Fábio Pereira de Lucena Bittencourt, mais conhecido como Fábio Lucena, (Barcelos, 11 de julho de 1940Brasília, 14 de junho de 1987) foi um bancário, jornalista e político brasileiro, outrora senador pelo Amazonas.[1]

Fábio Lucena
Fábio Lucena
Fábio Lucena
Senador pelo Amazonas
Período 1983-1987
Antecessor(a) Evandro Carreira
Sucessor(a) Áureo Melo
Vereador de‎ Manaus
Período 1973-1983
Dados pessoais
Nascimento 11 de julho de 1940
Barcelos, AM
Morte 14 de junho de 1987 (46 anos)
Brasília, DF
Partido MDB (1972–1979)
PMDB (1980–1987)
Profissão bancário, jornalista

Dados biográficos

editar

Filho de Antônio de Lucena Bittencourt e Otília Pereira Bittencourt. Bancário e jornalista, fez desta última profissão o caminho de ingresso na política ao se eleger vereador em Manaus pelo MDB em 1972 e 1976, sendo que sua atuação lhe valeu um processo baseado na Lei de Segurança Nacional,[2][3] do qual foi absolvido em 15 de julho de 1975 em julgamento na Justiça Militar em Belém, por críticas ao prefeito manauara, Franklin Lima, e ao governador amazonense, João Walter de Andrade.

Candidato a senador em 1978, foi derrotado pelo vice-governador João Bosco de Lima[4] numa disputa renhida a ponto de o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas determinar a realização de um novo pleito em Atalaia do Norte cujo resultado definiu a disputa em favor do arenista. Após 1980, a oposição no estado foi cindida em um grupo liderado por Artur Virgílio Filho e outro sob o comando de Fábio Lucena, numa disputa onde os primeiros deixariam o PMDB e se instalariam no PTB antes de haver a reunião de todos sob a legenda peemedebista por ocasião das eleições de 1982.[1]

Em nova tentativa, foi eleito senador numa sublegenda do PMDB em 1982,[5] mas em um lance sem precedentes na história política brasileira, disputou um novo mandato em 1986 mesmo com o "original" ainda em vigor.[6] Vitorioso, renunciou ao assento de senador conquistado quatro anos antes, permitindo a efetivação de Leopoldo Peres em seu lugar.[7][8] Fábio Lucena faleceu em Brasília em razão de suicídio e foi substituído pelo suplente Áureo Melo, que fora eleito em 1986.[9][nota 1]

Notas

  1. Fábio Lucena foi eleito senador numa sublegenda do PMDB, tendo Leopoldo Peres e Áureo Melo como suplentes, mas renovou o mandato antes da hora. Por este motivo, em 1º de fevereiro de 1987, renunciou ao mandato obtido em 1982 conforme o Diário do Congresso Nacional (Livro I, Seção II, de 02/02/1987, p. 02) em favor de Leopoldo Peres, mas no mesmo dia assumiu o mandato conquistado em 1986 (idem, p. 34). Curiosamente, Áureo Melo era primeiro suplente de Leopoldo Peres e também de Fábio Lucena, e com a morte deste em 14 de junho de 1987, Áureo Melo foi efetivado senador quatro dias depois e Leopoldo Peres ficou sem suplente.

Referências

  1. a b BRASIL. Fundação Getúlio Vargas. «Biografia de Fábio Lucena no CPDOC». Consultado em 11 de agosto de 2022 
  2. BRASIL. Senado Federal. «Decreto-Lei n.º 314 de 13/03/1967». Consultado em 27 de fevereiro de 2024 
  3. BRASIL. Senado Federal. «Decreto-Lei n.º 898 de 29/09/1969». Consultado em 27 de fevereiro de 2024 
  4. BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1978». Consultado em 27 de fevereiro de 2024 
  5. BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1982». Consultado em 27 de fevereiro de 2024 
  6. BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1986». Consultado em 27 de fevereiro de 2024 
  7. BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Fábio Lucena». Consultado em 11 de agosto de 2022 
  8. BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Leopoldo Peres». Consultado em 11 de agosto de 2022 
  9. Sinais claros. Disponível em Veja, ed. 981 de 24/06/1987. São Paulo: Abril.