Museu de Arte Contemporânea de Niterói

O Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC) é um museu de arte contemporânea brasileira localizado na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, no Brasil. A obra foi inaugurada no dia 2 de setembro de 1996. Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o MAC tornou-se um dos cartões-postais de Niterói. Destina-se principalmente a obras pertencentes à arte contemporânea brasileira da década de 1950 até hoje. O museu possui um acervo de 1 217 obras da Coleção João Sattamini.[1] Um conjunto reunido desde a década de 1950 pelo colecionador João Sattamini, constituindo a segunda maior coleção de arte contemporânea do Brasil.

Museu de Arte Contemporânea de Niterói
Museu de Arte Contemporânea de Niterói
Vista aérea do Museu de Arte Contemporânea de Niterói.
Tipo Arte contemporânea brasileira
Inauguração 2 de setembro de 1996
Website http://www.macniteroi.com.br/
Geografia
País Brasil
Localidade Niterói, no Rio de Janeiro, no  Brasil
Coordenadas 22° 54' 28" S 43° 07' 34" O

Construído sobre o Mirante da Boa Viagem, na orla de Niterói, o museu, com sua fachada futurista, possibilita que o visitante desfrute de vistas panorâmicas que se lhe oferecem quer fora do museu, a partir do pátio, quer dentro do museu por um olhar pelo anel de janelas que divide este gigantesco "prato de concreto" em duas faixas.

O MAC ainda disponibiliza atividades educacionais desde 1996, chamadas de Desafios Comunicativos da Arte Contemporânea, com o intuito, segundo a administração do museu, de incentivar a "produção artística contemporânea, que se coloca exposta em um espaço público onde circulam indivíduos não pertencentes ao mundo da arte."[1]

Arquitetura editar

 
O museu visto da Praia da Boa Viagem, com a Praia de Icaraí ao fundo.

Edificado em 1996, destaca-se na paisagem pelo arrojo de seus traços contemporâneos, que o fazem assemelhar-se a um cálice ou a disco voador. Foram necessários cinco anos para erguer a estrutura de quatro pavimentos, inscrita numa praça de 2 500 metros quadrados.

 
Vista interna do MAC para a Baía de Guanabara.

O edifício em si do MAC Niterói é a primeira obra que o museu oferece à contemplação. A estrutura de linhas circulares do edifício apresenta-se como uma escultura de 16 metros de altura em praça aberta, em que o espelho d'água colocado em sua base e a iluminação empregada conferem grande leveza. A rampa sinuosa externa conduz ao interior, com dois pavimentos. O moderno complexo arquitetônico, concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer, apresenta o concreto nu e duro numa forma arredondada, suave e moderna, do jeito que já chega a ser um tipo de marca registrada em quase todas as obras de Oscar Niemeyer.

 
Vista de uma galeria de mostras do MAC, com janelas panorâmicas de um lado e obras em exposição do outro

No primeiro pavimento, funciona a Administração. No segundo pavimento, estão a sala de exposições e a varanda panorâmica, envidraçada, também reservada para mostras. O mezanino, por sua vez, que circunda todo o interior do museu, é dividido em salas menores, destinadas a exposições. No subsolo, encontram-se uma área para armazenagem de obras, um bar, um restaurante e um auditório para conferências.

O museu tem 2 500 metros quadrados de área e sua construção demorou cinco anos, tendo sido precisos 300 operários. Foram consumidos 3,2 milhões de metros cúbicos de concreto, quantidade suficiente para levantar um prédio de 10 pavimentos. O prédio tem 50 metros de diâmetro, tendo recebido tratamento térmico e impermeabilizante. A estrutura consegue suportar um peso de cerca de 400 quilogramas por metro quadrado e ventos de velocidade de até 200 quilômetros por hora.[1]

Acervo editar

 
O museu visto da Praia de Icaraí, com o Pão de Açúcar e a cidade do Rio de Janeiro ao fundo

