Acne

doença das glândulas sebáceas caracterizada por áreas de pontos negros, pontos brancos, pústulas, pele oleosa e possibilidade de aparecimento de cicatrizes.
 Nota: Não confundir com ACME.

Acne é uma condição cutânea de longa duração caracterizada por áreas de pontos negros, pontos brancos, pústulas, pele oleosa e possibilidade de aparecimento de cicatrizes.[9][10] Dependendo do grau de incidência, infecção e dimensão dos pontos de acne sobre a pele, as consequências na aparência podem provocar desde desconfortos pontuais, passando por ansiedade, diminuição da autoestima até, em casos extremos, depressão e pensamentos de suicídio.[2][3]

Acne
Acne
Acne na testa de um adolescente
Sinónimos Acne vulgar
Especialidade Dermatologia
Sintomas Pontos negros e brancos, pústulas, pele oleosa, cicatrizes[1]
Complicações Ansiedade, diminuição da autoestima, depressão, pensamentos suicidas[2][3]
Início habitual Puberdade[4]
Fatores de risco Genética[1]
Condições semelhantes Foliculite, rosácea, hidrosadenite, miliária[5]
Tratamento Alterações no estilo de vida, medicação, procedimentos clínicos[6][7]
Medicação Ácido azelaico, peróxido de benzoílo, ácido salicílico, antibióticos, pílula contracetiva, isotretinoína[7]
Frequência 633 milhões (2015)[8]
Classificação e recursos externos
CID-10 L70.0
CID-9 706.1
CID-11 1892393023
OMIM 604324
DiseasesDB 10765
MedlinePlus 000873
eMedicine derm/2
MeSH D000152
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

Estima-se que 80% dos casos tenham origem genética.[10] O papel da dieta enquanto causa ainda não é claro.[10] A higiene ou a luz do sol não parecem ter qualquer influência.[10] No entanto, o tabagismo aumenta o risco de vir a desenvolver acne e a sua gravidade.[11] O acne afeta principalmente a pele com elevado número de glândulas sebáceas, como o rosto, a parte superior do peito e as costas.[12] Durante a puberdade, em ambos os sexos, o aparecimento do acne deve-se muitas vezes ao aumento da quantidade de andrógenos como a testosterona,[4] estando também envolvida a bactéria Propionibacterium acnes.[4]

Estão disponíveis muitas opções de tratamento destinadas a melhorar a aparência do acne, entre as quais alterações ao estilo de vida e medicação. Ingerir hidratos de carbono simples em menor quantidade, como o açúcar, pode ajudar.[6] Os tratamentos mais comuns são a aplicação tópica de peróxido de benzoílo, ácido salicílico e ácido azelaico.[7] Estão também disponíveis antibióticos e retinoides tópicos e orais.[7] No entanto, é possível que possam provocar resistência antibiótica.[13] Em mulheres, algumas pílulas contraceptivas orais combinadas podem ser benéficas no tratamento.[7] A isotretinoína oral geralmente só é administrada em casos graves devido aos efeitos secundários.[7] Alguns especialistas recomendam o tratamento agressivo e numa fase precoce de modo a diminuir o impacto a longo prazo na pessoa.[3]

O acne ocorre de forma comum durante a adolescência, estimando-se que afete entre 80 a 90% dos adolescentes no mundo ocidental.[14][15][16] Nalgumas sociedades rurais a prevalência é menor.[16][17] Em 2010, estima-se que o acne tenha afetado 650 milhões de pessoas à escala global, o que o torna a 8ª doença mais comum em todo o mundo.[18] O acne pode também surgir antes e após a puberdade.[19] Embora a doença seja muito menos comum em adultos do que na adolescência, cerca de metade das pessoas na casa dos 20 e 30 anos continuam a ter acne,[10] e cerca de 4% continuam a ter a partir dos 40 anos.[10]

Classificação editar

 
Acne nódulo-cístico grave.

O acne é geralmente classificado como ligeiro, moderado ou grave, conforme a gravidade. Este tipo de categorização pode ser um fator importante para determinar um regime terapêutico adequado.[15] O acne moderado é definido pela presença de pontos negros e brancos limitada ao rosto, com ocorrência ocasional de lesões inflamadas.[15] O acne pode ser considerado de alguma gravidade quando se verifica maior número de pápulas e pústulas inflamatórias no rosto em comparação com os casos moderados, e quando também se verificam lesões de acne no tronco.[15] Por último, diz-se que ocorre acne grave quando as lesões características do rosto são nódulos e cistos e se verifica envolvimento extensivo da região do tronco.[15] Alguns dos nódulos de grande dimensão eram enteriormente denominados cistos, tendo sido usado o termo "nódulo-cístico" para descrever casos graves de acne inflamatório.[20]

Sinais e sintomas editar

Entre as características mais comuns do acne estão a seborreia (aumento da secreção das glândulas sebáceas), presença de comedões (pontos negros ou brancos), pápulas, pústulas, nódulos (pápulas de grande dimensão) e possibilidade de ocorrência de cicatrizes.[9][21] A aparência do acne varia consoante a cor da pele. A doença pode provocar problemas psicológicos e sociais.[15]

Cicatrizes editar

 
Anatomia de um folículo piloso.

As cicatrizes do acne são o resultado da inflamação da camada dérmica da pele provocada pelo acne, estimando-se que ocorram em 95% das pessoas com a doença.[22] A cicatriz é criada pela resposta anormal de reparação que se segue à inflamação dérmica.[22] A probabilidade de ocorrer cicatrização é maior nos casos de acne nódulo-cístico, mas pode ocorrer em qualquer forma de acne.[22] A classificação das cicatrizes de acne baseia-se no facto da resposta anormal de reparação posterior à inflamação provocar ou depósito excessivo de colagénio ou, por outro lado, provocar perda de colagénio no local da lesão de acne.[22]

