"Creep" é uma canção do grupo feminino estadunidense TLC, contida em seu segundo álbum de estúdio CrazySexyCool (1994). Foi composta e produzida por Dallas Austin, que também serviu como produtor executivo juntamente com Antonio "L.A." Reid e Perri "Pebbles" Reid. Colaborador de longa data do grupo e amigo de adolescência da integrante Tionne "T-Boz" Watkins, Austin escreveu a faixa a partir de uma perspectiva feminina inspirado em uma experiência pessoal compartilhada por ela, que vivenciou um problema em seu relacionamento. A composição criou um novo método de composição para ele e foi apreciada pelo trio, por encaixar-se na imagem de feministas que elas passavam; a integrante Lisa "Left Eye" Lopes, no entanto, opôs-se fortemente à faixa, discordando de sua mensagem. Esta foi uma das diversas faixas do disco a não conter os vocais de Lopes, que estava na reabilitação em virtude do incidente com seu então namorado, o jogador de futebol americano Andre Rison.

"Creep"
Single de TLC
do álbum CrazySexyCool
Lançamento 31 de outubro de 1994 (1994-10-31)
Formato(s) CD single, fita cassete, maxi single, mini CD, vinil
Gravação 1994
Estúdio(s) DARP Studios
(Atlanta, Geórgia)
Gênero(s) R&B contemporâneo
Duração 4:29
Gravadora(s) LaFace
Composição Dallas Austin
Produção Dallas Austin (também exec.);
Antonio "L.A." Reid, Perri "Pebbles" Reid (produtores executivos)
Cronologia de singles de TLC
"Sleigh Ride"
(1993)
"Red Light Special"
(1995)
Lista de faixas de CrazySexyCool
"Intro-lude"
(1)
"Kick Your Game"
(3)

Gravada em 1994 nos DARP Studios em Atlanta, Geórgia, "Creep" foi lançada em 31 de outubro de 1994 como o single inicial de CrazySexyCool, através da LaFace Records; diversos remixes foram incluídos nos diferentes formatos disponibilizados, incluindo um apresentando raps de Lopes comentando as consequências de uma traição. Com o sucesso obtido pela faixa de trabalho posterior "Waterfalls", em 1995, a obra foi relançada no Reino Unido e na Europa com o título de "Creep '96". Em termos musicais, é uma canção derivada do R&B contemporâneo com influências de funk, jazz e boom bap, sendo um notável afastamento da estreia do grupo, maioritariamente trabalhada com o new jack swing, contendo o uso de demonstrações de "Hey Young World", de Slick Rick, e "Who the Cap Fits", de Shinehead. Liricamente, retrata o fato de uma mulher que, ao descobrir que seu parceiro a trai, ela faz o mesmo, para receber atenção no relacionamento.

"Creep" foi aclamada por críticos musicais, que elogiaram a mudança e a nova direção musical das TLC, seus vocais e a produção, com alguns comparando-a com trabalhos de Prince. Constou em diversas listas reconhecendo as melhores músicas da década de 1990, tanto geral quanto do gênero R&B, e rendeu às TLC seu primeiro Grammy Award, na categoria de Best R&B Performance by a Duo or Group with Vocals. Obteve um bom desempenho comercialmente, alcançando as vinte primeiras posições na Austrália, Escócia, Nova Zelândia e Reino Unido. Nos Estados Unidos, marcou o primeiro número um do grupo na Billboard Hot 100, onde liderou por quatro semanas consecutivas e tornou-se a terceira de maior sucesso em 1995; foi a oitava mais vendida naquele ano e recebeu uma certificação de platina pela Recording Industry Association of America (RIAA).

O vídeo musical correspondente foi dirigido por Matthew Rolston e lançado em outubro de 1994 na MTV, sendo incluído em produtos posteriores das TLC. O grupo filmou e descartou outros dois vídeos — um deles lançado anos depois na Internet — até contatarem Rolston, inspiradas por seu trabalho com o Salt-N-Pepa; o produto final é tido como um dos vídeos pop mais icônicos de todos os tempos, por sua coreografia e pelos pijamas de seda utilizados pelas cantoras, que ajudaram também a criar um novo conceito de moda e inspiraram trabalhos posteriores. As TLC cantaram "Creep" em uma série de eventos, como o programa humorístico Saturday Night Live e os MTV Video Music Awards de 1995, cantando-a em várias turnês desde então. Reconhecida como uma das canções assinatura das TLC, a faixa foi notada por marcar uma virada na carreira do grupo e influenciar contemporâneos como Aaliyah e Destiny's Child, através de seu tema de empoderamento feminino, que colocou a mulher como a protagonista e o homem como o objeto da relação, algo incomum na época; foi regravada e utilizada como interpolação por diversos artistas, como Nick Carter e Zendaya, fazendo também parte de filmes, séries e vídeo games.

Antecedentes e desenvolvimento editar

 
"Creep" foi inspirada pela experiência da integrante Tionne "T-Boz" Watkins (imagem), que passou por problemas relacionados à falta de atenção em seu relacionamento.

