Marechal Deodoro (Alagoas)

município brasileiro do estado de Alagoas

Marechal Deodoro é um município brasileiro do estado de Alagoas. Foi a primeira capital de Alagoas[5] e a cidade onde nasceu Manuel Deodoro da Fonseca, o então Marechal do Exército Brasileiro que proclamou a República do Brasil e foi o primeiro presidente do Brasil.[6] O município faz parte da Região Metropolitana de Maceió.[7]

Marechal Deodoro
  Município do Brasil  
Busto de Deodoro da Fonseca em frente à prefeitura da cidade
Busto de Deodoro da Fonseca em frente à prefeitura da cidade
Busto de Deodoro da Fonseca em frente à prefeitura da cidade
Símbolos
Bandeira de Marechal Deodoro
Bandeira
Brasão de armas de Marechal Deodoro
Brasão de armas
Hino
Gentílico deodorense
Localização
Localização de Marechal Deodoro em Alagoas
Localização de Marechal Deodoro em Alagoas
Localização de Marechal Deodoro em Alagoas
Marechal Deodoro está localizado em: Brasil
Marechal Deodoro
Localização de Marechal Deodoro no Brasil
Mapa
Mapa de Marechal Deodoro
Coordenadas 9° 42' 36" S 35° 53' 42" O
País Brasil
Unidade federativa Alagoas
Região metropolitana Maceió
Municípios limítrofes Pilar, São Miguel dos Campos, Satuba, Santa Luzia do Norte, Barra de São Miguel, Coqueiro Seco e Oceano Atlântico
Distância até a capital 28 km
História
Fundação 5 de agosto de 1591 (432 anos)
Emancipação 8 de março de 1823 (elevada à condição de cidade)
Administração
Prefeito(a) Claudio Roberto Ayres da Costa (MDB, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total IBGE/2020[1] 340,980 km²
População total (estimativa IBGE/2022[2]) 60 370 hab.
 • Posição AL: 5º
Densidade 177 hab./km²
Clima tropical
Altitude 5 m
Fuso horário UTC -3:00 (America/Maceio) (UTC−3)
CEP 57160-000
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,642 médio
 • Posição AL: 5º
PIB (IBGE/2020[4]) R$ 2 835 699,86 mil
 • Posição AL: 3º
PIB per capita (IBGE/2020[4]) R$ 54 137,07
Sítio www.marechaldeodoro.al.gov.br (Prefeitura)
marechaldeodoro.al.leg.br (Câmara)

É conhecida pelas construções de valor histórico, como igrejas, casarões, entre outras edificações.

A população, de acordo com estatísticas do IBGE em 2022, foi de 60 370 habitantes, sendo a 5ª (quinta) cidade mais populosa de Alagoas.[8]

História editar

Foi fundada em 5 de agosto de 1591 com o nome de povoado de Vila Madalena do Sumaúma. Servia para proteger o pau-brasil do contrabando e da ação de piratas e outros. O município foi criado em 12 de abril de 1636, passou a ser denominada de Vila Santa Madalena da Lagoa do Sul.[9]

Em 16 de setembro de 1817 passou a ser a capital da capitania de Alagoas, criada nesse ano, sendo o nome da vila alterado para Alagoas da Lagoa do Sul. Em 08 de março de 1823 foi elevada a cidade.[9]

A capital da província de Alagoas passou para Maceió em 1839. Cem anos depois, em 1939 o nome da cidade foi mudado para o atual, em homenagem ao filho ilustre Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, alagoano que proclamou a república e se tornou o primeiro presidente do Brasil, nascido na cidade em 5 de Agosto de 1827.

Em 16 de setembro de 2006, dia da emancipação política de Alagoas, foi considerada pelo Ministério da Cultura como Patrimônio histórico nacional, em virtude do seu passado e de ter sido berço do Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, proclamador da República Brasileira.

Atualmente o IPHAN está restaurando as igrejas de Marechal Deodoro.

Origem editar

Depois do descobrimento do Brasil pelos portugueses, os franceses começaram a se interessar pelo pau-brasil. Aportaram, então, numa praia perto da mata, onde hoje está situada a Praia do Francês, e passaram a contrabandear a madeira com a ajuda dos índios Caetés.

Com o objetivo de defender a sua nova colônia, a Coroa Portuguesa dividiu o país em 15 lotes, ou Capitanias Hereditárias, que eram entregues a donatários que tinham o direito de guardá-la militarmente, fundar vilas e povoados. Tinham a obrigação, porém, de pagar impostos à Coroa.

Coube a Duarte Coelho Pereira a Capitania de Pernambuco, que continha o território do que hoje é o Estado de Alagoas.

O donatário, resolvendo pôr fim ao contrabando do pau-brasil, combateu os franceses e todos os índios que os ajudaram, fazendo, desta forma, inimizade com os Caetés.

Em 1554, acreditando tudo estar sob controle, Duarte Coelho foi a Portugal, vindo a falecer lá. Quando tomaram conhecimento da morte do donatário, os Caetés começaram a atacar os povoados. Foi num desses ataques que os índios antropófagos mataram e comeram o Bispo D. Pero Fernandes Sardinha, que tinha naufragado no Rio Coruripe.

