Michelle Melo

Cantora brasileira

Michelle de Melo Borba (Recife, 1 de maio de 1980), mais conhecida pelo seu nome artístico Michelle Melo, é uma cantora brasileira de música brega do estado de Pernambuco. Ela alcançou o status de celebridade local ao ser vocalista da Banda Metade no começo dos anos 2000, quando interpretou músicas com temáticas sensuais, marcadas por sussurros e gemidos. [1] Lua de Mel, Baby Doll e Batom são alguns dos seus principais sucessos.

Michelle Melo
Informação geral
Nome completo Michelle de Melo Borba
Também conhecido(a) como Michelle Melo
Nascimento 1 de maio de 1980 (43 anos)
Local de nascimento Recife, Pernambuco
Brasil
Nacionalidade Brasileira
Gênero(s) brega
Ocupação(ões) cantora
Filho(a)(s) 2
Instrumento(s) voz
Extensão vocal Soprano
Período em atividade 2001 – presente

Michelle Melo foi uma das primeiras vocalistas femininas da música brega a fazer sucesso em Pernambuco. Por conta do pioneirismo, músicas sensuais, apresentações ousadas e cabelo loiro, a recifense chegou a ser conhecida como Madonna do Brega ou Madonna de Pernambuco. Também recebeu o apelido de Rainha do Brega, dado pelo conterrâneo Reginaldo Rossi, amplamente conhecido como Rei do Brega. [2] [3] [4] Atualmente, a cantora é uma das vozes que defende a música brega como um patrimônio cultural do estado de Pernambuco. [5]

Biografia editar

Nascida na periferia do Recife, Michelle Melo iniciou a carreira profissional no segmento musical aos 14 anos de idade, quando começou a cantar em barzinhos e em orquestras de casamento. A pernambucana chegou a viajar para Fortaleza para ser vocalista de uma banda de forró. Ao retornar para o Recife, ela recebe o convite para ser vocalista de uma banda de brega chamada Cabaré. Em 2001, surge o convite para a Banda Metade, que já vinha se destacando no cenário da música brega em Pernambuco com o álbum Vem Me Completar. [6]

A sua estreia na Banda Metade foi com Lua de Mel, uma composição de Walter de Afogados com forte teor sensual. A faixa se tornou um sucesso nas ruas do Recife em apenas uma semana. Michelle começou a aparecer em programas de televisão locais, sobretudo o Tribuna Show, da TV Tribuna do Recife, onde estreou como vocalista do grupo. [7] O seu êxito estimulou uma maior presença de mulheres nos vocais das bandas de brega do estado, além de letras cada vez mais sensuais.

Na Metade, ela também lançou Baby Doll, Êxtase, Sete Dias de Amor e Topo do Prazer. Em 2005, a cantora decidiu seguir carreira solo por conflitos de interesses com a Banda Metade. Quem a substituiu foi Dany (apelido de Ivanira Melo de Souza), que acabou falecendo junto ao empresário Usiel Barbosa Lima após um acidente ocorrido com o ônibus da banda no município de Machados, no interior de Pernambuco. Assim, Priscila Araújo assumiu os vocais. [8]

Em 2006, Michelle Melo apresentou-se em rede nacional durante o programa Central da Periferia, da TV Globo, apresentado por Regina Casé e gravado no Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife. A exibição a rendeu ampla visibilidade e convites, incluindo um show em Portugal. Em 2008, ela volta a aparecer em rede nacional no TV Xuxa, apresentado por Xuxa Meneghel na TV Globo. No contexto, o programa tinha um quadro chamado Brega é Chique, que realizou um concurso com várias bandas do gênero do Nordeste e do Norte.