As cicatrizes de acne atróficas são o tipo mais comum de cicatrizes de acne e derivam da perda de colagénio durante a resposta de cicatrização. As cicatrizes atróficas podem ser do tipo "picador de gelo" (ice-picker), onduladas (rolling) ou com depressão acentuada (boxcar). As cicatrizes do tipo "picador de gelo" são geralmente estreitas (largura <2 mm) e profundas, prolongando-se até à derme. As cicatrizes onduladas acentuadas são maiores do que as do tipo "picador de gelo" (4–5 mm de largura) e têm forma semelhante a uma onda. As cicatrizes com depressão acentuada são redondas ou ovais, com margens bem definidas e cuja largura varia entre 1,5 e 4 mm.[22]

As cicatrizes hipertróficas são menos comuns e são caracterizadas por maior quantidade de colagénio após a resposta anormal de reparação anormal.[22] São cicatrizes firmes e elevadas em relação à pele.[22][23] As cicatrizes hipertróficas restringem-se aos limites originais da ferida, enquanto que as cicatrizes queloidianas podem formar tecido fibroso para além destes limites. As cicatrizes queloidianas de acne geralmente ocorrem em homens e no tronco, e não no rosto.[22]

Pigmentação editar

A hiperpigmentação pós-inflamatória é geralmente o resultado de acne cístico ou nodular (inchaços dolorosos que permanecem no interior da pele). Estes inchaços muitas vezes deixam uma mancha vermelha, mesmo após a lesão original ter sido resolvida. A hiperpigmentação pós-inflamatória ocorre com maior frequência em pessoas com tom de pele escuro.[24] A alteração de cor da cicatriz não é permanente e pode ser prevenida evitando a irritação do nódulo ou cisto. Estas cicatrizes podem desaparecer com o tempo. No entanto, se não forem tratadas pode durar meses, anos ou tornarem-se permanentes em casos de lesão das camadas mais profundas da pele.[25] A utilização diária de protetor solar de fator 15 ou superior pode diminuir a pigmanteção associada ao acne.[25]

Causas editar

Genéticas editar

A predisposição de determinadas pessoas para o acne pode ser explicada em parte por uma componente genética, a qual tem sido apoiada por estudos em gémeos e estudos que analisaram a prevalência de acne entre parentes do primeiro grau.[1] A genética da susceptibilidade ao acne é provavelmente poligénica, uma vez que a doença não obedece ao padrão clássico de herança mendeliana. Existem vários genes possivelmente relacionados com o acne, incluindo polimorfismos no factor de necrose tumoral alfa, IL-1 alpha e CYP1A1[14]

Hormonal editar

A atividade hormonal, como o ciclo menstrual e a puberdade, podem contribuir para a formação de acne. Durante a puberdade, o aumento das hormonas sexuais, denominadas andrógenos, provoca o crescimento das glândulas foliculares, fazendo com que produzam maior quantidade de sebo.[12][26] Durante a gravidez verifica-se um aumento semelhante de andrógenos, aumentando também a produção de sebo.[27]

Existem várias hormonas que têm sido associadas ao acne, entre as quais os andrógenos testosterona, di-hidrotestosterona (DHT) e desidroepiandrosterona (DHEAS), assim como o fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-I) e hormona do crescimento.[28] O uso de esteroides anabolizantes pode ter ação idêntica.[29]

É pouco comum o desenvolvimento de acne entre os 21 e 25 anos de idade.[30] O acne em mulheres adultas pode ser devido à gravidez ou à síndrome do ovário policístico.[31]

Infeções editar

 
Bactéria Propionibacterium acnes

A Propionibacterium acnes é o organismo anaeróbio de que se suspeita contribuir para o desenvolvimento de acne, embora o seu papel exato no processo não esteja ainda claro.[1][32] Existem sub-estirpes específicas de P. acnes associadas à pele normal, enquanto outras estão associadas ao acne inflamatório moderado e grave.[33] Não é ainda claro se estas espécies pouco desejáveis evoluem no local ou são adquiridas, ou possivelmente ambas as situações, dependendo da pessoa. Estas estirpes têm a capacidade de se adaptar, alterar ou perpetuar o ciclo anormal de inflamação, produção sebácea e obstrução dos poros.[34] A infeção pelo parasita acarídeo Demodex está também associada ao desenvolvimento de acne.[21][35] No entanto, não é ainda claro se a erradicação destes ácaros provoca melhorias na doença.[35]

Estilo de vida e alimentos editar

Fumar aumenta o risco de desenvolver acne.[11] Para além disso, a gravidade da doença aumenta em função do número de cigarros que a pessoa fuma por dia.[11] A relação entre a dieta e o acne é pouco clara, uma vez que não existem evidências de qualidade.[36] No entanto, uma dieta com elevada carga glicémica está associada ao agravamento do acne.[6][37] Existem evidências fracas de uma associação positiva entre o consumo de leite e o aumento da prevalência e gravidade da doença.[35][38][39][40] Outras associações, como o chocolate ou o sal, não são comprovadas por evidências.[38] No entanto, o chocolate também contém uma quantidade assinalável de açúcar, que pode levar a uma carga glicémica elevada, e é muitas vezes preparado com leite. Pode também existir uma relação entre o acne e o metabolismo da insulina. Um ensaio verificou existir uma relação entre o acne e a obesidade.[41] Quando excedida a dose diária recomendada, a vitamina B12 pode desencadear erupções acneiformes ou exacerbar o acne existente.[42]

Psicológicas editar

Embora a relação entre o acne e o stresse ainda seja alvo de debate, a investigação indica que o aumento de gravidade no acne está associada a um maior nível de stresse.[43][44]

Fisiopatologia editar

 
Formação de comedões (pontos negros e brancos) nos poros da pele. Animação.

