The League of Extraordinary Gentlemen (revista em quadrinhos)
The League of Extraordinary Gentlemen é uma série de revista em quadrinhos co-criada pelo roteirista Alan Moore e pelo artista Kevin O'Neill que começou em 1999. A série abrange duas minisséries de seis edições, Volume I, Volume II, e uma graphic novel chamada Black Dossier lançada pelo selo America's Best Comics da DC Comics, assim como um terceiro volume e uma trilogia spin-off chamada Nemo, publicada pelas editoras Top Shelf e Knockabout Comics. De acordo com Moore, o conceito por trás da série era inicialmente a "Liga da Justiça na Inglaterra vitoriana", mas ele, rapidamente, desenvolveu-a como uma oportunidade de mesclar elementos de várias obras de ficção num único mundo.
The League of Extraordinary Gentlemen | |
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Capa do primeiro volume reunido | |
Editora(s) |
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Edições | 15, mais um graphic novel |
Gênero | história alternativa, steampunk |
Argumento | Alan Moore |
Arte | Kevin O'Neill |
Personagens principais |
Elementos do Volume I foram vagamente adaptados num filme do mesmo nome, lançado em 2003 e estrelando Sean Connery. Um reboot foi anunciado em maio de 2015.[1]
Enredo
editarO ano é 1898, e Mina Murray é recrutada por Campion Bond em nome da Inteligência Britânica para reunir uma liga de outros indivíduos extraordinários para proteger os interesses do Império: Capitão Nemo, Allan Quatermain, Dr. Jekyll, e Hawley Griffin, O Homem Invisível. Eles ajudam a parar uma guerra de gangues entre Fu Manchu e o Professor Moriarty, arqui-inimigo de Sherlock Holmes. Depois disso, eles participam dos eventos de A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells. Dois membros da Liga (Mina Murray e Allan Quatermain) se tornam imortais, e são vistos em outra aventura em 1958, a qual acontece depois da queda do governo do Grande Irmão do livro 1984.
Depois, Mina e Allan se unem com o também imortal Orlando e presenciam uma aventura que se estende por um século, de 1910 a 2009, que diz respeito a uma trama de magos do mal para criar uma Moonchild que pode vir a se tornar o Anticristo. Durante esta aventura, a filha do Capitão Nemo, Janni Dakkar, é apresentada, e algumas de suas aventuras são narradas.
Personagens
editarThe League of Extraordinary Gentlemen
editar- Wilhelmina "Mina" Murray
- Allan Quatermain / Allan Quatermain, Jr.
- Príncipe Dakkar / Capitão Nemo I
- Dr. Henry Jekyll / Edward Hyde
- Hawley Griffin / Homem Invisível I
- Orlando
- Thomas Carnacki
- A. J. Raffles
Nemo
editar- Janni Dakkar / Capitão Nemo II
- John "Broad Arrow Jack" Ashleigh
- Ishmael
- Professor Augustus S. F. X. Van Dusen
- Hira Dakkar
- Tobias Ishmael
- Luala Ishmael
- Armand Robur
- Cú Chulainn / Hugo Hercules / Hugo Coghlan
- Jack Dakkar / Capitão Nemo III
- Tacarigua Ishmael
Visão geral da série
editarNuma entrevista em 1997 com Andy Diggle para o site Comics World, Alan Moore disse que o título da série seria "The League of Extraordinary Gentlefolk". Moore mudou o nome para Gentlemen para melhor refletir a era Vitoriana. Simon Bisley seria, a princípio, o artista da série depois de ser substituído por Kevin O'Neill.
O cenário vitoriano permitiu a Moore inserir "piadas internas" e aparições de várias obras da ficção vitoriana, e, ao mesmo tempo, fazendo referências contemporâneas e piadas. O quadrinho traz diversas influências do steampunk. Na primeira edição, por exemplo, há uma ponte semi-concluída que liga a Grã-Bretanha à França, fazendo referência aos problemas na construção do Eurotúnel.[2]
A maioria dos personagens da série, da professora dominatrix Rosa Coote a personagens secundários como o inspetor Dick Donovan, são personagens consagrados de obras de ficção ou ancestrais dos mesmos, tanto é assim que foi dito por Moore e nas notas de Jess Nevins que indivíduos retratados em cenas de multidão do Volume I foram visualmente desenhados como ancestrais do elenco de EastEnders. Isto trouxe à série uma popularidade considerável entre os fãs de artefatos do período.[2]
Moore disse:
O planeta da imaginação é mais velho do que nós. Ele tem sido o companheiro constante da humanidade com todos os seus locais ficcionais, como o Monte Olimpo e os deuses, desde que descemos das árvores, basicamente. Ele parece muito importante, caso contrário não o teríamos.[3]
Mudança de editora
editarAs críticas de longa data de Moore a DC Comics (advindas, em grande parte, de maneira como ele considerou ter sido tratado acerca dos direitos de Watchmen) tornaram sua posição com a Wildstorm Comics (da qual a America's Best Comics, também chamada de ABC, editora do quadrinho, era uma subsidiária) frágil desde o começo. O acordo inicial de Moore foi com Jim Lee, dono da WildStorm, que vendeu seu estúdio à DC depois de negociar com Moore, mas antes que quaisquer projetos da ABC fossem publicados. Moore concordou em honrar seu contrato com Lee, mas deixou claro que desejava continuar a trabalhar sem ter de lidar com a DC diretamente.
