Guerra Anglo-Americana de 1812

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A Guerra de 1812, ou a Guerra Anglo-Americana (em inglês: War of 1812), foi a guerra entre os Estados Unidos e o Reino Unido e suas colônias, incluindo o Canadá Superior (Ontário), o Canadá Inferior (Quebec), Nova Escócia, Bermuda e a ilha da Terra Nova.[1]

Guerra de 1812
Data 18 de junho de 1812 a 17 de fevereiro de 1815
Local Centro e Oriente da América do Norte, Costa do Golfo, oceanos Atlântico e Pacífico.
Desfecho Tratado de Gante, Status quo ante bellum
Beligerantes
Estados Unidos
Tribos aliadas:
Choctaw
Tribo Cherokee
Aliados da tribo Creek
Império Britânico:
Reino Unido
Províncias do Canadá
Tribos aliadas:
Shawnee
Aliados da tribo Creek
Ojibway
Tribo Chickamauga
Tribo Fox
Tribo Miami
Tribo Mingo
Ottawa (tribo)
Kickapoo
Tribo Lenape
Mascouten
Potawatomi
Sauk
Wyandot
Comandantes
James Madison
Henry Dearborn
Jacob Brown
Winfield Scott
Andrew Jackson
Robert Banks Jenkinson
George Prevost
Isaac Brock
Roger Sheaffe
Gordon Drummond
Tecumseh
Forças
Estados Unidos
Exército regular: 7 000 (antes da guerra)
35 800 (depois da guerra)
Mercenários: 3 049
Milícias: 458 463
Marinha dos Estados Unidos:
Fragatas: 6
Outras embarcações: 14
Forças aliadas:
Choctaw: 124 guerreiros
As forças das outras tribos são desconhecidas
Império Britânico
Exército Britânico: 5 200 (no início da guerra)
48 160 (no final da guerra)
Exército das Provincias: 10 000
Milícia das Provincias: 4 000
Marinha Britânica:
Navios de linha: 11
Fragatas: 34
Outras embarcações: 52
Marinha das Provincias :
Navios: 9 (no início da guerra)
Aliadas indígenas americanos: 10 000
Baixas
2 200 – 3 721 mortos em combate
15 000 mortos por doenças e outras causas
4 505 feridos
8 fragatas capturadas ou queimadas
20 000 soldados capturados
4 000 escravos libertados
Britânicos:
1 160 – 1 960 mortos em ação
10 000 mortos por doenças e outras causas
3 679 feridos
4 fragatas capturadas
15 500 soldados capturados
Nativos indígenas americanos:
10 000 mortos (combatentes ou civis)

A Guerra decorreu entre 18 de junho de 1812 e 17 de fevereiro de 1815, embora o seu tratado de paz tenha sido assinado em 1814. O Massacre do Fort Dearborn, Indiana, em 15 de agosto de 1812, foi a "gota d'água" que levou os americanos à guerra contra os britânicos ao que é, hoje, reconhecida nos Estados Unidos como War of 1812 ("A Guerra de 1812", em português). A guerra terminou em status quo ante bellum.

A Revolução Francesa trouxe problemas para os Estados Unidos, devido às diferenças entre as facções federalistas (admiradores da Inglaterra) e os republicanos (admiradores da França revolucionária), e a acentuação da rivalidade da França com a Inglaterra, que não tolerava a independência da ex-colônia. Além disso, os britânicos ainda tinham ligações comerciais com os sulistas.

Eles tentaram de todas as maneiras impedir os acordos entre franceses e nortistas, utilizando-se da força: apresamento de navios da ex-colônia, desafiando a soberania nacional e prejudicando as indústrias; recrutamento forçado de norte-americanos por ingleses; problemas com índios no oeste, instigados por britânicos no Canadá; e, para os Estados Unidos, a conquista da mesma, fato esse almejado por eles.

Entre 1812 e 1814 ocorreu o conflito, durante o governo do presidente James Madison. Apesar dos desastres sofridos, o Tratado de Gante, que acabou com a guerra, não promoveu modificações no mapa dos Estados Unidos, embora tenha provocado um aumento do sentimento nacionalista da população e consolidado a União.

Detalhes editar

James Madison venceu as eleições presidenciais americanas de 1808, primariamente por causa de suas habilidades em relações internacionais, em uma época onde tanto a França quanto o Reino Unido estavam à beira da declaração de guerra contra os Estados Unidos. Madison, uma vez na presidência do país, rapidamente removeu o Ato do Embargo de 1807. A França logo se propôs a terminar todos seus ataques contra navios mercantes americanos e não interferir com o comércio internacional americano. Porém, o Reino Unido continuou ativamente os ataques contra a frota mercante americana. Além disso, os britânicos passaram a fornecer grandes quantidades de suprimentos militares a nativos indígenas do sul dos Grandes Lagos, e incentivavam estes indígenas a atacarem comunidades americanas e grupos de colonos americanos que viajavam em direção ao oeste.

Em resposta a estes problemas, os Estados Unidos da América declararam guerra contra o Reino Unido em 1812. Os habitantes do sul e do oeste do país eram em sua grande maioria a favor da guerra, uma vez que se preocupavam em defender o direito da expansão americana em direção ao oeste e o direito de ter acesso a mercados internacionais para seus produtos de exportação. Já os federalistas da Nova Inglaterra opuseram-se à guerra, e sua reputação sofreria muito ao final do conflito, causando a desintegração do partido político.

No início da guerra, os Estados Unidos rapidamente invadiram o Canadá, então colônia britânica, e capturaram diversas cidades. Os americanos incentivaram os canadenses a se rebelar contra o Reino Unido e a se juntar aos Estados Unidos. Porém, devido ao pouco apoio da população canadense aos ideais americanos e à mobilização de grandes quantidades de tropas britânicas no Canadá, os americanos foram obrigados a recuar. Os britânicos invadiram então os Estados Unidos, tendo ocupado diversas cidades do nordeste americano, entre elas, Washington, D.C., a capital americana (ver a 'Queima de Washington').

A invasão britânica da capital americana fez com que, subitamente, um grande número de pessoas passassem a se alistar nas forças armadas. A soberania do país estava em risco e a independência deveria ser mantida a todo custo, o governo proclamou. O avanço britânico foi parado em Baltimore, em 1814. As cenas da batalha de defesa da cidade por parte dos americanos fizeram com que Francis Scott Key, que testemunhara a batalha, escrevesse The Star-Spangled Banner, que acabaria por se tornar o hino dos Estados Unidos.

A guerra terminou oficialmente em 8 de janeiro de 1815, sob os termos do Tratado de Gante. A Batalha de New Orleans, porém, ocorreu após a assinatura do tratado. Esta batalha resultou em vitória para os Estados Unidos. Um dos principais comandantes americanos durante a guerra, Andrew Jackson, o General das forças americanas durante a Batalha de New Orleans, tornou-se imensamente popular nos Estados Unidos.

A Guerra de 1812 causou um drástico crescimento do nacionalismo e do orgulho americano. O país então acabara de resistir militarmente contra a segunda maior potência militar do mundo à época (a maior era a França napoleónica). A guerra causou um súbito aumento da moral americana - especialmente na Batalha de New Orleans. Os britânicos, segundo o tratado de paz, se comprometeram a parar com seus ataques contra navios mercantes americanos, e um período de paz, de expansão territorial, de isolacionismo e do fortalecimento da economia do país, seguiu-se. Este período ficaria conhecido como Era do Bem Sentir.

Referências

  1. Adams, Henry (1891). History of the United States of America during the Administrations of Thomas Jefferson and James Madison. New York: Library of America 
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