Após concluírem os trabalhos com seu álbum de estreia Ooooooohhh... On the TLC Tip (1992), recebido com análises positivas e sucesso comercial, as TLC começaram as sessões de gravação se seu segundo álbum CrazySexyCool no final de 1993, estendendo-as até setembro de 1994.[1] Elas trabalharam com diversos colaboradores de seu debute, como Babyface, Jermaine Dupri e Dallas Austin, sendo introduzidas também a novos produtores como Organized Noize e Sean "Puffy" Combs.[1][2] Uma das faixas do disco, "Creep", foi baseada nas experiências pessoais da integrante Tionne "T-Boz" Watkins; ela compartilhou o fato com Austin, seu amigo de longa data para quem havia contado diversas histórias desde a adolescência.[3] Ela lembrou:

Inspirado pelo ocorrido com Watkins, Austin escreveu "Creep" a partir de uma perspectiva feminina, e achou que Watkins seria a voz principal perfeita.[6][5][4] Esta experiência ajudou a criar "um novo molde" de composição para ele, por tratar de "coisas que os homens não sabiam que as mulheres faziam".[7] O "ponto de vista feminino" na faixa foi apreciado pelo trio, uma vez que como grupo, elas sempre se retrataram como feministas, e a canção reflete essa perspectiva.[8][9] Entretanto, conforme revelado no filme biográfico do VH1 CrazySexyCool: the TLC Story (2013), a faixa também foi aparentemente inspirada pela infidelidade de Austin à sua então namorada, a integrante Rozonda "Chilli" Thomas.[8] Questionado se haviam se inspirado na faixa de mesmo nome da banda Radiohead, lançada em 1992, o grupo negou.[10] Andy Greene, da Rolling Stone, apontou que as TLC usaram o termo "creep" numa direção diferente em relação aos singles do Radiohead ou dos Stone Temple Pilots, já que elas falam sobre se vingar de um rapaz infiel o traindo.[11] A ideia, porém foi considerada um tanto controversa.[9] Segundo Thomas, o tema não surgiu como um tema para elas, declarando: "Acho que quando estreamos foi muito ousado da nossa parte ter uma música chamada 'Ain't 2 Proud 2 Beg' com [as letras] 'Duas polegadas ou uma jarda, está endurecendo ou sucedendo'". As pessoas entenderam totalmente que tipo de grupo nós éramos. Cantar uma música como 'Creep' não seria surpresa para nós".[9]

Apesar disso, a integrante Lisa "Left Eye" Lopes se opôs à canção; ela ameaçou usar fita preta na boca no vídeo musical, por discordar da mensagem da faixa e sua escolha de single inicial de CrazySexyCool, parcialmente devido ao histórico de grupo de defender o sexo seguro.[12][13] Ela compartilhou: "Eu fiquei totalmente, 100% contra 'Creep'. Eu não apoiei trair seu homem, sabe, para mim, é [melhor] ser fiel. Acredite, eu lutei contra esse single ser lançado. Sabe, eu fiquei tipo, 'Se uma mulher pegar o homem dela a traindo', isso na minha opinião, 'ao invés de dizer para ela trair de volta, por que não dizemos para ela abandoná-lo?'".[14] No final, Lopes eventualmente concordou, declarando: "Se algumas pessoas podem trair e, em suas mentes, podem se sentir melhor fazendo a mesma coisa (...) ótimo. Eu só não sou uma dessas pessoas".[12][15] Ela, em vez disso, acrescentou um rap novo em alguns remixes da música, falando sobre as consequências de uma traição.[16][17] Thomas, por outro lado, apontou que a canção e a coreografia do vídeo eram "legais" o suficiente para distrair as pessoas do conteúdo lírico da obra e "simplesmente cantar junto".[9] Em 2014, para o MySpace, a vocalista disse: "Até mesmo 'Creep' — não que nós traímos, mas se fizéssemos isso, [era uma canção] para uma mulher que faria isso. Eu digo, 'Apenas o deixe, mas se você não está pronta para simplesmente sair no momento, então acho que nós lhe dizemos como [rastejar]'. Nós estávamos muito felizes e ainda estamos muito felizes em sermos as vozes para tantas mulheres em tantas situações diferentes em suas vidas".[18]

Lançamento e remixes editar

Watkins disse que L.A. Reid, co-fundador da LaFace Records, "surtou" quando ouviu "Creep" pela primeira vez.[4] Eventualmente, apesar da reprovação de Lopez, ficou decidido que a faixa serviria como o primeiro single de CrazySexyCool, sendo lançada em 31 de outubro de 1994 nos formatos de CD single, maxi single e fita cassete.[14][19][20][21] A capa do single, fotografada por Dah Len, com direção artística de Christopher Stern e criativa de Davett Singletary, apresenta as três jovens olhando diretamente para a câmera, com a imagem apresentando um fundo escuro.[16]

Diversos produtores colaboraram com seus próprios remixes para acompanhar a distribuição dos vários lançamentos do single, incluindo Austin com o DARP Mix, Jermaine Dupri — um parceiro próximo do grupo e que expressou apreço pela canção e o talento de Austin — em conjunto com Shannon Houchins para o Jermaine's Jeep Mix e sua versão à capela, e a dupla Untouchables, formada pelo DJ Eddie F e Kenny "Love" Tongs, que criou as edições Untouchables Mix e Super Smooth Mix.[22][6][19][20] As vertentes de Austin e dos Untouchables apresentam um rap inédito de Lopez;[16] Nate Jones, da revista People, comentou que a composição da integrante nos remixes serviu como outro lembrete do compromisso do grupo em abordar temas sociais "perfeitamente", destacando o verso "O HIV pré-natal está frequentemente dormindo num berço rastejante".[17]

Com o sucesso global de "Waterfalls" e a ascensão do grupo na Europa e no Reino Unido em 1995, "Creep" foi relançada nesses territórios (ou, em alguns, lançada pela primeira vez) sob o título de "Creep '96" em 13 de janeiro de 1996 contendo uma nova capa, e variações apresentando a versão original acompanhada por produções de Dupri, Maxx, Tin Tin Out e a versão do single de "Waterfalls" — substituída por seu DARP Mix nos vinis.[23][24][25] Separadamente, em território britânico, a faixa constou como lado B de "No Scrubs" em 1999.[26] Internacionalmente, constou no alinhamento de diversas coletâneas das TLC, como Now & Forever: The Hits (2003), The Very Best of TLC: CrazySexyHits (2006) e 20 (2013).[27][28][29] Para o lançamento japonês TLC 20: 20th Anniversary Hits, de 2013, Watkins e Thomas regravaram "Creep" e diversas outras canções para celebrar os vinte anos do grupo na indústria.[30]