O acne desenvolve-se em resultado de bloqueios nos folículos pilosos. Pensa-se que estes bloqueios ocorram devido a quatro processos anormais: uma produção de sebo superior ao normal (influenciada por andrógenos); depósitos de queratina em excesso que causam a formação de comedões; colonização dos folículos pela bactéria Propionibacterium acnes; e a libertação local de químicos pró-inflamatórios na pele.[33]

As alterações patológicas iniciais são o depósito em excesso da proteína queratina e de sebo no folículo piloso, o que provoca a formação de um tampão, ou microcomedão.[12] Durante a adrenarca, o aumento da quantidade de desidroepiandrosterona provoca o alargamento das glândulas sebáceas e aumenta a produção de sebo. Um microcomedão pode aumentar de tamanho para formar um comedão aberto (ponto negro) ou fechado. A cor negra de um ponto negro deve-se à oxidação da melanina, o pigmento da pele.[15]

Os comedões são o resultado do entupimento das glândulas sebáceas com células de pele mortas e sebo, um óleo natural da pele.[12] Nestas condições, a Propionibacterium acnes, uma bactéria comensal que ocorre naturalmente, pode provocar inflamação dentro e à volta do folículo. Isto provoca lesões inflamatórias (pápulas, pústulas infetadas ou nódulos) na derme à volta do comedão ou microcomedão, o que por sua vez provoca vermelhidão e pode provocar cicatrização ou hiperpigmentação.[12][45][46] O acne grave é inflamatório, embora o acne também possa ser não inflamatório.[30]

Diagnóstico editar

Existem várias escalas para medir a gravidade do acne vulgar, entre as quais:

  • Escala de Leeds: quantifica e categoriza as lesões entre inflamatórias e não inflamatórias, variando entre 0 e 10,0.[47]
  • Escala de Cook: utiliza fotografias para determinar a gravidade entre 0 e 8.[48]
  • Escala de Pillsbury: classifica a gravidade entre 1 (menos grave) e 4 (mais grave).[49]

Diagnóstico diferencial editar

As condições semelhantes incluem, entre outras, rosácea, foliculite, queratose pilar, dermatite perioral e angiofibroma.[15] A idade é um dos fatores que podem ajudar o médico a diferenciar estas doenças. As doenças de pele como a dermatite perioral e a queratose pilar tendem a ocorrer com maior frequência na infância, enquanto que a rosácea tende a ocorrer com maior frequência em adultos mais velhos.[15] A vermelhidão facial espoletada pelo consumo de álcool ou comida condimentada é sugestiva de rosácea.[50] A presença de comedões pode também auxiliar os profissionais de saúde a distinguir o acne de doenças de pele com aparência semelhante.[7]

Tratamento editar

Existem diversos tratamentos para o acne, incluindo peróxido de benzoílo, antibióticos, retinoides, medicamentos anti-seborreicos, medicamentos antiandrogénicos, tratamentos hormonais, ácido salicílico, hidroxiácido, ácido azelaico, nicotinamida e sabonetes queratolíticos.[51] Os tratamentos podem ser agrupados em quatro grupos, de acordo com a forma como atuam: normalização da descamação da pele e da produção de sebo no poro de modo a impedir o seu bloqueio; morte da bactéria P. acnes; efeito anti-inflamatório; e manipulação hormonal.[12]

Entre os tratamentos médicos mais comuns estão as terapias de aplicação tópica, como os retinoides, antibióticos e peróxido de benzoílo, e as terapias sistémicas, como os retinoides orais, antibióticos orais e agentes hormonais.[15][52] Outros procedimentos, como a fototerapia ou terapia laser, não são considerados tratamentos de primeira linha e geralmente têm apenas um papel auxiliar devido ao seu elevado custo e poucas evidências de eficácia.[52]

Medicação editar

Peróxido de benzoílo editar

 
Pomada de peróxido de benzoílo, um dos tratamentos de primeira linha mais comuns.

O peróxido de benzoílo é um tratamento de primeira linha para acne leve a moderado devido à sua elevada eficácia e poucos efeitos adversos (sobretudo dermatite por irritação). Atua contra a bactéria P. acnes, ajuda a prevenir a formação de comedões (pontos negros e brancos) e tem propriedades anti-inflamatórias.[12] Nos casos em que se verificam efeitos adversos, estes geralmente incluem desidratação da pele, ligeira vermelhidão e esfoliação ocasional.[53] Este medicamento aumenta a sensibilidade à luz do sol, pelo que se recomenda o uso de protetor solar durante o tratamento para prevenir queimaduras solares. Tem-se verificado que o peróxido de benzoílo tem praticamente a mesma eficácia dos antibióticos mas, ao contrário destes, não provoca resistência antibiótica.[53] O peróxido de benzoílo pode ser combinado com um antibiótico ou retinoide de aplicação tópica, como a associação peróxido de benzoílo/Clindamicina e peróxido de benzoílo/adapaleno, respetivamente.[24]

Antibióticos editar

Os antibióticos de aplicação tópica são frequentemente usados no tratamento de acne leve a moderado.[15] Os antibióticos de administração oral estão indicados em casos moderados a graves de acne inflamatório devido à sua atividade antimicrobiana contra a bactéria P. acnes e às suas propriedades anti-inflamatórias.[10][12][15][53] No entanto, com o aumento da resistência da P. acnes em todo o mundo, os antibióticos estão gradualmente a perder a eficácia.[53] Entre os antibióticos mais usados, tanto tópicos como orais, estão a eritromicina (categoria B), clindamicina (categoria B), metronidazol (categoria B) e tetraciclinas como a doxiciclina e a minociclina.[27] O uso de eritromicina e clindamicina é considerado seguro durante a gravidez devido à absorção sistémica desprezível.[27] A nadifloxacina e a dapsona são outros antibióticos tópicos que podem ser usados no tratamento de acne em mulheres grávidas, embora tenham sido sujeitos a menos estudos.[27] Recomenda-se que, assim que a doença mostrar sinais de melhoria, sejam interrompidos os antibióticos orais e sejam usados retinoides tópicos.[7]

Ácido salicílico editar

O ácido salicílico (categoria C) é um beta-hidroxiácido com propriedades bacteriostáticas e queratolíticas.[54][55] O ácido salicílico abre ainda os poros obstruídos e promove a descamação das células epiteliais da pele.[54] No entanto, o ácido salicílico é menos eficaz do que a terapêutica de reinoides.[15] Em indivíduos com tipos de pele mais escura que usam ácido salicílico, tem-se observado hiperpigmentação.[12]

Ácido azelaico editar

O ácido azelaico tem demonstrado ser eficaz em casos de acne leve a moderado, quando aplicado de forma tópica em concentrações de 20%.[45] É necessária a aplicação duas vezes ao dia durante seis meses, tendo este tratamento a mesma eficácia do peróxido de benzoílo a 5%, isotretinoina a 0,05% e eritromicina a 2%.[56] Pensa-se que a eficácia do ácido azelaico no tratamento de acne se deva às suas propriedades antibacterianas, anti-inflamatórias e antiqueratinizantes.[45] Embora possa ocasionalmente causar irritação da pele, é na generalidade um fármaco bastante seguro.[57]

