Kabocha
Kabocha (pronúncia em português: [kɐˈbɔtʃɐ]; do japonês カボチャ, 南瓜), Danhobak (coreano 단호박), Fak Thong (tailandês ฟักทอง para "abóbora dourada") é uma variedade asiática da espécie Cucurbita maxima (abóbora-menina). No Brasil, esta variedade de abóbora é conhecida como Cabotiá, ou Abóbora Japonesa.
Em algumas culturas ele é reverenciado como um afrodisíaco.[1] Algumas variedades do kabocha incluem: Ajihei, Ajihei No. 107, Ajihei No. 331, Ajihei No. 335, Cutie, Ebisu, Emiguri, e Miyako.
Atualmente, muitos dos kabochas vendidos nos mercados são do tipo Kuri Kabocha, que foi criado com base no Seiyo kabocha. Ele é popular por seu forte mas doce sabor e textura úmida e macia, que se parece com castanhas.
Características
editarO kabocha é duro, tem uma pele nodosa, e tem uma casca verde fosco com algumas faixas branqueadas e uma cor amarelo-alaranjada dentro. Em muitos aspectos, ela é semelhante a uma Cucurbita maxima, mas sem o copo característico na ponta da flor. Ela é um membro da espécie Cucurbita maxima, junto com a Hubbard.
Um kabocha médio pesade 900 g a 1,35 kg mas pode chegar até a 3,6 kg.[2]
Ele tem um sabor naturalmente doce e é semelhante em textura e sabor a uma combinação de abóbora e batata-doce. Alguns podem achar parecido com a batata russet. Como outros membros da família das abóboras, ele é geralmente misturado em acompanhamento e sopas ou no lugar de abóbora ou batata.
No Japão, ele é um ingrediente comum do tempura de vegetais e pode ser usado em sopas. O Fak Thong (tailandês: ฟักทอง) é usado em pratos principais e sobremesas tradicionais tailandesas. Esta abóbora é usada na sopa jamaicana de pé de frango. Danhobak (coreano: 단호박) é geralmente usado em um mingau tradicional chamado Hobakjuk (호박죽), que é feito principalmente durante o outono e inverno. O hobakjuk no ocidente contém geralmente abóbora.
O kabocha está disponível todo o ano mas é melhor consumido no final do verão e início do outono.
Ele é principalmente cultivado no Japão, Coreia do Sul, Tailândia, Califórnia, Flórida, Colorado, México, Tasmânia, Tonga, Nova Zelândia, Chile, Jamaica e África do Sul, mas é amplamente adaptado para climas que oferecem uma temporada de crescimento de 100 dias ou mais. A maior parte das plantações da Califórnia, Colorado, Tonga e Nova Zelândia são exportadas para o Japão.
Nutrição
editarEle é rico em betacaroteno, com ferro, vitamina C, potássio, e alguns traços de cálcio, ácido fólico e vitamina B.[3]
Amadurecimento
editarQuando o kabocha é colhido ele ainda está em crescimento. Portanto, ao contrário de outros vegetais e frutas, a frescura não é tão importante. Ele deve ser primeiro completamente maturado a fim de se tornar saboroso. Primeiro, o kabocha é amadurecido em um local morno (25 °C) por 13 dias, durante o qual parte do amido converte-se em açúcar. Então, ele é transferido para um local frio (10 °C) e guardado por cerca de um mês a fim de aumentar os seus carboidratos. Desta forma, o recém-colhido e seco kabocha é transformado em um kabocha doce e macio. Completamente amadurecido, o kabocha terá um recheio amarelo-avermelhado e uma casca dura com uma haste seca. Ele atinge o pico de amadurecimento cerca de 1,5-3 meses após ser colhido.[4]
História
editarAcreditava-se que todas as abóboras foram domesticadas na Mesoamérica. Em 1997, foi relatado que uma nova evidência sugere que isto ocorreu de 8 mil a 10 mil anos atrás, alguns milhares de anos antes do que se estimava anteriormente.[5] Além disso, isto seria 4 mil anos antes da domesticação do milho e do feijão, outros grandes grupos de plantas.[6] Pesquisas arqueológicas e de genética de plantas no século XXI sugerem que os povos do Nordeste americano domesticaram independentemente a abóbora, girassol e duas outras espécies de plantas.[7]
Os marinheiros portugueses introduziram o kabocha no Japão em 1541, trazendo-os do Camboja. O nome em português para a abóbora, Cambodia abóbora (カンボジャ・アボボラ), foi abreviado para o japonês como kabocha. Alguns dialetos japoneses usam abreviações da segunda metade do nome, como bōbura (ぼうぶら) ou bōbora (ボーボラ).
O kabocha é escrito em kanji como 南瓜 (melão do sul) e é ocasionalmente chamado de 南京瓜 (melão de Nanking).
Produção no Brasil
editarEm 2017, foram comercializadas 33.176 toneladas de abóbora na CEAGESP, sendo 56,6% de abóbora japonesa, 24% de abóbora moranga, 12% de abóbora seca, 6,75% de abóbora paulistinha e 0,4% de abóbora d’água. No entreposto da capital paulista, a abóbora é o 28º produto mais comercializado, tendo como principais estados produtores: São Paulo (53,6%), Paraná (26%) e Minas Gerais (12,7%).[8]
Galeria
editarReferências
- ↑ Referências afrodisíacas
- ↑ kabocha squash Definition in the Food Dictionary at Epicurious.com
- ↑ Kabocha, By Setsuko Yoshizuka, About.com, Wayback Machine
- ↑ "Kabocha (Japanese Pumpkin) A Flavor of the Earth" Gochiso Web Magazine, 2006, p. 8
- ↑ Wade Roush, "Archaeobiology: Squash Seeds Yield New View of Early American Farming", Science Magazine, 9 de maio de 1997:Vol. 276, no.5314, pp. 894-895 DOI: 10.1126/science.276.5314.894
- ↑ Bruce D. Smith, "The Initial Domestication of Cucurbita pepo in the Americas 10,000 Years Ago", Science Magazine, 9 de maio de 1997:Vol. 276 no. 5314 pp. 932-934,DOI: 10.1126/science.276.5314.932
- ↑ Bruce D. Smith, "Eastern North America as an independent center of plant domestication", Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), Published online before print 7 August 2006, doi: 10.1073/pnas.0604335103 PNAS 15 de agosto de 2006; vol. 103, no. 33, pp. 12223-12228
- ↑ CEAGESP. «Guia da Ceagesp - Abóbora d'água». Consultado em 27 de abril de 2022
Notas
editar- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Kabocha», especificamente desta versão.