Gravação e composição editar

"Creep" foi composta e produzida por Dallas Austin e gravada nos DARP Studios em Atlanta, Geórgia, de sua propriedade, encarregando-se também da instrumentação.[2] O processo de gravação foi coordenado por Alvin Speights e Leslie Brathwaite,[2] que utilizaram o console SSL 6056E/G e o deck de rolo Otari MTR-100,[31] contando com a assistência de Carl Glover e Brian Smith.[2] A mixagem ficou a cargo de Speights e foi realizada nos DARP Studios,[2] usando o SSL 4056G e o deck de rolo Studer A827.[31] Em ambos os processos, foi feito o uso do auto-falante Custom TAD e da master tape 3M 996.[31] Sol Messiah realizou scratchings, Rick Sheppard trabalhou com o MIDI e a sonoplastia e vocais de apoio foram fornecidos por Debra Killings, enquanto a masterização foi realizada por Herb Powers e Chris Gehringer no The Hit Factory em Nova Iorque.[2] L.A. Reid, Babyface e Perry Reid serviram como produtores executivos da faixa.[16][32] "Creep" é uma das diversas canções de CrazySexyCool a não ter a participação de Lopes, devido a problemas em sua vida pessoal. Em junho de 1994, durante o período das gravações, ela ateou fogo na mansão de Andre Rison, jogador de futebol americano e seu então namorado. Inicialmente, a pena para o ocorrido foi de cinco anos de prisão e terapia, mas ao se declarar culpada, a pena de Lopes foi reduzida à entrada na reabilitação por alcoolismo. A clínica só a liberou para apenas algumas sessões de gravação, forçando-a a gravar poucos versos que seriam incluídos no álbum e a ter menos participação no processo criativo.[13][33]

Em termos musicais, "Creep" é uma canção de R&B contemporâneo influenciada por diversos outros gêneros, como funk, jazz e boom bap, sendo um notável afastamento e um novo som distinto para o grupo, uma vez que a maioria dos trabalhos de seu álbum de estreia eram derivados do new jack swing.[34][35][13][4] Semelhante ao primeiro disco, a canção possui demonstrações de hip hop — nomeadamente "Hey Young World", de Slick Rick, "Who the Cap Fits", de Shinehead —, uma batida pesada e conteúdo lírico que "discute sexo francamente" com uma "sensualidade divertida" e "agressão das ruas".[2][32][13][36] Desta vez, no entanto, elas interpretam as letras "com uma atitude empoderada e eroticismo similar ao de Prince", como observado por Bernadette McNutty, do The Telegraph.[37] Sua produção é construída com um groove profundo e contagiante, uso de trechos de trompete de "tarde da noite", guitarra funk silenciosamente agitada e sons de scratch, elementos que se aliam ao refrão vocal subversivamente pop e acentuam os ganchos "furtivos" da música.[38][39][40][36] Michael Arceneaux, da Complex, considerou "Creep" uma faixa mais "obscura, melosa e bem mais jazz" do que qualquer uma das anteriormente lançadas pelo trio, o que se encaixou perfeitamente à voz alto de Watkins.[41]

De acordo com a partitura publicada no Musicnotes.com pela EMI Music Publishing, "Creep" foi composta no tom de dó menor e está definida na assinatura de tempo comum, possuindo um ritmo moderado de 96 batidas por minuto.[42] Ela segue a forma tradicional de verso-refrão, com os vocais de Watkins e Thomas abrangendo-se entre as notas de 4 e 5, e tendo uma sequência básica formada pelas notas fá menor7, mi bemol7 e dó menor7 constituindo sua progressão harmônica.[42] Watkins abre a faixa se apresentando com uma voz rouca e realiza harmonizações vocais antes de iniciar a primeira estrofe da canção.[13] Na primeira estrofe, a cantora conta os "vinte e dois dias de solidão" de seu relacionamento e expressa como ainda ama seu namorado, mesmo reconhecendo que ele a trai.[13][10] Na ponte, ela usa um registro mais baixo para interpretar de forma "não cantada" as passagens "Eu nunca o decepcionarei, embora eu traia / É só porque eu preciso de carinho'"; da mesma forma, no refrão ela canta com vocais baixo "Então eu rastejo / E mantenho na discrição", como se estivesse "confessando para algumas poucas pessoas".[9][13][10]

Iniciando a segunda estrofe, Watkins conta novamente os dias de solidão — desta vez vinte e três — e ainda descreve o amor por seu companheiro apesar dos sinais de um romance acabado.[13] Depois de cantar o refrão novamente, Thomas se junta para revelar "docemente" o motivo da traição: ela trai porque precisa de atenção do seu parceiro.[13][10] Watkins termina a faixa com as linhas "Eu rastejo porque eu preciso de atenção / Eu não brinco com a minha afeição", ao passo em que o som some com a batida pesada e as demonstrações de trompete.[13][36] Larry Flick, da Billboard, escreveu que os vocais de Watkins e Thomas estavam "bem entrelaçados" e "cheios de trechos roucos" e deram um contraste positivo ao trompete e às guitarras funk.[36]

Recepção editar

Crítica profissional editar

Se você quer um ensaio pessoal sobre o motivo de as mulheres traírem, apenas ouça 'Creep'. É o single que provavelmente permaneceu mais relevante ao longo dos anos, e é também uma revelação integral do processo mental de uma mulher traidora.

