A Mulher Marcada (filme)

filme de 1937 dirigido por Lloyd Bacon e Michael Curtiz
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Marked Woman (bra: Mulher Marcada ou A Mulher Marcada; prt: A Mulher Marcada)[3][4][5] é um filme estadunidense de 1937, do gênero drama criminal, dirigido por Lloyd Bacon, estrelado por Bette Davis, e coestrelado por Humphrey Bogart. O roteiro de Robert Rossen e Abem Finkel foi vagamente baseado na história de vida de Lucky Luciano, que foi condenado em 1936 por comandar um esquema de prostituição.[1]

Marked Woman
A Mulher Marcada (filme)
Cartaz promocional do filme.
No Brasil Mulher Marcada
A Mulher Marcada
Em Portugal A Mulher Marcada
 Estados Unidos
1937 •  p&b •  84 min 
Gênero drama criminal
Direção Lloyd Bacon
Michael Curtiz
Produção Jack L. Warner
Louis F. Edelman
Produção executiva Hal B. Wallis
Roteiro Robert Rossen
Abem Finkel
Elenco Bette Davis
Música Bernhard Kaun
Heinz Roemheld
David Raksin
Leo F. Forbstein
Cinematografia George Barnes
Direção de arte Max Parker
Figurino Orry-Kelly
Edição Jack Killifer
Companhia(s) produtora(s) Warner Bros.
Distribuição Warner Bros.
Lançamento
  • 10 de abril de 1937 (1937-04-10) (Estados Unidos)[1]
Idioma inglês
Orçamento US$ 342.000[2]
Receita US$ 1.151.000[2]

A trama retrata a história de uma mulher que se atreve a enfrentar um dos gângsteres mais poderosos do submundo de Manhattan.

As coestrelas do filme, Humphrey Bogart e Mayo Methot, se conheceram no set de filmagens e se casaram em 1938.[6][7]

Sinopse editar

Mary Dwight (Bette Davis) é recepcionista de uma boate que foi recém-adquírida por um mafioso. Ela mora junto de mais cinco garotas e esconde o emprego de sua inocente irmã, Betty (Jane Bryan). Quando Betty começa a se envolver com o mundo de Mary e com as pessoas que o compõe, algo terrível acontece e Mary começa uma difícil luta junto ao policial David Graham (Humphrey Bogart), contra a máfia.

Elenco editar

 
Mayo Methot e Bette Davis.
 
Mayo Methot e Lola Lane
  • Bette Davis como Mary Dwight Strauber
  • Humphrey Bogart como Promotor David Graham
  • Lola Lane como Dorothy "Gabby" Marvin
  • Isabel Jewell como Emmy Lou Egan
  • Eduardo Ciannelli como Johnny Vanning[a]
  • Jane Bryan como Betty Strauber
  • Rosalind Marquis como Florrie Liggett
  • Mayo Methot como Estelle Porter
  • Allen Jenkins como Louie
  • John Litel como Gordon, advogado de Vanning
  • Ben Welden como Charlie Delaney
  • Henry O'Neill como Promotor Arthur Sheldon
  • Damian O'Flynn como Ralph Krawfurd
  • Raymond Hatton como Advogado de Vanning
  • Carlos San Martín como Garçom
  • William B. Davidson como Bob Crandall
  • Kenneth Harlan como Eddie
  • Robert Strange como George Beler
  • James Robbins como Capitão
  • Arthur Ayelsworth como Xerife John "Johnny" Truble
  • John Sheehan como Vincent
  • Sam Wren como Mac
  • Edwin Stanley como Detetive Casey / Ferguson
  • Hymie Marks como Joe (não-creditado)[b]

Produção editar

 
Lobby card do filme.

O título de produção do filme foi "The Man Behind". O filme entrou em produção em 9 de dezembro de 1936, nos estúdios da Warner Bros. em Burbank, na Califórnia.[7][10] O diretor Michael Curtiz substituiu Lloyd Bacon enquanto Bacon estava em lua de mel.[10]

Como o Código de Produção proibia tramas envolvendo bordéis ou prostituição, as prostitutas da série de histórias, publicada originalmente na revista Liberty, foram alteradas para recepcionistas de boate no roteiro adaptado para o filme. Vanning adquiriu um passatempo em jogos ilegais em vez de administrar uma rede de prostituição, e o crime central da produção se tornou um assassinato.[11]

Jane Wyman havia sido originalmente escalada como Florrie Liggett, mas foi substituída por Rosalind Marquis antes do início das gravações.[10]

O filme foi um grande sucesso para a Warner Bros., e um dos primeiros filmes mais importantes de Bette Davis. Ela havia recentemente aberto um processo contra o estúdio, em parte por causa da qualidade inferior dos papéis que estava interpretando. Embora tenha perdido o processo, Davis recebeu cobertura considerável da imprensa, e "Marked Woman" foi o filme que marcou seu retorno para Hollywood. Relatos afirmam que Bette estava satisfeita com o roteiro e as possibilidades dramáticas que lhe oferecia. Jack L. Warner disse estar igualmente satisfeito com a reação do público em favor de Davis, que ele previu aumentar o apelo e a lucratividade de seus filmes.[1]

Davis estava descontente com a quantidade mínima de curativos que havia sido usado para sua cena no quarto de hospital, então na hora do almoço foi ao seu médico pessoal, descreveu os ferimentos do roteiro e pediu que ele a enfaixasse de acordo. Quando ela voltou ao estúdio, um guarda no portão viu suas bandagens e chamou o produtor executivo Hal B. Wallis para informar que Davis havia sofrido um acidente.[9]

