Santos 7–6 Palmeiras (1958)

Santos 7 × 6 Palmeiras, em 1958 foi um jogo que entrou para a história do futebol brasileiro. A partida ficou conhecida com "A Partida dos Infartos" por conta dos 5 infartos entre os torcedores que não aguentaram a emoção de tantos gols e viradas no placar.[1]

Santos 7×6 Palmeiras
Evento Torneio Rio-São Paulo de 1958
Data 06 de Março de 1958
Local Estádio do Pacaembu, São Paulo
Árbitro João Etzel Filho
Público 43.068

Pelé ainda era um garoto e talvez nem imaginava que um dia seria chamado de Rei. Tinha ao seu lado algumas das lendas do futebol, como Pepe e Pagão. Os mais de 43 mil pagantes que foram ao Pacaembu naquela chuvosa noite de 6 de março de 1958 não viram apenas estes três craques balançarem as redes. A Primeira Acadêmia do Palmeiras, um dos poucos times que faziam frente ao perigoso Santos, uma máquina que começava a ganhar força e fama a cada ano que se passava. Os torcedores paulistas não se incomodaram com a água que caiu do céu e assistiram a um dos históricos jogos que fazem parte da enciclopédia do futebol brasileiro.

O Palmeiras daquela partida não era uma máquina e estava se desmanchando. Mazzolla, por exemplo, fez sua última temporada no clube antes de ir para o Milan da Itália. No ano seguinte, já com várias mudanças, o Alviverde levantou o campeonato paulista, o último título havia sido em 1950. O Santos, ao contrário, começava a montar um time que entrou para a história que meses depois do jogo histórico, foi campeão paulista com Pelé fazendo nada mais nada menos que 58 gols.

A década de 60 foi dominada pelo Alvinegro praiano. A equipe seria decacampeã paulista não fosse o Palmeiras no seu caminho, vencedor em 1963 e 1966.[2]

Segundo o jogador Pepe "foi o jogo mais emocionante que o futebol brasileiro já apresentou."[1]

E segundos muitos jornalistas, especialistas e torcedores da época, esse jogo foi O Jogo do Século.

Existem poucas imagens deste jogo. A maioria será disponibilizada no filme Pelé Eterno – Longa Versão[1]

O Jogo editar

No dia 6 de Março de 1958, uma quinta-feira, em uma partida válida pela terceira rodada do Torneio Rio-São Paulo, Santos e Palmeiras se enfrentaram no Estádio do Pacaembu. A partida não valia taça nem classificação. Porém, ele aconteceu meses antes da Copa do Mundo da Suécia, e certamente, muitos daqueles jogadores, estavam ainda lutando para garantir a convocação final.

O jogo começou com o Palmeiras fazendo a festa. Com um gol do ponta-esquerda Urias aos 18 minutos de jogo, o Verdão abriu os marcadores. Pelé empatou aos 21 e Pagão virou aos 25, com Nardo empatando 1 minuto depois. Em seguida, três gols do Santos - Dorval aos 32, Pepe aos 38 e Pagão aos 46 minutos estabeleceram 5 x 2, que fecharia o primeiro tempo do certame.

O jogo parecia ganho para o Santos. Zito chegou a dizer: "Eu cheguei no vestiário dizendo: "Cinco vira, dez acaba". Vamos detonar o Palmeiras hoje"[1]

Segundo Mazzola, "no intervalo do jogo, quando chegamos ao vestiário, o nosso goleiro Edgar, começou a chorar e não queria mais entrar em campo, e então o nosso técnico Brandão, tirou ele e colocou o goleiro reserva Vitor". Ele disse: 'Não posso voltar atrás', então nosso treinador Brandão teve que enviar Vitor, que era uma reserva jovem."

Vitor, no entanto, desmentiu sua inexperiência, começando a frustrar os temíveis atacantes de Santos. Enquanto isso, os atacantes de Palmeiras começaram a fazer o implausível parecer plausível..[4]

Na volta do intervalo, após Osvaldo Brandão exigir que seus jogadores tivessem vergonha na cara,[3] um motivado Verdão empatou a partida em 34 minutos. Paulinho, de pênalti, aos 16; Mazzola, aos 20 e aos 28, e Urias, aos 34. Um 6 a 5 que parecia sacramentar uma reação impossível.

O narrador Edson Leite, gritou ao microfone de sua emissora, após o sexto gol do palmeiras: “Milagre no Pacaembu. Estamos testemunhando o maior espetáculo que já vi no futebol“.[6]

Pepe voltou a empatar aos 38, de cabeça, e, aos 43, consolidou a última virada da partida.

Um jogo de 13 gols que para sempre deixaria saudade. Para o cineasta Aníbal Massaini, "esta partida é tida como a mais emocionante da história. Faleceram cinco pessoas por causa dela, três delas com registro, sendo uma dentro do Pacaembu".[7]

Ficha técnica editar

6 de março de 1958 Palmeiras 6 – 7 Santos Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, São Paulo  

Urias   20'
Nardo   26'
Paulinho   61'
Mazzola   64'
Mazzola   72'
Urias   79'
Relatório Pelé   21'
Pagão   25'
Dorval   32'
Pepe   38'
Pagão   44'
Pepe   85'
Pepe   87'
Público: 43,068 (Renda CR$ 1,676,995,00)
Árbitro: João Etzel Filho
GK 1 Edgar   45'
Z ' Edson
Z ' Dema
M ' Valdemar Carabina
M ' Waldemar Fiúme
M ' Formiga  
A ' Paulinho
A ' Nardo   45'
A ' Mazzola
A 10 Ivan
A ' Urias
Substituições:
GK 12 Vitor   45'
A ' Caraballo     45'
A ' Maurinho  
Treinador:
Osvaldo Brandão
G 1 Manga
Z ' Helvio
Z ' Dalmo
M ' Fiotti
M 5 Zito
M ' Ramiro  
A ' Dorval
A ' Jair Rosa Pinto
A 9 Pagão  
A 10 Pelé
A 11 Pepe
Substituições:
Z 12 Urubatão  
A ' Afonsinho  
Treinador:
Lula

Recordes editar

  • Partida com o maior número de gols em um clássico no Brasil,

Referências

  1. a b c d globoesporte.globo.com/ Santos 7 x 6 Palmeiras de 1958, que teria "matado" 5 pessoas, ressurge em imagens
  2. «Santos 7 x 6 Palmeiras, em 1958: um jogo para a história - Geral - Estadão». web.archive.org. 6 de março de 2016. Consultado em 27 de dezembro de 2022 
  3. a b c estadao.com.br/ Santos 7 x 6 Palmeiras, em 1958: um jogo para a história
  4. globoesporte.globo.com/ Veja imagens de jogo com 13 gols, o 'mais emocionante' do futebol brasileiro
  5. «Pepe-propelled Peixe edge 13-goal thriller - FIFA.com». web.archive.org. 4 de março de 2016. Consultado em 17 de novembro de 2021 
  6. terceirotempo.bol.uol.com.br/ Santos 7 x 6 Palmeiras
  7. "Novo filme de Pelé deve ter selo Globo e busca achar 'gol de placa' do Maracanã", UOL Esporte, 17/9/2011

Ligações externas editar