—Clover Hope, da revista Vibe[43]

Stephen Thomas Erlewine, do portal Allmusic, o crítico musical Robert Christgau e um editor da revista Time selecionaram "Creep" como um dos destaques de CrazySexyCool.[44][35][38] Benjamin Chesna e Edwin Ortiz, da Complex, avaliaram que a canção fez com que a fidelidade parecesse "empoderadora" e elogiaram a produção "leve e sedosa" de Austin, concluindo com a seguinte declaração: "[Watkins] lhe forçou a ficar com outra mulher, agora você tem que manter na discrição".[45] Em análise da coletânea 20, Sal Cinquemani, da Slant Magazine, observou que "Creep" e "Ain't 2 Proud 2 Beg" apresentaram as TLC "orgulhosamente mudando os modos aceitáveis de comportamento e consentimento sexual feminino em suas mentes".[46] Compartilhando o mesmo pensamento, Robbie Daw, do Idolator, atribuiu o "poder permanente" da música ao fato de ser uma faixa "provocativa" que desafiou a expor os aspectos de tabu e discretos de uma relação.[9] Avaliando o filme biográfico CrazySexyCool: The TLC Story, Clover Hope, da Vibe, escreveu que a faixa era "perfeitamente sensual e sem remorosos" na época de seu lançamento.[43] Charles Aaron, da revista Spin, considerou que a canção representou um ápice artístico e comercial para Austin,[47] e analisou:

Para a Pitchfork, Jess Harvell considerou as letras "inconscientes" mas elogiou a produção de Austin, comentando que o groove da faixa era "tão sedutor que você quase não percebe o que está cantando".[40] Bernadette McNulty, do The Telegraph, escreveu que "o groove nessa canção é tão profundo que pode lhe dar vertigem".[37] Compartilhando a mesma opinião, Michael A. Gonzales, da Ebony, disse que as faixas "posicionou o cientista sonoro mais próximo aos sonhos [de Austin] de fazer faixas tão sedutoras e atraentes como as que seu herói Prince criou para Vanity 6 e Apollonia 6".[49] O crítico musical Smokey Fontaine a elegeu o melhor trabalho de Austin, escrevendo no livro What's Your Hi-Fi Q?: From Prince to Puff Daddy, 30 Years of Black Music Trivia: "Aqui, as harmonias funcionaram, a linha do baixo estava forte o suficiente para competir num mundo hip hop e, por um momento, o R&B não precisou de um rapper convidado".[50]

Reconhecimento editar

"Creep" constou na oitava posição da edição de 1995 da lista anual Pazz & Jop, elaborada pelo jornal The Village Voice e que compila as faixas mais bem avaliadas pelos críticos; "Waterfalls" apareceu no oitavo posto da mesma coletânea.[51] Sem enumeração, o The Boston Phoenix colocou-a dentre as melhores músicas da década de 1990.[52] Tanto a revista Complex quanto o periódico britânico The Guardian consideraram esta a segunda melhor canção R&B deste período,[53][34] assim como a Spin, numa coletânea posicionando vinte trabalhos de diversos gêneros.[47] A Pitchfork posicionou-a no número 114 das 200 melhores canções do mesmo período,[40] enquanto o crítico Smokey Fontaine, em seu livro What's Your Hi-Fi Q?: From Prince to Puff Daddy, 30 Years of Black Music Trivia (2002), a colocou na oitava posição.[50] O portal Idolator avaliou "Creep" como o segundo melhor single pop de 1994 e a Billboard a posicionou na segunda colocação entre as cem melhores músicas de grupos femininos.[9][54]

Além de presenças em listas, "Creep" rendeu prêmios ao grupo. Em 1995, foi indicada em três categorias no primeiro Soul Train Lady of Soul Awards: Best R&B/Soul Single by a Group, Band or Duo, R&B/Soul Song of the Year e R&B/Soul Music Video of the Year, obtendo o primeiro troféu.[55] No ano seguinte, durante a 38.ª edição dos Grammy Awards, a obra foi indicada em Best R&B Song — em reconhecimento à composição de Austin — e Best R&B Performance by a Duo or Group with Vocals, vencendo a última categoria e rendendo o primeiro prêmio do grupo na cerimônia.[56][57] A EMI, companhia de edição da canção, veio a receber o troféu de Publisher of the Year nos ASCAP Pop Music Awards também em 1996.[58]

Vídeo musical editar

Desenvolvimento editar

 
Além de gravações falhas, as TLC escolheram trabalhar com Matthew Rolston para o vídeo de "Creep" após assistirem a um vídeo do grupo Salt-N-Pepa dirigido por ele, apreciando seu modo de filmar e edição.

Em junho de 1994, as TLC filmaram o primeiro vídeo de "Creep" em Atlanta, mas ficaram insatisfeitas com o resultado.[32] No mês seguinte, elas foram para Los Angeles e gravaram um segundo vídeo com Lionel C. Martin, com quem haviam trabalhado em seus projetos anteriores, uma versão que, conforme expressado por Thomas, "não mostrava que nós havíamos evoluído".[32][59][3] Assim, Reid e o trio decidiram descartar ambas as produções por considerarem que não apresentavam o crescimento delas como mulheres e conterem problemas de iluminação, imagem e edição — além do fato de o primeiro vídeo não possuir filmagem o suficiente para coincidir com a música completa.[60][9][61]