Michele retornou à Banda Metade em 2010, contabilizando mais de cinco CDs gravados com o grupo, além de um DVD lançado em 2011. Ela deixa a banda novamente em 2015, afirmando que queria “voltar a ser autêntica nos palcos”. [9]

Na década de 2010, a cantora aparece com frequência na imprensa tradicional ao se consolidar como uma defensora da cultura brega. Ela foi uma das vozes que repercutiu o Projeto de Lei nº 1176/2017, de autoria do deputado estadual Edilson Silva (PSOL), aprovado na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) em 2017 para incluir o ritmo Brega na lista das expressões culturais pernambucanas . [10] Na ocasião, ela chegou a chorar e dizer que o brega foi marginalizado e ridicularizado. Ela afirmou ter sido alvejada por intelectuais quando defendeu o brega como cultura e, por isso, acabou ficando fora das festividades carnavalescas do estado. [11]

Na mesma década, o brega começou a ter uma repercussão cada vez mais nacional através da cultura digital, além de ser alvo de discussões na imprensa e nas universidades. [12] Assim, gestões públicas passaram a dar mais destaque ao gênero em eventos. [13] Michelle Melo, ao lado de Kelvis Duran, se apresentou na abertura do carnaval do Recife de 2019, marcando um momento histórico para o ritmo. [14] Ela volta a se apresentar no palco do Marco Zero em 2020 e passa a ser uma artista constantemente presente em eventos da Prefeitura do Recife. [15]

Em 2018, Michelle foi uma das personagens do documentário Capital do Brega, dirigido por Wanessa Andrade e exibido na GloboNews. [16] O projeto também ganhou um show em parceria com a Prefeitura do Recife no ano seguinte, tendo a cantora na programação. Em 2020, ela revelou ter sido vítima de violência doméstica em um relacionamento e que também sofreu de depressão e bulimia. [17] Ela perdeu um bebê nesse mesmo ano. Michelle Melo se candidatou à Câmara Municipal do Recife, pelo Partido Socialista Brasileiro, na eleições municipais de 2020. [18]

Estilo e influências editar

No âmbito musical, Michelle Melo representa uma geração do brega chamada de brega pop. É um estilo resultante de hibridismo estéticos, musicais e comportamentais gerados nos bairros populares do Recife entre as décadas de 1990 e 2000, com influências do brega paraense. [19] Essa influência foi consolidada com a mudança do escritório da Banda Calypso para o Recife no começo dos anos 2000. O brega pop abordou temas ligados ao cotidiano, com destaque para relacionamentos e conflitos amorosos.

Esse movimento também se expressa nos palcos. Desde o início da carreira, Michelle Melo chama atenção por apresentações inspiradas nas tradições da música pop internacional. Existe um investimento em dançarinos, figurinos mais ousados, coreografias e iluminação integrados à performance musical. [20] A cantora também é conhecida por participar de várias etapas da produção, desde o figurino à performance musical no palco.

As suas inspiração na cultura pop são recorrentes. Madonna, Britney Spears, BeyoncéJennifer Lopes são algumas das cantoras que apresentam estéticas similares àquelas usadas por Michelle. A cantora, inclusive, já chegou a realizar uma turnê inspirada em Madonna, além de ser chamada de “Diva pernambucana da geração de Britney Spears” pelo Diario de Pernambuco. [21] Em 2018, uma troca de farpas entre Michelle e a cantora Eliza Mell, então vocalista da banda Amigas do Brega, resultou em uma controvérsia midiática sobre valores da música brega que foi comparada com embates comuns à música pop. [22] [23]

Discografia editar

Com Banda Metade

  • Volume 2
  • Ao Vivo
  • Grandes Sucessos - Volume 11
  • Ao Vivo
  • Ao Vivo no Clube Português do Recife
  • Ao Vivo
  • Ao Vivo No Brega Naite