O acervo permanente do MAC é constituído pela Coleção João Sattamini, um conjunto de mais de mil peças, reunidas desde a década de 1950 pelo colecionador João Sattamini, constituindo a segunda maior coleção de arte contemporânea do Brasil. A ideia de criação do museu, segundo Roberto da Silveira, surge da intenção de João Sattamini de doar sua coleção de arte para a cidade. E o museu nasce precisamente para abrigá-la.[3]

Iniciada em 1966, quando Sattamini reside na Itália, a coleção de quase 1 200 obras define-se como um dos mais significativos conjuntos de arte brasileira produzida entre os anos 1950 e 1990. A coleção abrange um amplo espectro da arte contemporânea tal qual veio se consolidando no Brasil a partir da década de 1950. Aqui se acham obras de, por exemplo, João Carlos Goldberg, Frans Krajcberg, Tomie Ohtake, Abraham Palatnik, Mira Schendel e Carlos Vergara, entre outros. Estas obras revelam influência de muitas vertentes artísticas contemporâneas, como, por exemplo, da Nova Objetividade Brasileira, do Experimentalismo, do Concretismo e do Neoconcretismo.[3]

Além da Coleção João Sattamini, o MAC NIT conta também com a Coleção MAC de Niterói, constituída atualmente por um conjunto de 369 obras de arte, doadas por artistas que realizaram exposições no Museu como Felippe Moraes, Lyz Paryzo e Elle de Bernardini.

Caminho Niemeyer editar

 Ver artigo principal: Caminho Niemeyer
 
Edificações do Caminho Niemeyer vistas de uma barca.

A partir da concretização deste projeto, a Prefeitura Municipal de Niterói convidou o arquiteto a realizar outros trabalhos na cidade. A série de intervenções urbanísticas e edifícios que abrigam atividades culturais daí decorrentes, e que seguem um faixa contínua na paisagem da cidade, são conhecidos como Caminho Niemeyer.

O Caminho Niemeyer inclui atualmente dez projetos, cinco concluídos, dois em construção e três ainda em fase de projeto: Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Praça JK, Memorial Roberto Silveira, Teatro Popular de Niterói, Estação Hidroviária de Charitas, prédio do Terminal das Barcas de Charitas e Fundação Oscar Niemeyer.[4]

Exposições editar

Projeto Mirante editar

De abril a maio de 2022 foi realizado o Projeto Mirante nas áreas externas do MAC Niterói e concebido pelo artista e curador Felippe Moraes, propondo a discussão de assuntos da jovem produção de arte contemporânea brasileira como território, antropoceno, ruína e trabalho. Segundo Moraes, o projeto "é construído como forma de fazer o museu pensar sobre si mesmo, seu lugar social, político e sua relação com a cidade. Entendemos que a instituição é mais que um edifício, é programação, é educação e é encontro entre criadores, suas produções e a sociedade".[5] O programa apresentou três exposições simultâneas com assistência curatorial de Ana Carla Soler:[6][7][5]

  • Território Vento: exposição coletiva lidando na rampa do museu com a noção de território a partir da palavra escrita em diversos suportes como bandeiras, cangas, faixas, pipas e fitinhas do Bonfim. Abordando principalmente a presença e urgência do texto na produção artística brasileira naquela década. Artistas: Julia Saldanha, Marília Scarabelo, OPAVIVARÁ!, Raphael Escobar, Rodolfo Viana e Thiago Ortiz[5][6]
  • Antropocênica: exposição coletiva de vídeos na recepção do museu discutindo a influência humana no planeta terra com corpos alterando o planeta de forma alegórica, poética ou ficcional. Artistas: Mari Fraga, Patrick Furness e Ricardo de Càstro.[6][7]
  • Retrabalho: a primeira mostra individual do artista mineiro Juan Casemiro ocorreu na praça do museu, apresentando esculturas e instalações construídas com tijolos modulares.[6][5]