O principal objetivo das TLC com o vídeo era mostrar um lado novo e mais maduro do grupo visualmente; durante a estadia em Los Angeles discutindo sobre o projeto, assistiram a um vídeo do Salt-N-Pepa, dirigido por Matthew Rolston e que acabou por inspirar a concepção do vídeo de "Creep".[3][9] Thomas disse: "Nós estávamos assistindo o vídeo e dissemos, 'Quem dirigiu esse vídeo tem que dirigir o de 'Creep''. Nós amamos a maneira que ele foi filmado".[9] Diversas vezes, ela referiu-se a este vídeo como sendo o de "Whatta Man", contudo durante entrevista à MTV em 1995, a rede citou "None of Your Business", também dirigido por Rolston e com maiores semelhanças ao vídeo final de "Creep".[9][60][61] Lopes também lembrou do momento: "Nós estávamos muito insistentes em refazer o vídeo de 'Creep' porque estávamos voltando [ao cenário musical]. E ficamos tipo, 'Olha esse vídeo do Salt-N-Pepa. Cara, nós não vamos impressionar ninguém lançando esses vídeos. [Esse] é incrível, [o nosso] é fraco, temos que refazer".[61] A gestão do grupo sugeriu que elas voltassem à sala de edição para selecionar tomadas melhores e reeditar o vídeo, mas o grupo recusou argumentando que não tinha tomadas melhores.[61] Em seguida, as TLC contataram Rolston e marcaram o início das filmagens para agosto de 1995 em Los Angeles.[9]

Filmagens e produção editar

 
Durante as filmagens, ocorreram divergências entre o grupo e a equipe de Rolston, como em relação à coreografia e a figurinos.

Semelhante a outros artistas com os quais havia trabalhado anteriormente, Rolston levou sua equipe de profissionais para as filmagens de "Creep", incluindo o pessoal de maquiagem, figurino e cabelo, dançarinos e coreógrafos. Entretanto, isso acabou causando algumas desavenças criativas com o grupo durante a produção do vídeo.[62] Uma delas surgiu com a rotina de dança, originalmente planejada por Watkins, que era a coreógrafa da maioria dos vídeos anteriores das TLC.[62][63] Ela lembrou que Frank Gatson Jr., coreógrafo da equipe de Rolston, as impediu de dar ideias enquanto estavam praticando os novos passos de dança, comentando: "Para mim, eu nem pensava 'Bom, eu posso coreografar?' Eu só ficava tipo, 'Deixe eu fazer do meu jeito'. Eu gosto de dançar e eu sei quando gosto do que vejo. Eu gosto de coisas diferentes'".[62][63] Eventualmente, a coreografia de Gatson Jr. foi descartada por não satisfazer o estilo de dança do grupo, embora alguns de seus passos tenham sido utilizados no produto final.[62] A coreografia final foi criada por Watkins ao som de "Foe Life", do rapper Mack 10, que viria a ser seu marido entre 2000 e 2004.[64][65]

Outra disputa ocorreu entre o grupo e o diretor, desta vez em relação à escolha das roupas.[62] Rolston interessou-se em lingeries "justas e sensuais" para elas, enquanto elas gostavam de roupas mais largas e masculinas. Combinando as duas, ele finalmente sugeriu que as TLC usassem longos e largos pijamas de seda, cada um dos quais custaram mais de mil dólares.[66][60] Thomas também comentou sobre a exaustão no cenário: "As pessoas não sabem que para filmagens de vídeos você tem que acordar tipo às 5h da manhã. Então, quando fizemos essa parte no final do vídeo quando estamos falando com a câmera e parecendo bobas, estávamos muito cansadas. Mas às vezes isso acaba sendo suas melhores tomadas".[9] Eventualmente, ela elogiou o trabalho final de Rolston como "excelente" enquanto Lopes declarou que após as duas primeiras tentativas falhas, o diretor finalmente deu a elas um "vídeo de verdade".[32][61]

Lançamento e sinopse editar

O vídeo musical de "Creep" estreou na MTV em outubro de 1994,[67] constando nos álbuns de vídeo do grupo CrazyVideoCool (1995) — incluindo trechos das edições descartados e comentários adicionais das TLC —, Now & Forever: The Video Hits (2003) e Artist Collection (2004).[32][68][69] A versão alternativa, dirigida por Lionel C. Martin, foi divulgada na Internet em 2013 e retrata as jovens traindo seus namorados com outros rapazes, além de cenas delas se apresentando na frente de caminhões e carros.[59][70][71] A revista Fact opinou que o tema de infidelidade da música foi fielmente seguido na narrativa,[71] enquanto Priya Elan, da NME, explicou que além de o vídeo ter possivelmente sido "muito urbano" para a MTV, "não é apenas mais genericamente específico como também parece ser mais datado".[70]

A versão lançada oficialmente se inicia com cada integrante sendo vista cantando e dançando na frente de um fundo com cores vivas, usando longos pijamas de seda pouco abotoados — especificamente Watkins usando um azul, com o fundo rosa, Lopes de vermelho com o fundo azul, e Thomas de rosa com um fundo vermelho. As cenas da última sofreram correção de cor para o preto por razões artísticas.[9][49] Uma sequência expondo a parte esquerda superior do seios de Watkins recebeu atenção pública e também reconhecimento do grupo.[3][72] Em meio a estas tomadas estão cenas de um trompete em tons azuis. O trio e suas dançarinas são posteriormente vistas em cenas preto-e-branco, praticando uma coreografia enquanto se divertem com Lopes tentando dançar enquanto caminha com as mãos.[9] Thomas disse que esta foi a parte mais divertida do vídeo, chamando-a de um "momento clássico das TLC".[9]

A dança principal de "Creep" praticada pelo trio foi considerada por Seher Sikandar, do VH1, como a "borboleta modificada com o braço estendido",[73] enquanto Bernadette McNulty, do The Telegraph, instruiu: "Pés separados, posicione os joelhos o mais baixo que puder enquanto balance os quadris".[37] Em outras cenas do vídeo, Watkins é vista num bar fechado cantando seus trechos acompanhada por um trompetista, que é também seu interesse amoroso, interpretado por Omar Lopez.[74] Entretanto, ao longo destas tomadas ela lhe olha de forma desconfiada, sugerindo que ele está a traindo. Terminando o vídeo, é apresenta uma curta cena onde o trio dança com as mãos e outra onde brincam com a câmera, esta considerada a favorita de Thomas.[72]

Recepção e impacto editar

Eu amadureci [no] meu trabalho em meados dos anos 1980, o período de junção de gêneros, o começo do fim dos tradicionais papeis de gêneros nos quais vivemos agora, um período que é muito importante hoje em dia (...) Eu sempre me senti atraído por uma figura feminina poderosa, tenho certeza que há uma parte de mim nisso. Todos os papéis, na minha opinião, são principalmente um retrato da pessoa que fez a imagem, como a pessoa que está sendo retratada na imagem. Eu me relaciono com o meu lado feminino [nestes projetos].

