Jorge Khoury

engenheiro civil, professor e político brasileiro, ex-deputado federal pela Bahia e ex-secretário municipal e estadual

Jorge Khoury Hedaye (Juazeiro, 16 de fevereiro de 1949)[1] é um engenheiro e político brasileiro, notorizando-se por ter sido prefeito de Juazeiro entre 1983 e 1989.

Jorge Khoury Hedaye
Jorge Khoury
Jorge Khoury Hedaye
Deputado Federal na 53.ª Legislatura
Período 2007 — 2011
Deputado Federal na 52.ª Legislatura
Período 2003 — 2007
Deputado Federal na 51.ª Legislatura
Período 1999 — 2003
Deputado Federal na 50.ª Legislatura
Período 1995 — 1999
Deputado Federal na 49.ª Legislatura
Período 1991 — 1995
Prefeito de Juazeiro
Período 1983 — 1989
Dados pessoais
Nascimento 16 de fevereiro de 1949 (75 anos)
Juazeiro
Nacionalidade  Brasil
Partido Democratas (1983)
Profissão Engenheiro Civil

Biografia editar

Formou-se em engenharia civil pela Universidade Federal da Bahia em 1975.[2]

Elegeu-se prefeito de Juazeiro pelo Partido da Frente Liberal (PFL) em 1983. Sua gestão transformou o município em um polo do agronegócio, com ênfase na irrigação. Exerceu o mandato até 1989.[3]

Entre 1991 e 2011, exerceu cinco mandatos como deputado federal.[2]

Além dos cargos como político, também atuou como superintendente da Secretaria da Indústria e Comércio (1975-1979), professor na UniBRAS (1976-1977), coordenador adjunto da Secretaria da Indústria e Comércio (1979-1980), diretor da Secretaria da Indústria e Comércio (1980-1982), secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia (1995-1998), secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (2003),[2] presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável[4] e diretor executivo da Sebrae Bahia (2023-).[5]

Atividade política editar

Mito da preguiça editar

Em 2000, Khoury contratou a Ernst & Young para realizar uma pesquisa para medir o absenteísmo do trabalhador bahiano. A empresa de consultoria concluiu que os bahianos eram "ativos", "interessados", "pontuais" e "fiéis à empresa".[6]

Ambientalismo editar

Durante sua gestão na Comissão de Meio Ambiente, Khoury recebeu R$ 370 mil do agronegócio e da indústria de celulose.[7] Ele acredita que o enfrentamento das mudanças climáticas deve acontecer através de acordos entre ambientalistas e ruralistas, pela pauta ambiental ser inseparável de assuntos econômicos.[4]

Durante a presidência da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia, Khoury envolveu-se no projeto de transposição do rio São Francisco.[8] Ele criticou o projeto do Governo Federal por não levar em conta a opinião de técnicos e da sociedade organizada.[9]

Khoury foi favorável ao projeto de lei 6.424/05, apelidado de Floresta Zero, que alterava o Código Florestal Brasileiro, permitindo, entre outras coisas, que até 30% da reposição florestal nas áreas de reserva legal da Amazônia possa ser feita com espécies exóticas de palmeira. O projeto levou a um pedido de veto por ONGs como o Greenpeace.[10][11] A PL foi pauta de matérias jornalísticas no exterior.[12] A ideia do projeto é que o reflorestamento pudesse ser feito com um produto que pudesse dar retorno financeiro, como é o caso do dendê, usado na produção de biodiesel.[13]

Em 2010, Khoury apoiou o adiamento do debate da alteração do Código Florestal e a Lei de Crimes Ambientais para 2011 para que não fosse prejudicado pelo ano eleitoral.[14]

Finanças e política editar

Khoury trabalhou para a instalação da Hyundai e da Malaguti na Bahia até 1998.[15]

Khoury trabalhou na MP 2.074, que continha propostas complementares ao Plano Real. Entre outras regras, estava a proibição de registro de contratos comerciais em outras moedas permitindo a correção de valores apenas se o acordo tiver no mínimo um ano de duração.[16]

Em 2008, Khoury gerou um relatório prevendo a queda de R$ 15,34 bilhões na coleta de tributos.[17] Na ocasião, apoiou a instalação do orçamento participativo federal, onde seriam realizadas audiências públicas para estabelecer os investimentos locais.[18]

Em 2008, votou contra a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).[19]

Em 2009, votou a favor da PEC dos Precatórios.[20]

Em 2009, Khoury e outros 10 deputados do Democratas retiraram suas assinaturas da PEC do Terceiro Mandato, que permitiria duas reeleições aos cargos de prefeito, governador e presidente.[21]

Comissões Parlamentares de inquérito editar

Em 2001, Khoury participou da CPI do Finor, onde comandou, juntamente com Armando Monteiro (PMDB-PE) e Pedro Eugênio (PPS-PE), as mudanças no relatório de Múcio de Sá (PMDB-RN), que retirou as acusações contra a Frutop - Produtora de Alimentos Ltda., do governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB) e rejeitou a emenda de José Pimentel (PT-CE) de suspender o repasse de recursos a 272 projetos em implantação.[22]

Em 2007, a Câmara dos Deputados planejou instaurar a CPI Mista do Corinthians para investigar o contrato do Corinthians com a empresa Media Sports Investment (MSI) e apurar irregularidades em transações financeiras de clubes de futebol. A investigação levou a uma reação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que fez com que diversos deputatos, incluindo Khoury, retirassem suas assinaturas e a CPI foi arquivada.[23]

