Nilma Bentes

Agrônoma, escritora e ativista brasileira dos direitos humanos e defesa da mulher negra

Raimunda Nilma de Melo Bentes, mais conhecida como Nilma Bentes (Belém, 28 de janeiro de 1948), é uma engenheira agrônoma, escritora e ativista brasileira pelos direitos da mulheres e dos negros, pioneira na criação de entidades e movimentos pelos direitos das minorias em seu estado e no país, iniciados já no final da década de 1970.

Nilma Bentes
Nilma Bentes
Nascimento 28 de janeiro de 1948
Belém
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação agrônoma, activista social, escritora

Biografia editar

Filha de mãe negra e pai branco, Nilma desde nova sofreu com o preconceito, ao frequentar escolas onde pessoas de cor eram uma exceção; [1] Formou-se em agronomia pela Universidade Federal Rural da Amazônia no ano de 1971 e trabalhou no Banco da Amazônia no setor de financiamentos rurais por vinte e seis anos.[2]

Foi uma das fundadoras do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa) e uma das idealizadoras da Marcha das Mulheres Negras que, em 2015, levou a Brasília mais de cinquenta mil manifestantes; uma luta que, segundo ela, enfrenta "o machismo do movimento negro e o racismo do movimento feminista".[1]

Sobre as dificuldades do negro no Brasil ela afirma: “Penso que um dos maiores desafios ainda é fazer a população negra gostar de ser negra, o que significa, basicamente, vencer integralmente as ideologias de inferioridade racial, democracia racial e necessidade de embranquecimento para ser aceito”; e pondera: "Estamos buscando caminhos estratégicos para fazer com que a população negra se sinta igual, que ela se goste – evidente que não se deve defender o negro pelo negro, nem mulher pela mulher. Sabemos que há negros fascistas, inclusive na África; há negros que combatem negros e existem mulheres cruéis. Nunca vai haver unanimidade, mas temos que honrar nossa ancestralidade, aquela que nos fez sobreviver para seguir na luta."[1]

Bibliografia da autora editar

Em suas palavras, sua produção maior não é acadêmica: "Eu tento traduzir para uma linguagem simples o que aconteceu na história da população negra brasileira. Nós não temos mídia, mas um livro vai longe. Eu escrevo livros de beabá da luta antirracista. Não são textos acadêmicos, pois a maioria da população negra ainda está na camada de baixa renda, com nível de informação e educação menor; é para ela que estão direcionados nossos esforços. Procuro fazer livros paradidáticos."[1] Alguns de seus livros:

  • Negritando, Belém, Graffite, 1993
  • Cedenpa: Uma Breve História dos 30, 2010

Referências

  1. a b c d «Nilma Bentes: visibilidade às mulheres negras». AZMina. 12 de março de 2018. Consultado em 1 de julho de 2019. Cópia arquivada em 1 de julho de 2019 
  2. Verena Alberti; Amilcar Araujo Pereira (2016). Histórias do movimento negro no Brasil: Depoimentos ao CPDOC. [S.l.]: Pallas Editora. 528 páginas. ISBN 9788534705981. Consultado em 1 de julho de 2019 

Ligações externas editar