Maria Lídia Magliani

Maria Lídia dos Santos Magliani (Pelotas, 1946 - Rio de Janeiro, 2012) foi uma pintora, desenhista, gravadora, ilustradora, figurinista e cenógrafa brasileira[1][2].

Maria Lídia Magliani
Nascimento 1946
Pelotas
Morte 2012
Rio de Janeiro
Cidadania Brasil
Etnia afro-americanos, afro-brasileiros
Alma mater
Ocupação gravadora, ilustradora, pintora

Biografia

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Nascida em uma família de artistas, decidiu ser pintora. Em 1963, entrou para o curso de Artes Plásticas, graduando-se na Escola de Artes da UFRGS, em 1966. Foi a primeira mulher negra formada pela instituição[3][4]. Realizou no mesmo ano a sua primeira exposição individual, na Galeria Espaço. Prosseguiu seus estudos com Ado Malagoli. Na década de 1970 produziu ilustrações para jornais de Porto Alegre. Deixou o Rio Grande do Sul em 1980, estabelecendo-se primeiro em São Paulo, mais tarde em Minas Gerais e, a partir de 1997, no Rio de Janeiro.[5]

Seu trabalho se caracteriza por temas influenciados pelo movimento feminista[6][7] e por utilizar a estética neoexpressionista para refletir sobre a situação política do país e a condição da mulher e do corpo feminino na sociedade.[8] Ainda assim, fazia questão de não se declarar militante.[8] Reconhecida por suas ilustrações em jornais e revistas de caráter revolucionário, bem como por sua atuação no teatro vanguardista, sua arte representa uma forma de crítica e denúncia, especialmente em relação à percepção das mulheres negras na sociedade.[9]

A autora Fátima Torri , no texto Maria Lídia Magliani: Uma vida entregue à Arte, enuncia que:[10]

Sua arte não se encaixa na sala de jantar, muito menos no quarto das crianças. É uma arte que questiona, que provoca, uma força visceral que revela o lado sombrio do ser humano, o mais humano que se pode ser. Telas escuras apresentam corpos nus, figuras humanas de proporções volumosas, cores fortes, poemas e títulos emblemáticos que compõem a trajetória marcante de Maria Lídia dos Santos Magliani.
— Fátima Torri

Em 1966 realizou sua primeira exposição individual, em Porto Alegre, e em 1967 participou do 3º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Campinas junto das artistas Anna Maria Maiolino, Alice Brill, Amelia Toledo, Regina Vater e Teresinha Soares.[11] Somou, ao longo de sua carreira, mais de 100 exposições individuais ou coletivas, e suas obras hoje estão em museus do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.[8]

No fim da vida, já invisibilizada pelas instituições, passou por dificuldades financeiras. Morreu em 2012, aos 66 anos, vítima de uma parada cardíaca.[8]

Atualmente, a galeria Estudio Dezenove, no Rio de Janeiro, é responsável pela documentação e organização do acervo de sua obra.[12]

Exposições

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Prêmios

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  • 1965 - Salão de alunos do Instituto de Artes / UFRGS (Menção Honrosa)[21]
  • 1993 - Panorama da Arte Brasileira, São Paulo, Brasil (Menção Honrosa)[22]
  • 1995 - 46º Salão de Abril, Fortaleza, Ceará, Brasil (homenageada)[21]

Coleções

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Referências

  1. Maria Lídia Magliani. Enciclopédia Itaú Cultural das Artes
  2. Morre aos 66 anos a artista plástica pelotense Maria Lídia Magliani. Zero Hora, 21 de dezembro de 2012
  3. Exposições para todos os olhos. Jornal do Comércio, 18 de junho de 2013
  4. «MARGS | Museu de Arte do Rio Grande do Sul». Consultado em 21 de julho de 2020 
  5. Bohns, Neiva (2020). «À Flor da Pele Magliani Vive Aqui» (PDF). Comitê Brasileiro de História da Arte. Consultado em 28 de junho de 2024 
  6. MAGLIANI, Maria Lídia. UFRGS
  7. Obras de Magliani são expostas em Porto Alegre. Diário Popular, 18 de Junho de 2013
  8. a b c d Caetano, Ester (18 de novembro de 2021). «A trajetória de Maria Lídia Magliani, artista pioneira que questionou as imposições ao corpo feminino». Nonada. Consultado em 18 de novembro de 2021. Cópia arquivada em 18 de novembro de 2021 
  9. «Fala Feminina. Maria Lídia Magliani: uma vida entregue à arte. Brasil. 22 de março de 2022.» 
  10. «Fala Feminina. Maria Lídia Magliani: uma vida entregue à arte. Brasil. 22 de março de 2022.» 
  11. Cultural, Instituto Itaú. «3º Salão de Arte Contemporânea de Campinas». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 21 de julho de 2020 
  12. DALMAZO, Luanda (2018). «Maria Lídia Magliani» (PDF). Lume UFRGS. Consultado em 21 de julho de 2020 
  13. Cultural, Instituto Itaú. «Maria Lídia Magliani». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 21 de julho de 2020 
  14. Cultural, Instituto Itaú. «Maria Lídia Magliani (1977 : Porto Alegre, RS)». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 21 de julho de 2020 
  15. Cultural, Instituto Itaú. «Artistas Gaúchos (1979 : Washington, Estados Unidos)». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 21 de julho de 2020 
  16. «Magliani será homenageada pela Fundação Iberê com uma grande exposição que resgata 50 anos de produção». iberecamargo.org.br. 9 de março de 2022. Consultado em 28 de junho de 2024 
  17. «Magliani é infinito agora». Estudio Dezenove. Consultado em 28 de junho de 2024 
  18. «FUNK - Um grito de liberdade e ousadia - MAR Museu de Arte do Rio, RJ». Estudio Dezenove. Consultado em 28 de junho de 2024 
  19. «Ieavi apresenta exposição itinerante "Magliani - Obra Gráfica", em Santa Maria». Secretaria da Cultura. 27 de março de 2024. Consultado em 28 de junho de 2024 
  20. mamm (28 de agosto de 2023). «Mesa-redonda marca o lançamento do catálogo "Magliani Gráfica"». Museu de Arte Murilo Mendes | MAMM. Consultado em 28 de junho de 2024 
  21. a b «Maria Lídia Magliani - Magliani» 
  22. pintora; desenhista; gravadora; ilustradora; Brasileira, Figurinista E. Cenógrafa. «Maria Lídia Magliani». Galart. Consultado em 28 de junho de 2024 
  23. «Maria Lídia Magliani (Pelotas, RS, 1946 - Rio de Janeiro, RJ, 2012)» 
  24. «Príncipe» 

Ligações externas

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