Maria de Lourdes Prazeres Catão (Rio de Janeiro, 12 de março de 1927 - Rio de Janeiro, 10 de maio de 2020), mais conhecida como Lourdes Catão, foi uma decoradora, curadora e socialite brasileira.[1] Foi casada com o empresário e político catarinense Álvaro Luís Bocaiuva Catão.[2][3]

Lourdes Catão
Lourdes Catão
Lourdes na década de 70 em um evento social.
Nome completo Maria de Lourdes Prazeres Catão
Nascimento 12 de março de 1927
Rio de Janeiro
Morte 10 de maio de 2020 (93 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileira
Progenitores Mãe: Antonietta Pillotto
Pai: Rubens Prazeres
Cônjuge Álvaro Luís Bocaiuva Catão

Gaubin-Daudé

Filho(a)(s) 3
Educação Colégio Notre Dame de Sion
Ocupação decoradora, socialite, curadora

Biografia editar

Maria de Lourdes Prazeres nasceu na casa de saúde São José, no Rio de Janeiro no ano de 1927, filha de Rubens Prazeres e Antonietta Pillotto, esta filha de italianos, residentes à rua São Clemente 176, casa 11, em Botafogo. Casou-se aos 18 anos com o empresário catarinense Álvaro Luís Bocaiuva Catão, com quem teve três filhos.[4][5][6]Foi criada pelos avós no bairro da Urca, já que seus pais viajavam muito.

Após desquitar-se de Álvaro em 1972, conheceu o francês François Gobin-Daudé, com quem morou em Nova Iorque e uma breve passagem em Paris.[4] Nos Estados Unidos, trabalhou por mais de vinte anos como decoradora de apartamento e de casas de campo.[5][7]

Nos ides de 1950 e 1960, Lourdes foi considerada uma das pessoas mais influentes e importantes da alta sociedade carioca e da vida noturna e boêmia da cidade juntamente como nomes como Tereza Souza Campos, Dolores Guinle, e Therezinha Muniz Freire.[8][9][10]

No início dos anos 2000, voltou a viver na cidade do Rio do Janeiro, após seu filho, Antônio, morrer de câncer de pele.[4]

Desde 2008, após o falecimento de sua irmã Maria Helena Prazeres Godim, começou a ser curadora do livro Sociedade brasileira, uma espécie de guia aristocrático da cidade do Rio de Janeiro que compila nomes, telefones e endereços da alta sociedade carioca.[11] A publicação bianual do livro é um dos eventos mais esperados da alta sociedade carioca.[12]

No ano de 2016, uma foto sua numa boate carioca foi escolhida para estampar a capa do livro A noite do meu bem: a história e a histórias do samba-canção de autoria do jornalista e escritor Ruy Castro.[13][14][15]

Paternidade de Álvaro Catão. editar

Em 2001, a paternidade de seu filho primogênito Álvaro Luiz Bocayuva Catão foi questionada pelo mesmo. Segundo Álvaro, pouco antes de morrer seu tio Francisco João Bocayuva Catão, revelou que era pai dele.[16] Logo, Lourdes, que estava em Nova York confirmou a informação.[16]

Porém, a mulher de Francisco, Ângela Maria Coimbra de Castro Catão, que era sua única herdeira já que ele não deixou filhos com ela, negou o pedido de exame de DNA e lacrou seu jazigo impedindo o exame e dificultando a divisão de herança de Francisco, avaliada em aproximadamente dez milhões de dólares.[12][17]

Morte editar

Lourdes Catão, morreu aos 93 anos no Hospital CopaStar, localizado no bairro de Copacabana, vítima da COVID-19, doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2.[18] Não foram divulgadas informações sobre seu velório e sepultamento, muito provavelmente pela impossibilidade de ocorrência desses eventos em meio aos riscos de contaminação da pandemia.

Referências

  1. Mello, João (20 de maio de 2014). «A história da socialite Lourdes Catão». Jornal GGN. Consultado em 15 de maio de 2020 
  2. Câmara, José (5 de janeiro de 1970). «Presença». Correio da Manhã. Consultado em 15 de maio de 2020 
  3. «Noite». Correio da Manhã. 21 de janeiro de 1970. Consultado em 15 de maio de 2020 
  4. a b c «Covid-19: Morre Lourdes Catão, aos 93 anos, símbolo da alta sociedade carioca». O Globo. 11 de maio de 2020. Consultado em 15 de maio de 2020 
  5. a b Meirelles, Cláudia (11 de maio de 2020). «Alta sociedade carioca se despede de Lourdes Catão, vítima de coronavírus». Metrópoles. Consultado em 15 de maio de 2020 
  6. de Thormes, Jacinto (16 de março de 1951). «Aí Estão». Diario Carioca. Consultado em 16 de maio de 2020 
  7. «Socialite Lourdes Catão morre aos 93 anos vítima de Coronavírus no Rio». Diário do Rio. 10 de maio de 2020. Consultado em 15 de maio de 2020 
  8. CASTRO, Ruy (2015). A noite do meu bem. São Paulo: Companhia das Letras. p. 275 
  9. Ruy Castro (11 de maio de 2020). «Rica e elegante, Lourdes Catão teria sido competente em qualquer atividade a que se dedicasse». Folha de S.Paulo. Consultado em 1 de janeiro de 2021 
  10. Callegari, Carolina (14 de outubro de 2020). «Peças emblemáticas da socialite Lourdes Catão estão em leilão com catálogo variado». O Globo. Consultado em 2 de setembro de 2023. Cópia arquivada em 5 de dezembro de 2021 
  11. Santana, Emilio (25 de outubro de 2015). «Por 'falta de clima', bíblia da 'high society' fica sem nova edição». Folha de S. Paulo. Consultado em 15 de maio de 2020 
  12. a b Lobato, Eliane (10 de setembro de 2008). «O high society ficou brega». IstoÉ. Consultado em 15 de maio de 2020 
  13. Lacerda, Lu (29 de janeiro de 2016). «Jantar para Ruy Castro: amigos querem o escritor na ABL». iG. Consultado em 13 de agosto de 2022 
  14. Ramalho, Anna (25 de novembro de 2015). «Ruy Castro lança "A noite do meu bem" em Ipanema». Portal Anna Ramalho. Consultado em 13 de agosto de 2022 
  15. Castro, Ruy (13 de novembro de 2015). A noite do meu bem: A história e as histórias do samba-canção. [S.l.]: Companhia das Letras 
  16. a b Pedro, Dantas (14 de abril de 2001). «Rio: Falsa paternidade agita alta sociedade». Folha de S. Paulo. Consultado em 15 de maio de 2020 
  17. Cohen, Viviane (23 de abril de 2001). «O filho do tio». IstoÉ Gente. Consultado em 15 de maio de 2020 
  18. «Morre de covid-19 a socialite carioca Lourdes Catão». Congresso em Foco. 11 de maio de 2020. Consultado em 15 de maio de 2020