—O diretor Matthew Rolston relacionado a imagem feminina retratada no vídeo de "Creep" a seus outros trabalhos.[75]

O vídeo de "Creep" foi considerado por diversas publicações como "icônico", "clássico" e "onipresente",[71][59][18] com David Asante, do portal do MOBO Awards, chamando-o de "um dos vídeos pop mais celebrados de todos os tempos".[76] Daniel Ralston, apresentador do podcast Videohead, da MTV, comentou que Rolston mudou o "paradigma" em "Creep", "Whatta Man" e muitos outros de outros trabalhos, nos quais desta vez as mulheres estavam no controle e mostravam os homens de uma maneira que as mulheres eram retratadas nos vídeos de artistas masculinos.[75] Enquanto Robbie Daw, do Idolator, considerou as jovens confortáveis com suas próprias sexualidades no vídeo e questionou "Que menina no meio dos anos 1990 não queria imitar isso?",[9] Anthony DeCurtis, da Vibe, constatou que as gravações audiovisuais de "Creep" e "Red Light Special" definiram o padrão do eroticismo nos vídeos da época.[77]

Lindsay Zoladz, da Pitchfork, observou que quando a maioria das pessoas pensam nas TLC, elas imediatamente relacionam os sons e imagens de CrazySexyCool: "Waterfalls", "Red Light Special" e os pijamas de seda em "Creep".[78] Michael A. Gonzales, da Ebony, lembrou da época da estreia do vídeo na MTV, em que o trio voltou como "liberadoras de batom", causando surpresa a um público acostumado com o estilo tomboy do primeiro álbum. O jornalista também comparou o vídeo às suas versões anteriores como "menos urbana" e mais parecido a um "comercial da Madison Avenue".[49] Compartilhando a visão de Gonzales, Quentin B. Huff, da PopMatters, também apontou a diferença "gritante" entre as camisas e as calças jeans do vídeo de "What About Your Friends" e novo estilo com camisolas de seda em "Creep" e "Red Light Special".[79]

No livro Experiencing Music Video: Aesthetics and Cultural Context, a autora Carol Vernallis analisou que os trajes das integrantes em "Creep" ajudaram a sugerir suas "disponibilidades sexuais", mas a posição em ângulo baixo da câmera, a textura e o movimento dos pijamas de seda sugeriram uma "sexualidade fálica".[80] Após o lançamento do vídeo, os três pijamas ajudaram a criar um novo conceito de moda.[66] Com a popularidade, o grupo pensou em criar uma linha de moda chamada "Creepwear", mas a ideia acabou por ser descartada.[66] Tempe Nakiska, editor da revista Dazed, mencionou a roupa do trio como "um dos maiores coordenadores de grupo da história",[81] enquanto a revista canadense Fashion selecionou o vídeo como um dos mais estilosos.[82] Além do estilo, a coreografia do vídeo foi listada pelo VH1 como uma das vinte melhores rotinas de dança do R&B dos anos 1990.[73] O vídeo apareceu na sexta posição dos 50 melhores de 1994 feita pela Consequence of Sound,[83] enquanto a Complex o destacou na 30.ª posição dentre os 50 melhores de R&B da década de 1990.[41] O vídeo também mostrou-se ser um sucesso televisivo; na semana de 4 de fevereiro de 1995, chegou a ser o terceiro e o oitavo mais reproduzido na MTV e no Black Entertainment Television (BET), respectivamente, além de constar em alta rotação no California Music Channel (CMC) e no canadense MuchMusic.[84]

Este vídeo, junto com vários outros famosos vídeos pop, foi parodiado no de "All the Small Things", da banda Blink-182.[85] Também inspirada por "Creep", Keri Hilson, em seu vídeo de 2010 "Pretty Girl Rock", usando pijamas de seda acompanhada por duas dançarinas de apoio, imitou os movimentos de Watkins e do grupo do vídeo original.[86] Em 2014, re-produções das gravações audiovisuais de "Creep", "Waterfalls" e "No Scrubs" foram feitas para a biografia do trio CrazySexyCool: The TLC Story, com Keke Palmer vivendo Thomas, Drew Sidora interpretando Watkins e a rapper Lil Mama com o papel de Lopes, todas usando as roupas das TLC de cada vídeo.[87][88] Em 2016, os pijamas de seda também teriam ajudado a inspirar os figurinos de "If I Was Your Man", do rapper Nick Cannon, no qual Thomas participou como interesse amoroso de Cannon.[89] Numa cena deletada do episódio "North of the Border", da segunda temporada da série televisiva Atlanta, os atores Lakeith Stanfield (Darius), Donald Glover (Earnest Marks) e Brian Tyree Henry (Alfred Milesin) recriaram trechos do vídeo de "Creep", caracterizados com pijamas de seda como no original e realizando também parte da coreografia.[90]

