Zé Eduardo Nazário

José Eduardo Pinto Nazário (São Paulo, 25 de setembro de 1952) é um baterista e percussionista brasileiro. É considerado, segundo publicações especializadas, como um dos principais professores de bateria do Brasil, recebendo da revista Modern Drummer brasileira e de colegas a alcunha de "o professor dos professores".

Zé Eduardo Nazário
Informação geral
Nome completo José Eduardo Pinto Nazário
Nascimento 25 de setembro de 1952 (71 anos)
Origem São Paulo,  São Paulo
Nacionalidade brasileiro
Gênero(s) Jazz, MPB
Instrumento(s) Bateria
Afiliação(ões) Jonh Stein, Hermeto Pascoal
Página oficial www.zeeduardonazario.com

Também é tido um dos definidores da linguagem brasileira para a bateria, ao lado de nomes como Airto Moreira, Edison Machado, Nenê (Realcino Lima Filho), Dom Um Romão, Robertinho Silva e Paulo Braga. Além disso, faz parte do seleto grupo de brasileiros que domina a música indiana, tendo sido um dos primeiros a ensinar a tabla em território nacional.

Biografia editar

Após ter aulas de piano quando criança, iniciou na bateria por influência de seu primo Luiz Manini que lhe apresentou a bossa-nova e o jazz e lhe ensinou os primeiros passos no instrumento. Aos 12 anos já participava de seu primeiro grupo, o Xangô 3.

Ainda jovem, concebe e escreve para a bateria a estrutura rítmica do Jequibau, uma espécie de samba em compasso de cinco tempos. A estrutura seria usada na gravação do disco Jequibau, The Exciting New Rhythm From Brazil, de Mario Albanese e Ciro Nogueira, no qual todas as músicas (sambas e bossas instrumentais e orquestrados) foram escritas em compassos de 5/4 (cinco por quatro).

A inovação do Jequibau, em termos da linguagem para bateria, consistiu no uso do chimbau executado com o pé à maneira do samba, mas em tempos alternados. Estruturada em um ciclo de dois compassos, a bateria do Jequibau tem o chimbau executado nos tempos dois e quatro do primeiro campasso e nos tempos 1, 3 e 5 do segundo. No samba e bossa, tradicionalmente escritos em compassos binários, este instrumento é ouvido sempre nos contratempos.

Apesar de ser o criador, Nazário não atuou nas gravações do álbum.

Em 1966 conhece o baterista Edson Machado com quem trava amizade e passa a tocar no circuito das boates do Rio de Janeiro, onde atuou no grupo do pianista Tenório Júnior(Francisco Tenório Júnior) e conheceu Guilherme Franco com quem montou o Grupo Experimental de Percussão de São Paulo. Gravou com Gato Barbieri a trilha do filme Minha Namorada de Zelito Viana. Em 1972 grava com o grupo Mandala ao lado de Roberto Sion e Nelson Ayres.

Em 1973, passa a atuar no grupo de Hermeto Pascoal criando a barraca de percussão, uma mesa estilo da dos feirantes onde ele e Hermeto disponibilizavam um número considerável de instrumentos de percussão a serem tocados com um só instrumento.

Em 1974 forma o grupo Malika com seu irmão Lelo Nazário e o saxofonista Hector Costita e participou, em 1976, do álbum Imyra, Tayra, Ipy do compositor e cantor Taiguara.[1]

Em 1977 forma o Grupo Um com Rodolfo Stroeter no baixo e Lelo Nazário ao piano, partindo decididamente para o Free-jazz . Convidado para fazer parte do grupo de Egberto Gismonti , grava o álbum Nó Caipira do compositor fluminense ao lado de Mauro Senize e Zeca Assumpção em 1978.[2]

Tocou na turnê Tropical Jazz Rock com o guitarrista inglês John McLaughlin com quem excursionou por Buenos Aires. Também gravou nesta mesma época o álbum Clube da Esquina 2 (1978) onde acompanha diversos músicos mineiros como Lô Borges e Milton Nascimento.

Em 1989 organiza o Duo Nazário e em 1991 é convidado por Rodolfo Stroeter para substituir Nenê no grupo Pau-Brasil. Em 1997, recebe do governo indiano uma honraria pela sua contribuição de divulgação da música indiana no Brasil, isso pelo seu trabalho com a cantora indiana Meeta Ravindra.

Atualmente Zé Eduardo acompanha o guitarrista norte americano Jonh Stein, tendo gravado o álbum Encounter Point em 2007 na cidade norte-americana de Boston.[3]

Discografia editar

Solo editar

  • Poema da Gota Serena (1982)
  • ZEN (1998)

Com o grupo Percussônica editar

  • Percussônica (1999)
  • Hoje (2004)

Com o grupo Pau Brasil editar

  • Babel (1994)
  • Pau Brasil/Hermeto Pascoal (1995)

Com o Grupo Um editar

  • Marcha Sobre a Cidade (1979)
  • Reflexão Sobre a Crise do Desejo (1981)
  • Flor de Plástico Incinerada (1982)

Participações editar

Referências

  1. «Imyra-tayra-ipy-taiguara.com Os músicos». Consultado em 14 de setembro de 2008. Arquivado do original em 15 de setembro de 2008 
  2. «Discosdobrasil.com.br: Nó caipira». Consultado em 14 de setembro de 2008 
  3. «Folha Online: Guitarrista John Stein apresenta repertório de jazz em SP». 23 de junho de 2008. Consultado em 14 de setembro de 2008 
  4. «A música audaz de Toninho Horta». Consultado em 14 de setembro de 2008. Arquivado do original em 25 de junho de 2008 
  5. «Ná Ozetti - Discografia: Ná». Consultado em 15 de setembro de 2008. Arquivado do original em 12 de fevereiro de 2009 

Ligações externas editar

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