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Envelhecimento (OK) editar

Mudanças cognitivas no envelhecimento editar

Com a mudança do perfil demográfico mundial, caracterizando-se atualmente pelo aumento da população idosa, tem-se voltado grande atenção para a identificação das condições e implicações do envelhecimento para a saúde, bem como para a promoção da qualidade de vida do idosos. Entre as implicações fisiológicas, funcionais, comportamentais e estruturais as mais comumente encontradas referem-se a perda auditiva e a dificuldade de compreensão de fala especialmente em ambientes ruidosos. Como parte desse quadro, podemos observar também, o declínio das habilidade cognitivas de atenção e memória, que especificamente, podem influenciar na compreensão de fala. [1]

No que se refere a compreensão de fala, é importante salientar que a dificuldade apresentada pelos idosos não deve ser atribuída somente a perda auditiva decorrente do envelhecimento, denominada presbiacusia. Outros fatores que são inerentes a esse processo devem ser considerados entre eles, o declínio cognitivo, disfunção do processamento auditivo central e a sinaptopatia. [2] [3] Essa perda sináptica entre células ciliadas internas e fibras do nervo auditivo, que é potencialmente alterada pela exposição ao ruído e por uso de drogas ototóxicas, e é altamente vulnerável ​​ao envelhecimento, acometendo 60% das sinapses em comparação com indivíduos mais jovens. [4] [5] [6]

Como consequência do envelhecimento, podemos observar também diminuição do volume cerebral, da velocidade de condução na transmissão e armazenamento axonal especializado, especialmente nos lobos temporais, responsáveis pelo processamento da audição, da fala, do aprendizado e da memória, podendo exercer um forte impacto na comunicação e na cognição.[7][8]

Examinando a associação da audição com marcadores longitudinais de neurodegeneração, observados por meio de ressonância magnética, podemos examinar uma potencial via que liga a perda auditiva com declínio cognitivo e com a demência. Pesquisas demonstraram alterações na reorganização cortical e na morfometria cerebral associadas à perda auditiva. Como os sinais auditivos são processados ​​pelo córtex auditivo primário localizado nos giros temporais superior e transversal[9][10] a perda auditiva poderia afetar plausivelmente essas regiões cerebrais e as circunvizinhas (hipocampo, córtex entorrinal e giro para-hipocampo).[11]

A medida que acontece o envelhecimento cerebral, a sua capacidade de plasticidade se mantém e é dependente das experiências vividas. A plasticidade neuronal ou neuroplasticidade é o processo pelo qual o sistema nervoso se adapta a partir de sua interação com o meio ambiente. As atividades cognitivas, físicas e sociais são benéficas pois promovem o desempenho cognitivo e otimizam a estrutura e a função do cérebro.[12][13]

Uma avaliação global realizada por meio de exames laboratoriais e clínicos, pode ser determinante no desenvolvimento e implementação de intervenções fundamentais para a prevenção e/ou minimização dos efeitos do declínio cognitivo e consequentes prejuízos na qualidade de vida dos idosos.


