Prédio da Antiga Faculdade de Medicina da Bahia
Prédio da Antiga Faculdade de Medicina da Bahia é um edifício idealizado para atender as necessidades da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia (FMB-UFB) fundado no ano de 1808, localizado em Salvador, capital do estado da Bahia.[2][3]
Prédio da Antiga Faculdade de Medicina da Bahia | |
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Tipo | património histórico, edifício |
Estilo dominante | arquitetura eclética |
Arquiteto(a) | Victor Dubugras |
Engenheiro(a) | Teodoro Sampaio |
Inauguração | 1908[1] |
Proprietário(a) inicial | Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia |
Função inicial | universidade |
Proprietário(a) atual | Governo Federal do Brasil |
Função atual | secretaria |
Património nacional | |
Classificação | Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | Salvador, BA |
Centro Histórico de Salvador | |
Coordenadas | 12° 58′ 21″ S, 38° 30′ 35″ O |
Localização em mapa dinâmico |
História
editarCom a mudança da corte portuguesa para o Brasil, tomada por decisão de D. João VI, havia a necessidade da construção de uma máquina estatal e de serviços públicos nas terras do Brasil colonial.[4][5] Após abrir os portos do Brasil às nações amigas de Portugal, D. João VI assinou, em 18 de fevereiro de 1808, o decreto que anunciava a inauguração da Escola de Cirurgia da Bahia, no antigo Hospital Real Militar da Cidade do Salvador, que ocupava o prédio do Colégio dos Jesuítas, construído em 1553, no Terreiro de Jesus.[6] A faculdade tornou-se a primeira instituição de ensino superior no país.[7][8]
O prédio foi planejado pelo engenheiro Teodoro Sampaio com projeto arquitetônico elaborado pelo francês Victor Dubugras no ano de 1905, aproveitando o antigo Colégio dos Jesuítas e que tinha sediado a Faculdade de Medicina durante décadas.[6][9] A obra possui elementos de arquitetura eclética, possuindo a fachada voltada para o Terreiro de Jesus manteve o entablamento primitivo que faz sequência com o que subdivide o corpo inferior da fachada da atual Catedral de Salvador.[10] A fachada manteve o ritmo e as dimensões das envasaduras primitivas do antigo Colégio dos Jesuítas, as quais acrescentaram apenas falsos frontões classicistas.[10] Nesse prédio, formaram-se médicos como Manuel Vitorino, Afrânio Peixoto, Oscar Freire, Nina Rodrigues, Alfredo Brito, Juliano Moreira, Martagão Gesteira, Prado Valadares, Pirajá da Silva e Gonçalo Muniz.[11][12]
Nas décadas de 1970 e 1980, a edificação, semi-utilizada, encontrava-se parcialmente em ruínas; apenas a ala voltada para o Terreiro de Jesus – onde, por imposição da Ditadura Militar de 1964, funcionava a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA – e a da outra extremidade – onde funcionava o Instituto Médico Legal Nina Rodrigues – estavam em uso.[7][13][14]
O prédio foi ocupado pela Faculdade de Medicina até o ano de 2004, quando a Faculdade foi transferida para a sede antes ocupada exclusivamente pelo Memorial.[6] A secretaria da faculdade ocupou o prédio, juntamente com os projetos de extensão universitária da Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA).[6][15]
Tombamento
editarNo ano de 2015, o prédio da faculdade passou pelo processo de tombamento histórico junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), órgão vinculado ao Governo Federal brasileiro, responsável pela conservação histórica do país.[9][16][17]
Segundo o órgão, a indicação ao tombamento ocorre por seu valor histórico, ser o berço do ensino da medicina no Brasil, e por seu valor arquitetônico, no período da arquitetura eclética da primeira metade deste século, bem como seu valor dentro da obra do arquiteto Victor Dubugras, a despeito de encontrar-se a edificação integrada ao Centro Histórico de Salvador.[10]
Apesar do processo de tombamento, o prédio encontra-se em péssima estado de conservação.[18][19] Devido aos aspectos de comprometimento e abandono do prédio, o IPHAN foi condenado pelo Ministério Público Federal (MPF) à realizar reformas de restauração no prédio.[20][21][22]