Hormonas editar

Em mulheres, o acne pode ser melhorado com o uso de qualquer pílula contraceptiva oral combinada.[58] Em teoria, as combinações que contêm progestinas de terceira ou quarta geração, como o desogestrel, norgestimate ou drospirenona, podem ser as mais benéficas.[58] Os antiandrógenos, como o acetato de ciproterona e a espironolactona, têm também sido usados no tratamento de acne.[27] As terapias hormonais não devem ser usadas durante a gravidez ou amamentação, uma vez que estão associadas a determinadas doenças congénitas, como a hipospádia ou feminização do feto masculino.[27]

Retinoides tópicos editar

Os retinoides tópicos são medicamentos com propriedades anti-inflamatórias que atuam ao normalizar o ciclo de vida das células dos folículos.[12] Constituem um tratamento de primeira linha para pessoas com tom de pele escuro e são conhecidos por proporcionar uma rápida melhoria da hiperpigmentação pós-inflamatória.[24] Esta classe de fármacos inclui a tretinoína (categoria C), o adapaleno (categoria C) e o tazaroteno (categoria X).[27]

Retinoides orais editar

A isotretinoína é bastante eficaz no tratamento de acne grave e acne moderado resistentes a outros tratamentos.[15] As melhorias são observadas geralmente após um ou dois meses de utilização. Após o tratamento inicial, cerca de 80% das pessoas indicam terem tido melhorias e mais de 50% indicam remissão completa.[15] Cerca de 20% das pessoas necessitam de um segundo tratamento.[15] Podem, no entanto, ocorrer uma série de efeitos adversos: pele seca, sangramento nasal, dores musculares, aumento das enzimas do fígado e aumento da quantidade de lípidos no sangue.[15] Se usado durante a gravidez, existe um risco elevado de anormalidades no bebé, pelo que as mulheres em idade fértil são aconselhadas a usar contracepção durante o tratamento. Não existem evidências claras de que o uso de retinoides orais aumenta o risco de efeitos secundários do foro psiquiátrico, como depressão ou suicídio.[15]

Espironolactona editar

A espironolactona, um antagonista da aldosterona, é um tratamento de acne eficaz em mulheres adultas, embora não seja aprovado para esta finalidade em alguns países. Pensa-se que a eficácia da espironolactona no tratamento do acne se deva à sua capacidade de bloquear os recetores de andrógenos em doses elevadas. Pode ser usada com ou sem um contraceptivo oral.[24]

Terapia combinada editar

A terapia combinada, usando em conjunto medicamentos de diferentes classes, cada um com um diferente mecanismo de ação, tem demonstrado ser uma abordagem mais eficaz no tratamento de acne em relação à monoterapia. As combinações mais usadas são: antibiótico + peróxido de benzoílo, antibiótico + retinoide tópico ou retinoide tópico + peróxido de benzoílo.[27]

Procedimentos editar

A extração dos comedões pode ser temporariamente benéfica em indivíduos que não melhoram com tratamento normal.[7] Um dos procedimentos para alívio imediato é a injeção de corticosteroides no comedão inflamado.[12]

A fototerapia é um método que consiste na emissão de pulsos intensos de luz na área afetada, muitas vezes precedida pela aplicação de uma substância fotossenssíbilizante, como o ácido aminolevulínico.[59] Pensa-se que este processo mate as bactérias e diminua o tamanho e atividade das glândulas sebáceas.[59] À data de 2012, as evidências disponíveis para a fototerapia e terapia laser são insuficientes para recomendar o seu uso em tratamentos de rotina.[7] A fototerapia é bastante dispendiosa e, embora aparente proporcionar alguns benefícios a curto prazo, não existem dados que permitam concluir a sua eficácia a longo prazo ou em casos graves de acne.[12][60]

A dermoabrasão é um procedimento terapêutico eficaz para diminuir a aparência de cicatrizes atróficas superficiais dos tipos ondulado e de depressão acentuada.[22] No entanto, as cicatrizes do tipo "picador de gelo" não respondem bem ao tratamento com dermoabrasão devido à sua profundidade.[22] No entanto, este procedimento é doloroso e apresenta o potencial de diversos efeitos adversos, como o aumento da fotossensibilidade da pele, vermelhidão e diminuição da pigmentação da pele. Com a introdução do resurfacing laser, esta terapia caiu em desuso.[22] Não existem evidências de que a microdermoabrasão seja eficaz.[7]

O resurfacing a laser poder ser usado para diminuir as cicatrizes provocadas pelo acne.[61] O resurfacing por fototermólise fracionada ablativa a laser apresenta maior eficácia para a diminuição da visibilidade das cicatrizes de acne em relação à fototermólise não ablativa; no entanto, está associado a uma maior prevalência de hiperpigmentação pós-inflamatória (com duração de cerca de um mês), vermelhidão facial (geralmente 3-14 dias) e dor durante o procedimento.[62]

A visibilidade das cicatrizes de acne também pode ser diminuída com peelings químicos.[22] Entre os peelings leves incluem-se aqueles à base de ácido glicólico, ácido láctico, ácido salicílico, solução de Jessner ou uma concentração reduzida (20%) de ácido tricloroacético. Estes tipos de peeling afetam apenas a camada epidérmica e podem ter utilidade no tratamento de cicatrizes superficiais de acne e das alterações na pigmentação resultantes do acne inflamatório.[22] Em concentrações superiores de ácido tricloroacético (30-40%), o peeling é considerado de potência média e afeta a pele até à derme papilar.[22] Em concentrações superiores a 50%, considera-se peeling profundo.[22] Os peelings químicos médios a profundos apresentam maior eficácia em cicatrizes atróficas profundas, embora sejam mais susceptíveis de provocar efeitos adversos, como alterações na pigmentação da pele, infeções ou milium.[22]

Medicina alternativa editar

Têm sido investigados diversos produtos naturais para o tratamento de pessoas com acne,[63][64] embora não haja evidências que apoiem a sua eficácia.[65] No entanto, tem sido sugerida a aplicação tópica de óleo de melaleuca.[66]