Apresentações ao vivo editar

As TLC apresentaram "Creep" pela primeira vez na televisão no episódio de 5 de janeiro de 1995 da série da Nickelodeon All That,[91] cantando-a novamente em 6 de maio seguinte no programa humorístico Saturday Night Live, junto com "Red Light Special".[92] A Complex selecionou a performance da primeira atração como uma das melhores da série.[93] Em julho, o trio participou da 16.ª edição do festival Budweiser Superfest Tour, incluindo a canção no repertório; elas se apresentaram para um público estimado entre 3 mil e 6 mil pessoas e com um cenário caracterizado com a frase "CrazySexyCool".[94][95][96] Rohan B. Preston, do Chicago Tribune, escreveu que as interpretações de "Creep" e "Red Light Special" "acenderam tochas para o desejo feminino".[97] O grupo participou dos MTV Video Music Awards de 1995, ocorridos em 4 de setembro daquele ano no Radio City Music Hall em Nova Iorque, apresentando-se com o "CrazySexyMedley" — um medley composto por "Ain't 2 Proud 2 Beg", "Kick Your Game", "Creep" e "Waterfalls". A Complex selecionou-a como uma das vinte melhores da história da premiação, com o escritor Edwin Ortiz comentando que "nos anos 90, nenhum ato feminino de R&B conseguia se igualar às TLC".[98] Um medley "Hitmix" foi realizado para a aparição de 28 do mesmo mês no britânico Top of the Pops, composto por este e outros dois singles de CrazySexyCool, "Waterfalls" e "Diggin' On You".[99]

"Creep" constou no repertório da FanMail Tour, primeira turnê das TLC, sendo incluída no terceiro bloco, representativo das canções de CrazySexyCool. A performance contou com os famosos pijamas de seda do vídeo musical, além do rap de Lopes incluído nos remixes.[100][101][102] O último concerto da turnê, de 29 de janeiro de 2000 na Philips Arena em Atlanta, foi gravado para o especial em pay-per-view TLC: Sold Out, enquanto trechos do show de 23 de janeiro no MCI Center em Washington, D.C., foram incluídos na coletânea japonesa TLC 20: 20th Anniversary Hits.[102][30] Após a morte de Lopes em maio de 2002, Watkins e Thomas apresentaram-se pela primeira vez como uma dupla em 1º de junho de 2003 no festival anual da Z100 Zootopia, realizado naquele ano no Giants Stadium em East Rutherford, Nova Jersey. Para o que foi considerada pela mídia como a última performance do grupo, elas usaram pijamas brancos e cantaram "Creep" como quatro dançarinas de apoio.[103][104] A dupla adicionou a canção em sua performance de maiores sucessos na final de seu reality show R U the Girl, exibida em 21 de setembro de 2005 na UPN.[105]

Anos depois, Watkins e Thomas cantaram "Creep' no festival japonês Springroove Music Festival, em 4 de abril de 2009,[106] e no concerto beneficente de Justin Timberlake, Justin Timberlake and Friends, realizado em 17 de outubro seguinte no Mandalay Bay Events Center em Las Vegas.[107] Esta última marcou a primeira apresentação do grupo nos Estados Unidos em seis anos, porém o Las Vegas Review-Journal divulgou que a dupla estava dublando durante o show.[108][109] Em 16 de outubro de 2013, as TLC cantaram "Creep' no programa de entrevistas The View,[110] com uma interpretação ocorrendo no concerto Super Bowl Blitz, do canal VH1, realizado no Beacon Theater em Nova Iorque, onde usaram figurinos pretos reveladores.[111] A faixa foi também acrescentada a várias das turnês da dupla, como a turnê de 2015 The Main Event Tour, realizada em conjunto com Nelly e New Kids on the Block,[112] e outros concertos realizados na América do Norte, Ásia e Oceania.[113]

Impacto cultural editar

Em termos de sujeito, estética e abordagem de performance, as TLC são um dos grupos mais inovadores da história (...) 'Creep' (...) ofereceu um som mais obscuro, meloso e jazz do que qualquer faixa anterior (...) E embora tenha sido revelado anos depois que Left Eye opôs ao lançamento da música (...) foi refrescante ver mulheres fazendo coisas certas e erradas numa relação.

—Michael Arceneaux, da Complex[53]

Em retrospecto, "Creep" é considerada por diversas publicações como uma "obra prima" e um "clássico", sendo reconhecida como uma das canções assinatura do grupo e também uma de suas mais bem sucedidas.[114][18] Assim como muitas das músicas das TLC, "Creep" posicionou as mulheres como as donas da relação e os homens como seus objetos, contribuindo para o levantamento de discussões relacionadas ao feminismo, ao poder da mulher e às relações comandadas por ela, enquanto seu tema de empoderamento feminino foi notado por influenciar trabalhos de outros artistas.[7][54][115][116]

Em 2003, Mimi Valdés, da revista Vibe, comentou que a faixa ascendeu o "movimento de 'poder feminino'" do grupo a outros patamares, notando também que o seu tema de empoderamento feminino inspirou trabalhos de artistas contemporâneos como Aaliyah, Missy Elliott e Destiny's Child, e que o termo "creep" ainda circulava no cenário da música rap.[7] LaToya Peterson, da revista Spin, observou que o feminismo era algo bastante criticado e visto negativamente na época do lançamento da canção e, como resultado, mais artistas femininas como as TLC, Salt-N-Pepa e Tori Amos começaram a "se defender por conta própria".[117] Da mesma forma, Jon Pareles, do The New York Times, avaliou que "as mulheres cantam sobre infidelidade, vingança, status e poder, não como vítimas, mas como concorrentes; quando elas são traídas, elas também traem".[118] Em matéria para o The A.V. Club, David Anthony observou que o grupo usou a infidelidade como um mecanismo de reinvenção em sua carreira e que a música "marcaria o início da ascensão das TLC em se tornarem o grupo feminino com maiores vendas nos Estados Unidos".[119] Carol Cooper, do The Guardian, escreveu que a faixa mostra o lado mais obscuro do hedonismo do grupo.[120]