A despeito da condenação, no ano de 2020, em reportagem feita pela Rádio Metrópole, o jornalista Alexandre Galvão aferiu que o prédio continua abandonado e com risco de desabamento.[18][23]
Ver também
editarReferências
- ↑ «Escola de Cirurgia da Bahia». Fiocruz. Consultado em 29 de agosto de 2023
- ↑ «Salvador - Antiga Faculdade de Medicina da Bahia». iPatrimônio. Consultado em 26 de julho de 2021. Cópia arquivada em 26 de julho de 2021
- ↑ «Salvador». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 26 de julho de 2021
- ↑ GOMES, Laurentino (2014). 1808. São Paulo: Globo Livros. 414 páginas
- ↑ Meirelles, Juliana (2013). «Política e cultura no governo de D. João VI (1792-1821)» (PDF). Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 26 de julho de 2021
- ↑ a b c d «Histórico | Faculdade de Medicina da Bahia». Faculdade de Medicina da Bahia. Consultado em 26 de julho de 2021. Cópia arquivada em 17 de setembro de 2018
- ↑ a b Filho, Naomar (2006). «A "mainha" do ensino médico no Brasil». Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Consultado em 26 de julho de 2021. Cópia arquivada em 7 de dezembro de 2010
- ↑ Schwarcz, Lilia Moritz (1993). O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras
- ↑ a b «Prédio da antiga Faculdade de Medicina é reconhecido como patrimônio cultural». iBahia. 24 de dezembro de 2015. Consultado em 26 de julho de 2021. Arquivado do original em 26 de julho de 2021
- ↑ a b c «Prédio da Antiga Faculdade de Medicina da Bahia». Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. Consultado em 26 de julho de 2021
- ↑ «Petrobras promove visitas guiadas à restauração da Faculdade de Medicina da UFBA | Agência Petrobras». Agência Petrobras. 6 de abril de 2009. Consultado em 26 de julho de 2021. Arquivado do original em 26 de junho de 2021
- ↑ Jacobina, Ronaldo Ribeiro; Gelman, Ester Aida (dezembro de 2008). «Juliano Moreira e a Gazeta Medica da Bahia». História, Ciências, Saúde-Manguinhos (4): 1077–1097. ISSN 0104-5970. doi:10.1590/s0104-59702008000400011. Consultado em 26 de julho de 2021. Cópia arquivada em 15 de julho de 2022
- ↑ ALVES, Lívia (2019). A Prática de Ensino no Curso de História da Universidade Federal da Bahia (PDF). Salvador: Universidade Federal da Bahia. p. 92
- ↑ Memória e história da faculdade de medicina da Bahia - TV UFBA, consultado em 26 de julho de 2021
- ↑ Jorge, Gilson (4 de julho de 2021). «Instituições baianas preservam um patrimônio documental e bibliográfico de valor inestimável». A Tarde. Consultado em 26 de julho de 2021. Cópia arquivada em 24 de novembro de 2021
- ↑ Prédio da antiga Faculdade de Medicina da UFBA é tombado pelo Iphan, consultado em 26 de julho de 2021
- ↑ «O Iphan». Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Consultado em 26 de julho de 2021. Arquivado do original em 22 de maio de 2015
- ↑ a b Galvão, Alexandre (6 de fevereiro de 2020). «Casarão da antiga Faculdade de Medicina da Bahia amarga abandono e pode cair». Metro 1. Consultado em 26 de julho de 2021. Cópia arquivada em 27 de julho de 2021
- ↑ Vigné, Bruno Wendel e Júlia (11 de setembro de 2018). «Elefantes brancos: Ufba tem cinco prédios abandonados». Jornal Correio. Consultado em 26 de julho de 2021. Cópia arquivada em 11 de setembro de 2018
- ↑ «Justiça determina que Iphan restaure anexos danificados de 1ª faculdade do Brasil, em Salvador». G1. 18 de dezembro de 2019. Consultado em 30 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 18 de dezembro de 2019
- ↑ «Iphan é condenado a restaurar Faculdade de Medicina da Ufba». A Tarde. 17 de dezembro de 2019. Consultado em 26 de julho de 2021. Arquivado do original em 29 de novembro de 2021
- ↑ «IPHAN é condenado a restaurar Faculdade de Medicina da UFBA em Salvador». Jornal Grande Bahia. 21 de dezembro de 2019. Consultado em 26 de julho de 2021. Cópia arquivada em 21 de dezembro de 2019
- ↑ «Iphan é condenado a restaurar Faculdade de Medicina da UFBA, primeira faculdade do Brasil». Ministério Público Federal. 17 de dezembro de 2019. Consultado em 30 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 16 de janeiro de 2020