Antropogênese

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Antropogênese (português brasileiro) ou antropogénese (português europeu) [1][2] refere-se ao surgimento e evolução do homem. Em muitos contextos o termo é sinônimo de antropogenia,[3] que se refere ao estudo da ontogenia e filogenia humanas.

Já foram propostas diversas teorias que tentam explicar a origem do homem, tanto no contexto científico, quanto por parte das religiões e na mitologia. As primeiras tentativas do homem de explicar a origem do homem foram os mitos. A mitologia grega, por exemplo, diz que Epimeteu foi encarregado de criar os homens, mas os fez do barro, imperfeitos e sem vida. Então, seu irmão Prometeu, por compaixão aos homens, roubou o fogo de Vulcano e deu-o aos homens para que estes tivessem vida. Zeus puniu Prometeu pelo roubo, condenando-o a ficar acorrentado no Cáucaso, onde uma águia bicaria todos os dias o seu fígado, que regenerava-se.

Perspectiva científica Editar

 Ver artigos principais: Evolução humana e Teoria da evolução

A ciência atual aceita a teoria da evolução, na qual o ser humano tem um ancestral comum com os primatas superiores, tendo se adaptado a hábitos terrícolas por bipedismo primário e desenvolvido um cérebro mais complexo. Segundo os cientistas, a separação entre os ancestrais dos humanos e dos chimpanzés - os parentes vivos mais próximos - teria ocorrido há cerca de 5 milhões de anos.

Perspectiva judaico-cristã Editar

Na Bíblia, o livro do Gênesis narra a criação de Adão por Deus a partir do barro. Então o homem pecou, seguindo o conselho da serpente tentadora, e comendo da árvore proibida, foi expulso do paraíso pelo Senhor Deus. Assim começa a vida terrena do homem. Hoje, muitos teólogos consideram esta narrativa alegórica, abandonando seu sentido literal, tendo o próprio papa João Paulo II expressado que há compatibilidade entre a evolução e a fé católica. Ainda assim, existem setores fundamentalistas (mesmo dentro dos católicos) que crêem na interpretação literal do gênesis, ou de outros livros e mitologias religiosas diversas.

Segundo a cabala, a tradição esotérica e mística do judaísmo, a criação do mundo e do Homem deu-se por emanações de um princípio chamado de Ain Soph. Estas emanações são chamadas de Sefirot, em número de dez, e o seu conjunto forma a árvore da vida, que representa esotericamente o Homem Arquetípico, Homem Primordial, Adam Kadmon. O mundo material é representado na árvore da vida por sua base, que é associada a Adonai (ver Tetragrammaton).

Na teosofia Editar

Na teosofia, filosofia esotérica fundada por Helena Petrovna Blavatsky e outros, rejeita-se a descendência dos primatas em favor de uma origem da humanidade poligenética e astral. Esta teoria tem suas raízes na filosofia oriental, particularmente o hinduísmo e o budismo e influenciou as chamadas ciências ocultas.

Segundo Blavatsky, em seu livro A Doutrina Secreta (de 1888), a origem e evolução do homem é descrita em pergaminhos muito antigos, chamados de Estâncias de Dzyan, os quais ela teria tido acesso e teria estudado. Segundo esta teoria, o Homem físico surgiu há 18 milhões de anos a partir de seu molde astral, formando-se então a raça que ela chama Atlante. Para Blavatsky os primatas superiores são antigas raças humanas que se degeneraram, e daí se explica as semelhanças fisiológicas entre ambos.

Blavatsky não nega a teoria da evolução, porém não acredita que uma força "cega e sem objetivo" possa ter criado o homem. Para ela, a criação do homem foi guiada pelas hierarquias divinas a partir de um plano.

Referências

  1. «antropogênese». Dicionário Caldas Aulete da Língua Portuguesa. aulete.uol.com.br 
  2. «antropogénese». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
  3. «antropogenia». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia 
 
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