Manuel Linda

bispo católico português

Manuel Linda (Manuel da Silva Rodrigues Linda, Paus, Resende, 15 de abril de 1956) é um bispo católico português, actual bispo da Diocese do Porto.

Manuel Linda
Bispo da Igreja Católica
Bispo do Porto
Manuel Linda presidindo à Peregrinação Aniversária de 13 de Setembro de 2014 em Fátima
Hierarquia
Papa Francisco
Arcebispo metropolita José Manuel Garcia Cordeiro
Atividade eclesiástica
Diocese Diocese do Porto
Nomeação 15 de março de 2018
Predecessor António Francisco dos Santos
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral 10 de junho de 1981
por António Cardoso Cunha
Nomeação episcopal 27 de junho de 2009
Ordenação episcopal 20 de setembro de 2009
Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Vila Real
por Joaquim Gonçalves
Lema episcopal "Sede alegres na esperança" [1]
Brasão episcopal
Coat of arms of Manuel da Silva Rodrigues Linda.svg
Dados pessoais
Nascimento Paus, Resende
15 de abril de 1956 (67 anos)
Nacionalidade português
Habilitação académica Doutor em Teologia, especialidade de Teologia Moral, pela Universidade Pontifícia Comillas de Madrid (1998)
Funções exercidas -Bispo auxiliar de Braga (2009-2013)
-Bispo do Ordinariato Castrense de Portugal (2013-2018)
Títulos anteriores -Bispo titular de Casae Medianae (2009-2013)
dados em catholic-hierarchy.org
Bispos
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

CarreiraEditar

Rodrigues Linda frequentou o Seminário Menor de Resende, o Seminário Maior de Lamego e o Instituto de Ciências Humanas e Teológicas do Porto onde terminou o curso superior de Teologia em 1980. Foi ordenado presbítero a 10 de junho de 1981 pelo bispo António Cardoso Cunha.[2]

Ao longo dos anos desempenhou várias funções como pároco, assistente diocesano da Acção Católica, Promotor de Justiça e Defensor do Vínculo no Tribunal Eclesiástico e responsável pela Pastoral Juvenil, na Diocese de Vila Real. Foi reitor do Seminário de Vila Real, vigário episcopal para a Cultura, coordenador diocesano da pastoral e membro dos conselhos presbiteral, pastoral e de consultores.[3]

Paralelamente à sua actividade eclesiástica, licenciou-se em Humanidades pela Faculdade de Filosofia de Braga da Universidade Católica Portuguesa (1987), em Teologia pela Faculdade de Teologia (Porto) da Universidade Católica Portuguesa (1988), obteve a licenciatura canónica em Teologia pela Pontifícia Universidade Lateranense em Roma (1991) e o doutoramento em Teologia pela Universidad Pontificia Comillas em Madrid (1998), com a tese "Andragogia política em D. António Ferreira Gomes".

Ao longo dos anos foi leccionando em diversas escolas e faculdades, orientando teses de licenciatura e mestrado. É membro fundador do Centro de Estudos do Pensamento Português (Núcleo do Porto da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa)

Foi nomeado bispo auxiliar de Braga em 27 de junho de 2009 pelo Papa Bento XVI, e bispo titular de Case Mediane, tendo sido ordenado por Joaquim Gonçalves e pelos arcebispos co-ordenantes Jorge Ferreira da Costa Ortiga e Rino Passigato, a 20 de setembro de 2009.

A 10 de outubro de 2013 foi nomeado para suceder a Januário Torgal Mendes Ferreira na Diocese das Forças Armadas e de Segurança. [4] Canonicamente, tomou posse no dia 24 de Janeiro de 2014, em Fátima, perante os sacerdotes que trabalham no Ordinariato Militar para Portugal. A 8 de Abril de 2014, foi nomeado Capelão-Mor por despacho conjunto dos Ministros da Defesa Nacional e da Administração Interna.

