Património Mundial

área de significância reconhecida pela UNESCO
(Redirecionado de Patrimônio da Humanidade)

Património (português europeu) ou Patrimônio (português brasileiro) Mundial, ou ainda Património (português europeu) ou Patrimônio (português brasileiro) da Humanidade, é uma região ou área (denominada "sítio") que vem a ser considerada pela comunidade científica de inigualável e fundamental importância para a humanidade. Pode vir a ser um único monumento ou construção, ou o conjunto arquitetônico delimitado em uma cidade, vila ou região, ou toda a área, pode ser uma única caverna, ou vale, ou toda a região devido ao seu valor histórico, arqueológico, natural, ambiental, ou um conjunto desses fatores e vem a ser reconhecida pela UNESCO fazer parte da Lista do Patrimônio Mundial, também se inclui na lista, manifestações e rituais, como outros.

  • Esses sítios são definidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura-UNESCO (acrônimo de United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (órgão executivo da ONU), de grande importância histórica, cultural e natural para humanidade, proporcionando, ao ser reconhecido e classificado como Patrimônio Mundial, o status e reconhecimento oficial para lhe garantir maior conservação, Vários sítios são classificados como mistos (reúnem a classificação de culturais e naturais) e alguns sítios são transfronteiriços (sua área ou região se distribui por dois ou mais países).[1] A lista é divulgada e atualizada após as sessões anuais da UNESCO, quando são expostos, debatidos, promulgados ou não, junto a todos os atuais países-membros,[2] as solicitações de novas inclusões à Lista do Patrimônio Mundial, que é gerenciado pelo Comitê do Patrimônio Mundial, composto por 21, dentre os atuais 191 países-membros que assinaram e ratificaram a Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural[3] que são eleitos para compor o comitê por dois anos.
Este é o Logo do Património Mundial
Logo do Património Mundial

O programa anualmente recebe novas inscrições de sítios, requeridas pelos países-membros, para integrarem a Lista do Patrimônio Mundial. Esta nova propositura é discriminada por extensos dossiês, com vários itens pré-obrigatórios no seu contexto, e são analisados, pesquisados e inspecionados (todo um processo que pode demorar anos) e sendo ele ao fim referendado e incluído na Lista do Patrimônio Mundial, é catalogado, nomeado, passando a UNESCO a salvaguardar internacionalmente a sua conservação, por sua excepcional importância cultural e/ou natural como patrimônio comum da humanidade. Sob certas condições, determinados sítios que integram a Lista do Patrimônio Mundial, obtêm recursos do Fundo do Patrimônio Mundial.[4] O programa foi criado pela Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, homologada em 23 de Novembro de 1972 na Conferência Geral da UNESCO realizada em Paris, França. Desde então, 191 países ratificaram a Convenção, tornando-se um dos mais respeitados organismos internacionais. Atualmente só Liechtenstein, Nauru, Somália, Sudão do Sul, Timor-Leste e Tuvalu não ratificaram a Convenção.

Em 2015, 1 031 sítios, localizados em 163 países, integravam a Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO-WHC (World Heritage Convention) (Convenção do Patrimônio Mundial),[5] assim distribuídos, conforme foram reconhecidos, classificados e homologados: 802 culturais,[6] 197 naturais[7] e 32 mistos(*).[8] Do total 31 sítios são transfronteiriços(**)[9] e 48 estão seriamente ameaçados e foram incluídos na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo[10] conforme decisão do Comitê do Patrimônio Mundial. A Itália é o país com o maior número de sítios que integram a Lista do Patrimônio Mundial, com 51, seguida pela China com 48, Espanha com 44, França com 41 e Alemanha com 40. Cada sítio que integra a lista do Patrimônio Mundial tem um número próprio de identificação, mas é recorrente que algumas novas candidaturas de sítios pelos países membros, resultantes de pesquisas históricas e arqueológicas, e após avaliação pelo Comitê do Patrimônio Mundial e homologação e inclusão na lista, englobam, ou são adjacentes, ou contínuos à sítios que já constavam de listas anteriores, sendo estes sítios, listados como integrantes de descrições maiores. Como resultado, os números de identificação excedem 1 300, embora a listagem divulgue menos locais.

História editar

Pré-convenção editar

Em 1959, o governo do Egito decidiu construir a Represa de Assuão, um evento que inundaria um vale que contém tesouros da civilização antiga tais como os templos do Abul-Simbel. A UNESCO lançou, então, uma campanha mundial de proteção ao lugar contra a construção, apesar das apelações dos governos do Egito e do Sudão. Os templos de Abul-Simbel e de Filas foram desmontados e movidos para uma posição mais elevada onde foram novamente montados peça a peça.[11]

O custo do projeto era de aproximadamente oitenta milhões de dólares, onde cerca de metade da quantia foi arrecadada de cinquenta países diferentes. O projeto teve sucesso total, e isso incentivou outras campanhas de proteção. Então, a UNESCO iniciou, com o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), uma convenção para proteger o Património Mundial da humanidade.[11]

Convenção e bastidores editar

Os Estados Unidos criaram a ideia de combinar a conservação da cultura com a conservação da natureza. Uma conferência na Casa Branca, em 1965, pedia por uma "Entidade pelo Património Mundial" para preservar "as áreas cénicas e naturais magníficas e sítios históricos do mundo para o presente e o futuro de toda a humanidade." A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) desenvolveu, em 1968, propostas similares, que em 1972, foram apresentadas na conferência da ONU sobre Ambiente Humano em Estocolmo, Suécia.[11]

Um único texto foi aceito por todas as partes envolvidas, e a Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural foi promulgada pela Conferência Geral da UNESCO em 23 de Novembro de 1972.