A quinta edição do primeiro volume continha uma autêntica propaganda antiga para uma ducha vaginal cuja marca era Ducha Marvel. Toda a tiragem inicial foi destruída e reimpressa, pois a editora sentiu que isto poderia ser visto como um ataque à Marvel Comics, principal competidora da DC.[4]
Depois de várias reclamações sobre interferência da DC, Moore decidiu encerrar seus projetos com a ABC, na intenção de continuar apenas a Liga (o único título sobre o qual ele e O'Neill detinham, de fato, os direitos). Posteriormente, ele se ofendeu com comentários feitos pelo produtor da adaptação cinematográfica de V for Vendetta, que diziam que o autor—que havia se distanciado completamente de adaptações cinematográficas de suas obras, em especial depois do filme The League of Extraordinary Gentlemen—havia feito comentários favoráveis sobre o rascunho do roteiro. Moore pediu que alguém envolvido com a produtora do filme—e a Warner Bros., controladora da DC Comics—retirasse, oficialmente, o comentário e/ou pedisse desculpas. Ele também afirmou que sua falta de apoio da DC com relação a um processo relacionado à adaptação da Liga foi decisivo em sua saída.
Quando viu que não haveria pedido de desculpas, Moore e O'Neill decidiram, em protesto, retirar da DC futuros volumes da Liga. Já que a dupla ainda estava trabalhando no Black Dossier, foi acordado que este seria o último projeto da Liga publicado pela DC/WildStorm, com projetos posteriores publicados conjuntamente pela Top Shelf Productions e Knockabout Comics nos EUA e no Reino Unido respectivamente. Reimpressões dos dois primeiros volumes e de Dossier estão sendo agora publicados pela Vertigo assim como pela ABC.
Prêmios
editarEm 2000, o primeiro volume ganhou o Bram Stoker Award for Best Illustrated Narrative. O segundo volume foi indicado para o mesmo prêmio em 2003, mas perdeu para o quadrinho The Sandman: Endless Nights. No mesmo ano, o segundo volume recebeu o prêmio Eisner de Best Finite Series/Limited Series. A revista Time listou o Volume II na nona posição como o melhor quadrinho de 2003.[5] Ele foi incluído na edição de 2005 de The Year's Best Graphic Novels, Comics & Manga. A revista Time também listou Black Dossier como o segundo melhor quadrinho de 2007.[6]
Influência
editarLivros
editarNeil Gaiman citou o quadrinho como uma das influências de seu premiado conto "A Study in Emerald".[7]
Quadrinhos
editarWarren Ellis citou The League of Extraordinary Gentlemen como uma inspiração para seu quadrinho Ignition City.[8]
O quadrinho francês La Brigade Chimérique escrito por Serge Lehman tem sido considerado por críticos como uma resposta francesa a The League of Extraordinary Gentlemen.[9]
Em outras mídias
editarFilmes
editarUma adaptação cinematográfica foi lançada em 2003, sob o título de The League of Extraordinary Gentlemen. No elenco, o filme traz Sean Connery, Shane West, Stuart Townsend, Peta Wilson, Jason Flemyng, Naseeruddin Shah, Tony Curran, Richard Roxburgh e David Hemmings.[carece de fontes]
Séries de TV
editarEm 2013, foi divulgado que a Fox estava encomendando um episódio piloto para a versão televisiva do quadrinho, com Michael Green servindo como roteirista e produtor executivo. Caso o projeto se tornasse uma série, o showrunner Erwin Stoff também seria produtor executivo. Nem Moore ou O'Neill seriam produtores na série.[10] Também foi divulgado que o piloto seria trasmitido, mesmo se a Fox optasse por não dar o sinal verde à série.[11]
Referências
- ↑ Polo, Susana (27 de maio de 2015). «Fox announces reboot plans for The League of Extraordinary Gentlemen». Polygon. Consultado em 9 de setembro de 2017
- ↑ a b «Jess Nevins' Annotations» (em inglês). Consultado em 9 de setembro de 2017
- ↑ «Alan Moore: Inside The Black Dossier». Comic Book Resources. 14 de novembro de 2007. Consultado em 30 de maio de 2011
- ↑ «Lying in the Gutters (column by Rich Johnston): sidebar "Alan's Previous Problems With DC" in column "Moore Slams 'V for Vendetta' Movie, Pulls 'LoEG' from DC Comics".». Comic Book Resources. 23 de maio de 2005. Consultado em 30 de maio de 2011
- ↑ Arnold, Andrew (18 de dezembro de 2003). «League of Extraordinary Gentleman Vol.2 by Alan Moore and Kevin O'Neill». Top 10 Everything 2003. TIME. Consultado em 9 de Setembro de 2017
- ↑ Grossman, Lev (12 de setembro de 2007). «Top 10 Graphic Novels». Time. Consultado em 30 de maio de 2011
- ↑ Gaiman, Neil. Fragile Things. [S.l.: s.n.]
- ↑ «Ignition City workblog: July 15». Warrenellis.com. 16 de julho de 2006. Consultado em 30 de maio de 2011
- ↑ «La Brigade Chimérique» (em francês). L'Atalante Éditions. Consultado em 9 de setembro de 2017. Arquivado do original em 7 de abril de 2014
- ↑ Goldberg, Lesley. «Alan Moore's 'League of Extraordinary Gentlemen' Gets Put Pilot Order at Fox» (em inglês). Hollywood Reporter. Consultado em 9 de setembro de 2017
- ↑ Bibel, Sara (9 de julho de 2013). «FOX Orders 'The League of Extraordinary Gentlemen' Pilot». TV by the Numbers. Consultado em 10 de julho de 2013. Arquivado do original em 13 de julho de 2013
Ligações externas
editar- Alan Moore: an extraordinary gentleman – Q&A. The Guardian, 25 de julho de 2011. (em inglês)
- Four Micro-Essays on League of Extraordinary Gentlemen: 2009. Comics Alliance, 27 de julho de 2012. (em inglês)