Capitania dividida em Sesmarias editar

A Capitania começou a desenvolver-se com o plantio de cana-de-açúcar, o que levou ao aparecimento de muitos engenhos. Em pouco tempo foi necessário reordenar a capitania, dividindo-a em sesmarias.

A Sesmaria de Madalena ficou sob a responsabilidade de Diogo de Melo e Castro, e tinha os seguintes limites: cinco léguas do litoral da Pajuçara, ao Porto do Francês, com sete léguas de frente a fundos para o Sertão e mais quatro léguas da boca do Rio Paraíba.

Mas, não cumprindo as regras de povoamento da sesmaria em cinco anos, o primeiro sesmeiro perdeu a concessão, sendo substituído por Diogo Soares da Cunha. Esse fundou a vila denominada Madalena de Subaúma, deixou-a aos cuidados do Capitão-mor Henriques de Carvalho, e voltou para Portugal. Foi então que seu filho, Gabriel Soares da Cunha, assumiu a chefia do patrimônio, com o título de Alcaide-mor de Madalena.

A vila começou a desenvolver-se onde hoje é o bairro de Taperaguá, uma planície em volta ao Rio Sumaúma e a Lagoa Manguaba. Um lugar de visão privilegiada permitia que o inimigo fosse vigiado.

Em 1630, os holandeses invadiram a Capitania de Pernambuco, mas mesmo assim a sesmaria de Madalena de Subaúma crescia, tendo a agricultura como principal fator de desenvolvimento. Muitos engenhos surgiam e já era fabricado e exportado o açúcar da região. Neste cenário, o quarto Donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte de Albuquerque Coelho, criou a Vila de Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul.

Não tardou para que a Vila de Santa Maria Madalena se tornasse a mais desenvolvida da época. Foi então que passou a abrigar a sede da Comarca de Pernambuco.

Independência editar

Esta comarca teve 17 ouvidores, sendo o último António José Ferreira Batalha, o temido Ouvidor Batalha e, foi graças a sua administração o Rei D. João VI assinou o Decreto Régio que separou politicamente Alagoas de Pernambuco, no dia 16 de Setembro de 1817.

A situação econômica da recém criada capitania era destaque, principalmente de duas vilas: a de Alagoas da Lagoa do Sul (atual Marechal Deodoro) e Maceió.

Em oito de Março de 1823, num cenário de lutas para consolidar a independência do Brasil, a Vila de Alagoas recebeu o foral de cidade[10] e passou a ser sede da capital da Província, sendo o primeiro Presidente Nuno Eugênio Lóssio e Seiblitz.

Em abril de 1838 Agostinho da Silva Neves assumiu a Província e, no ano seguinte, transferiu o cofre do tesouro para Maceió. Era o início da mudança de capital. Assim, no dia 9 de dezembro de 1839, foi sancionada a resolução legislativa 11, transferindo a metrópole para Maceió.

Cultura editar

Museu editar

No município há o Museu Marechal Deodoro da Fonseca que guarda e dispões ao público peçaria e documentos que pertenceram ao político Deodoro da Fonseca.[11]

Biblioteca editar

O Município tem a Biblioteca Municipal Dr Tavares Bastos e está na lista do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, do Ministério da Cultura.[12]

População[8] editar

  • População no último censo (2022): 60.370 pessoas  
  • Densidade demográfica (2022): 177,05 hab/km²

População nos últimos 14 anos[13][14]

População de 2008 a 2022
Ano População*
2008 46.565
2009 47.623
2010 45.977
2011 46.753
2012 47.504
2013 49.853
2014 50.512
2015 51.132
2016 51.715
2017 52.260
2018 51.364
2022 60.370

*Números de 2022 obtidos do censo demográfico do Brasil de 2022, todos os outros são estimativas.

Rodovias editar

  • Rodovia Divaldo Suruagy (AL-101 Sul)
  • Rodovia Edival Lemos Santos (AL-2189)
  • BR-424 entre BR-316/AL-10

Emprego e renda editar

A cidade de Marechal Deodoro tem como principais fontes de renda e geração de empregos as indústrias da Cadeia Produtiva da Química e do Plástico implantadas em seu distrito industrial, usina sucroalcooleira, varejo, artesanato, pesca e o turismo.

Turismo editar

O turismo é umas das fontes de emprego e renda da cidade que é considerada uma das mais belas do litoral alagoano, contando com diversos atrativos turísticos principalmente no litoral como a Praia do Francês, considerada uma das mais belas do Brasil com muitos hotéis, pousadas, bares e restaurantes, a Praia do Saco da Pedra e a Prainha, que são muito frequentadas, possuindo pequenos negócios próximos como bares, restaurantes e pousadas,[15] e a orla da Lagoa Manguaba com bares e restaurantes na própria orla e nas proximidades.