Solo

  • Michelle Melo - Uma Explosão de Sensualidade
  • Ao Vivo

Ver também editar

 
Wikiquote
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Referências

  1. Macambira, Germana (5 de outubro de 2019). «O brega e o seu poder de embalar amores e sofrências». Folha de Pernambuco. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  2. BENTO, Emannuel (19 de setembro de 2019). «Rainha do Brega, Michelle Melo estreia turnê inspirada em Madonna». Diario de Pernambuco. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  3. JÚNIOR, Pedro A. Ferreira. «"Madonna do Brega" - Cosmopolitismo estético na performance de Michelle Melo». 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  4. SIMÕES, Marina (28 de março de 2013). «Michelle Melo prova que a verdadeira musa do brega em show nesta sexta». Diario de Pernambuco. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  5. APRÍGIO, Marcelo (22 de fevereiro de 2020). «'Periferia tem voz, tem direito de sonhar', diz Michelle Melo sobre brega no Carnaval do Recife 2020». Jornal do Commércio. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  6. «Primeira Pessoa: Michelle Melo». Diario de Pernambuco TV. 1 de março de 2018. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  7. «TV Tribuna - Primeira aparição de Michelle Melo na televisão». TV Tribuna. 28 de abril de 2012. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  8. «PE: acidente deixa dois integrantes de banda mortos». Imirante. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  9. «Quero voltar a ser autêntica nos palcos, afirma Michelle Melo ao retomar carreira solo». Diario de Pernambuco. 18 de dezembro de 2015. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  10. PONTES, Alef (21 de agosto de 2017). «Agora é oficial: Lei torna o brega expressão cultural de Pernambuco». Diario de Pernambuco. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  11. «Michelle Melo chora ao defender o brega como expressão cultural de Pernambuco». Diario de Pernambuco. 26 de abril de 2017. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  12. TORRES, Fellipe; BARBOSA, Tiago (22 de agosto de 2017). «O governo colocou o brega embaixo do tapete, diz autor de livro sobre o ritmo em Pernambuco». Diario de Pernambuco. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  13. BENTO, Emannuel (20 de fevereiro de 2020). «Representarei um movimento, diz Priscila Senna, primeira atração de brega no Marco Zero». Diario de Pernambuco. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  14. BRASILEIRO, Paula (22 de fevereiro de 2019). «O brega no Carnaval do Recife: 'Queria que Reginaldo Rossi estivesse aqui para ver isso'». LeiaJá - Carnaval 2020. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  15. TIAGO, Rostand (10 de junho de 2020). «Baile dos Namorados do Recife será realizado online e arrecadará doações». JC. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  16. ANDRADE, Wanessa. «Documentário 'Capital do Brega' estreia e exalta cultura pernambucana que vem da periferia». G1. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  17. «Conheça a história de Michelle Melo, a Rainha do Brega que sofreu com violência doméstica, depressão, bulimia e deu a volta por cima». Jornal União. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  18. BRASILEIRO, Paula. «Famosos pela música, cantores querem vaga de vereador». LeiaJá. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  19. BEZERRA, Amilcar Almeida; BRACCHI, Daniela Nery; MORAES, Fabiana; SILVA, Amanda Danielle de Lima (14 de setembro de 2016). «Corpo e figurino na construção da imagem de Michelle Melo». Estudos Semióticos (1): 36–41. ISSN 1980-4016. doi:10.11606/issn.1980-4016.esse.2016.120535. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  20. BEZERRA, Amilcar Almeida; BRACCHI, Daniela Nery. «Empoderamento Feminino e Marcas Autorais no Figurino de Michelle Melo». docplayer.com.br. 11º Colóquio de Moda - 8ª Edição Internacional. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  21. BENTO, Emannuel (30 de setembro de 2018). «Michelle Melo, a diva pernambucana da geração da princesa do pop». Diario de Pernambuco. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  22. SOARES, Thiago; JUNIOR, Pedro Alves Ferreira (19 de dezembro de 2019). «Controvérsias e Disputas Simbólicas na Música Brega: O caso "tem gogó, querida?"». Revista ECO-Pós (3): 308–331. ISSN 2175-8689. doi:10.29146/eco-pos.v22i3.27422. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  23. «Michelle Melo e Eliza Mell trocam farpas em programa de TV». Jornal do Commercio. 24 de outubro de 2018. Consultado em 8 de novembro de 2020 
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