  1. Fullgrabe, Christian; Moore, Brian C. J.; Stone, Michael A. (13 de janeiro de 2015). «Age-group differences in speech identification despite matched audiometrically normal hearing: contributions from auditory temporal processing and cognition». Frontiers in Aging Neuroscience. 6. ISSN 1663-4365. doi:10.3389/fnagi.2014.00347 
  2. Sergeyenko, Y.; Lall, K.; Liberman, M. C.; Kujawa, S. G. (21 de agosto de 2013). «Age-Related Cochlear Synaptopathy: An Early-Onset Contributor to Auditory Functional Decline». Journal of Neuroscience (em inglês) (34): 13686–13694. ISSN 0270-6474. doi:10.1523/JNEUROSCI.1783-13.2013. Consultado em 14 de setembro de 2020 
  3. Lopez-Poveda, Enrique A. (30 de outubro de 2014). «Why do I hear but not understand? Stochastic undersampling as a model of degraded neural encoding of speech». Frontiers in Neuroscience. ISSN 1662-453X. doi:10.3389/fnins.2014.00348. Consultado em 14 de setembro de 2020 
  4. Fernandez, K. A.; Jeffers, P. W. C.; Lall, K.; Liberman, M. C.; Kujawa, S. G. (13 de maio de 2015). «Aging after Noise Exposure: Acceleration of Cochlear Synaptopathy in "Recovered" Ears». Journal of Neuroscience (em inglês) (19): 7509–7520. ISSN 0270-6474. doi:10.1523/JNEUROSCI.5138-14.2015. Consultado em 14 de setembro de 2020 
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  9. Seth, A. K.; Barrett, A. B.; Barnett, L. (25 de fevereiro de 2015). «Granger Causality Analysis in Neuroscience and Neuroimaging». Journal of Neuroscience (8): 3293–3297. ISSN 0270-6474. doi:10.1523/jneurosci.4399-14.2015. Consultado em 31 de agosto de 2020 
  10. Morosan, P.; Rademacher, J.; Schleicher, A.; Amunts, K.; Schormann, T.; Zilles, K. (abril de 2001). «Human Primary Auditory Cortex: Cytoarchitectonic Subdivisions and Mapping into a Spatial Reference System». NeuroImage (4): 684–701. ISSN 1053-8119. doi:10.1006/nimg.2000.0715. Consultado em 31 de agosto de 2020 
  11. Lin, F.R.; Ferrucci, L.; An, Y.; Goh, J.O.; Doshi, Jimit; Metter, E.J.; Davatzikos, C.; Kraut, M.A.; Resnick, S.M. (abril de 2014). «Association of hearing impairment with brain volume changes in older adults». NeuroImage: 84–92. ISSN 1053-8119. doi:10.1016/j.neuroimage.2013.12.059. Consultado em 31 de agosto de 2020 
  12. Zhu, Xinyi; Yin, Shufei; Lang, Minjia; He, Rongqiao; Li, Juan (2016). «The more the better? A meta-analysis on effects of combined cognitive and physical intervention on cognition in healthy older adults». Ageing Research Reviews. 31: 67–79. ISSN 1568-1637. doi:10.1016/j.arr.2016.07.003 
  13. Liu, Huan; Yang, Yuanyuan; Xia, Yuguo; Zhu, Wen; Leak, Rehana K.; Wei, Zhishuo; Wang, Jianyi; Hu, Xiaoming (2017). «Aging of cerebral white matter». Ageing Research Reviews. 34: 64–76. ISSN 1568-1637. doi:10.1016/j.arr.2016.11.006 

Cognição(OK) editar

Perda auditiva, cognição e envelhecimento editar

Com o avanço da idade, alguns sinais comportamentais relacionados ao declínio cognitivo são observados, dentre eles: o esquecimento, a diminuição da capacidade de manter o foco e diminuição da capacidade de resolução de problemas. Tais sinais tem sido relacionados a diminuição da capacidade da memória de trabalho e da atenção.[1][2]

O declínio da memória, é o sinal de alerta mais relevante associado ao déficit de pelo menos outra função, seja ela motora, linguística, praxias ou gnoses[3][4], sendo assim considerada como uma forte evidência de pré-estágio da demência.[5]

Foi demonstrado que em idosos com mais de 65 anos de idade, o tempo médio de desenvolvimento de demência foi de 10,3 anos naqueles com perda auditiva, contra 11,9 anos em idosos com audição normal.[6] Por meio de uma análise entre a relação do grau da perda auditiva, piora das funções cognitivas e incidência de demência, constatou-se que em graus maiores de perda auditiva (moderado e severo) o risco é de 3 a 5 vezes maior para o desenvolvimento dessas condições.[7][8]

O resultado da associação entre o declínio cognitivo e a perda auditiva periférica ainda não está claro, assim como ainda não se estabeleceu se o uso de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI), pode impedir ou retardar o aparecimento de demência. Contudo, o risco da perda auditiva para o desenvolvimento dessa condição se sobrepõe individualmente a outros fatores de risco, uma vez que ela é altamente prevalente entre as pessoas com mais de 55 anos (32%).[9]

Existem quatro teorias concorrentes sobre a associação da perda auditiva (declínio sensorial) e o declínio cognitivo. Essas teorias não são mutuamente exclusivas e uma vez que múltiplos processos estão envolvidos, o declínio de um pode afetar o outro. São elas:

  • A hipótese de causa comum: sugere um fator subjacente comum que leva ao declínio relacionado aos dois sistemas ; [10][11]
  • A hipótese de privação sensorial: apenas longos períodos crônicos de privação sensorial induzem ao declínio cognitivo; declínio perceptivo causa declínio cognitivo permanente;[11]
  • Hipótese de degradação da informação: pressupõe que o declínio sensorial antecede o declínio cognitivo e sugere efeitos imediatos, potencialmente remediáveis;[12]
  • Hipótese da percepção: afirma que o declínio cognitivo relacionado à idade precede ou conduz ao declínio sensorial;[11] [12]

Um importante passo para entender se a reabilitação auditiva poderia ajudar a minimizar essa condição, é estabelecer a relação entre o declínio cognitivo e a presença de perda auditiva. A magnitude dessas associações é clinicamente significativa em indivíduos com perda auditiva, demonstrando uma taxa acelerada de declínio cognitivo de 30% a 40% e um risco 24% maior de incidentes cognitivos durante um período de 6 anos em comparação a indivíduos que apresentam a audição dentro dos padrões de normalidade.[13]

