Dan Jørgensen

político dinamarquês

Dan Jørgensen (nascido em 12 de junho de 1975) é um político dinamarquês Social Democrata, atual Ministro do Clima, da Energia e dos Serviços Públicos no governo do primeiro-ministro Mette Frederiksen .[1] Anteriormente, foi Ministro da Alimentação, Agricultura e Pesca no governo do primeiro-ministro Helle Thorning-Schmidt. De 2004 a 2013, foi deputado do Parlamento Europeu pelos Social Democratas, fazendo parte do Partido Socialista Europeu.

Dan Jørgensen
Dan Jørgensen
Ministro do Clima, da Energia e dos Serviços Públicos
Período 27 junho 2019 - presente
Primeiro(a)-ministro(a) Mette Frederiksen
Antecessor(a) Lars Christian Lilleholt
Ministro da Alimentação, da Agricultura e da Pesca
Período 12 dezembro 2013 – 28 junho 2015
Primeiro(a)-ministro(a) Helle Thorning-Schmidt
Antecessor(a) Karen Hækkerup
Sucessor(a) Eva Kjer Hansen
Deputado do Parlamento Europeu
Período 20 julho 2004 – 12 dezembro 2013
Dados pessoais
Nascimento 12 Junho 1975
Odense, Dinamarca
Nacionalidade Dinamarquesa
Alma mater Universidade de Aarhus, Universidade de Washington
Partido Social Democrata / Partido Socialista Europeu
Profissão Autor, Político
Ocupação Político
Website Site Oficial

Infância e educação editar

Jørgensen cresceu em Morud, na ilha dinamarquesa de Funen, frequentou o ensino secundário no Nordfyns Gymnasium e a Universidade de Aarhus, pela qual é mestre em Ciência Política. Estudou também Ciência Política na Universidade de Washington .[2][3]

Carreira política editar

Deputado do Parlamento Europeu, 2004–2013 editar

Jørgensen foi eleito deputado do Parlamento Europeu pela Dinamarca nas eleições europeias de 2004 com 10.350 votos, e reeleito em 2009 com 233.266 votos.[4]

No parlamento, Jørgensen foi presidente da delegação dinamarquesa Social Democrata, o maior grupo do país na altura. Foi vice-presidente da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar a partir de 2004, e delegado na Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários. Além dos seus cargos nas comissões, foi também deputado da delegação parlamentar para as relações com o Irão e delegado da delegação parlamentar para as relações com os Estados Unidos.[3]

Carreira política na Dinamarca editar

Em fevereiro de 2014, como Ministro da Alimentação, Agricultura e Pescas, Jørgensen assinou um regulamento que proíbe o abate ritual de animais sem atordoamento prévio.[5]

Nas eleições legislativas dinamarquesas de 2015, Jørgensen foi eleito deputado do Folketing – o Parlamento da Dinamarca.

Ministro do Clima, da Energia e dos Serviços Públicos, 2019 - presente editar

Após as eleições de junho de 2019, Dan Jørgensen tomou posse como ministro do Clima, da Energia e dos Serviços Públicos do governo de Mette Frederiksen.

Jørgensen e o seu governo foram notícia de manchete internacional com o compromisso de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa da Dinamarca em 70% até 2030 em relação aos níveis de 1990,[6] bem como com a decisão de fixar o fim da exploração de petróleo e gás depois de 2050[7][8] (influenciada, também, pelo facto de apenas uma empresa ter concorrido à mais recente ronda de licenciamento[9] ), e com a criação da primeira “ilha de energia” no Mar do Norte.[10] Ainda em 2020, a Dinamarca e a Alemanha concordaram com uma cooperação mais estreita no desenvolvimento de energia eólica offshore, através dos clusters dos Mares do Norte e Báltico, para estimular a produção de energia renovável e de hidrogénio.[11]

No entanto, o mandato de Jørgensen foi altamente criticado por ONGs ecológicas em 2020.[12][13]

Mais de um ano após ter estabelecido um ambicioso objetivo para esta década, não existem ainda, em fevereiro de 2021, quaisquer planos concretos para atingir os restantes dois terços das reduções necessárias dos gases de efeito de estufa para cumprir a meta dinamarquesa de 2030.[14]

O governo descreveu sua estratégia de ação climática como um modelo de “taco de hóquei”.[15] Isto significa que pretendem esperar por novas tecnologias e o decréscimo dos custo para então atingir mais reduções no final da década. Esta estratégia foi descrita por outros partidos políticos como um sonho “Bjørn Lomborg”.[16]