Prognóstico editar

O acne geralmente melhora substancialmente por volta dos vinte anos de idade, embora possa persistir durante a vida adulta.[51] É possível que algumas das cicatrizes se tornem permanentes.[15] Existem evidências de qualidade que apoiam a ideia de que o acne tem impactos psicológicos negativos, afeta o humor, diminui a auto-estima e está associado a um risco acrescido de ansiedade, depressão e pensamentos suicidas.[35]

Epidemiologia editar

À data de 2010, o acne afetava em todo o mundo cerca de 650 milhões de pessoas, o que corresponde a cerca de 9,4% da população.[67] É ligeiramente mais comum em mulheres (9,8%) do que em homens (9,0%).[67] No mundo Ocidental, o acne afeta cerca de 90% da população durante a adolescência e pode persistir durante a idade adulta.[15] Após os 25 anos de idade, o acne afeta 54% das mulheres e 40% dos homens.[27] Considerando todo o período de vida, o acne tem uma prevalência de 85%.[27] Cerca de 20% destes casos são moderados ou graves.[1] Em pessoas com mais de 40 anos, 1% dos homens e 5% das mulheres apresentam ainda sintomas de acne.[15]

A prevalência aparenta ser menor em sociedades rurais.[17] Embora o acne afete pessoas de praticamente todos os grupos étnicos,[68] aparenta estar ausente das populações indígenas da Papua Nova Guiné e do Paraguai.[1]

História editar

Nas civilizações da Antiguidade egípcia, grega e romana, o acne era tratado com enxofre.[69] Na Década de 1920, foi introduzido o peróxido de benzoílo como medicamento para o tratamento de acne.[70] Até à década de 1960 era comum o tratamento com raio-X.[71][72] Na década de 1970, verificou-se que a tretinoína era um tratamento eficaz para a doença,[73] Em 1980 foi introduzida a isotretinoína como tratamento,[74] embora se tenha verificado ao longo da década seguinte que se tratava de um teratógeno capaz de provocar malformações congénitas durante a gravidez. Nos Estados Unidos, entre 1982 e 2003, cerca de 2000 mulheres engravidaram durante o tratamento com este fármaco, tendo a maior parte dos casos resultado em aborto ou aborto espontâneo.[75][76]

Sociedade e cultura editar

Custo editar

Os custos económico e social do tratamento do acne são substanciais. Nos Estados Unidos, o acne é responsável por mais de 5 milhões de consultas clínicas e apresenta custos indiretos superiores a 2,5 milhões de dólares.[11]

Estigma social editar

O desconhecimento ou informação errada sobre as causas e factores agravantes do acne entre a população são comuns, atribuindo-se muitas vezes a culpa pela doença às próprias pessoas.[77] Esta culpabilização pode agravar ainda mais a perda de auto-estima.[77] O acne e as cicatrizes que dele resultam têm sido associadas a dificuldades de socialização significativas que podem persistir durante a idade adulta.[78]

Investigação editar

Em 2007 foi anunciada a primeira sequenciação do genoma de um bacteriófago da P. acnes (PA6). Os autores sugeriram aplicar esta investigação no desenvolvimento de uma fagoterapia para o tratamento de acne, de forma a superar os problemas associados ao uso continuado de antibióticos, como a resistência antibiótica.[79]

Uma vacina contra o acne inflamatório foi testada com eficácia em ratos de laboratório, mas ainda não se demonstrou ser eficaz em seres humanos.[80] No entanto, este tipo de vacina tem levantado algumas preocupações sobre o facto de se estar a criar uma vacina destinada a neutralizar uma comunidade estável e normal de bactérias da pele, capaz de a proteger da colonização por microorganismos mais nocivos.[81]