  1. Gordon-Salant, Sandra; Cole, Stacey Samuels (2016). «Effects of Age and Working Memory Capacity on Speech Recognition Performance in Noise Among Listeners With Normal Hearing». Ear and Hearing. 37 (5): 593–602. ISSN 0196-0202. doi:10.1097/aud.0000000000000316 
  2. Stenbäck, Victoria. «Speech masking speech in everyday communication: The role of inhibitory control and working memory capacity» 
  3. Goodman, Richard A.; Lochner, Kimberly A.; Thambisetty, Madhav; Wingo, Thomas S.; Posner, Samuel F.; Ling, Shari M. (9 de maio de 2016). «Prevalence of dementia subtypes in United States Medicare fee-for-service beneficiaries, 2011-2013». Alzheimer's & Dementia (1): 28–37. ISSN 1552-5260. doi:10.1016/j.jalz.2016.04.002. Consultado em 30 de agosto de 2020 
  4. Rocca, Walter A. (2017). «Time, Sex, Gender, History, and Dementia». Alzheimer Disease & Associated Disorders (1): 76–79. ISSN 0893-0341. doi:10.1097/wad.0000000000000187. Consultado em 30 de agosto de 2020 
  5. Morenas-Rodríguez, Estrella; Sala, Isabel; Subirana, Andrea; Pascual-Goñi, Elba; Sánchez-Saudinós, Ma Belén; Alcolea, Daniel; Illán-Gala, Ignacio; Carmona-Iragui, María; Ribosa-Nogué, Roser (19 de junho de 2018). «Clinical Subtypes of Dementia with Lewy Bodies Based on the Initial Clinical Presentation». Journal of Alzheimer's Disease (2): 505–513. ISSN 1387-2877. doi:10.3233/jad-180167. Consultado em 30 de agosto de 2020 
  6. Gurgel, Richard Klaus; Ward, Preston Daniel; Schwartz, Sarah; Norton, Maria C.; Foster, Norman L.; Tschanz, JoAnn T. (2014). «Relationship of Hearing Loss and Dementia». Otology & Neurotology. 35 (5): 775–781. ISSN 1531-7129. doi:10.1097/mao.0000000000000313 
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  10. Dalton, Dayna S.; Cruickshanks, Karen J.; Klein, Barbara E. K.; Klein, Ronald; Wiley, Terry L.; Nondahl, David M. (outubro de 2003). «The Impact of Hearing Loss on Quality of Life in Older Adults». The Gerontologist (5): 661–668. ISSN 1758-5341. doi:10.1093/geront/43.5.661. Consultado em 31 de agosto de 2020 
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  13. Lin, Frank R.; Ferrucci, Luigi; Metter, E. Jeffrey; An, Yang; Zonderman, Alan B.; Resnick, Susan M. (2011). «Hearing loss and cognition in the Baltimore Longitudinal Study of Aging.». Neuropsychology. 25 (6): 763–770. ISSN 1931-1559. doi:10.1037/a0024238 

Percepção auditiva (OK) editar

Percepção auditiva, cognição e envelhecimento editar

Com o envelhecimento da população mundial e consequentemente com o aumento da prevalência da perda auditiva nessa população, esta tornou-se um problema de saúde global.[1]Sem diagnóstico e intervenção adequados, a perda auditiva traz graves consequências na qualidade de vida prejudicando a autonomia, a integração social e a saúde mental do idoso, podendo levá-lo a um quadro de isolamento, depressão e demência.[2][3]

É natural associar a lesão na cóclea como causa de perda da percepção auditiva, mas estudos revelam que esta associação pode ser frágil, uma vez que mesmo o idoso tendo lesões severas no órgão de corti o limiar auditivo pode não ter relação com essa alteração. Isto deve-se, essencialmente, à plasticidade cerebral, ou seja, a capacidade do córtex auditivo, quando privado de comunicação aferente, de usar todos os meios para compensar esta perda e captar toda a informação por vias secundárias ou mesmo potencializando outras frequências audíveis em detrimento das que estão comprometidas.[4]

Para essa população, compreender a fala em ambientes de difícil escuta pode ser uma tarefa complexa. Essa dificuldade pode ser o resultado de vários fatores associados, dentre eles a perda auditiva periférica, a disfunção do processamento auditivo no que se refere a resolução temporal e prejuízo das habilidades cognitivas relacionadas a atenção seletiva e memória de trabalho.[5][6]

