Melo amphora

espécie de molusco

Melo amphora (nomeada, em inglês, diadem volute,[2][3][5] melon shell,[6] giant melon, giant Australian melon,[4] northern baler,[7] giant baler, giant Australian baler,[4] ou Australian baler;[8] na tradução para o português diadem, melon e baler significando respectivamente "diadema" ou "meia-coroa",[9] "melão"[10] ou "baldeadora";[11][12] em alemão, Diadem-Walzenschnecke)[5] é uma espécie de molusco gastrópode marinho pertencente à família Volutidae da ordem Neogastropoda. Foi classificada como Voluta amphora por John Lightfoot, em 1786, na obra A Catalogue of the Portland Museum, lately the property of the Dutchess Dowager of Portland, deceased; which will be sold by auction by Mr. Skinner & Co.; também ali dividindo outros espécimes do mesmo animal como Voluta cithara ou Voluta haustrum (no gênero Voluta).[1] Sua distribuição geográfica abrange o Pacífico Ocidental, no Sudeste Asiático e Oceania, entre a Indonésia e o sul da Nova Guiné até o leste e oeste da Austrália setentrional (Austrália Ocidental, Território do Norte e Queensland).[2][3][6][4][13][14] Possui dimensões extremas e dentre as conchas de Volutidae, particularmente nos gêneros Melo e Cymbium, pode ser considerada a mais gigantesca, atingindo até 55 centímetros de comprimento,[15] porém sendo mais comuns os espécimes com até 30 centímetros.[3][4][6][8][13][16][17]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMelo amphora
Um espécime do molusco Volutidae M. amphora ([Lightfoot, 1786]), com o animal expondo o seu longo sifão para respiração.
Um espécime do molusco Volutidae M. amphora ([Lightfoot, 1786]), com o animal expondo o seu longo sifão para respiração.
Ilustração de uma concha do molusco Volutidae M. amphora ([Lightfoot, 1786]) feita no século XVIII por Václav Hollar.
Ilustração de uma concha do molusco Volutidae M. amphora ([Lightfoot, 1786]) feita no século XVIII por Václav Hollar.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Caenogastropoda
Ordem: Neogastropoda
Superfamília: Volutoidea
Família: Volutidae
Subfamília: Amoriinae
Tribo: Melonini
Género: Melo
Broderip, 1826[1]
Espécie: M. amphora
Nome binomial
Melo amphora
([ Lightfoot, 1786 ])[1]
Duas conchas do Volutidae M. amphora ([Lightfoot, 1786]); espécimes provenientes de indivíduos juvenis.
Indivíduos mais juvenis ainda diferem muito dos espécimes adultos, principalmente porque os últimos têm o topo de sua espiral cercado por expansões em forma de coroa e estes o expõem.
Distribuição geográfica
A região sul da Nova Guiné até a Austrália setentrional (Austrália Ocidental, Território do Norte e Queensland) são os habitats da espécie M. amphora ([Lightfoot, 1786]).[2][3][4]
Sinónimos
Voluta amphora [Lightfoot, 1786]
Voluta cithara [Lightfoot, 1786]
Voluta haustrum [Lightfoot, 1786]
Cymbium flammeum Röding, 1798
Voluta armata Lamarck, 1811
Voluta diadema Lamarck, 1811
Voluta regia Schubert & J. A. Wagner, 1829[1]

Descrição da concha editar

Concha pesada com espiral baixa, quase plana e com protoconcha arredondada, hemisférica, de cerca de quatro voltas, muito aparente nos espécimes juvenis e posteriormente cercada por projeções espiniformes estreitas, longas e espaçadas, que se reduzem até desaparecerem na última volta dos espécimes adultos. Abertura larga e arredondada, dotada de lábio externo fino; columela um pouco arqueada, com três fortes pregas; canal sifonal curto e alargado, para abrigar o longo sifão do animal. Sua superfície apresenta coloração creme com manchas e pontos brancos ou linhas axiais mais escuras, em zigue-zague ou com manchas bastante variáveis e, muitas vezes, com duas grossas faixas espirais de manchas castanhas mais escuras e espaçadas. Abertura da cor do pêssego, branca, rosada ou alaranjada. Um fino perióstraco castanho obscurece amplamente sua cor e padrão, quando em vida; com o do molusco sendo desprovido de opérculo.[4][6][13][16][18]

