Liberais Democratas (Reino Unido)

partido político britânico

Os Liberais Democratas (em inglês: Liberal Democrats; tradução literal: "Democratas Liberais"), popularmente conhecidos como Lib Dems ou simplesmente LD, são um partido político liberal[3] do Reino Unido, formado pela fusão do Partido Liberal com o Partido Social Democrático. O partido atuou como o "partido júnior" em um governo de coalizão com o Partido Conservador entre 2010 e 2015, com o Partido Trabalhista Escocês de 1999 a 2007 e com o Partido Trabalhista Galês de 2000 a 2003 e de 2016 a 2021.

Liberais Democratas
Liberal Democrats
Líder Sir Ed Davey
Presidente Mark Pack
Fundação 3 de março de 1988 (36 anos)
Sede Westminster, Londres, Reino Unido Reino Unido
Ideologia Liberalismo
Liberalismo social
Europeísmo
Espectro político Centro a centro-esquerda
Antecessor Partido Liberal
Partido Social Democrático
Membros (2021) Baixa 73,544[1]
Afiliação internacional Internacional Liberal
Grupo no Parlamento Europeu Partido da Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa
Câmara dos Comuns
72 / 650
Câmara dos Lordes
84 / 779
Parlamento da Escócia
4 / 129
Parlamento do País de Gales
1 / 60
Assembleia de Londres
2 / 25
Governo local
2 984 / 18 646
Cores      Amarelo[2]
Página oficial
libdems.org.uk

Em 1981, uma aliança eleitoral foi estabelecida entre o Partido Liberal, um grupo que descendia do Partido Whig, e o Partido Social Democrático, um grupo dissidente do Partido Trabalhista. Em 1988, os partidos se fundiram como Sociais e Liberais Democratas, adotando seu nome atual pouco mais de um ano depois. Sob a liderança de Paddy Ashdown e depois de Charles Kennedy, o partido cresceu durante as décadas de 1990 e 2000, concentrando suas campanhas em assentos específicos e se tornando o terceiro maior partido da Câmara dos Comuns. Sob a liderança de Nick Clegg, os Liberais Democratas foram "parceiros juniores" no governo de coalizão liderado pelo Partido Conservador, no qual Clegg atuou como vice-primeiro-ministro de David Cameron. Embora tenha permitido que eles implementassem algumas de suas políticas, a coalizão prejudicou as perspectivas eleitorais dos Liberais Democratas e eles sofreram muitas perdas nas eleições gerais de 2015, sendo relegados ao quarto lugar entre os maiores partidos da Câmara dos Comuns.[4] Sob as lideranças de Tim Farron, Vince Cable e Jo Swinson, o partido adotou uma postura favorável ao europeísmo e contrária ao Brexit. Desde 2015, o partido falha em recuperar seus sucessos pré-coalizão e um fraco desempenho nas eleições gerais de 2019 fez com que Swinson perdesse seu assento.[5]

Posicionado entre o centro[6][7][8] e a centro-esquerda[9][10][11][12] no espectro político, o LD baseia-se ideologicamente no liberalismo e na social-democracia. Diferentes facções dominaram o partido em diferentes momentos, cada uma com sua própria inclinação ideológica. O partido pede uma reforma constitucional, incluindo uma mudança do sistema de pluralidade de votos para um sistema de voto proporcional. Enfatizando a proteção das liberdades civis, promove uma abordagem culturalmente liberal[13] no que se refere aos direitos LGBT+, a liberalização das drogas, a política educacional e a justiça criminal. Favorece uma economia baseada no mercado complementada com investimento no bem-estar social. Internacionalista e pró-europeísmo,[14] o partido apoiou o uso de voto popular para manter o Reino Unido como membro da União Europeia e uma maior integração europeia, tendo anteriormente apelado à adoção do euro como moeda. Os Liberais Democratas também promoveram mais proteções ambientais e se opuseram à participação do Exército Britânico na Guerra do Iraque.

A sigla é historicamente mais forte no norte da Escócia, no sudoeste de Londres, no sudoeste da Inglaterra e no meio do País de Gales. A filiação é composta principalmente por profissionais da classe média e sua composição tem uma proporção maior de membros com ensino superior do que os outros grandes partidos políticos britânicos. O LD é uma federação dos Liberais Democratas ingleses, escoceses e galeses. Possui uma parceria com a Partido da Aliança da Irlanda do Norte, enquanto ainda se estabelece no país. Internacionalmente, é membro da Internacional Liberal e do Partido da Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa, com seus deputados tendo sido filiados do Renovar a Europa no Parlamento Europeu até a saída do Reino Unido da União Europeia, em 31 de janeiro de 2020.