Uma outra justificativa para tal dificuldade, seria a interrupção progressiva e natural com o avanço da idade, da comunicação das células ciliadas internas (CCI) com as fibras aferentes do nervo auditivo. Denominada de sinaptopatia, essa condição acometeria inicialmente sujeitos sem perda auditiva e, posteriormente, com perda de células ciliadas e elevação do limiar auditivo.[7] [8] Essa perda sináptica, ou sinaptopatia, é altamente vulnerável ​​ao envelhecimento, acometendo 60% das sinapses em comparação com indivíduos mais jovens[9] e potencialmente alterada pela exposição ao ruído e pelo uso de drogas ototóxicas.[10][11][12]

Embora o diagnóstico do declínio cognitivo relacionado à idade, seja complexo e difícil, é consenso que a memória é o sinal de alerta mais relevante, podendo constituir uma evidência de pré-estágio de desenvolvimento da doença de Alzheimer. Existem evidências de que a fase neurodegenerativa que pode levar a um quadro demencial, inicia-se por volta de 10 anos antes dos primeiros sintomas.[13] Assim, a busca por um diagnóstico mais preciso, ainda no estágio pré-clínico tem aumentado, objetivando a garantia de ações preventivas.

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  2. Ratanjee-Vanmali, Husmita; Swanepoel, De Wet; Laplante-Lévesque, Ariane (5 de outubro de 2018). «Characteristics, behaviours and readiness of persons seeking hearing healthcare online». International Journal of Audiology. 58 (2): 107–115. ISSN 1499-2027. doi:10.1080/14992027.2018.1516895 
  3. Livingston, Gill; Sommerlad, Andrew; Orgeta, Vasiliki; Costafreda, Sergi G; Huntley, Jonathan; Ames, David; Ballard, Clive; Banerjee, Sube; Burns, Alistair (dezembro de 2017). «Dementia prevention, intervention, and care». The Lancet (em inglês). 390 (10113): 2673–2734. doi:10.1016/S0140-6736(17)31363-6 
  4. Eggermont, Jos J. (janeiro de 2017). «Acquired hearing loss and brain plasticity». Hearing Research: 176–190. ISSN 0378-5955. doi:10.1016/j.heares.2016.05.008. Consultado em 30 de agosto de 2020 
  5. Yeend, Ingrid; Beach, Elizabeth Francis; Sharma, Mridula; Dillon, Harvey (2017). «The effects of noise exposure and musical training on suprathreshold auditory processing and speech perception in noise». Hearing Research. 353: 224–236. ISSN 0378-5955. doi:10.1016/j.heares.2017.07.006 
  6. Füllgrabe, Christian; Moore, Brian C. J.; Stone, Michael A. (13 de janeiro de 2015). «Age-group differences in speech identification despite matched audiometrically normal hearing: contributions from auditory temporal processing and cognition». Frontiers in Aging Neuroscience. 6. ISSN 1663-4365. doi:10.3389/fnagi.2014.00347 
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  12. Valero, Michelle D.; Hancock, Kenneth E.; Liberman, M. Charles (fevereiro de 2016). «The middle ear muscle reflex in the diagnosis of cochlear neuropathy». Hearing Research: 29–38. ISSN 0378-5955. doi:10.1016/j.heares.2015.11.005. Consultado em 14 de setembro de 2020 
  13. Morenas-Rodríguez, Estrella; Sala, Isabel; Subirana, Andrea; Pascual-Goñi, Elba; Sánchez-Saudinós, Ma Belén; Alcolea, Daniel; Illán-Gala, Ignacio; Carmona-Iragui, María; Ribosa-Nogué, Roser (19 de junho de 2018). «Clinical Subtypes of Dementia with Lewy Bodies Based on the Initial Clinical Presentation». Journal of Alzheimer's Disease (2): 505–513. ISSN 1387-2877. doi:10.3233/jad-180167. Consultado em 13 de setembro de 2020 

Perda auditiva (OK) editar

Perda auditiva, cognição e envelhecimento editar

A perda auditiva, que é uma consequência do processo natural do envelhecimento, afeta aproximadamente um terço dos idosos com idade entre 61 a 70 anos e mais de 80% daqueles com mais de 85 anos, configurando-se assim como um dos distúrbios de saúde mais comumente encontrado nessa população.[1]

A presbiacusia, que é a perda auditiva decorrente do envelhecimento, é um dos fatores que justifica uma das queixas mais comumente relatadas pelos idosos que refere-se a dificuldade de compreensão de fala principalmente em ambientes ruidosos. Considerada um transtorno complexo e multifatorial, pode sofrer influência de fatores ambientais (ruído, drogas ototóxicas, aterosclerose, diabetes, hipertensão arterial) e genéticos (suscetibilidade genética).[2][3]