Referências

  1. a b c d e f Bhate K, Williams HC (março de 2013). «Epidemiology of acne vulgaris.». The British journal of dermatology. 168 (3): 474–85. PMID 23210645. doi:10.1111/bjd.12149 
  2. a b Barnes LE, Levender MM, Fleischer AB Jr, Feldman SR (Abril de 2012). «Quality of life measures for acne patients». Dermatologic Clinics. 30 (2): 293–300. PMID 22284143. doi:10.1016/j.det.2011.11.001 
  3. a b c Goodman, G (Julho de 2006). «Acne and acne scarring–the case for active and early intervention». Australian family physician. 35 (7): 503–4. PMID 16820822 
  4. a b c James WD (Abril de 2005). «Acne». New England Journal of Medicine. 352 (14): 1463–72. PMID 15814882. doi:10.1056/NEJMcp033487 
  5. Kahan, Scott (2008). In a Page: Medicine (em inglês). [S.l.]: Lippincott Williams & Wilkins. p. 412. ISBN 9780781770354. Cópia arquivada em 6 de setembro de 2017 
  6. a b c Mahmood SN, Bowe WP (abril de 2014). «Diet and acne update: carbohydrates emerge as the main culprit». Journal of drugs in dermatology: JDD. 13 (4): 428–35. PMID 24719062 
  7. a b c d e f g h i j k Titus S, Hodge J (Outubro de 2012). «Diagnosis and treatment of acne». American family physician. 86 (8): 734–40. PMID 23062156 
  8. GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1545–1602. PMC 5055577 . PMID 27733282. doi:10.1016/S0140-6736(16)31678-6 
  9. a b Adityan B, Kumari R, Thappa DM (Maio de 2009). «Scoring systems in acne vulgaris». Indian Journal of Dermatology, Venereology and Leprology. 75 (3): 323–6. PMID 19439902. doi:10.4103/0378-6323.51258 
  10. a b c d e f g Bhate, K; Williams, HC (Março de 2013). «Epidemiology of acne vulgaris.». The British journal of dermatology. 168 (3): 474–85. PMID 23210645. doi:10.1111/bjd.12149 
  11. a b c d Knutsen-Larson S, Dawson AL, Dunnick CA, Dellavalle RP (Janeiro de 2012). «Acne vulgaris: pathogenesis, treatment, and needs assessment». Dermatologic Clinics. 30 (1): 99–106. PMID 22117871. doi:10.1016/j.det.2011.09.001 
  12. a b c d e f g h i j k l Benner N, Sammons D (Setembro de 2013). «Overview of the treatment of acne vulgaris». Osteopathic Family Physician. 5 (5): 185–90. doi:10.1016/j.osfp.2013.03.003 
  13. Beylot, C; Auffret, N; Poli, F; Claudel, JP; Leccia, MT; Del Giudice, P; Dreno, B (Março de 2014). «Propionibacterium acnes: an update on its role in the pathogenesis of acne.». Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology : JEADV. 28 (3): 271–8. PMID 23905540. doi:10.1111/jdv.12224 
  14. a b Taylor, Marisa; Gonzalez, Maria; Porter, Rebecca (maio–junho de 2011). «Pathways to inflammation: acne pathophysiology». European Journal of Dermatology. 21 (3): 323–33. PMID 21609898. doi:10.1684/ejd.2011.1357 
  15. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u Dawson AL, Dellavalle RP (Maio de 2013). «Acne vulgaris». BMJ. 346 (5): f2634. PMID 23657180. doi:10.1136/bmj.f2634 
  16. a b Berlin, David J. Goldberg, Alexander L. Acne and Rosacea Epidemiology, Diagnosis and Treatment. London: Manson Pub. p. 8. ISBN 9781840766165 
  17. a b Spencer EH, Ferdowsian, Barnard ND (Abril de 2009). «Diet and acne: a review of the evidence.». International Journal of Dermatology. 48 (4): 339–47. PMID 19335417. doi:10.1111/j.1365-4632.2009.04002.x 
  18. Hay, RJ; Johns, NE; Williams, HC; Bolliger, IW; Dellavalle, RP; Margolis, DJ; Marks, R; Naldi, L; Weinstock, MA; Wulf, SK; Michaud, C; J L Murray, C; Naghavi, M (Outubro de 2013). «The Global Burden of Skin Disease in 2010: An Analysis of the Prevalence and Impact of Skin Conditions». The Journal of investigative dermatology. 134 (6): 1527–34. PMID 24166134. doi:10.1038/jid.2013.446 
  19. Admani S, Barrio VR (Novembro de 2013). «Evaluation and treatment of acne from infancy to preadolescence». Dermatologic therapy. 26 (6): 462–6. PMID 24552409. doi:10.1111/dth.12108 
  20. Thiboutot, Diane M.; Strauss, John S. (2003). «Diseases of the sebaceous glands». In: Burns, Tony; Breathnach, Stephen; Cox, Neil; Griffiths, Christopher. Fitzpatrick's dermatology in general medicine 6th ed. New York: McGraw-Hill. pp. 672–87. ISBN 0-07-138076-0 
  21. a b Zhao YE, Hu L, Wu LP, Ma JX (Março de 2012). «A meta-analysis of association between acne vulgaris and Demodex infestation». Journal of Zhejiang University. Science. B. 13 (3): 192–202. PMC 3296070 . PMID 22374611. doi:10.1631/jzus.B1100285 
  22. a b c d e f g h i j k l m n o p Levy, LL; Zeichner, JA (Outubro de 2012). «Management of acne scarring, part II: a comparative review of non-laser-based, minimally invasive approaches». Am J Clin Dermatol. 13 (5): 331–40. PMID 22849351. doi:10.2165/11631410-000000000-00000 
  23. Sobanko, JF; Alster, TS (outubro de 2012). «Management of acne scarring, part I: a comparative review of laser surgical approaches». Am J Clin Dermatol. 13 (5): 319–30. PMID 22612738. doi:10.2165/11598910-000000000-00000 
  24. a b c d Yin NC, McMichael AJ (Fevereiro de 2014). «Acne in patients with skin of color: practical management». American Journal of Clinical Dermatology. 15 (1): 7–16. PMID 24190453. doi:10.1007/s40257-013-0049-1 
  25. a b Callender, VD; St Surin-Lord, S; Davis, EC; Maclin, M (Abril de 2011). «Postinflammatory hyperpigmentation: etiologic and therapeutic considerations». Am J Clin Dermatol. 12 (2): 87–99. PMID 21348540. doi:10.2165/11536930-000000000-00000 
  26. «Frequently Asked Questions: Acne». U.S. Department of Health and Human Services, Office of Public Health and Science, Office on Women's Health. 16 de julho de 2009. Consultado em 30 de julho de 2009. Arquivado do original em 9 de Agosto de 2009 