Em 2007, Khoury votou contra o recurso do Partido dos Trabalhadores (PT) que suspendeu a instalação da CPI do Apagão Aéreo.[24]

Em 2007, votou a favor da instalação da CPI da TVA, do qual era da bancada de oposição, e que investigaria a venda da TVA, de propriedade do Grupo Abril, para a Telefônica.[25]

Em 2007, foi titular da CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas, que investigava o uso arbitrário de escutas telefônicas pelo Executivo.[26]

Polêmicas editar

Em 2009, Khoury usufruiu dos serviços de locação de carros da SC Comunicações, que foi acusada de ser uma empresa de faxada. Khoury afirmou que os serviços da empresa foram prestados.[27]

Em 2010, o Ministério Público Federal no Distrito Federal entrou com uma ação na Justiça Federal do Distrito Federal acusando Jorge Khoury de ter nomeado um funcionário fantasma como secretário parlamentar. A assessoria de khoury respondeu que no período da acusação ele estava licensiado para ocupar a Secretaria do Meio Ambiente da Bahia.[28]

Referências editar

  1. «Deputado Federal JORGE KHOURY». Câmara dos Deputados. Consultado em 11 de abril de 2024. Cópia arquivada em 12 de abril de 2024 
  2. a b c «Biografia do(a) Deputado(a) Federal JORGE KHOURY». Câmara dos Deputados. Consultado em 11 de abril de 2024. Cópia arquivada em 12 de abril de 2024 
  3. «Câmara de Vereadores homenageia Jorge Khoury por 30 anos de vida pública». Diário da Região. 2 de novembro de 2013. Consultado em 11 de abril de 2024. Cópia arquivada em 12 de abril de 2024 
  4. a b «Jorge Khoury é o novo presidente da Comissão de Meio Ambiente». Câmara dos Deputados. 3 de março de 2010. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  5. «Agendada posse dos membros do conselho e diretoria executiva do Sebrae Bahia para o período de 2023 a 2026». Jornal Grande Bahia. 27 de janeiro de 2023. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  6. «Relatório elimina mito da preguiça». Folha de S.Paulo. 6 de março de 2000. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  7. Maria Clara Cabral e Noeli Menezes (9 de março de 2010). «Deputados de comissões são alvo no STF». Folha de S.Paulo. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  8. Ana Paula Boni (5 de fevereiro de 2006). «Caminho das águas: Governo ignora críticas e não muda projeto». Folha de S.Paulo. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  9. Luiz Francisco, Kamila Fernandes e Fábio Guibu (1 de setembro de 2004). «Para secretário, dados sobre transposição do São Francisco não convencem». Folha de S.Paulo. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  10. «ONGs pedem veto a projeto que reduz proteção florestal na Amazônia». Folha de S.Paulo. 13 de abril de 2024. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  11. «Projeto de lei reduz proteção à Amazônia, afirmam ONGs». Folha de S.Paulo. 20 de outubro de 2007. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  12. «Sequestro de membros do Greenpeace preocupa diplomacia; leia telegrama em inglês». Folha de S.Paulo. 6 de fevereiro de 2011. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  13. «Projeto permite trocar floresta por dendê». Folha de S.Paulo. 16 de outubro de 2007. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  14. «Contra ambientalistas, relator mantém votação do Código Florestal para maio». Folha de S.Paulo. 13 de abril de 2024. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  15. «Bahia deve ter mais 2 montadoras até 1998». Folha de S.Paulo. 29 de maio de 1997. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  16. «Congresso examina medida provisória que complementa Plano Real». Folha de S.Paulo. 7 de fevereiro de 2001. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  17. «Comissão aprova relatório com arrecadação menor». Folha de S.Paulo. 13 de abril de 2024. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  18. Fernanda Odilla (13 de abril de 2024). «Comissão quer Orçamento participativo». Folha de S.Paulo. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  19. «Saiba quem votou a favor da recriação da CPMF». Folha de S.Paulo. 13 de abril de 2024. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  20. «Veja como os deputados votaram a PEC dos Precatórios». Folha de S.Paulo. 26 de novembro de 2009. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  21. Márcio Falcão (28 de maio de 2009). «Deputados do DEM retiram assinaturas da PEC do terceiro mandato». Folha de S.Paulo. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  22. «Rombo amazônico: CPI sobre Sudene deverá isentar políticos». Folha de S.Paulo. 10 de maio de 2001. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  23. Gabriela Guerreiro (8 de novembro de 2007). «Veja deputados que retiraram nomes do requerimento da CPI do Corinthians». Folha de S.Paulo. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  24. «Confira como foi a votação sobre a CPI do Apagão Aéreo». Folha de S.Paulo. 22 de março de 2007. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  25. Iolando Lourenço e Aloisio Milani (26 de agosto de 2007). «Base governista fez maioria das assinaturas da CPI da operação da TVA». EBC. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  26. «Grampos telefônicos». Revista Veja. Dezembro de 2008. Consultado em 22 de janeiro de 2017. Arquivado do original em 5 de dezembro de 2008 
  27. «Outro lado: Serviços foram prestados, dizem deputados». Folha de S.Paulo. 22 de novembro de 2009. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024 
  28. «Procuradoria acusa deputado de nomear funcionário fantasma». Folha de S.Paulo. 13 de abril de 2024. Consultado em 13 de abril de 2024. Cópia arquivada em 13 de abril de 2024