Habitat e hábitos editar

É encontrada em costas arenosas do litoral à zona nerítica até os 10 metros de profundidade, sendo uma espécie com hábitos noctívagos de caça e carnivoria, incluindo a caça de outros Volutidae, Turbinidae, vieiras e Charonia, enterrando-se durante o dia.[3][6][7]

Uso humano editar

Usado como alimento por pescadores nativos,[3] Melo amphora, como seu descritor específico (amphora; do grego antigo ἀμφορεύςː ânfora) e sua nomenclatura vernácula (baler) indicam, teve tradicionalmente a sua concha sendo utilizada como recipiente de água para socorrer as tripulações dos aborígenes australianos em canoas que navegavam entre as ilhas do estreito de Torres; posteriormente a sua concha sendo utilizada no comércio de souvenirs e para o colecionismo.[2][3][4][7][8][19][20][21]

Ligações externas editar

Referências

  1. a b c d «Melo amphora ([Lightfoot, 1786])» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 6 de novembro de 2022 
  2. a b c d «Melo amphora Baler shell» (em inglês). Australian Museum. 1 páginas. Consultado em 6 de novembro de 2022 
  3. a b c d e f g «Melo amphora ([Lightfoot, 1786]) Diadem volute» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 6 de novembro de 2022 
  4. a b c d e f g «Melo amphora» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods (Wayback Machine). 1 páginas. Consultado em 6 de dezembro de 2022 
  5. a b «Melo amphora ([Lightfoot, 1786]) vernacular» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 6 de novembro de 2022 
  6. a b c d e «Melo amphora ([Lightfoot, 1786]) Melon Shell» (em inglês). Atlas of Living Australia. 1 páginas. Consultado em 6 de novembro de 2022 
  7. a b c «Baler shell» (em inglês). Parks and Wildlife Serviceː Western Australia. 25 de novembro de 2015. 1 páginas. Consultado em 2 de janeiro de 2023 
  8. a b c Conchas. Guia Prático. São Paulo: Nobel. 1998. p. 49. 64 páginas. ISBN 85-213-1035-8 
  9. HOUAISS, Antônio; CARDIM, Ismael (1996). Novo Dicionário Folha Webster's. Inglês/português - Português/inglês. São Paulo: Folha de S.Paulo. p. 81. 640 páginas 
  10. Ibid., p.196.
  11. Ibid., p.23.
  12. «baldeadora». Infopédia. 1 páginas. Consultado em 6 de novembro de 2022. que ou aquele que baldeia 
  13. a b c FERRARIO, Marco (1992). Guia del Coleccionista de Conchas (em espanhol). Barcelona, Espanha: Editorial de Vecchi. p. 152. 220 páginas. ISBN 84-315-1972-X 
  14. ANGELETTI, Sergio (1977). Conchiglie. Raccolta e Collezione (em italiano). Novara: Instituto Geografico de Agostini. p. 20. 92 páginas 
  15. De acordo com a publicação Registry of World Record Size Shells, o maior espécime de um Melo amphora pertence à coleção de Saeid Shekofteh, em Sydney, Austrália; medindo um comprimento total de 56 centímetros.[carece de fontes?]
  16. a b LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 188. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3 
  17. STIX, Hugh; STIX, Marguerite; ABBOTT, R. Tucker; LANDSHOFF, H. (1968). The Shell. Five Hundred Million Years of Inspired Design (em inglês). New York: Harry N. Abrams, Inc. 188 páginas. ISBN 9780810904750 
  18. OLIVER, A. P. H.; NICHOLLS, James (1975). The Country Life Guide to Shells of the World (em inglês). England: The Hamlyn Publishing Group. p. 242. 320 páginas. ISBN 0-600-34397-9 
  19. SAUL, Mary (1974). Shells. An Illustrated Guide to a Timeless and Fascinating World (em inglês). London: Country Life. p. 89. 192 páginas. ISBN 0-600-38048-3 
  20. COX, James A. (1979). Les Coquillages. dans la nature et dans l'art (em francês). Paris: Librairie Larousse. p. 120. 252 páginas. ISBN 2-03-517101-6 
  21. AZEVEDO, Fernando de (1950). Pequeno Dicionário Latino-Português 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional. p. 10. 212 páginas 
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