Esta perda auditiva associada ao envelhecimento é descrita como uma perda auditiva sensorioneural, com o grau podendo variar de leve a profundo tanto nas frequências baixas (sons graves) quanto nas frequências altas (sons agudos), apresenta início gradual e progressivo, de forma simétrica, descendente e bilateral para sons em frequências altas (3 a 8kHz), muitas vezes acompanhada por dificuldades no reconhecimento de fala [4][5]. Os resultados audiométricos apresentam uma configuração descendente[6] e achados audiológicos descritos na literatura mostram a prevalência das curvas timpanométricas do tipo A, cuja configuração representa normalidade de orelha média.[7]

A perda auditiva relacionada a idade pode influenciar na reorganização neural por meio do recrutamento de outros sistemas sensoriais na tentativa de regular o processamento neural deficitário da informação auditiva objetivando assim uma boa comunicação na presença da perda auditiva.[8] Esse processamento compensatório pode gerar um esforço cognitivo adicional, o que poderia levar a um efeito em cascata que afetaria a percepção, compreensão e memória do que foi ouvido mesmo em perdas auditivas leves.[9]

A partir do exposto, é importante chamarmos a atenção para o fator preditor que envolve a relação entre a perda auditiva e o declínio cognitivo em idosos uma vez que o risco de declínio cognitivo é aproximadamente duas vezes maior quando a perda auditiva está presente, podendo preceder em até 10 anos, o seu início.[10] [11] Considerada como um possível biomarcador pode oferecer uma via para modificação dos resultados clínicos.[12]

Apontada como um risco reversível, modificável, no que se refere ao declínio cognitivo e ao desenvolvimento da demência na população idosa, a perda auditiva deve ser diagnosticada o mais precocemente possível, uma vez que tal processo é pré requisito para que intervenções adequadas sejam feitas e assim o curso das alterações cognitivas e da demência sejam minimizados ou até mesmo evitados.[13]

A presbiacusia é um dos transtornos de saúde mais frequentes relatados por idosos e compromete aspectos biopsicossociais na vida do indivíduo,[14] [15] causando dificuldades de comunicação, podendo desencadear o isolamento social, baixa autoestima, sintomas depressivos e maior risco de declínio cognitivo, e, assim, causando grande impacto na qualidade de vida do idoso e de sua família. Esse transtorno acontece por meio de processos neuro-degenerativos que afetam as células receptoras cocleares e os circuitos cerebrais envolvidos na percepção auditiva, acarretando na redução da sensibilidade auditiva e compreensão da fala em ambientes ruidosos [16][17].

A reabilitação auditiva mais comum, nesses casos, é a adaptação de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI), uma vez que estudos comprovam a melhora na capacidade auditiva e cognitiva por meio deles[18][19]. Porém, em alguns casos, o indivíduo com perda de audição severa ou profunda não possui benefícios com o uso do AASI, sendo indicado o uso de próteses auditivas implantadas, principalmente o implante coclear (IC).

Presbiacusia e música editar

A percepção e escuta musical dependem do funcionamento normal do sistema auditivo central e periférico, mesmo idosos sem perda auditiva costumam apresentar uma alteração na percepção musical de altura e temporal [20]. Outros estudos também correlacionam a diminuição e alterações perceptivas e acústicas relacionadas à idade em idosos sem perda auditiva [21][22][23][24].


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Deficiência auditiva (OK) editar

Deficiência auditiva, cognição e intervenção editar

Grande parte da população mundial está caminhando para o envelhecimento. Esse processo traz consigo uma série de implicações, começando pelo envelhecimento das células existentes no corpo humano principalmente as da audição. [1]

Não é fácil passar por esse processo sem pensar nos danos e nas intercorrências que podem acarretar na saúde do idoso, podendo afetar a sua vida como um todo, englobando os aspectos físico, emocional e social .Quando pensamos nesses aspectos estamos falando de graves complicações para o bem-estar da pessoa em idade mais avançada como o diabetes, problemas cardíacos, hipertensão, visão, habilidades motoras grossa e fina , perda de audição, isolamento social ,doenças mentais, entre outros.[2]

Pesquisas nos mostram que além dos fatores relacionados a vida afetiva, a perda de audição e a demência são apontadas como fatores relevantes para o declínio da vida do idoso, principalmente aqueles relacionados a cognição. [3]

 
Cognição

A cognição é compreendida como a capacidade em processar informações e transformá-las em conhecimento, tomando consciência de si e de suas habilidades mentais e/ ou cerebrais como a percepção, linguagem (compreensão e fluência verbal), atenção, associação, imaginação, juízo, raciocínio, memória, tomadas de decisões, solução de problemas e formação de estruturas complexas do conhecimento. [4]

