Severiano de Souza e Almeida

Severiano de Souza e Almeida (Itaparica, 8 de novembro de 1854 - Santiago, 3 de novembro de 1927) foi um agrimensor que atuou na colonização do Rio Grande do Sul, principalmente na Colônia Jaguary.

Severiano de Almeida
Chefe da Comissão de Terras e Colonização de Jaguary
Período de 21 de março de 1891
a meados de 1907 (de facto 1909)
Antecessor(a) José Manoel de Siqueira Couto
Sucessor(a) Cargo Extinto
Dados pessoais
Alcunha(s) Imperador de Jaguari
Nascimento 8 de novembro de 1854
Itaparica , Província da Bahia
Morte 3 de novembro de 1927 (72 anos)
Santiago, Rio Grande do Sul
Cônjuge Eulália Bica de Almeida
Filhos(as) Manoel Bica de Almeida
Clementino Bica de Almeida
Lainha Godoy Gomes
Glorinha Almeida de Jesus
Severiano de Souza e Almeida Filho
Partido Partido Republicano Rio-Grandense
Religião Catolicismo Romano
Profissão Agrimensor, Engenheiro, Militar e Político
Serviço militar
Graduação Coronel
Unidade Guarda Nacional

Vida editar

Formou-se agrimensor pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro em 8 de novembro de 1880 no seu aniversário de 26 anos. Também fora engenheiro e militar, alcançando o posto de coronel na Guarda Nacional. Em 1881 foi nomeado administrador da então nascente Colônia Jaguary, também assumindo a chefia da Comissão de Terras para demarcação da Colônia, com a finalidade de ajudar no desenvolvimento de tal, com o cadastramento de imigrantes, construção de hospedagens e abertura de caminhos, fornecimento de alimentos, material agrícola, sementes, assistência médica e aferir dados demográficos e climáticos de produção e exportação, bem como promover a urbanização e locar a sede do futuro município. Na sua administração foram abertas as estradas em direção a Santiago do Boqueirão e São Vicente do Sul, construídos moinhos, descascadores de arroz, serrarias, olarias, atafonas, alambiques, fábricas de cerveja e cigarros. Em 20 de fevereiro de 1882 foi nomeado juiz comissário dos municípios de Laguna e Tubarão em Santa Catarina, onde demonstrou grande capacidade de trabalho e competência profissional. Designado para o Rio Grande do Sul, atuou inicialmente nas comissões de Barata Góes, na ex-colônia Caxias onde foi designado para prestar serviços de agrimensura (medição de lotes) em 1884. Em 1888 foi removido da colônia de Caxias para a colônia dirigida por Siqueira Couto, Silveira Martins. Em 1891 foi promovido à chefe da comissão de implantação da Colônia de Taquari. Logo após o casamento com Dona Eulália em 1893, Severiano assumiu a direção da recém desmembrada Colônia Jaguary. Foi nesse período em que foi instalada a iluminação pública a querosene, instaladas uma escola para meninos e uma escola para meninas, duas bandas de música, iniciada a construção da Igreja Matriz, instalação do jornal “O Jaguary” e três lojas maçônicas, o sindicato agrícola, a construção da ponte metálica sobre o Rio Jaguari, a construção da linha férrea entre Dilermando de Aguiar e Jaguari, sistema de navegação entre Jaguari e a foz do Rio Ibicuí, além de ligação telefônica, sendo dispensado em 1895. Incumbido pelo Dr. Carlos Barbosa Gonçalves, presidente do Rio Grande do Sul, passou, posteriormente, a dirigir a colonização de uma área de cem léguas² (483 km²), no norte do estado. Mais um vez o Dr. Severiano deixou sua marca de cidadão e homem-público, tendo fundado diversos núcleos coloniais, incluindo a atual Erechim e a cidade que ostenta o seu nome, Severiano de Almeida.[1] Em 1899 novamente dirige a Colônia Jaguary.[2] De 1901 a 1906 foi designado pela Secretaria Estadual de Obras Públicas para serviços de agrimensura em Santiago do Boqueirão, São Vicente do Sul, Santa Maria, Vila Rica (atual Júlio de Castilhos) e São Francisco de Assis. Findados os trabalhos em Jaguari, foi removido por Portaria de 27 de março de 1909 da extinta Colônia Jaguary para a administração da nova Colônia de Erechim, onde permanece até 1917. Em 1909 e 1910 coordenou a construção da estrada geral entre São Martinho e Santa Maria.[2]

Final da vida editar

Pelo Decreto nº 2275, de 1 de junho de 1917, é lhe concedida a aposentadoria por invalidez, após 32 anos de serviço público, deixando a colônia de Erechim e fixando residência em Santiago, passando a dedicar-se à criação de gado, na fazenda “Casa Branca”, onde veio a falecer em 3 de novembro de 1927 de “coma diabético”. O corpo de Severiano de Almeida foi enterrado no Cemitério Municipal de Jaguari, após solene encomendação oficiada pelo Pe. Aquiles Bertoldo na Igreja Matriz. Em todo o trajeto, o cortejo fúnebre foi acompanhado pelas autoridades locais e por uma multidão de populares. O Correio Jornal, semanário então publicado em Jaguari, sob a direção de Salles D’Arville, estampou um extenso obituário na página de rosto do n° 16.[2]

Vida pessoal editar

Severiano de Almeida casou em 1893 com Eulália Bica de Almeida com quem teve: Manoel Bica de Almeida, Clementino Bica de Almeida, Eulália Godoy Gomes (apelidada de Lainha) e Glorinha Almeida de Jesus. Outros três filhos do casal receberam sepultura em Jaguari, antes do pai, dentre os quais salienta-se o jovem Dr. Severiano de Souza e Almeida Filho, falecido a 25 de novembro de 1917. Este era o segundo casamento de Dona Eulália. Havia casado pela primeira vez com o poeta Juvêncio Augusto de Menezes Paredes, que morreu em 1882, com quem teve Antônio José de Oliveira Paredes, que se tornou enteado de Severiano.[2]

Referências

  1. Página da Prefeitura Municipal de Severiano de Almeida
  2. a b c d CARDOSO MARCHIORI, José Newton (1999). Esboço Histórico de Jaguari. Rio Grande do Sul: Pallotti. p. 109. 1 páginas 

Bibliografia editar

  • Esboço Histórico de Jaguari. por José Newton Cardoso Marchiori, Santa Maria, 1999.
  • Jaguari 350 anos de História 1632-1982. por Otto Gampert, Santa Maria, 1983.