Papiro de Turim

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O Papiro de Turim ou Cânone Real de Turim, também conhecido como Lista de Reis de Turim ou Papiro Real de Turim, é um papiro com textos em escrita hierática, custodiado no Museu Egípcio de Turim, ao qual deve o seu nome.

Fragmento do Papiro Real de Turim

O texto está datado na época de Ramessés II (embora possa ter sido escrito posteriormente) e menciona os nomes dos faraós que reinaram no Antigo Egito, precedidos pelos deuses que "governaram" antes da época faraônica.

O papiro, de dimensão 170 cm por 41 cm, consta de uns 160 fragmentos, a maioria muito pequenos, faltando muitos pedaços.

História do documento editar

Quando foi descoberto pelo explorador italiano Bernardino Drovetti em 1822, nas proximidades de Luxor, parece que estava quase íntegro, mas quando o rei da Sardenha o doou à coleção do Museu Egípcio de Turim já estava muito deteriorado.

A importância de este papiro foi reconhecida de imediato pelo egiptólogo francês Jean-François Champollion, e posteriormente por Gustavus Seyffarth, empenhando-se na sua reconstrução e restauração. Embora se conseguisse ordenar a maior parte dos fragmentos na posição correcta, a diligente intervenção destes dois homens também chegou tarde, já que muitos pedaços deste importante papiro se tinham perdido.

Não sabemos que fontes utilizou o escriba para organizar a lista, se a copiou simplesmente de um papiro já existente, ou a compôs tendo acesso aos arquivos dos templos, compilando a lista utilizando antigas notas de impostos, decretos e documentos; a primeira possibilidade parece mais provável e implicaria que a Lista Real de Turim é realmente um documento de extraordinário valor histórico.

O texto editar

O papiro contém de um lado uma lista de nomes de pessoas e instituições, no que parece ser una estimação de tributos. No entanto, é o outro lado do papiro que suscitou a maior atenção, pois contém uma lista de deuses, semideuses, espíritos, reis míticos e humanos que governaram o Egito, presumivelmente desde o principio dos tempos até à época de composição deste inestimável documento.

O principio e o final da lista perderam-se, o que significa que não temos a introdução da lista – se houve tal introdução – e a relação dos reis que houve depois da XVII dinastia.

O papiro cita nomes de governantes, agrupando-os por vezes e dá a duração do governo de alguns destes grupos, que correspondem, em geral, ao resumo das dinastias de Manetão. Mostra ainda em anos, meses e dias a duração do reinado de muitos faraós.

Tem ainda os nomes de governantes efémeros, ou mandatários de pequenos territórios, que apenas se conhecem aqui, pois geralmente estão omitidos noutros documentos. A lista inclui os governantes Hicsos, normalmente excluídos de outras listas de reis, e embora os seus nomes não estejam escritos dentro de um cartucho, juntou-se o texto hieroglífico Heqa Jasut para indicar que eram governantes estrangeiros.

Partes do texto editar

O texto começa com uma relação de deuses e reis míticos. O primeiro nome de faraó aparece na epígrafe 2.11 (Menés). Embora estejam agrupados de diferente forma em relação à lista de reis de Manetão, para facilitar a datação juntou-se na listagem a classificação dinástica manetoniana, a mais utilizada pelos historiadores modernos.

Outras listas reais do Novo Reinado editar

Ligações externas editar