Amor, Plástico e Barulho

filme de 2015 dirigido por Renata Pinheiro

Amor, Plástico e Barulho é um filme de drama romântico brasileiro de 2015, dirigido por Renata Pinheiro e escrito pela diretora em parceria com Sérgio Oliveira. Estrelado por Maeve Jinkings e Nash Laila, o filme conta a história de duas cantoras do brega que se rivalizam em busca de uma carreira de sucesso em Recife.

Amor, Plástico e Barulho
Amor, Plástico e Barulho
Cartaz oficial do filme.
 Brasil
2015 •  cor •  90 min 
Gênero drama romântico
Direção Renata Pinheiro
Produção
  • Renata Pinheiro
  • Sérgio Oliveira
Produção executiva
  • Iván Granovsky
  • Letícia Friedrich
  • Lourenço Sant'Anna
Roteiro
  • Renata Pinheiro
  • Sérgio Oliveira
Elenco
Música
Cinematografia Fernando Lockett
Direção de arte
  • Thales Junqueira
  • Dani Vilela
Figurino Maria Esther de Albuquerque
Edição Eva Randolph
Companhia(s) produtora(s) Aroma Filmes
Distribuição Boulevard Filmes
Lançamento
  • 22 de janeiro de 2015 (2015-01-22) (Brasil)[1]
Idioma português
Receita R$ 31 232,71

Amor, Plástico e Barulho foi lançado nos cinemas do Brasil em 22 de janeiro de 2015 pela Boulevard Filmes.[1] O filme foi recebido com críticas mistas e positivas por parte dos críticos especializados. Em geral, as atuações das protagonistas (Maeve Jinkings e Nash Laila) foram elogiadas, e até premiadas. A direção de Pinheiro também recebeu elogios, sendo citada como uma "visão carinhosa e ao mesmo tempo crítica que lança sobre a cena brega". Entretanto, alguns pontos de edição do longa, como a inserção de imagens e reportagens de baixa qualidade entre as cenas, receberam críticas negativas por prejudicar o desenvolvimento da trama.[2] O filme teve uma breve distribuição comercial, gerando uma receita de R$ 31.232,71.[3]

O filme foi distribuído em diversos festivais de cinema, onde recebeu alguns prêmios. Na 46ª edição do Festival de Cinema de Brasília, o filme foi premiado com três Troféus Candango, incluindo os prêmios de Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante para Maeve Jinkings e Nash Laila, respectivamente.[4] No 21° Prêmio Guarani de Cinema, maior premiação da crítica de cinema do Brasil, o filme recebeu sete indicações, incluindo as categorias de Melhor Atriz para Maeve Jinkings, Melhor Atriz Coadjuvante para Nash Laila e Melhor Revelação para a cineasta Renata Pinheiro.[5]

Enredo editar

Shelly (Nash Laila) é uma jovem dançarina que sonha em se tornar cantora de Brega, um gênero musical romântico e sensualmente atraente, popular no nordeste brasileiro. Inserida em um mundo onde tudo é descartável, como sucesso, amor e relacionamentos humanos, Shelly vive uma trajetória difícil e tumultuada em direção ao desejo de ser famosa. Jaqueline (Maeve Jinkings), sua colega de banda, uma cantora decadente e experiente, é seu espelho. Seguindo os passos de Jaqueline ela pretende virar uma grande cantora de música Brega.[6]

Elenco editar

  • Maeve Jinkings como Jaqueline
  • Nash Laila como Shelly
  • Samuel Vieira como Allan
  • Leo Pyrata como DJ Perigo
  • Rodrigo García como Rubi
  • Paulo Michelotto como Amadeo
  • Jennyfer Caldas como Patrícia
  • Dedesso como Zinho
  • Everton Gomes como Nen
  • Rodrigo Riszla como apresentador de TV

Produção editar

O filme é o primeiro longa-metragem dirigido por Renata Pinheiro. As filmagens do filme ocorreram em 2012 com locações distribuídas na cidade de Recife. O filme é uma coprodução entre Brasil (Aro­ma Filmes), França (Neon Productions) e Argentina (Milk Wood). A produção do filme é assinada pela diretora e seu então marido, Sérgio Oliveira, o qual também colaborou na construção do roteiro. O filme contou com um orçamento de R$ 470 mil.[7]

