Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro

organização militar no Rio de Janeiro

O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) é uma Organização Militar (OM) da Marinha do Brasil. Localiza-se na Ilha das Cobras, no interior da baía de Guanabara, na cidade do Rio de Janeiro.

Vista da Ilha das Cobras com o complexo do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. Ao fundo vê-se a Ponte Rio-Niterói.

Principal centro de manutenção da Marinha do Brasil, destaca-se pela excelência das suas atividades técnicas e industriais, envolvendo o projeto, construção e manutenção dos meios navais, não apenas da Armada Brasileira, mas também de embarcações de nações amigas.

Desde os seus primórdios, o AMRJ sempre se notabilizou pela construção naval tanto por razões estratégicas (domínio de tecnologias, buscando a diminuição da dependência externa), quanto econômicas, buscando a nacionalização de componentes e o incentivo à indústria nacional.

Além do AMRJ, a Marinha do Brasil conta com bases navais, que atuam em apoio aos Distritos Navais, aos navios em trânsito ou em áreas técnicas específicas. Entre elas destacam-se a Base Naval de Aratu, a Base Naval de Val-de-Cães e a Base Fluvial de Ladário.

História editar

 
Arsenal de Marinha com a cidade do Rio de Janeiro ao fundo.

A instituição remonta à instalação do Arsenal do Rio de Janeiro, no sopé do morro de São Bento. Criado em 29 de dezembro de 1763 pelo Vice-rei Antônio Álvares da Cunha, 1° conde da Cunha, tinha o fim de reparar os navios da Marinha de Portugal. À época, acontecia a transferência da capital da Colônia, de Salvador para o Rio de Janeiro, entre outras razões, para a melhor proteção do ouro que provinha das Minas Gerais pela Estrada Real.

Com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil em 1808, o Arsenal passou a ser designado como Arsenal Real da Marinha ou simplesmente como Arsenal da Corte. A partir de 1820, as suas dependências começaram a se expandir para a ilha das Cobras.

Após a Independência do Brasil, diante da necessidade de organizar e operar uma marinha nacional, as atividades do Arsenal tornaram-se prioritárias. Nesta fase, passou a se denominar Arsenal Imperial da Marinha, melhor conhecido como Arsenal de Marinha da Corte.[1]

O século XIX assistiu a passagem da navegação à vela para a navegação a vapor, inicialmente com as embarcações com caixas de rodas de pás, posteriormente com as embarcações a hélice. Durante a chamada Era Mauá, foram construídas embarcações nos estaleiros da Ponta da Areia, em Niterói. Posteriormente, com a eclosão da Guerra da Tríplice Aliança, embarcações para a Armada Brasileira foram construídas em estaleiros na Inglaterra e também no AMRJ. Ao final do conflito, o Brasil tinha a Armada mais poderosa do Atlântico Sul, e o AMRJ um valioso e experiente corpo de engenheiros navais, que propiciava ao país a capacidade de projetar e construir os seus próprios navios.

Em 1938 passavam a co-existir dois Arsenais: o Arsenal de Marinha das Ilha das Cobras (AMIC) e o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ). A partir de 1948, apenas o Arsenal localizado na Ilha das Cobras subsistiu, assumindo a designação de Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.

Principais realizações editar

 
NDCC Mattoso Maia (G-28) atracado no AMRJ.

Entre a construção de unidades de superfície e de submarinos, e a atividade de manutenção dos Sistemas de Propulsão Naval, Geração de Energia, Estrutura Naval e de Controle de Avarias dos meios navais, o AMRJ tem a sua capacidade reconhecida no Brasil e no exterior. Empregando alta tecnologia, profissionalismo e criatividade, além das inúmeras tarefas diárias, nos últimos anos, o AMRJ enfrentou e superou, com sucesso, os seguintes desafios:

O AMRJ foi homenageado pelo Instituto Panamericano de Engenharia Naval por sua Contribuição para o desenvolvimento da Engenharia Naval nas Américas, no biênio 2002-2003, durante Congresso realizado em Havana, Cuba. O feito repetiu-se no biênio 2004-2005, no Congresso realizado em Guaiaquil, no Equador.

Embarcações construídas no AMRJ editar

 
Corveta Barroso em fase final de construção no AMRJ.

Ver também editar

Referências

  1. «Arsenal de Marinha da Corte». mapa.an.gov.br. Consultado em 5 de junho de 2021 
  2. a b c «Arsenal Real da Marinha». mapa.an.gov.br. Consultado em 2 de janeiro de 2022 
  3. «AMRJ concluirá a construção dos navios-patrulha Maracanã e Mangaratiba». Poder Naval - Navios de Guerra, Marinhas de Guerra, Aviação Naval, Indústria Naval e Estratégia Marítima. 30 de agosto de 2019. Consultado em 2 de janeiro de 2022 

Ligações externas editar