità esdevé la quarta llengua oficial de l'Euroregió Pirineus-Mediterrània». VilaWeb.cat (em catalão) 
  88. «" Norme in materia di tutela delle minoranze linguistiche storiche "». Parlamento Italiano. Gazzetta Ufficiale (297). Consultado em 15 de fevereiro de 2017 

Ligações externas editar