Lançamento editar

Amor, Plástico e Barulho teve sua première oficial no Festival de Cinema de Brasília em 14 de setembro de 2013, onde foi elogiado e recebeu três prêmios do júri oficial. Sua estreia internacional ocorreu no Festival Indie Lisboa, em Portugal.[8] O filme foi lançado no Canadá no Brazilian Film Festival of Toronto, que ocorreu entre 16 e 19 de outubro de 2014 em Toronto, onde foi premiado como Melhor Longa-metragem de Ficção pelo júri oficial.[9] No Brasil, ainda foi selecionado para o Festival de Aruanda, na Paraíba, e para o Janela Internacional de Cinema do Recife, em Pernambuco.[8] Foi exibido no Tesape Encuentro del Audiovisual, no Paraguai.[8]

Recepção editar

Bilheteria editar

Segundo dados do Anuário Estatístico do Cinema Brasileiro de 2015, realizado pela Ancine, o filme foi distribuído em apenas 12 salas de cinema pelo Brasil, nas cidades de São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Fortaleza, Aracaju, Maceió, Recife e Belo Horizonte.[10] Amor, Plástico e Barulho registrou um público de cerca de 5.430 espectadores, gerando uma receita de R$ 31.232,71 e tornando-se o filme 50° filme brasileiro mais assistido nos cinemas em 2015.[3]

Resposta dos críticos editar

 
A performance de Maeve Jinkings como a cantora Jaqueline recebeu muitos elogios, rendendo uma indicação ao Prêmio Guarani de Melhor Atriz.

Amor, Plástico e Barulho obteve uma repercussão positiva entre os críticos de cinema do Brasil. No site agregador de resenhas AdoroCinema, o filme dispõe de uma média de 3,9 de 5 (     ) estrelas com base em 12 críticas publicadas na imprensa.[2] Lucas Salgado, escrevendo para o próprio AdoroCinema, avaliou o filme com 4 de 5 estrelas (     ), o que o classifica como "Muito Bom".[11] Para o crítico, o filme "não perde tempo se alongando e trata de dizer tudo aquilo que pretende. Trata-se de uma obra envolvente, intrigante e extremamente divertida. Pode-se debater se o filme está rindo com suas personagens ou de suas personagens, mas não parece ser o objetivo da diretora fazer piada do universo brega."[11]

Arthur Grieser, do website Cinema com Rapadura, deu ao filme uma nota 8 de 10 e ressaltou o trabalho da direção, escrevendo que "a diretora é extremamente feliz ao estabelecer com grande eficiência um belo contraste que permeia toda a película em seus quase 90 minutos de projeção; da felicidade de Shelly (Nash Laila) com todo o glamour daquele universo recém-descoberto, com a tristeza e a depressão de Jaqueline (Maeve Jinkings) ao vivenciar um arco descendente em sua carreira [...]".[12]

Júlio Cavani, para o jornal Diário de Pernambuco, escreveu: "Como nos contos de fadas, há um clima de sonho - só que nem tudo é necessariamente maravilhoso. O lado glamuroso do movimento cultural pernambucano contemporâneo aparece na tela e é valorizado, mas há espaço para o risco da decadência. No final, o que fica é a magia."[13] Luiz Zanin Oricchio, do Estado de S.Paulo, disse: "O filme de Renata Pinheiro ilustra, de maneira deslocada para o âmbito individual, a famosa frase de Marx, "Tudo que é sólido desmancha no ar" [...] Tudo é precário e provisório. Da fama e do posto conquistado, aos amores e sentimentos - tudo passa rápido e parece impossível de ser preservado.[11]