  27. a b c d e f g h i j Kong YL, Tey HL (Junho de 2013). «Treatment of acne vulgaris during pregnancy and lactation». Drugs. 73 (8): 779–87. PMID 23657872. doi:10.1007/s40265-013-0060-0 
  28. Hoeger, Peter H.; Alan D. Irvine; Albert C. Yan (2011). Chapter 79 Acne Harper's Textbook of Pediatric Dermatology 3rd ed. New Jersey: Wiley-Blackwell. ISBN 978-1-44-434536-0 
  29. Melnik, Bodo; Jansen, Thomas; Grabbe, Stephan (2007). «Abuse of anabolic-androgenic steroids and bodybuilding acne: An underestimated health problem». JDDG. 5 (2): 110–17. PMID 17274777. doi:10.1111/j.1610-0387.2007.06176.x 
  30. a b Holzmann R, Shakery K (Novembro de 2013). «Postadolescent acne in females». Skin pharmacology and physiology. 27 (Supplement 1): 3–8. PMID 24280643. doi:10.1159/000354887 
  31. Housman E, Reynolds RV (Novembro de 2014). «Polycystic ovary syndrome: A review for dermatologists: Part I. Diagnosis and manifestations». Journal of the American Academy of Dermatology. 71 (5): 847. PMID 25437977. doi:10.1016/j.jaad.2014.05.007 
  32. Bek-Thomsen, M.; Lomholt, H. B.; Kilian, M. (2008). «Acne is Not Associated with Yet-Uncultured Bacteria». Journal of Clinical Microbiology. 46 (10): 3355–60. PMC 2566126 . PMID 18716234. doi:10.1128/JCM.00799-08 
  33. a b Simonart T (Dezembro de 2013). «Immunotherapy for acne vulgaris: current status and future directions». American journal of clinical dermatology. 14 (6): 429-35. PMID 24019180. doi:10.1007/s40257-013-0042-8 
  34. Lomholt, Hans B.; Kilian, Mogens (2010). Bereswill, Stefan, ed. «Population Genetic Analysis of Propionibacterium acnes Identifies a Subpopulation and Epidemic Clones Associated with Acne». PLoS ONE. 5 (8): e12277. PMC 2924382 . PMID 20808860. doi:10.1371/journal.pone.0012277 
  35. a b c d Bhate K, Williams HC (Abril de 2014). «What's new in acne? An analysis of systematic reviews published in 2011-2012». Clinical and experimental dermatology. 39 (3): 273–7. PMID 24635060. doi:10.1111/ced.12270 
  36. Davidovici, Batya B.; Wolf, Ronni (2010). «The role of diet in acne: Facts and controversies». Clinics in Dermatology. 28 (1): 12–6. PMID 20082944. doi:10.1016/j.clindermatol.2009.03.010 
  37. Melnik, BC; John, SM; Plewig, G (Novembro de 2013). «Acne: risk indicator for increased body mass index and insulin resistance». Acta dermato-venereologica. 93 (6): 644–9. PMID 23975508. doi:10.2340/00015555-1677 
  38. a b Ferdowsian HR, Levin S (Março de 2010). «Does diet really affect acne?». Skin therapy letter. 15 (3): 1–2, 5. PMID 20361171 
  39. Melnik, Bodo C. (2011). «Evidence for Acne-Promoting Effects of Milk and Other Insulinotropic Dairy Products». Milk and Milk Products in Human Nutrition. Col: Nestlé Nutrition Institute Workshop Series: Pediatric Program. 67. [S.l.: s.n.] 131 páginas. ISBN 978-3-8055-9587-2. doi:10.1159/000325580 
  40. Melnik, Bodo C.; Schmitz, Gerd (2009). «Role of insulin, insulin-like growth factor-1, hyperglycaemic food and milk consumption in the pathogenesis of acne vulgaris». Experimental Dermatology. 18 (10): 833–41. PMID 19709092. doi:10.1111/j.1600-0625.2009.00924.x 
  41. Cordain L (Junho de 2005). «Implications for the Role of Diet in Acne». Seminars in Cutaneous Medicine and Surgery. 24 (2): 84–91. PMID 16092796. doi:10.1016/j.sder.2005.04.002 
  42. Brescoll, J; Daveluy, S (Fevereiro de 2015). «A review of vitamin B12 in dermatology.». American journal of clinical dermatology. 16 (1): 27–33. PMID 25559140. doi:10.1007/s40257-014-0107-3 
  43. Chiu A, Chon SY, Kimball AB (Julho de 2003). «The Response of Skin Disease to Stress». Archives of Dermatology. 139 (7): 897–900. PMID 12873885. doi:10.1001/archderm.139.7.897 
  44. «Questions and Answers about Acne». www.niams.nih.gov/. Maio de 2013. Consultado em 30 de janeiro de 2015 
  45. a b c Sieber, MA; Hegel, JK (Novembro de 2013). «Azelaic acid: Properties and mode of action». Skin Pharmacol Physiol. 27 (Supplement 1): 9–17. PMID 24280644. doi:10.1159/000354888 
  46. Simpson, Nicholas B.; Cunliffe, William J. (2004). «Disorders of the sebaceous glands». In: Burns, Tony; Breathnach, Stephen; Cox, Neil; Griffiths, Christopher. Rook's textbook of dermatology 7th ed. Malden, Mass.: Blackwell Science. pp. 43.1–75. ISBN 0-632-06429-3 
  47. Sc O'brien, Jb Lewis, Wj Cunliffe (1998). «The Leeds revised acne grading system». Journal of Dermatological Treatment. 9 (4): 215-220 
  48. Cook CH, Centner RL, Michaels SE (maio de 1979). «An acne grading method using photographic standards». Arch Dermatol. 115 (5): 571-5. PMID 156006 
  49. Pillsbury, Donald Marion, Charles L. Heaton (1980). A manual of dermatology. [S.l.]: WB Saunders Co 
  50. Archer CB, Cohen SN, Baron SE; British Association of Dermatologists and Royal College of General Practitioners (Maio de 2012). «Guidance on the diagnosis and clinical management of acne». Clinical and experimental dermatology. 37 (Supplement 1): 1–6. PMID 22486762. doi:10.1111/j.1365-2230.2012.04335.x 
  51. a b Ramos-e-Silva M, Carneiro SC (Março de 2009). «Acne vulgaris: Review and guidelines». Dermatology nursing/Dermatology Nurses' Association. 21 (2): 63–8; quiz 69. PMID 19507372 
  52. a b Simonart T (Dezembro de 2012). «Newer approaches to the treatment of acne vulgaris». America Journal of Clinical Dermatology. 13 (6): 357–64. PMID 22920095. doi:10.2165/11632500-000000000-00000 
  53. a b c d Sagransky, Matt; Yentzer, Brad A; Feldman, Steven R (2009). «Benzoyl peroxide: A review of its current use in the treatment of acne vulgaris». Expert Opinion on Pharmacotherapy. 10 (15): 2555–62. PMID 19761357. doi:10.1517/14656560903277228 
