Nacional-bolchevismo

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Nacional Bolchevismo (em russo: национал-большевизм, transl. natsional-bol'shevizm, em alemão: Nationalbolschewismus), também conhecido coloquialmente como Nazbol (em russo: нацболы, transl. natsboly) é um movimento político neonazista[1] (nazi, em português europeu) surgido na Alemanha durante a Década de 1920[1] que reivindicava combinar elementos do ultranacionalismo e do bolchevismo.[2]

Na Alemanha os principais representantes do movimento foram os irmãos Gregor Strasser e Otto Strasser, membros do Partido Nacional-Socialista (nazista/nazi), que fundaram uma corrente do nazismo conhecida como Strasserismo. Embora essa corrente tenha sido eliminada do Partido Nazista após a Noite das Facas Longas.[3] O movimento ressurgiu após o fim da Guerra Fria, principalmente na Rússia, visando unir radicais de esquerda e direita para se opor ao liberalismo ocidental. Na Rússia é representado principalmente pela figura de Alexandr Dugin.[4]

O jornal Widerstand de Ernst Niekisch com o símbolo original da águia nacional bolchevique.

Antecedentes históricos

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O movimento nacional-bolchevista tem raízes que remontam à Década de 1920, na Alemanha, capitaneados por escritores como Ernst Niekisch e Ernst Jünger. Este foi um dos vários tipos de fascismos não-nazistas que faziam parte da mistura conservadora da Alemanha pré-Hitler.[1]

 
Membros do Partido Nacional-Bolchevique em 2006

Com a repressão desencadeada após o Incêndio do Reichstag (27 de fevereiro de 1933) e Noite das Facas Longas o movimento nacional-bolchevique na Alemanha foi rapidamente eliminado.[5]

Na Alemanha

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Na Rússia

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Jean Thiriart

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Jean Thiriart foi um intelectual que, durante as décadas de 1960 e 1980, defendeu algumas das teses defendidas por nacional-bolcheviques e nacional-comunistas alemães na época da República de Weimarcom diferenças que se devem, em grande parte, às mudanças no cenário político internacional antes.

Um diferença fundamental é que Thiriart rejeita os nacionalismos particulares de cada país europeu e, em contraposição, defende a ideia de um grande nacionalismo europeu e comunitário. Seu pensamento vem diretamente das teorias conhecidas como “grandes espaços”, que veem na constituição de grandes blocos econômicos uma resposta aos desafios da atualidade.

Seu objetivo também era se contrapor à hegemonia norte-americana à qual, nenhum país europeu poderia se contrapor isoladamente. Portanto, também defendia blocos econômicos autocentrados e autárquicos, ideia que teria como precursor o alemão Friedrich List.

Suas ideias (constituição de uma "grande Europa de Reykjavik a Vladivostok") eram semelhantes àquelas defendidas por Ernst Niekisch, que defendia a constituição de um "Bloco germano-eslavo de Vladivostok a Vlissingen. Mas, diferentemente da perspectiva defendida por Thiriart, Niekisch tinha uma perspectiva anti-anglo-saxã e anti-latina, pois se opunha à opressão da Tríplice Entente contra a Alemanha da época da República de Weimar, legitimada pelo Tratado de Versailles (1919).

Em 1982, José Quadrado Costa, publicou um estudo denominado como: “L'Union Soviétique dans la pensée de Jean Thiriart” (A União Soviética no pensamento de Jean Thiriart), no qual sustentou as semelhanças entre o pensamento de Thiriart e as teses defendidas pelos nacional bolcheviques alemães na época da República de Weimar[6].

Outros países

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O politólogo e geopolítico espanhol Jorge Verstrynge, membro do grupo neonazista Círculo Español de Amigos de Europa (Cedade)[7] se declara um ex-fascista[7][8] e atual nacional-bolchevique.[8]

Interpretações

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O nacional bolchevismo representa um capítulo especial nas relações entre a Alemanha e a Rússia desde a Primeira Guerra Mundial. Como ação política defende uma orientação oriental para a Alemanha e é um fenômeno muito intrigante e, atualmente, muito atuante. Para aqueles que costumam observar o espectro de opiniões políticas em termos de direita e esquerda, com a extrema direita no extremo oposto da extrema esquerda, o bolchevismo nacional parece um paradoxo, pois ele sugere o encontro de extremos. Mais concretamente, o termo significa uma reaproximação entre o nacionalismo alemão e o comunismo russo. A história do Bolchevismo Nacional é a história de dois "estranhos companheiros de cama".[2]