O filme foi relançado em 1947.[10]

Recepção editar

Graham Greene, em sua crítica para a Night and Day, deu ao filme uma crítica positiva, observando que, como um film noir, "já foi feito antes, é claro ... mas nunca foi feito melhor do que em algumas dessas cenas". Greene elogiou Ciannelli, que foi capaz de "transmitir não apenas a corrupção, mas a tristeza da corrupção", porém Greene expressou desapontamento com a atuação de Davis, que ele alegou "ligar as emoções com um abandono terrível".[12]

No Rotten Tomatoes, site agregador de críticas, 100% das 5 críticas do filme são positivas, com uma classificação média de 6,5/10.[13]

Bilheteria editar

A produção foi um sucesso de bilheteria. De acordo com os registros da Warner Bros., o filme arrecadou US$ 774.000 nacionalmente e US$ 377.000 no exterior, totalizando US$ 1.151.000 mundialmente.[2]

Origem editar

Apesar de um aviso no início do filme que afirma que a história é fictícia, "Marked Woman" é vagamente baseado na história de vida de Lucky Luciano e nas façanhas de combate ao crime da vida real de Thomas E. Dewey, um promotor público de Manhattan que se tornou uma celebridade nacional na década de 1930 por causa de sua luta contra o crime organizado em Nova Iorque. Dewey indiciou e condenou vários gângsteres proeminentes, e sua maior conquista foi a condenação de Luciano, o chefe do crime organizado de toda a cidade. Dewey usou o testemunho de inúmeras garotas de programa e madames para condenar Luciano por dirigir uma das maiores redes de prostituição da história estadunidense. Os estúdios de Hollywood produziram vários filmes sobre as façanhas de Dewey, com "Marked Woman" entre os mais proeminentes. O personagem de Humphrey Bogart, David Graham, é baseado em Dewey, que se tornou duas vezes o candidato presidencial do partido republicano estadunidense na década de 1940.

A Warner Bros. comprou os direitos de uma série de histórias publicada na revista Liberty sobre Luciano, mas foi forçada a fazer alterações na história por causa de preocupações com a censura, como mudar a profissão de uma das personagens de prostituta para recepcionista de uma boate.[10][11]

Prêmios e homenagens editar

Ano Cerimônia Categoria Indicado Resultado Ref.
1937 Festival de Cinema de Veneza Coppa Mussolini de melhor diretor Lloyd Bacon Indicado [14]
Coppa Volpi de melhor atriz Bette Davis Venceu

Notas editar

  1. Ciannelli possuía uma certa semelhança física com Lucky Luciano.[8]
  2. Hal B. Wallis sentia que Marks não parecia ameaçador o suficiente para interpretar um gângster, apesar do fato de que Marks era um ex-capanga de Lucky Luciano, e tinha sido especificamente escalado pelo diretor Lloyd Bacon por causa de sua conexão aos eventos reais.[9]

Referências

  1. a b c «The First 100 Years 1893–1993: Marked Woman (1937)». American Film Institute Catalog. Consultado em 22 de fevereiro de 2024 
  2. a b c Sedgwick, John (1 de novembro de 2000). Popular Filmgoing in 1930s Britain: A Choice of Pleasures. Inglaterra: University of Exeter Press. p. 206. ISBN 978-0859896603 
  3. «Mulher Marcada (1937)». Brasil: CinePlayers. Consultado em 15 de junho de 2022 
  4. «A Scena Muda: Eu Sei Tudo (RJ) – 1921 a 1955 – DocReader Web». Brasil: Hemeroteca Digital Brasileira. p. 3. Consultado em 22 de fevereiro de 2024 
  5. «A Mulher Marcada (1937)». Portugal: Público. Consultado em 15 de junho de 2022 
  6. McCarty, Clifford (1965). Bogey: The Films of Humphrey Bogart. [S.l.]: Cadillac Publishing Co., Inc. ISBN 978-0806500010 – via Amazon 
  7. a b «Marked Woman (1937) – Overview». Turner Classic Movies. Atlanta: Turner Broadcasting System (Time Warner). Consultado em 28 de julho de 2018 
  8. «Marked Woman (1937)». AllMovie. Consultado em 22 de fevereiro de 2024 
  9. a b Landazuri, Margarita. «Marked Woman (1937) – Articles». Turner Classic Movies. Atlanta: Turner Broadcasting System (Time Warner). Consultado em 28 de julho de 2018 
  10. a b c d e «Marked Woman (1937) – Notes». Turner Classic Movies. Atlanta: Turner Broadcasting System (Time Warner). Consultado em 28 de julho de 2018 
  11. a b Campbell, Russell (1997). «Prostitution and Film Censorship in the USA». Screening the Past 2 ed. p. 11. Consultado em 12 de julho de 2021 
  12. Greene, Graham (9 de setembro de 1937). «Marked Woman». Night and Day  (reimpresso em: Taylor, John Russell, ed. (1980). The Pleasure Dome. [S.l.]: Oxford University Press. pp. 166, 168–169. ISBN 0192812866 )
  13. «Marked Woman (1937)». Rotten Tomatoes. Fandango Media. Consultado em 22 de fevereiro de 2024 
  14. «Venice Film Festival (1937)». MUBI. Consultado em 22 de fevereiro de 2024 

Ligações externas editar