Steven J. Horowitz, da Billboard, escolheu "Creep" como o principal exemplo do movimento feminista na música intensificado a partir da década de 1990, "em que as mulheres cantavam não somente sobre trair seus homens, mas sobre cometer tal ato como vingança".[54] Em seu livro Icons of Hip Hop: An Encyclopedia of the Movement, Music and Culture, Volume 2, Mickey Hess escreveu que, na faixa, as "TLC celebram as mulheres e as incentivam a amar os homens e pedir por respeito deles e de si mesmas".[115] Bruce Pollock listou "Creep" em seu livro Rock Song Index: The 7500 Most Important Songs for the Rock and Roll Era (2005), por "estabilizar o som do hip hop feminino".[116] Comentando sobre a canção retrospectivamente para Bianca Gracie, do portal Idolator, a integrante Rozonda "Chilli" Thomas falou sobre a resistência da faixa ao tempo e o seu uso em trabalhos lançados 20 anos depois: "Isso diz muito sobre nós (...) Não era só sobre uma batida e é isso. Foi todo um movimento com o nosso grupo e como isso resultou em tudo — desde o jeito que nós nos vestíamos até as coisas que falávamos e apoiávamos".[9] Gracie escreveu que o número ajudou a transmitir para o público geral a mensagem de que as mulheres não precisam aceitar problemas no relacionamento — um assunto um tanto controverso, por "dar a impressão às ouvintes femininas de que, se o homem delas trai, elas também podem.[9]

Regravações editar

A banda The Afgan Whigs (esquerda) regravou "Creep" em 1996, incluindo-a em dois de seus EPs, enquanto trechos da faixa foram utilizados no single "Something New", parceira entre a cantora Zendaya e Chris Brown.

Em 1996, a banda de rock estadunidense The Afghan Whigs regravou "Creep" e a incluiu em dois EPs, Hony's Ladder e Bonnie & Clyde EP.[121][122] Avaliando o primeiro trabalho, Jason Ankey, do portal Allmusic, escreveu que a regravação provou que "mesmo se [o integrante Greg Dulli] não tiver coração, pelo menos ele tem um cérebro — embora [esteja] em suas calças".[121] De acordo com a revista Spin, o famoso cantor de Las Vegas Wayne Newton realizou uma versão de "Creep".[47] Em 2014, os cantores Nick Carter e Jordan Knight cantaram a faixa ao vivo como parte de sua turnê norte-americana.[123] Na temporada de 2015 do Idols South Africa, as integrantes Mmatema Moremi, Busisiwe Mthembu e Nonhle Mhlongo cantaram a obra durante a "Hell Week" da competição.[124] A rapper britânica Honey G cantou "Creep" durante um episódio do The X Factor britânico exibido em 2016.[125]

Duas regravações de "Creep" foram postadas no SoundCloud em 2013: uma delas em janeiro pelo DJ e produtor Kaytranada, intitulada "Creep (Kaytranada's Creepier Edition)", e uma apresentando rimas do rapper GoldLink em dezembro.[126][127][128][129][130] Em julho de 2015, o cantor e compositor estadunidense Eric Bellinger escreveu e gravou uma nova versão da faixa para seu álbum Cuffing Season. Ele convidou Watkins para contribuir com vocais em novos versos, comentando para a MTV: "Quando eu ouvi [a versão original] eu sabia imediatamente que deveria tentar ter, pelo menos, a T-Boz nela, já que era a música solo dela [com as TLC]! Felizmente, quando ouviu, ela adorou!".[131] O novo conteúdo da canção apresenta Bellinger prometendo nunca trair sua amante.[131] Trechos da canção constaram na faixa "Sex Skit", do álbum The Documentary 2.5 (2015), do rapper The Game.[132] Interpolações de "Creep" foram incluídas no single "Something New", parceria entre Zendaya e Chris Brown. Em entrevista com a iHeartRadio, Zendaya explicou: "Quando eu a ouvi pela primeira vez, [a canção] já tinha a demonstração das TLC. E isso foi meio o que me fez querer gravá-la".[133]

Uso na mídia editar

"Creep" foi incluída no episódio "CAT", da primeira temporada da série televisiva New York Undercover, transmitido em 23 de fevereiro de 1995.[134] Em dezembro do mesmo ano, constou no filme Waiting to Exhale; o grupo gravou também uma nova música, "This Is How It Works", para a trilha sonora do longa, constituída exclusivamente de cantoras negras.[135] Em 2010, esta e "Waterfalls" foram incluídas no filme de comédia The Other Guys, em sequências nas quais o personagem de Michael Keaton (Gene Mauch) referenciava subconscientemente letras das TLC sem ter ideia de quem era o grupo.[136] Na literatura, o poeta e escritor sul-africano Mandla Langa mencionou o vídeo musical de "Creep" em seu livro The Memory of Stones (2000), referindo-se ao trio como "lendas".[137] A música foi incluída nos jogos de videogame The Hip Hop Dance Experience (Xbox 360 quanto Nintendo Wii), Everybody Dance (PlayStation 3) e Dance Central Spotlight (Xbox One), fazendo parte do conteúdo para download dos dois últimos jogos.[138][139][140]

Créditos editar

Todo o processo de elaboração de "Creep" atribui os seguintes créditos:[16][2][32]

Gravação e publicação
Créditos de demonstração
  • Contém demonstrações de "Hey Young World", escrita por Ricky Walters e interpretada por Slick Rick; publicada pela Def American Songs, Inc., cortesia da Def Jam Recordings
  • Contém demonstrações de "Who the Cap Fits", escrita por Edmund Carl Aiken Jr. e interpretada por Shinehead; publicada pela African Love Music/Def American Songs, Inc., sob licença da African Love Music
Produção

Desempenho nas tabelas musicais editar

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