A 15 de Março de 2018, foi nomeado bispo da Diocese do Porto, sucedendo a António Francisco dos Santos.

A nível da Conferência Episcopal Portuguesa, foi membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade, para a área da Saúde (de 2000 a 2014) e, a 29 de Abril de 2014, foi eleito Presidente da Comissão Episcopal das Missões e Nova Evangelização e membro a Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade.

Para além de outras condecorações, a 23 de Fevereiro de 2018 foi agraciado com a Medalha Cruz de São Jorge, Primeira Classe, do Estado-Maior-General das Forças Armadas.

PolémicasEditar

Em Dezembro de 2018, em entrevista ao jornal Público, sustentou que os abusos de menores por membros do clero católico foram “um fenómeno fundamentalmente anglo-saxónico” .[5]

Segundo o bispo, houve uma altura, nos anos 60 e 70, em que "um determinado género de psicologia falava de uma aproximação talvez demasiado íntima, afectiva, entre os mais velhos e os mais novos, até como forma de integração dos mais novos. É provável que alguns sacerdotes tenham sido vítimas dessa corrente de psicologia." De acordo com Manuel Linda, a "enormíssima maioria" dos que cometeram abusos já não eram sacerdotes. [5]

Quanto ao caso português, o bispo é de opinião, citando dois casos conhecidos — o do Padre Frederico, condenado por homicídio, e o do Padre Luís Mendes, condenado por agressão sexual a seis jovens — que "tudo leva a crer que não tenham tido aquela dimensão de gravidade de que estamos habituados a ouvir falar quando falamos de pedofilia. Talvez tenha havido alguma intimidade, mas não uma intimidade daquelas mais chocantes."[5]

Em 2019 pronunciou-se contra a criação de qualquer comissão para lidar com eventuais casos de abuso sexual de menores, em sentido oposto às orientações do Papa Francisco. E fundamentou: "ninguém cria, por exemplo, uma comissão para estudar os efeitos do impacto de um meteorito na cidade do Porto". E acrescentou: "É possível que caia aqui um meteorito? É. Justifica-se uma comissão dessas? Porventura não".[6]

Em 2 de Outubro de 2022, em declarações públicas, sustentou que o crime de abuso "ainda hoje" não é público, o que é falso. [7][8]

Referências

  1. «Agência Ecclesia». Consultado em 5 de março de 2013. Arquivado do original em 16 de novembro de 2012 
  2. «Catholic Hierarchy». Consultado em 5 de março de 2013 
  3. «Arquidiocese de Braga». Consultado em 5 de março de 2013. Arquivado do original em 14 de julho de 2014 
  4. «Sala Stampa della Santa Sede». Consultado em 10 de outubro de 2013 
  5. a b c Faria, Natália; Franco, Graça (20 de Dezembro de 2018). «Os abusos de menores foram "um fenómeno fundamentalmente anglo-saxónico"». PÚBLICO 
  6. «Pedofilia na Igreja: "Ninguém cria uma comissão para estudar os efeitos de um meteorito". Diocese do Porto é a primeira do país a dizer que não deve criar qualquer comissão para lidar com eventuais casos de abuso sexual de menores.». TSF Rádio Notícias. 20 de abril de 2019 
  7. "O crime de abuso não é público". Bispo do Porto defende-se da ausência de denúncias, 2 de Outubro de 2022 
  8. SAPO (4 de Outubro de 2022). «Bispo do Porto: abuso [de menores] "não é um crime público". É falso». Polígrafo 

Precedido por
Joseph Robert Cistone
 
Bispo titular de Case Mediane

20092013
Sucedido por
Medardo de Jesús Henao del Río
Precedido por
Januário Torgal Mendes Ferreira
 
Bispo das
Forças Armadas e Segurança

20132018
Sucedido por
Rui Manuel Sousa Valério
Precedido por
António Francisco dos Santos
 
Bispo do Porto

2018 — atual
Sucedido por
(incumbente)