Alfredo Nobre da Costa

político português (1923-1996)

Alfredo Jorge Nobre da Costa ComCGCC (Lisboa, Lapa, 10 de Setembro de 1923Lisboa, Campolide, 1 de Abril de 1996) foi um engenheiro, empresário, gestor e administrator que foi também primeiro-ministro do III Governo Constitucional de Portugal (28 de Agosto a 22 de Novembro de 1978), para além de ter ainda participado no VI Governo Provisório e no I Constitucional.

Alfredo Nobre da Costa
Alfredo Nobre da Costa
Alfredo Nobre da Costa
106.º Primeiro-Ministro de Portugal
Período 28 de agosto de 1978
a 22 de novembro de 1978
Presidente António Ramalho Eanes
Antecessor(a) Mário Soares
Sucessor(a) Carlos Alberto da Mota Pinto
Ministro da Indústria e Tecnologia
Período 25 de março de 1977
a 30 de janeiro de 1978
Primeiro(a)-ministro(a) Mário Soares
Antecessor(a) António Sousa Gomes
Sucessor(a) Carlos Melancia
Dados pessoais
Nascimento 10 de setembro de 1923
Lapa, Lisboa
Morte 1 de abril de 1996 (72 anos)
Campolide, Lisboa
Partido Independente
Profissão Engenheiro, Gestor

Infância e educação editar

Nascido na freguesia da Lapa em Lisboa, tendo origens goesa e dinamarquesa, pelo lado paterno, sendo filho de Alfredo Henrique Andresen da Costa e da sua mulher Maria Nobre da Costa, o seu avô paterno é o médico obstetra Alfredo da Costa[1]

Licenciou-se em Engenharia Mecânica no Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa em 1946, tendo conseguido dois anos mais tarde o diploma Imperial College, com um trabalho de investigação realizado no "City and Guilds", de Londres.[2]

Carreira empresarial editar

Iniciou a sua carreira profissional no Grupo Champallimaud, passando pela direcção da Fábrica de Cimentos Tejo, Fábrica de Cimentos Cabo Mondego, e Cimentos de Leiria. Em 1962, ingressou na Siderurgia Nacional como administrador técnico. Abandonou o Grupo Champalimaud para criar a Lusotecna, em 1965. Em 1965 foi nomeado presidente do conselho de administração da SACOR, promovendo a expansão da refinaria de Leixões, tendo abandonado a petrolífera durante a revolução dos cravos, passando para a administração da EFACEC.

Carreira política editar

Em setembro de 1975, assumiu pela primeira vez cargos políticos, como Secretário de Estado da Indústria Pesada, tendo-se tornado Ministro da Indústria e Tecnologia, no primeiro governo de Mário Soares, promovendo o fim da intervenção do Estado nas empresas privadas e a criação de entidade empresas. foi responsável pela reestruturação do sector cervejeiro e pela consequente criação das empresas Unicer e Centralcer, bem como pelo contrato com a empresa francesa Renault, que permitiu a instalação em Portugal de fábricas desta firma.[2]

Com a queda do segundo governo e face à inexistência de uma maioria parlamentar estável (a aliança entre o PS e o CDS que estivera na origem do II Governo Constitucional, presidido por Mário Soares, abortara). Foi então convidado pelo presidente Ramalho Eanes a chefiar um governo de iniciativa presidencial, tendo ocupado o cargo durante 85 dias, mas praticamente não chegou a governar. Tomou posse a 29 de Agosto de 1978, apresentou o programa do Governo no Parlamento a 7 de Setembro, que foi rejeitado depois de cinco dias de debates. Demitido a 15 de Setembro do mesmo ano, Nobre da Costa manteve-se em gestão até à posse de Mota Pinto, indigitado no mês seguinte.[1]

Apesar de ter sido breve o período de tempo da sua governação, conservou boa imagem na opinião pública, devido às suas capacidades de gestão e acção governativa.

Anos finais editar

Depois da chefia do governo, voltou a ser administrador da EFACEC, cargo que manteve até há sua morte. Participou na comissão de recandidatura do presidente Ramalho Eanes em 1980. Foi também conselheiro de Estado por iniciativa presidencial dos presidentes Ramalho Eanes e Mário Soares de outubro de 1982 a março de 1996.

Faleceu na madrugada de 1 de Abril de 1996, em Campolide, vítima de doença prolongada, sendo sepultado no cemitério de Viseu.[2]

Vida pessoal editar

Casou a 5 de Maio de 1951 com Maria de Lourdes de Carvalho e Cunha Fortes da Gama, de quem teve uma única filha, Vera Nobre da Costa.

A 15 de Setembro de 1961 foi feito Comendador da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo, tendo sido elevado a Grã-Cruz da mesma Ordem a 9 de Abril de 1981.[3]

Funções governamentais exercidas editar

Referências

  1. a b Sousa, Fernando de; Pereira, Conceição Meireles (coord.). «Alfredo Nobre da Costa». Primeiros-Ministros de Portugal: 1820-2020. 3.º volume. Lisboa: Imprensa Nacional. p. 876. ISBN 978-972-27-2485-2 
  2. a b c «Diário de Noticias da Madeira» (PDF). 2 de Abril de 1996 
  3. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Alfredo Jorge Nobre da Costa". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 30 de agosto de 2015 

Precedido por
Mário Soares
Primeiro-ministro de Portugal
(III Governo Constitucional)
1978
Sucedido por
Carlos Alberto da Mota Pinto
Precedido por
-
Ministro da Industria e Tecnologia
I Governo Constitucional
Sucedido por
Walter Rosa