  54. a b Madan RK, Levitt J (Abril de 2014). «A review of toxicity from topical salicylic acid preparations». Journal of the American Academy of Dermatology. 70 (4): 788–92. PMID 24472429. doi:10.1016/j.jaad.2013.12.005 
  55. Well D (Outubro de 2013). «Acne vulgaris: A review of causes and treatment options». The Nurse practitioner. 38 (10): 22–31. PMID 24048347. doi:10.1097/01.NPR.0000434089.88606.70 
  56. Morelli, Vincent; Calmet, Erick; Jhingade, Varalakshmi (2010). «Alternative Therapies for Common Dermatologic Disorders, Part 2». Primary Care: Clinics in Office Practice. 37 (2): 285–96. PMID 20493337. doi:10.1016/j.pop.2010.02.005 
  57. «Azelaic Acid Topical». National Institutes Of Health. Consultado em 9 de setembro de 2013 
  58. a b Arowojolu, Ayodele O; Gallo, Maria F; Lopez, Laureen M; Grimes, David A (2012). Arowojolu, Ayodele O, ed. «Combined oral contraceptive pills for treatment of acne». Cochrane Database of Systematic Reviews. 7: CD004425. PMID 22786490. doi:10.1002/14651858.CD004425.pub6 
  59. a b Pugashetti, R; Shinkai, K (Julho de 2013). «Treatment of acne vulgaris in pregnant patients». Dermatol Ther. 26 (4): 302–11. PMID 23914887. doi:10.1111/dth.12077 
  60. Hamilton, F.L.; Car, J.; Lyons, C.; Car, M.; Layton, A.; Majeed, A. (2009). «Laser and other light therapies for the treatment of acne vulgaris: Systematic review». British Journal of Dermatology. 160 (6): 1273–85. PMID 19239470. doi:10.1111/j.1365-2133.2009.09047.x 
  61. Chapas, Anne M.; Brightman, Lori; Sukal, Sean; Hale, Elizabeth; Daniel, David; Bernstein, Leonard J.; Geronemus, Roy G. (2008). «Successful treatment of acneiform scarring with CO2 ablative fractional resurfacing». Lasers in Surgery and Medicine. 40 (6): 381–6. PMID 18649382. doi:10.1002/lsm.20659 
  62. Ong, MW; Bashir, SJ (Junho de 2012). «Fractional laser resurfacing for acne scars: a review». Br J Dermatol. 166 (6): 1160–9. PMID 22296284. doi:10.1111/j.1365-2133.2012.10870.x 
  63. Cao, Huijuan; Yang, Guoyan; Wang, Yuyi; Liu, Jian Ping; Smith, Caroline A; Luo, Hui; Liu, Yueming; Liu, Jian Ping (2015). «Complementary therapies for acne vulgaris». doi:10.1002/14651858.CD009436.pub2 
  64. Yarnell, Eric; Abascal, Kathy (2006). «Herbal Medicine for Acne Vulgaris». Alternative and Complementary Therapies. 12 (6): 303–9. doi:10.1089/act.2006.12.303 
  65. Costa, CS; Bagatin, E (2013). «Evidence on acne therapy». Revista paulista de medicina. 131 (3): 193–7. PMID 23903269 
  66. Pazyar, Nader; Yaghoobi, Reza; Bagherani, Nooshin; Kazerouni, Afshin (2013). «A review of applications of tea tree oil in dermatology». International Journal of Dermatology. 52 (7): 784–90. PMID 22998411. doi:10.1111/j.1365-4632.2012.05654.x 
  67. a b Vos, Theo; Flaxman (2012). «Years lived with disability (YLDs) for 1160 sequelae of 289 diseases and injuries 1990–2010: A systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010». The Lancet. 380 (9859): 2163–96. PMID 23245607. doi:10.1016/S0140-6736(12)61729-2 
  68. Shah, Sejal K.; Alexis, Andrew F. (2010). «Acne in skin of color: Practical approaches to treatment». Journal of Dermatological Treatment. 21 (3): 206–11. PMID 20132053. doi:10.3109/09546630903401496 
  69. Keri J, Shiman M (2009). «An update on the management of acne vulgaris». Clin Cosmet Investig Dermatol. 17 (2): 105–10. PMC 3047935 . PMID 21436973 
  70. Myra Michelle Eby, Michelle Eby Myra. Return to Beautiful Skin. [S.l.]: Basic Health Publications. p. 275 
  71. Semon HC (Maio de 1920). «The X-Ray Treatment of Acne Vulgaris». British Medical Journal (Review) (em inglês). 1 (3099). pp. 700–2. PMC 2337520 . PMID 20769902. doi:10.1136/bmj.1.3099.700 
  72. «Acne Vulgaris and X-Ray Treatment». New England Journal of Medicine. 219 (24). Dezembro de 1938. 971 páginas. doi:10.1056/NEJM193812152192414 
  73. «Tretinoin (retinoic acid) in acne». The Medical letter on drugs and therapeutics. 15 (1): 3. 1973. PMID 4265099 
  74. Jones, H (1980). «13-Cis Retinoic Acid and Acne». The Lancet. 316 (8203): 1048–9. PMID 6107678. doi:10.1016/S0140-6736(80)92273-4 
  75. Bérard, Anick; Azoulay, Laurent; Koren, Gideon; Blais, Lucie; Perreault, Sylvie; Oraichi, Driss (2007). «Isotretinoin, pregnancies, abortions and birth defects: A population-based perspective». British Journal of Clinical Pharmacology. 63 (2): 196–205. PMC 1859978 . PMID 17214828. doi:10.1111/j.1365-2125.2006.02837.x 
  76. Holmes, SC; Bankowska, U; MacKie, RM (1998). «The prescription of isotretinoin to women: Is every precaution taken?». British Journal of Dermatology. 138 (3): 450–55. PMID 9580798. doi:10.1046/j.1365-2133.1998.02123.x 
  77. a b Goodman G (Agosto de 2006). «Acne--natural history, facts and myths» (PDF). Australian Family Physician. 35 (8): 613–6. PMID 16894437 
  78. Brown MM, Chamlin SL, Smidt AC (Abril de 2013). «Quality of life in pediatric dermatology». Dermatologic Clinics. 31 (2): 211–21. PMID 23557650. doi:10.1016/j.det.2012.12.010 
  79. Farrar, M. D.; Howson, K. M.; Bojar, R. A.; West, D.; Towler, J. C.; Parry, J.; Pelton, K.; Holland, K. T. (2007). «Genome Sequence and Analysis of a Propionibacterium acnes Bacteriophage». Journal of Bacteriology. 189 (11): 4161–67. PMC 1913406 . PMID 17400737. doi:10.1128/JB.00106-07 
  80. Kao M, Huang CM. «Acne vaccines targeting Propionibacterium acnes». Giornale italiano di dermatologia e venerologia. 144 (6): 639-43. PMID 19907403 
  81. MacKenzie, D. (Setembro de 2011). «In development: a vaccine for acne». New Scientist. Consultado em 18 de maio de 2015 

Ligações externas editar

 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Acne