Sérgio Alpendre, do jornal Folha de S.Paulo, pontuou o trabalho das atrizes que encabeçam o elenco, dizendo que "Jinkings e Laila são duas atrizes da nova geração do cinema brasileiro, e aqui estão em momentos inspirados de suas carreiras. Acreditamos que elas são mesmo Jaqueline e Shelly, tamanha a entrega das duas."[14] Robledo Milani, crítico do website Papo de Cinema, disse: "O caráter descartável das coisas, das pessoas, dos sentimentos e das conquistas é o mote a ser revelado durante o desenrolar da ação de "Amor, Plástico e Barulho". As duas protagonistas lutam, assim como aqueles que as circundam, por melhores condições, por sucesso, por aclamação."[11]

Prêmios e indicações editar

Ano Associações Categoria Recipiente(s) Resultado Ref.
2013 Festival de Cinema de Brasília Melhor Atriz Maeve Jinkings Venceu [4]
Melhor Atriz Coadjuvante Nash Laila
Melhor Direção de Arte Dani Vilela
Festival de Aruanda do Audiovisual Brasileiro Melhor Filme Amor, Plástico e Barulho [8]
Melhor Atriz Maeve Jinkings
Janela Internacional de Cinema do Recife Melhor Atriz (menção honrosa)
Melhor Montagem Eva Randolph
2014 Mostra Filmes Livre Melhor Filme Amor, Plástico e Barulho
Festival de Cinema de Triunfo Melhor Atriz Nash Laila
Melhor Fotografia Fernando Lockett
Brazilian Film Festival of Toronto Melhor Filme Amor, Plástico e Barulho [9]
Melhor Direção Renata Pinheiro
2016 Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro Melhor Atriz Maeve Jinkings Indicado [5]
Melhor Atriz Coadjuvante Nash Laila
Melhor Música DJ Dolores e Yuri Queiroga
Melhor Figurino Catarina Jacobsen
Melhor Direção de Arte Thales Junqueira e Dani Vilela
Melhor Maquiagem Donna Meirelles
Melhor Revelação Renata Pinheiro

Referências

  1. a b Stefanel, Xandra (22 de janeiro de 2015). «'Amor, Plástico e Barulho' escancara o universo da música brega». Rede Brasil Atual. Consultado em 23 de setembro de 2022 
  2. a b AdoroCinema. «Amor, Plástico e Barulho: as críticas imprensa». Consultado em 30 de agosto de 2022 
  3. a b «Cinema | Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual». oca.ancine.gov.br. Consultado em 29 de agosto de 2022 
  4. a b Redação (25 de setembro de 2013). «Festival de Brasília 2013: Vencedores». Cenas de Cinema. Consultado em 30 de agosto de 2022 
  5. a b «21º Prêmio Guarani :: Indicados de 2015». Consultado em 15 de outubro de 2021 
  6. AdoroCinema. «Amor, Plástico e Barulho». Consultado em 30 de agosto de 2022 
  7. André Dib. «amor-plastico-e-barulho». Cinerama. Consultado em 30 de agosto de 2022 
  8. a b c d «Amor, Plástico e Barulho – Revista de Cinema». Consultado em 30 de agosto de 2022 
  9. a b «Aqui Acontece». Aqui Acontece. Consultado em 30 de agosto de 2022 
  10. «Amor, Plástico e Barulho em cartaz nos cinemas | Academia Internacional de Cinema (AIC)». 5 de fevereiro de 2015. Consultado em 30 de agosto de 2022 
  11. a b c d AdoroCinema. «Amor, Plástico e Barulho: Críticas AdoroCinema». Consultado em 30 de agosto de 2022 
  12. Grieser, Arthur. «Amor, Plástico e Barulho (2013): os altos e baixos da vida». Cinema com Rapadura. Consultado em 29 de agosto de 2022 
  13. «Filme emAmor, plástico e barulho/em retrata o mundo encantado do brega». www.diariodepernambuco.com.br. Consultado em 29 de agosto de 2022 
  14. «Crítica: Jovens atrizes estão inspiradas em 'Amor, Plástico e Barulho' - 22/01/2015 - Ilustrada - Folha de S.Paulo». m.folha.uol.com.br. Consultado em 30 de agosto de 2022 

Ligações externas editar