Apesar dos apelos da UNFCCC,[17] do Fundo Monetário Internacional,[18] do Banco Mundial,[19] dos Conselhos Económicos Dinamarqueses[20] e do Conselho Dinamarquês das Mudanças Climáticas,[21] Jørgensen adiou a implementação de um mecanismo de aumento do preço do carbono,[22] embora a Dinamarca tenha sido pioneira na sua adoção em 1992.[23] A oposição ao aumento das taxas de carbono foi bem recebida pelas associações que representam os setores cujas emissões são superiores, como a Confederação da Indústria Dinamarquesa[24] e o Conselho Dinamarquês de Agricultura e Alimentos.[25]

Desde janeiro de 2021, a Dinamarca pretende ter preços de carbono bastante mais reduzidos que os dos seus vizinhos em 2030, tendo, consequentemente, camiões da Alemanha à espera de chegar à Dinamarca para reabastecer, de modo a usufruir dos preços baixos de gasóleo.[26] A Dinamarca é, também, um dos quatro países da UE sem taxas de carbono em voos de passageiros.[27] Aliás, o governo de Jørgensen tinha intenção de garantir os voos domésticos durante a crise da COVID 19, subsidiando esses voos. Essa decisão foi condenada por ONGs ecológicas e os partidos apoiantes Aliança Vermelha e Verde e o Partido Popular Socialista.[28] A iniciativa acabou por não se realizar uma vez que a Comissão Europeia não a aprovou devido às regulações de apoios estatais.[29]

As propostas iniciais de lei de Dan Jørgensen e do governo dinamarquês para os veículos elétricos iriam acrescentar 500.000 veículos elétricos em circulação (incluindo híbridos plug-in) até 2030.[30] Se essa proposta tivesse sido aceite, isso teria significado mais carros com motor de combustão interna do que em 2020 na Dinamarca. Devido à pressão feita por outros partidos políticos, ficou acordado que haveria 775.000 veículos elétricos até 2030.[31]

Durante o seu mandato, Jørgensen iniciou um acordo formal com a produtora de cimento Aalborg Portland (a maior emissora de carbono da Dinamarca, sendo responsável por 4% das emissões do país), concluindo que não teria que reduzir as suas emissões anuais abaixo do nível de 1990, de 1.54 milhões de toneladas de CO2.[32]

Jørgensen foi também criticado[33] por permitir que empresas públicas continuassem a construir infraestruturas de energia fóssil, tais como um gasoduto de 115 km, tendo um custo socioeconómico associado de $113 milhões para a Dinamarca.[34] Respondendo formalmente ao Parlamento, Dan Jørgensen confirmou que o gasoduto não reduziria as emissões de carbono no curto prazo nem criaria emprego na Dinamarca.[35]

Dan Jørgensen foi formalmente criticado pela maioria do Parlamento em junho de 2020 por atrasar as negociações com outros partidos políticos sobre biocombustíveis.[36]

Conforme estipulado na Lei Europeia do Clima, o Conselho Dinamarquês das Alterações Climáticas deve fazer recomendações anuais e fornecer um ponto de situação sobre os esforços do governo dinamarquês para lutar contra as alterações climáticas. Em fevereiro de 2021, o Conselho Dinamarquês das Alterações Climáticas não prevê que o governo de Dan Jørgensen cumpra o objetivo de redução das emissões de gases de efeito de estufa em 70% até 2030.[37]

Apesar destas controvérsias, Jørgensen é um forte defensor das alterações climáticas. Alguns exemplos incluem um podcast em inglês chamado Planet A,[38] e uma campanha de vídeos no Facebook aconselhando os dinamarqueses a usar mais vegetais nas suas almôndegas.[39] A campanha com Mogens Jensen custou aos contribuintes dinamarqueses 1.2 milhões coroas.[40]

Publicações editar

  • 'Eurovisioner – Essays om fremtidens Europa' (Copenhagen, Informations Forlag 2006)
  • 'EU needs to take action' in 'Caution Dangerous chemicals – Obsolete Pesticides' (Union for Europe of the Nations, Belgium 2007)
  • 'Mellem Mars og Venus' in 'Fra fællesmarked til fællesskab?' (The European Communities, Belgium 2007)
  • 'Grøn Globalisering – miljøpolitik i forandring' (Hovedland 2007)
  • 'Politikere med begge ben på jorden hænger ikke på træerne' (Informations Forlag, 2009)
  • 'Grønt håb – Klimapolitik 2.0' (Forlaget Sohn, 2010).