Estados signatários editar

Atualmente 191 Estados (países) - denominados, em inglês, 'States Parties' - são signatários da Convenção do Patrimônio Mundial.[12] Todos os países da CPLP, menos Timor-Leste, subscreveram a Convenção, sendo São Tomé e Príncipe o 183.º signatário, ao depositar oficialmente o seu instrumento de ratificação a 25 de Julho de 2006, e em 25 de outubro de 2006 passou a vigorar oficialmente no país.[13]

Distribuição dos sítios no mundo editar

Distribuição em regiões, de acordo com a UNESCO, em julho de 2019.

 
Patrimônio Mundial da UNESCO (mapa interativo)
Zona/região Cultural Natural Misto Total % Estados-membros com propriedades inscritas
África 53 38 5 96 8,56% 35
Estados Árabes 78 5 3 86 7,67% 18
Ásia e Oceania 189 67 12 268* 23,91% 36
Europa e América do Norte 453 65 11 529* 47,19% 50
América Latina e Caribe 96 38 8 141* 12,58% 28
Total 869 213 39 1 121 100% 167

(*) Sítios Mistos - Determinado Sítio, dentro dos critérios que a Convenção do Patrimônio Mundial da UNESCO homologa, enquadra-se tanto no critério Cultural como no Natural.

(**) Transfronteiriço - Determinado Sítio abrange área que se distribui por 2 ou mais países.

Lista dos países com 10 ou mais sítios incluídos como Patrimônio Mundial editar

Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO (por regiões) editar

Património Mundial em perigo editar

A conservação e proteção de cada sítio, já reconhecido e declarado Patrimônio Mundial, é um processo contínuo é de responsabilidade do país ou países (caso seja transfronteiriço) onde estão localizados. Se um país não protege os locais inscritos, corre o risco de que esses locais sejam retirados da Lista do Patrimônio Mundial. Os países devem informar periodicamente ao Comitê do Patrimônio Mundial sobre o seu estado de conservação e preservação. Quando o Comitê do Patrimônio Mundial é avisado sobre possíveis perigos a um sítio, este é incluído na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo, informando e chamando à atenção mundial de sua precariedade, e de suas condições preocupantes, devido a circunstâncias naturais ou criadas pelo homem, ameaçando, severamente, suas características, que o levou a ser inscrito sítio na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo.[14]

Ver também editar

Referências

  1. UNESCO-WHC (World Heritage Convention) - Página oficial - ('em inglês') ; ('em francês'). Visitados em 10 de março de 2016
  2. UNESCO-WHC - Países Integrantes - lista - ('em inglês') ; ('em francês'). Visitados em 10 de março de 2016
  3. UNESCO-WHC - Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural - declaração Paris - França em 23 de novembro de 1972 - ('em inglês') ; ('em francês') ; ('em português-pdf'). Visitados em 10 de março de 2016
  4. UNESCO-WHC - Fundo do Patrimônio Mundial - Página oficial - ('em inglês') ; ('em francês'). Visitados em 10 de março de 2016
  5. UNESCO-WHC - Patrimônio Mundial - lista - ('em inglês') ; ('em francês'). Visitados em 10 de março de 2016
  6. Culturais - UNESCO-WHC. Lista dos sítios - ('em inglês') ; ('em francês'). Visitadas em 10 de março de 2016
  7. Naturais - UNESCO-WHC. Lista dos sítios - ('em inglês') ; ('em francês'). Visitadas em 10 de março de 2016
  8. Mistos - UNESCO-WHC. Lista dos sítios - ('em inglês') ; ('em francês'). Visitadas em 10 de março de 2016
  9. Transfronteiriços - UNESCO-WHC. Lista dos sítios - ('em inglês') ; ('em francês'). Visitadas em 4 de abril de 2016
  10. UNESCO-WHC - Patrimônio Mundial em Perigo - lista - ('em inglês') ; ('em francês'). Visitadas em 4 de abril de 2016
  11. a b c Deutsche Welle, ed. (12 de fevereiro de 2012). «Convenção da Unesco sobre Patrimônio da Humanidade completa 40 anos». Consultado em 30 de dezembro de 2015 
  12. UNESCO-WHC - estados signatários - ('em inglês') ; ('em francês'). Visitadas em 4 de abril de 2016
  13. UNESCO-WHC - São Tomé e Princípe - ratificação ("em inglês'). Visitada em 4 de abril de 2016
  14. UNESCO-WHC - Patrimônio Mundial em Perigo - lista - ('em inglês') ; ('em francês'). Visitados em 10 de março de 2016

Ligações externas editar

 
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