O Bolchevismo Nacional pareceria um exemplo de uma relação política de “amor e ódio” entre esses dois grandes extremos políticos. Também pode ser sugerido que quanto mais nos afastamos das origens e mais compreensão obtemos sobre o funcionamento dos dois extremos do século XX - o fascismo e o comunismo, acabamos entendendo a afinidade entre essas ideologias. Admitimos que o fascismo está se tornando cada vez mais "dinamismo sem doutrina", ao passo que o comunismo remonta à sólida estrutura doutrinária do marxismo. E mesmo ao longo da história europeia, desde 1917, muitas vezes ameaçou levar a um conflito final entre o fascismo e o comunismo, a “transmutação” pela qual o marxismo passou na Rússia moderna o aproximou ironicamente do fascismo. Tornou-se cada vez mais evidente que a luta entre os dois era uma mera batalha simulada.[2]

Ver também

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Obras publicadas sobre o tema

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  • Louis DUPEUX, "STRATEGIE COMMUNISTE ET DYNAMIQUE CONSERVATRICE - ESSAI SUR LES DIFFERENTS SENS DE L'EXPRESSION "NATIONAL-BOLCHEVISME" EN ALLEMAGNE, SOUS LA REPUBLIQUE DE WEIMAR (1919-1933)", 1974[9] [10];
  • "Les compagnons de route de la galaxie nationale-bolchevique", obra publicada no jornal "LIBERATION", Paris, 29 de junho de 1993.

Referências

  1. a b c Lee, Martin (1997). The Beast Reawakens. [S.l.]: Little, Brown & Company. p. 315. ISBN 0-316-51959-6 
  2. a b c Klemperer, Klemens von (abril de 1951). «Towards a Fourth Reich? The History of National Bolshevism in Germany» [Rumo a um Quarto Reich? A história do nacional bolchevismo na Alemanha]. The Review of Politics (em inglês) (2): 191–210. ISSN 1748-6858. doi:10.1017/S0034670500047422. Consultado em 15 de setembro de 2021 
  3. Robert Lewis Koehl, The SS: A History 1919–1945, Tempus Publishing, 2004, pp. 61–63.
  4. Coalson, Robert (28 Janeiro 2015). «New Greek Government Has Deep, Long-Standing Ties With Russian 'Fascist' Dugin». Radio Free Europe/Radio Liberty 
  5. «Was ist National-Bolschewismus in Deutschland? 1920-30's» [O que é o nacional bolchevismo na Alemanha? 1920-30]. Top War (em alemão). 14 de agosto de 2013. Consultado em 3 de junho de 2022 
  6. L'ALTERNATIVE NATIONALE-COMMUNISTE, em francês, acesso em 26/06/2022.
  7. a b Prieto, Darío (6 de setembro de 2020). «Jorge Verstrynge, fascismo y Podemos... valga la redundancia» [Jorge Verstrynge, fascismo e Podemos... vale a redundância]. El Mundo (em espanhol). Consultado em 3 de junho de 2022 
  8. a b Dupuy, Guillermo (7 de abril de 2016). «Verstrynge y su vomitiva (y nutritiva) asesoría» [Verstrynge e sua vomitiva (e nutritiva) assessoria]. Liberdad Digital (em espanhol). Consultado em 3 de junho de 2022 
  9. Dupeux (Louis) - National-bolchevisme : stratégie communiste et dynamique conservatrice. Thèse de Lettres; Paris I. 1974. Soutenue sous le titre Stratégie communiste et dynamique conservatrice: essai sur les différents sens de l'expression national-bolchevisme en Allemagne, sous la République de Weimar (1919-1933), em francês, acesso em 26/06/2022.
  10. Louis Dupeux. National Bolchevisme: Stratégie communiste et dynamique conservatrice. Volume 1, Dans l'Allemagne de Weimar, 1919–1933; volume 2, Documents et tables. Paris: Librairie Honoré Champion. 1979. Pp. vii, 588; 591–743, em francês, acesso em 26/06/2022.

Ligações externas

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