Referências

  1. Deleuran Müller, Thea (27 de junho de 2019). «Danmarks nye regering er nu på plads: Se hele Mette Frederiksens ministerhold her». dr.dk (em dinamarquês). Consultado em 25 de março de 2020 
  2. http://socialdemokraterne.dk/default.aspx?func=article.view&id=701019&menuID=701702&menuAction=select&topmenuID=688048
  3. a b http://www.europarl.europa.eu/members/expert/committees/view.do?language=EN&id=28156
  4. «Archived copy» (PDF). Consultado em 5 de setembro de 2011. Cópia arquivada (PDF) em 31 de março de 2012 
  5. «Welfare at slaughter». Danish Veterinary and Food Administration. 19 de fevereiro de 2014. Consultado em 22 de fevereiro de 2014 
  6. «Denmark: We can slash CO2 by 70% in a decade and still have welfare». Reuters 
  7. Jacob Gronholt-Pedersen (December 4, 2020), Danish phase out of North Sea oil, gas to cut output by up to 15% -minister Reuters.
  8. Anjli Raval (December 4, 2020), Denmark to end all new North Sea oil and gas exploration Financial Times.
  9. «Totals exit kan blive enden på oliejagt i Nordsøen». Politiken 
  10. «Denmark to build 'first energy island' in North Sea». BBC 
  11. Nora Buli (December 14, 2020), Germany, Denmark agree closer offshore wind cooperation Reuters.
  12. «Dan, du er dumpet: Grønne grupper er dybt skuffede over regeringens vilde klimaår». Politiken 
  13. «14 ngo'er få dage før Klimarådets dom: Regeringen lever ikke op til klimaloven». Information 
  14. «Klimahandlingsplan 2020» (PDF). Ministry of Climate, Energy and Utilities 
  15. «Wammens "hockeystav" er et fikst sprogbillede. Men det er en dårlig klimaløsning». Information 
  16. «Støttepartier: Vi kan ikke vente på teknologien i klimakampen». EnergiWatch 
  17. «Calls Increase to Use Carbon Pricing as an Effective Climate Action Tool» 
  18. «A carbon tax is 'single most powerful' way to combat climate change, IMF says». CNBC 
  19. «The World Bank: Pricing Carbon» 
  20. «Ensartet afgift på tværs af brancher er den billigste klimaløsning» 
  21. «Klimarådet: Ny rapport om vejen til 70-procentsmålet i 2030» 
  22. «Regeringen fremlægger grøn skattereform uden CO2-afgift». FødevareWatch 
  23. «OECD Economics Department Working Papers». www.oecd-ilibrary.org (em inglês). 2021. doi:10.1787/18151973. Consultado em 18 de fevereiro de 2021 
  24. «DI: Politikerne har lagt grunden til en god grøn skattereform – men vi er ikke i mål» 
  25. «Ensartet CO2-afgift skudt til hjørne» 
  26. «Dieselparadiset Danmark: Tyske Michael sparer 750.000 om året på at tanke i Padborg». DR 
  27. «Danmark er ét af kun fire EU-lande med nul flyafgifter». ING 
  28. «"Det er helt grotesk": Ny hjælpepakke betaler for at sende halvtomme fly i luften». Politiken 
  29. «EUU Alm.del, spørgsmål 287» 
  30. «Regeringen klar med udspil til transportaftale: Målet er 500.000 elbiler i 2030». DR 
  31. «Aftale mellem regeringen, Radikale Venstre, Socialistisk Folkeparti og Enhedslisten om: Grøn omstilling af vejtransporten» (PDF) 
  32. «KEF Alm. Del. Sp 515» 
  33. «Naturgasløsning til sukkerfabrikker møder kritik: - Er naturgas pludselig blevet grøn energi?». TV2Øst 
  34. «Minister korrekser Energinet: CO2-reduktioner ved en gasledning må ikke medregnes». ING 
  35. «KEF Alm.del Sp 18» 
  36. «Dan Jørgensen får næse for klima-nøl: 'Ministeren har ikke taget Folketinget seriøst'». DR 
  37. «New report assesses the Government's climate effort and provides recommendations on how to meet the 70 percent target in 2030». Klimaraadet / Danish Council on Climate Change 
  38. «Planet A - Talks on climate change» 
  39. «Ministre leger klima-kokke» 
  40. «Ministres køkken-fifs koster million». Ekstra Bladet 

Ligações externas editar