Cuidados relacionados a saúde são necessários para que com a chegada da velhice os idosos possam ter qualidade de vida e o mínimo de intercorrências que possam limitar as suas habilidades . [5] O apoio da família para ajudar a melhorar a autoestima e o suporte de uma equipe interdisciplinar, são fundamentais para diagnosticar e orientar quanto aos cuidados que serão necessários para que desfrutem de uma vida o mais próximo possível dentro da normalidade.[6] Após o diagnóstico do médico otorrinolaringologista e do fonoaudiólogo, serão discutidos qual será o aparelho auditivo indicado para o seu tipo de perda auditiva, se a perda é unilateral ou bilateral e se há alguma comorbidade associada .  Nestes casos poderá ser indicado o uso de aparelho de amplificação sonora individual (AASI), o implante coclear (IC) ou outros dispositivos que atendam à necessidade do usuário .[7] Após a adaptação dos dispositivos deve-se iniciar o processo de reabilitação auditiva para que a adaptação aconteça com o mínimo de desconforto e de forma gradativa para que o cérebro se adapte aos “novos” estímulos recebidos .[8]

Adaptar-se ao uso desses dispositivos é de extrema importância para a qualidade de vida dos idosos, uma vez que além do benefício referente a compreensão de fala, eles irão proporcionar a recuperação da auto estima e consequentemente a retomada do convívio social.[9]


  1. Ferreira, Olívia Galvão Lucena; Maciel, Silvana Carneiro; Costa, Sônia Maria Gusmão; Silva, Antonia Oliveira; Moreira, Maria Adelaide Silva Paredes (setembro de 2012). «Envelhecimento ativo e sua relação com a independência funcional». Texto & Contexto - Enfermagem (3): 513–518. ISSN 0104-0707. doi:10.1590/S0104-07072012000300004. Consultado em 13 de setembro de 2020 
  2. Moleta, Ana Carla (2017). Enfermagem na saúde do idoso. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 208 páginas 
  3. GOMES, Ana Célia Soares; FONSECA, Suzana Carielo Da (2019). «A DUPLA FACE DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO: POTÊNCIA E FRAGILIDADE». UNIEDUSUL: 46–58. ISBN 978-65-80277-17-9. Consultado em 13 de setembro de 2020 
  4. Cabreira, Thaíssa Nunes; Canto-Dorow, Thais Scotti do (31 de janeiro de 2016). «FLORÍSTICA DOS COMPONENTES ARBÓREO E ARBUSTIVO DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM), SANTA MARIA, RS». Ciência e Natura (1). ISSN 2179-460X. doi:10.5902/2179460x19022. Consultado em 13 de setembro de 2020 
  5. Kehrig, Ruth Terezinha. «Integralidade da atenção à saúde: suas expressões na organização tecnológica do trabalho em serviços locais de saúde». Consultado em 13 de setembro de 2020 
  6. GOMES, Ana Célia Soares; FONSECA, Suzana Carielo Da (2019). «A DUPLA FACE DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO: POTÊNCIA E FRAGILIDADE». UNIEDUSUL: 46–58. ISBN 978-65-80277-17-9. Consultado em 13 de setembro de 2020 
  7. Revista de Medicina da UFC (2). 24 de agosto de 2017. ISSN 2447-6595. doi:10.20513/2447-6595.2017v57n2 
  8. FAVARO, BEATRIZ (5 de novembro de 2014). «DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM DO ALUNO COM SURDEZ/DEFICIÊNCIA AUDITIVA POR MEIO DAS HISTÓRIAS INFANTIS». Campinas - SP, Brazil: Galoa. doi:10.17648/galoa-cbee-6-30578. Consultado em 13 de setembro de 2020 
  9. Tavares, Darlene Mara dos Santos; Matias, Thaís Gabriela Cruz; Ferreira, Pollyana Cristina dos Santos; Pegorari, Maycon Sousa; Nascimento, Janaina Santos; Paiva, Mariana Mapelli de (novembro de 2016). «Qualidade de vida e autoestima de idosos na comunidade». Ciência & Saúde Coletiva (11): 3557–3564. ISSN 1413-8123. doi:10.1590/1413-812320152111.03032016. Consultado em 22 de outubro de 2020 

Perda de Audição Neurossensorial editar

Perda auditiva e cognição editar

Quanto ao grau, a perda auditiva pode ser leve, moderada, severa ou profunda, dependendo da extensão da região lesionada. Ela também pode se apresentar de forma unilateral (em apenas um dos ouvidos) ou bilateral, sendo classificada [1] como:

  • Sensorial: quando a cóclea é afetada.
  • Neural: quando há um comprometimento do nervo auditivo. 
  • Em geral, os pacientes com perda de audição neurossensorial têm dificuldade na discriminação das palavras. Mesmo quando o som é forte, ele pode não ser entendido ou ser ouvido de modo abafado. Entender em ambientes ruidosos pode ser um grande desafio para estas pessoas.