Programação editar

Além das exposições programadas, há uma programação regular:

  • Glorinha e Renato - Show musical infantil sempre no 2º sábado de cada mês, às 11h no auditório (subsolo do museu).
  • Cineclube Cineolho - Local: auditório (subsolo do museu), distribuição de senhas a partir das 15h30 (60 lugares).
  • Feira de Troca Cultural - No pátio do museu, de 10 às 13h - 1º domingo do mês - trazer seus objetos de cunho cultural, usados ou não, para expor e realizar as trocas. Paralelamente à feira, estará acontecendo a Tocata Aberta, uma oficina experimental de música intuitiva.
  • Encontro para Professores - Local: auditório (subsolo do museu) - Toda 3ª quinta-feira do mês, 14 às 17h - Programa pedagógico mensal para professores e estudantes de cursos de licenciatura de todas as áreas de conhecimento.
  • Visita Orientada para o Público Espontâneo - Todo sábado, 11h00 às 11h40 e 15h00 às 15h40.
  • Contação de Histórias no MAC de Niterói - Todo domingo, 16h.
  • Tai Chi Chuan - Quartas e sextas-feiras, 07h30 às 08h30; domingos, 08h30 às 09h30.

Bistrô editar

O Bistrô MAC fica localizado no subsolo do museu. Funciona terças, quartas, quintas e domingo, das 9h às 18h. Sextas e sábados, das 9h à meia-noite.[8]

Biblioteca e publicações editar

A biblioteca possui aproximadamente 40 mil documentos sobre arte moderna e contemporânea brasileira. Livros, catálogos, teses, dissertações, dossiês (de artistas visuais, críticos de artes, arquitetura e design), revistas, recortes de jornais (clippings), multimeios (DVD, CD, CD-ROM e VHS) e outros itens informacionais, focados na história e na memória da instituição, são disponibilizados pela Divisão de Teoria, Pesquisa, Curadoria e Documentação para consulta.

Como chegar editar

 
Entrada do museu.

Para quem estiver na cidade do Rio de Janeiro, a maneira mais usual e rápida para se chegar no Museu de Arte contemporânea de Niterói é ir até a Praça XV e atravessar a Baía de Guanabara por meio das barcas.

Chegando em Niterói (Praça Arariboia), se dirija para o Terminal Rodoviário João Goulart, ao lado da estação das barcas. De lá, partem ônibus com destino à Região Oceânica de Niterói, praia de Icaraí, Charitas e bairros adjacentes. Entre as linhas de ônibus que passam pelo Museu indica-se a linha 47B.[9] Alternativamente, o transporte via táxi entre a estação das barcas e o museu MAC é acessível e aconselhável, com a corrida não levando mais do que 5-10 minutos.

Ver também editar

Referências

  1. a b c Prefeitura de Niterói. «MAC / Museu de Arte Contemporânea de Niterói». Consultado em 21 de outubro de 2009 
  2. «Opiniões de arquitetos e personalidades sobre Niemeyer». Consultado em 4 de agosto de 2008 
  3. a b MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE NITERÓI 10 ANOS Cultura Niterói.
  4. Marco de Niterói, Caminho Niemeyer criado há quase 20 anos está inacabado até hoje O Globo. (Março, 2016).
  5. a b c d Gonçalo, O. São (1 de abril de 2022). «MAC Niterói abre três exposições inéditas sobre trabalho, território e antropoceno». O São Gonçalo. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  6. a b c d Fluminense, O. (2 de abril de 2022). «Niterói: MAC inaugura três mostras inéditas e gratuitas». O Fluminense. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  7. a b «Projeto Mirante | Território Vento, Retrabalho e Antropocênica | MAC Niterói». Dasartes. 30 de março de 2022. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  8. Restaurante Bistro mac.
  9. Ônibus para o MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA - NIEMEYER - NITERÓI. Ônibus no Rio e Niterói.

Ligações externas editar

 
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