Roberto Iannuzzi

paleobotânico brasileiro

Roberto Iannuzzi (Santos, 6 de abril de 1966) é um paleontólogo e paleobotânico brasileiro[1]. Formado em Biologia, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e especialista em flora do Carbonífero e evolução paleoflorística[2].

Roberto Iannuzzi
Roberto Iannuzzi
Roberto Iannuzzi em 2010
Conhecido(a) por especialista em flora do Carbonífero e evolução paleoflorística
Nascimento 6 de abril de 1966 (58 anos)
Santos, São Paulo, Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade Brasil Brasileira
Alma mater Universidade de São Paulo
Orientador(es)(as) Margot Guerra-Sommer
Instituições Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Campo(s) Paleontologia e paleobotânica
Tese A Flora Carbonífera da Formação Siripaca, Península de Copacabana, Altiplano Boliviano, Bolívia e sua importância na evolução paleoflorística da América do Sul (1999)

Vida pessoal e carreira editar

Nascido em Santos, Roberto iniciou seus estudos em Biologia na Universidade de São Paulo, graduando-se em 1990. Iniciou seus estudos de pós-graduação em 1991, no Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, sob orientação do professor Oscar Rösler, com a dissertação Reavaliação da Flora Carbonífera da Formação Poti, Bacia do Parnaíba[2].

Em 1994, ingressou no doutorado, na UFRGS, com a tese A Flora Carbonífera da Formação Siripaca, Península de Copacabana, Altiplano Boliviano, Bolívia e sua importância na evolução paleoflorística da América do Sul, ingressando como professor-adjunto da mesma instituição no ano seguinte, onde é o atual diretor do Instituto de Geociências da UFRGS. Fez pós-doutorado na Universidade de Pensilvânia em 2004[2].

Foi presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia em dois mandatos, de 2009 a 2011 e de 2011 a 2013. Leciona nos níveis de graduação e pós-graduação. Consultor da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (FAPESC)[2]. Possui 79 artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais, com vários trabalhos publicados em congressos e simpósios[2].

Seu trabalho na UFRGS[3] vem reconstruído a evolução paleoflorística da América do Sul. Os fitofósseis indicam não apenas o tipo de vegetação existente nestes paleoambientes[4], mas também indicam o clima existente na mesma época[1]. Locais como o Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins[5], a maior floresta petrificada do Permiano no mundo, trazem informações valiosas sobre paleoclimas[3].

Trabalhando em parceria com o Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo e com o Instituto de Paleociências Birbal Sahni, na Índia, o professor Roberto tem conseguido traçar a evolução da Flora de Glossopteris para a Bacia do Paraná[6]. No paleocontinente do Gondwana, América do Sul, Índia, África, Antártica, Austrália e Índia tinham suas extensões de terras unidas[4][3]. Nos dias atuais, compartilham fósseis em diversos estágios estratigráficos[3], comprovando sua prévia junção no final do período Permiano[6]. O estudo dos fitofósseis da referida bacia mostram uma evolução dos gêneros foliares da Flora de Glossopteris, sugerindo mudanças climáticas intensas desde o final do Carbonífero até o fim do Permiano[6].

O professor reitera também a importância da paleontologia nacional e de como é necessário conhecer seu patrimônio para impedir a evasão de fósseis para o exterior[1], prática ainda comum no Brasil com o tráfico de fósseis[7].

Linhas de pesquisa editar

  • Floras Paleozóicas da América do Sul
  • Paleofitogeografia
  • Fitoestratigrafia
  • Paleofitoecologia
  • Tafonomia Vegetal

Referências

  1. a b c Carolina Elia (ed.). «Pisando em fósseis». O Eco. Consultado em 30 de novembro de 2016 
  2. a b c d e CNPq (ed.). «Roberto Iannuzzi». Currículo Lattes. Consultado em 30 de novembro de 2016 
  3. a b c d Guimarães, Maria (Agosto de 2013). «É pau, é pedra». São Paulo: FAPESP. Revista Fapesp. Consultado em 1 de dezembro de 2016 
  4. a b Vianna, Andrea (5 de agosto de 2012). «A greenhouse interval between icehouse times: Climate change, long-distance plant dispersal, and plate motion in the Mississippian (late Visean–earliest Serpukhovian) of Gondwana». Estados Unidos: Elsevier. Gondwana Research. Consultado em 1 de dezembro de 2016 
  5. Governo de Tocantins (ed.). «Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins». Governo de Tocantins. Consultado em 1 de dezembro de 2016 
  6. a b c Bernardes-de-Oliveira et.al (ed.). «Pennsylvanian – Early Cisuralian interglacial macrofloristic succession in Paraná Basin of the State of São Paulo». Journal of South American Earth Sciences. Consultado em 1 de dezembro de 2016 
  7. Aline Ghilardi (ed.). «O Contrabando De Fósseis E O Que Perdemos Com Isso». Colecionadores de Ossos. Consultado em 1 de dezembro de 2016