A perda auditiva neurossensorial é uma das alterações decorrentes do processo de envelhecimento, que compromete significativamente a qualidade de vida dos idosos, uma vez que compromete a audibilidade e consequentemente a inteligibilidade da fala. A dificuldade de compreensão de fala, principalmente em ambientes ruidosos, é uma das principais queixas referida, independentemente da sensibilidade auditiva. [2]

Um outro aspecto importante no processo de envelhecimento, é a relação entre a perda auditiva e o declínio cognitivo. A literatura nos mostra que a perda auditiva é considerada como um fator de risco, que se sobrepõe a uma série de outros fatores, para o desenvolvimento da demência.[3]

Nestes casos, a adaptação do aparelho auditivo de amplificação sonora individual (AASI) é um dos primeiros passos para a reabilitação do idoso com deficiência auditiva.[4] O que se busca com a amplificação é fornecer a audibilidade da maior parte dos sons de fala. Sabe-se, no entanto, que o reconhecimento de fala (comunicação) envolve tanto a audibilidade, como os processos cognitivos de atenção e memória, entre outros que são determinantes para que o uso desta informação seja efetivo.

Quanto aos benefícios do processo de reabilitação, os idosos com melhores habilidades cognitivas têm uma vantagem em reaprender como associar o som ao significado[5], envolvendo mais facilmente áreas do cérebro para o ajuste ao complexo processo de adaptação de aparelho auditivo. [6] Porém, mesmo havendo déficit cognitivo e presença de perda auditiva é possível observar benefícios com o uso de aparelhos auditivos, com a melhora das funções auditivas. [7]

Achados audiológicos editar

  • Audiometria tonal liminar (ATL): Limiares aéreos rebaixados, maior que 25 dBNA e limiares ósseos também rebaixados, com um gap aéreo-ósseo (diferença entre os limiares aéreos e ósseos) menor ou igual a 10 dBNA. [10]
  • Timpanometria: A timpanometria tem como objetivo identificar alterações de orelha média e o mais comum é encontrar curva timpanométrica do Tipo A, indicando normalidade de orelha média. [11]
  • Reflexos acústicos: O reflexo acústico corresponde a contração do músculo do estribo, frente a um som de forte intensidade. Sua pesquisa pode ser efetuada de forma ipsilateral (mesmo lado ao estímulo sonoro) ou contralateral (lado oposto ao estímulo sonoro) à orelha avaliada, sendo nas frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz. Como resposta na pesquisa do reflexo acústico, em casos de perda auditiva sensorioneural, o mesmo poderá estar ausentes ou presentes, dependendo do grau da perda auditiva. [12]
  • Emissões otoacústicas (EOA): O objetivo da EOA é detectar lesões de células ciliadas externas da cóclea. Caso a perda auditiva seja de origem coclear, ou seja, com lesões de células ciliadas, os resultados indicarão ausência de resposta e se a perda auditiva for de origem neural, os resultados indicarão presença de resposta. [13]
  • Potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE): O objetivo do PEATE é a pesquisa da integridade da via auditiva. Quando a perda auditiva é de origem coclear, graus leve e moderado, as latências das ondas I, III e V e os intervalos interpicos I-III, III-V e I-V, encontram-se normais em estímulo de forte intensidade e ocorrendo diminuição das amplitudes das ondas I, III e V, com estímulo de baixo intensidade. Em perdas auditivas de grau severo de origem coclear, os resultados poderão apresentar desde a ausência da onda I e prolongamento nas latências das III e V, em casos de perdas auditivas de grau severo, pode ocorrer até a ausência total de respostas. Em casos de perda auditivas de origem neural, independente do grau, terá ausência de respostas. [14]
  1. «Perda auditiva neurossensorial: saiba como tratar!». Comunicare Aparelhos Auditivos. 8 de janeiro de 2020. Consultado em 26 de agosto de 2020 
  2. Schoof, Tim; Rosen, Stuart (12 de novembro de 2014). «The role of auditory and cognitive factors in understanding speech in noise by normal-hearing older listeners». Frontiers in Aging Neuroscience. 6. ISSN 1663-4365. doi:10.3389/fnagi.2014.00307 
  3. Davies, Rachael (dezembro de 2017). «Gill Livingston: transforming dementia prevention and care». The Lancet (10113). 2619 páginas. ISSN 0140-6736. doi:10.1016/s0140-6736(17)31913-x. Consultado em 22 de outubro de 2020 
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  5. French, N. R.; Steinberg, J. C. (janeiro de 1947). «Factors Governing the Intelligibility of Speech Sounds». The Journal of the Acoustical Society of America. 19 (1): 90–119. ISSN 0001-4966. doi:10.1121/1.1916407 
  6. Pichora-Fuller, Kathleen (novembro de 2009). «How cognition might influence hearing aid-design, fitting, and outcomes». The Hearing Journal. 62 (11). 32 páginas. ISSN 0745-7472. doi:10.1097/01.hj.0000364274.44847.dc 
  7. van Hooren, S. A. H.; Anteunis, L. J. C.; Valentijn, S. A. M.; Bosma, H.; Ponds, R. W. H. M.; Jolles, J.; van Boxtel, M. P. J. (janeiro de 2005). «Does cognitive function in older adults with hearing impairment improve by hearing aid use?». International Journal of Audiology. 44 (5): 265–271. ISSN 1499-2027. doi:10.1080/14992020500060370 
  8. Pinto, Patricia Ciminelli Linhares; Sanchez, Tanit Ganz; Tomita, Shiro (fevereiro de 2010). «Avaliação da relação entre severidade do zumbido e perda auditiva, sexo e idade do paciente». Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 76 (1): 18–24. ISSN 1808-8694. doi:10.1590/S1808-86942010000100004 
  9. Tania Maria Tochetto, Daila Urnau (2011). «Características do zumbido e da hiperacusia em indivíduos normo-ouvintes». Arq. Int. Otorrinolaringol. 
  10. Tratado de Audiologia Capítulo 5. São Paulo: Santos. 2014. p. 63  line feed character character in |título= at position 23 (ajuda); |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
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  13. Tratado de Audiologia Capítulo 10. São Paulo: Editora Santos. 2014. p. 145  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  14. Fernada Cristina Leite Magliaro, Carla Gentile Matas (2014). Tratado de Audiologia Capítulo 12. São Paulo: Editora Santos. p. 181  line feed character character in |título= at position 23 (ajuda)