O povoado Massagueira é considerado polo gastronômico de Alagoas — às margens da lagoa Manguaba localizam-se a maioria dos restaurantes da região e às margens da rodovia AL-101 encontra-se pequenos comerciantes de cocada e outros doces.[16]

No centro da cidade há museus, prédios e igrejas católicas tombadas como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Usina Sumaúma editar

É o segundo engenho de açúcar mais antigo do grupo Toledo. Preparada para moagem cerca de 6.200 toneladas de cana-de-açúcar por dia, produz açúcares do tipo VHP e cristal e álcool anidro, hidratado e refinado.

Polo Multifabril Industrial José Aprígio Vilela editar

O Polo Multifabril Industrial José Aprígio Vilela situa-se na Rodovia Divaldo Suruagy (BR-424), km 12, no distrito industrial.

O polo industrial conta com diversas indústrias da cadeia produtiva da química e do plástico, e se expande atualmente na Cadeia Produtiva da Cerâmica (CPC)[17][18] e na área tecnológica, com a produção de cabos de fibra óptica.[19]

O local, que antes da industrialização era ocupado pelo cultivo da cana-de-açúcar, possui parte de sua área destinada às indústrias com 17 empresas que, juntas, são responsáveis pela geração de 2.500 empregos diretos. Calculando-se os postos criados indiretamente, são 10 mil empregos. O polo possui uma área destinada à reserva e preservação ambiental e uma central integrada de efluentes líquidos e resíduos.

Subdivisões[13] editar

Marechal Deodoro é dividida em 20 bairros e 11 loteamentos, além de vilas.

Bairros editar

  • Baixa da Sapa
  • Barra nova
  • Barro Vermelho
  • Cabreiras
  • Cajazeiras
  • Cajueiro
  • Carmo
  • Centro
  • Fazenda Barreiros
  • Francês
  • Gislene Matheus
  • Massagueira
  • Matriz
  • Mucuri
  • Pedras
  • Poeira
  • Porto Grande
  • Santa Rita
  • Taperaguá
  • Tuquanduba

Loteamentos editar

  • Lot. Dênissom Amorim
  • Lot. El Dourado
  • Lot. Encontro do Mar
  • Lot. João de Deus
  • Lot. Massagueira
  • Lot. Porto Manguaba
  • Lot. São José
  • Lot. Cajazeiras
  • Lot. Terra dos marechais
  • Lot. Veleiros
  • Lot. Veleiros do Francês
  • Lot. Village

Referências

  1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2020). «Área da unidade territorial - 2020». Consultado em 22 de junho de 2021 
  2. «Estimativa populacional 2022 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 28 de junho de 2023. Consultado em 4 de julho de 2023 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 2 de agosto de 2013 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2020». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 4 de julho de 2023 
  5. «Patrimônio Histórico». Consultado em 3 de março de 2019 
  6. «Conheça o Marechal Deodoro da Fonseca». Prefeitura de Marechal Deodoro. Consultado em 3 de março de 2019 
  7. «Mapas de Caracterização Territorial - Região Metropolitana de Maceió - Alagoas em Dados e Informações». dados.al.gov.br. Consultado em 3 de março de 2019 
  8. a b «IBGE Marechal Deodoro - População». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 3 de março de 2019 
  9. a b «Origem». Prefeitura de Marechal Deodoro. Consultado em 3 de março de 2019 
  10. «Marechal Deodoro». IBGE Cidades. Consultado em 22 de janeiro de 2022 
  11. «Patrimônio Histórico»  Página da prefeitura. Acesso em 8 de abril de 2017.
  12. «Relação de Bibliotecas Públicas no Estado do Alagoas - setembro de 2013» (PDF)  cultura.al.gov.b. Acesso em 8 de abril de 2017.
  13. a b Silva, Daniel (Abril de 2016). «Informações de Marechal Deodoro». Daniel Vasconcelos. Consultado em 9 de fevereiro de 2019 
  14. «IBGE | Portal do IBGE». ibge.gov.br. Consultado em 4 de março de 2019 
  15. «Marechal Deodoro: Muito mais que a Praia do Francês». Travelpedia. 16 de setembro de 2022. Consultado em 19 de julho de 2023 
  16. Sobral, Maíra (2 de abril de 2022). «Massagueira: conheça o polo gastronômico que movimenta o turismo e a economia local». Mercatus. Consultado em 19 de julho de 2023 
  17. «De Marechal ao Catar: fábrica de cerâmica em AL dribla retração econômica com exportações». Agenda A. 30 de maio de 2017. Consultado em 19 de julho de 2023 
  18. «Estado investe na construção e reestruturação de polos industriais». AECweb. Consultado em 19 de julho de 2023 
  19. «Da China a Marechal: grupo inaugura em AL primeira fábrica de cabos de fibra óptica no NE». Agenda A. 23 de outubro de 2015. Consultado em 19 de julho de 2023 

Ligações externas editar

Prefeitura
Site oficial
Câmara

«Atlas Digital de Alagoas (em PDF)». , dados detalhados sobre municípios alagoanos, inclusive com mapa detalhado. 

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