Genelo (filho de Tiridates)

Genelo (em latim: Genelus;[1] em armênio: Գնել; romaniz.: Gnel; fl. século IV) foi um príncipe da dinastia arsácida da Armênia, filho de Tiridates e sobrinho do rei Ársaces II (r. 350–368). Casou-se com Farranzém, a filha de Antíoco II do principado de Siúnia. Em 359, foi vítima das maquinações de seu primo paterno Tirites, que desejava desposar sua esposa, e foi executado por seu tio quando tentava fugir.

Genelo
Morte 359
Etnia Armênio
Progenitores Pai: Tiridates
Religião Catolicismo armênio

Genelo (Genelus) é a forma latina do armênio Guenel (Գնել, Gnel), que derivou do verbo gneay (գնեայ), "comprar".[2]

Genelo era filho do príncipe Tiridates com uma mulher de nome incerto, talvez uma filha de Genelo I,[3][4] sobrinho paterno do rei Ársaces II (r. 350–368) e neto de Tigranes VII (r. 339–350).[5] Talvez nasceu no reinado de seu avô. Quando do ataque persa à Armênia, estava entre os membros da casa real que foram capturados. Mais tarde, em represália a tal ato, os nobres da Armênia, junto dos romanos, lutaram contra os sassânidas e conseguiram forçar o Sapor II (r. 309–379) a abandonar a região e libertar a família real.[6]

Sob Ársaces II, foi um príncipe popular na Armênia.[7] Em cada incerta desposou Farranzém,[5] filha de Antíoco II da família Siuni. A beleza e modéstia dela a tornaram popular na corte, e atraíram a si a atenção do primo paterno de Genelo, Tirites, que apaixonou-se e a desejou. Procurando formas de tramar contra seu primo, aproximou-se de Ársaces e disse-lhe: "Genelo quer reinar, e matá-lo. Todos os nobres, nacarares e azatani como Genelo e todos os nacarares da terra preferem a suserania dele à sua, dizendo: 'olhas e vejas o que tu fazes, rei, de modo que tu possas salvar-te'".[8]

Ársaces teve grande rancor dele, constantemente tentando persuadi-lo e armando contra ele. Neste momento, Genelo tentou fugir com sua esposa, mas acabou morto na época do festival de Navasarde de agosto de 359, quando foi atraído, por suposta reconciliação, ao monte Saapevã. Ao ser capturado pelos soldados de Ársaces, foi levado a colina de Lesim, onde o executaram.[8] Richard G. Hovannisian sugeriu, desconsiderando o relato romântico de Fausto, o Bizantino, que sua execução, e a subsequente execução de Tirites, foram motivadas pelo receio de Ársaces que eles poderiam rebelar-se para tomar o trono.[5]

Referências

  1. Moisés de Corene 1736, Index Genelus.
  2. Ačaṙyan 1942–1962, p. 477.
  3. Toumanoff 1990, p. 87.
  4. Settipani 2006, p. 325.
  5. a b c Hovannisian 1997, p. 89.
  6. Kurkjian 2008, p. 103.
  7. Chaumont 2011.
  8. a b Fausto, o Bizantino 1989, p. 140-146 (IV.XV).

Bibliografia

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  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Գնել». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • Moisés de Corene (1736). Historiae Armeniacae libri III. Londres: Caroli Ackers 
  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard 
  • Hovannisian, Richard G. (1997). Armenian People from Ancient to Modern Times. vol. I: The Dynastic Periods: From Antiquity to the Fourteenth Century. Nova Iorque: Palgrave Macmillan. ISBN 978-1-4039-6421-2 
  • Settipani, Christian (2006). Continuité des élites à Byzance durant les siècles obscurs. Les princes caucasiens et l'Empire du vie au ixe siècle. Paris: de Boccard. ISBN 978-2-7018-0226-8 
  • Toumanoff, Cyril (1990). Les dynasties de la Caucasie chrétienne de l'Antiquité jusqu'au xixe siècle: Tables généalogiques et chronologiques. Roma: Edizioni Aquila