Implante coclear (OK) editar

Implante coclear, cognição e intervenção editar

É possível que num futuro próximo venham existir 528 milhões de adultos com mais de 65 anos com perda de audição.[1] Estudos realizados pela Global Burden of Disease Studies em 2015 nos mostram que existem hoje no mundo cerca de quinhentos milhões de pessoas com surdez incapacitante, ou seja; perda de audição média de 35 decibel ou mais, em todas as frequências, no ouvido menos afetado. [2]

A deficiência auditiva é uma das dificuldades que mais atingem esta faixa etária, acarretando diversos problemas: o isolamento social, a solidão e a depressão, que podem afetar consideravelmente a qualidade de vida desses indivíduos.[3]

A perda auditiva que acomete a terceira idade, também conhecida como presbiacusia, é um problema crônico multifatorial, que se caracteriza por ser bilateral (acometendo as duas orelhas), simétrica e progressiva.[4]

Uma das maiores queixas dos idosos é a dificuldade de compreensão de fala em ambientes ruidosos. [5] Com o envelhecimento, a função cognitiva também é afetada , alguns estudos verificaram a relação entre a perda auditiva e o declínio cognitivo em idosos, comprovando que a perda auditiva está associada ao risco de desenvolver demência em função da gravidade na população idosa, uma vez que no processo de envelhecimento ocorre um declínio de funções fisiológicas e sensoriais.[6]

A demência é caracterizada como uma síndrome crônica cujas características principais são representadas pelo declínio da memória, declínio intelectual e de outras funções como: linguagem, praxia, capacidade de reconhecer e identificar objetos, abstração, organização, capacidade de planejamento e sequenciamento, mudanças no comportamento ou na personalidade, além do prejuízo no desenvolvimento psicossocial.[7]

Devido aos grandes entraves que a presbiacusia pode acarretar na vida do idoso, e dependendo do grau da perda auditiva, os aparelhos convencionais podem não fornecer ganho suficiente para restabelecer a sua audição.[8] Nestes casos, é recomendado o procedimento cirúrgico para a colocação do implante coclear, pois este dispositivo fará a função das células ciliadas lesadas ou ausentes produzindo um estímulo elétrico às fibras remanescentes do nervo auditivo.[9]

Alguns estudos realizados com pacientes idosos, pós - implantados relatam que os testes de percepção de fala que foram aplicados por meio de um protocolo, dos quais foram avaliadas as habilidades de: detecção e discriminação dos sons do Ling; discriminação de vogais; teste de reconhecimento de padrões supra-segmentares; teste Four-choice; teste de reconhecimento de sentenças em formato fechado; teste de reconhecimento de sentenças em formato aberto; teste de reconhecimento de monossílabos, além da utilização do uso do telefone.[10] Concluíram que os pacientes idosos, usuários de implante coclear, apresentaram ganhos auditivos relevantes com significativa melhora na compreensão de fala, em contexto aberto e no uso de aparelhos telefônicos em relação aqueles usuários do Aparelho de Amplificação Sonora individual.[11]

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