Resultados Eleitorais

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Eleições legislativas

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Ano Líder Cl. Votos % +/- Deputados +/- Status
1992 Paddy Ashdown 3.° 5 999 606
17,8 / 100
  4,8
20 / 650
  2 Oposição
1997 3.° 5 242 947
16,8 / 100
  1,0
46 / 659
  26 Oposição
2001 Charles Kennedy 3.° 4 814 321
18,3 / 100
  1,5
52 / 659
  6 Oposição
2005 3.° 5 985 454
22,0 / 100
  3,7
62 / 646
  10 Oposição
2010 Nick Clegg 3.° 6 836 248
23,0 / 100
  1,0
57 / 650
  5 Governo[a]
2015 4.° 2 415 862
7,9 / 100
  15,1
8 / 650
  49 Oposição
2017 Tim Farron 3.° 2 371 772
7,4 / 100
  0,5
12 / 650
  4 Oposição
2019 Jo Swinson 3.° 3 696 423
11,6 / 100
  4,2
11 / 650
  1 Oposição
2024 Ed Davey 4.º 3 519 199
12,2 / 100
  0,7
72 / 650
  61 Oposição

Eleições europeias

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Ano Líder Cl. Votos % +/- Deputados +/-
1989 Paddy Ashdown 4.° 944 861
5,9 / 100
0 / 81
1994 3.° 2 591 659
16,1 / 100
  10,8
2 / 81
  2
1999 3.° 1 266 549
11,9 / 100
  4,3
10 / 81
  8
2004 Charles Kennedy 4.° 2 452 327
14,4 / 100
  2,2
12 / 78
  2
2009 Nick Clegg 4.° 2 080 613
13,3 / 100
  1,1
11 / 72
  1
2014 6.° 1 087 633
6,6 / 100
  7,2
1 / 73
  10
2019 Vince Cable 2.° 3 367 284
19,6 / 100
  13,0
16 / 73
  15

Ligações externas

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Notas

  1. Em 2010, os Liberais Democratas tornaram-se governo por meio de uma coalizão com o Partido Conservador.

Referências

  1. «Labour membership falls by 90,000, latest accounts show» (em inglês). BBC News. 17 de agosto de 2022. Consultado em 1 de setembro de 2022 
  2. «Style guide». libdems.org.uk (em inglês). Consultado em 11 de junho de 2022 
  3. Nordsieck, Wolfram. «United Kingdom». Parties and Elections in Europe (em inglês). Consultado em 11 de junho de 2022 
  4. «David Cameron, reeleito com maioria absoluta, vai formar governo». Diário de Notícias. Consultado em 8 de maio de 2015. Arquivado do original em 18 de maio de 2015 
  5. Sloman, Peter (2020). «Squeezed Out? The Liberal Democrats and the 2019 General Election». The Political Quarterly (em inglês): 35–42. ISSN 1467-923X. doi:10.1111/1467-923X.12816 
  6. Kesselman, Mark; Krieger, Joel; Joseph, William (2018). Introduction to Comparative Politics: Political Challenges and Changing Agendas (em inglês). [S.l.]: Cengage Learning. p. 71. ISBN 978-1-337-67124-8 
  7. «Britain's anti-Brexit Liberal Democrats name Jo Swinson as new leader». Reuters (em inglês). 22 de julho de 2019. Consultado em 27 de julho de 2019 
  8. «Lib Dems aim for centrist voters with tax platform». Financial Times (em inglês). Consultado em 18 de fevereiro de 2017 
  9. Cassel-Piccot, Muriel (20 de dezembro de 2014). «The Liberal Democrat Party: From Contender to Coalitionist». Revue LISA/LISA e-journal. Littératures, Histoire des Idées, Images, Sociétés du Monde Anglophone – Literature, History of Ideas, Images and Societies of the English-speaking World (em francês). ISSN 1762-6153. doi:10.4000/lisa.6954 
  10. Clark, Alistair (2012). Political Parties in the UK (em inglês). [S.l.]: Palgrave Macmillan. pp. 86–93. ISBN 978-0-230-36868-2 
  11. Quinn, Thomas; Bara, Judith; Bartle, John (2013). «The UK Coalition Agreement of 2010: Who Won?». In: Justin Fisher; Christopher Wlezien. The UK General Election of 2010: Explaining the Outcome (em inglês). [S.l.]: Routledge. p. 180. ISBN 978-1-317-96554-1 
  12. King, Peter (2011). The New Politics: Liberal Conservatism Or Same Old Tories? (em inglês). [S.l.]: Policy Press. p. 1. ISBN 978-1-84742-853-0 
  13. Slomp, Hans. Europe, A Political Profile: An American Companion to European Politics [2 volumes]: An American Companion to European Politics (em inglês). [S.l.]: ABC-CLIO. p. 343. ISBN 978-0-313-39182-8 
  14. Davey, Ed (30 de janeiro de 2020). «We fought the good fight - now what next?». libdems.org.uk (em inglês). Consultado em 11 de junho de 2022 

Referências gerais

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